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Técnicas Retrospectivas 8° semestre Maria Sabina Tombamento (arquitetura, conjunto urbano) Registro (patrimônio imaterial) Chancela (paisagem natural CONCEITOS FUNDAMENTAIS Patrimônio cultural: "O Patrimônio cultural é o legado que recebemos do passado, vivemos no presente e transmitimos para as futuras gerações. Nosso patrimônio cultural e natural é fonte insubstituível de vida e inspiração, nossa pedra de toque, nosso ponto de referência, nossa identidade" -UNESCO É o conjunto de bens culturais tangível (móveis, imóveis, conjuntos urbanos: patrimônio material e práticas e domínios da vida social (patrimônio imaterial), apropriados por indíviduos e grupos sociais, como importantes elementos de sua identidade Dentro do patrimônio material consta: Arquitetônico, Ambiental ou Natural, Paisagem Ambiental- Urbano, Paisagem Cultural e Patrimônio Arqueológico INSTRUMENTOS DE PROTEÇÃO: Temos os bens móveis e imóveis e um entre eles que é interposto como por exemplo um muro na frente de uma Igreja que não é móvel e nem imóvel, pode ser quebrado e retirado facilmente Bens imóveis Bens móveis Bens imóveis são aqueles arquitetônicos, que representam um espaço e um móvel são pinturas, estátuas, quadros e etc Patrimônio Material Natural Patrimônio cultural material urbano - cidade ou conjunto urbano Brasília, Lucio Costa, Plano Piloto (1956) é um patrimônio nacional e da humanidade Significa as formações físicas, biol[ogicas e geológicas execepcionais, habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas e áreas que tenham valor científico, de conservação ou estético excepcional e universal Sítios do Patrimônio Mundial Natural no Brasil: 1986 - Parque Nacional de Iguaçu 1999 - Mata Atlântica 1999 - Costa do Descobrimento 2000 - Complexo de Áreas Protegidas da Amazônia Central 2000 - Complexo de Áreas Protegidas do Pantanal 2001 - Chapada dos Veadeiros e Parque Nacional das Emas 2001 - Ilhas Atlânticas Brasileiras PATRIMÔNIO CULTURAL IMATERIAL OU INTANGÍVEL São saberes, expressões, cantigas, músicas e lugares O Patrimônio Cultural Imaterial ou Intangível compreende as expressões de vida e tradições que comunidades, grupos e indivíduos em todas as partes do mundo recebem de seus ancestrais e passam seus conhecimentos a seus descentes A Constituição Federal Brasileira, prevê o conhecimento dos bens culturais imateriais como patrimônio a ser preservado pelo Estado em parceria com a sociedade. O poder público com a colaboração da comunidade promoverá e protegerá o patrimônio por inventários, registros, tombamento e desapropricação IDENTIDADE Implica "semelhança a si próprio"; conceito ligado a processos de reconhecimento de construção de uma imagem. Quem é? A que grupo pertence? De que memórias não abriria mão pq acha que te definem? MEMÓRIA Suporte de identidade; mecanismo de retenção de informação, conhecimento, experiência. Características inerentes: é seletiva, pode ser induzida HISTÓRIA Narrativa. Forma de organizar eventos e/ou ciclos, trama construída por aquele que conta a história. Todo patrimônio precisa de uma história que confirme o seu valor CONCEITOS FUNDAMENTAIS Juízo de valor: Interpretação individual ou de determinado grupo, orienta a ação (sobre o que preservar por exemplo). A capacidade de realizar um juízo de valor está ligada ao repertório e a bagagem conceitual que possui quem faz o juízo. Preservação: Comprometimento com a manutenção de valores históricos, culturais e estéticos importantes para a identidade e memória de determinado grupo social. Considera ações diversas como a manutenção, restauração e outras como a definição de legislação protetora e a aplicação desta para garantir a trransmissão bem para o futuro Restauração de produtos industriais: Restabelecer a funcionalidade do produto (consertar é mais comum) Restauração de obras de arte ou de artefatos: É o momento metodológico do reconhecimtno da obra de arte ou do artefato na sua consistência física e em sua doble polaridade estética/ou histórica, visando a sua transmissão ao futuro Conservação: Conjunto de ações destinadas a prolongar o tempo de vida de determinado bem cultural, engloba um ou mais tipos de intervenções Manutenção: Conjunto de operações preventivas destinadas a manter o bom funcionamento e uso, em especial a edificação. São exemplos: inspeções rotineiras, a limpeza diária ou periódica, pinturas, imunizações, reposição de telhas danificadas e etc Reparação: Conjunto de operações para corrigir danos incipientes e de pequena repercussão. Troca ou recuperação de ferragens, metais e acessórios e etc Reabilitação: Conjunto de operações destinadas a tornar apto o edifício a novos usos, diferente para o qual foi concebido Reconstrução: Conjunto de ações destinadas a resturar uma edificação ou parte dela, que se encontre destruída ou em risco de destruição mas ainda não em ruínas. A reconstrução é aceitável em poucos casos especiais e deve ser baseada em evidências históricas ou documentação indiscutíveis. Como edificações destruídas por incêndio, enchentes, guerras e etc Consolidação/Estabilização Conjunto de operações destinadas a manter a integridade estrutural em parte ou em toda a edificação Restauração/Restauro Conjunto de operações destinadas a restabelecer a unidade da edificação, relativa a concepção original ou de intervenções significativas na sua história. O restauro deve ser baseado em análises e levantamentos inquestionáveis e a execução permitir a distinção entre o original e a intervenção. A restauração constitui o tipo de conservação que requer o maior número de ações especializadas Revitalização Conjunto de operações desenvolvidas em áreas urbanas degradadas ou conjunto de edificações de valor histórico de apoio a "reabilitação" das estruturas sociais, econômicas e culturais locais, procurando a melhoria da qualidade geral desas áreas ou conjuntos urbanos RESTAURAÇÃO Disciplina científica e sistemática que surge como consequência da grande crise histórica que permite o passo a Idade Contemporânea A restauração como disciplina Exigências prátocas da Rsstauração como consequência da Revolução Industrial - até meador do século XVIII Saber "tombar" monumentos é uma coisa. Saber conserva- los fisicamente e restaura-los se baseia em outros tipos de conhecimento. Isso requer uma prática específica e pessoas especializadas, os "arquitetos dos monumentos históricos" que o século XIX precisou inventar" Françoise Chaoy "Sendo a restauração atualmente encarada como uma ação de cárater eminentemente cultural, que se transforma em um ato crítico alicerçado na análise da realação dialética entre fatores estéticos e históricos de uma dada obra" Beatriz Kuhl Segunda metade do século XVIII - Revolução Francesa e Industrial Faz com que a sociedade acorde com a relação da sociedade de proteger seus bens Viollet-leDuc (1814-1879) Ruskin (1819-1900) Boito (1836-1914) Giovannoni (1873-1947) Carta de Atenas Eugene Emmanuel Viollet-le-Duc "Um estado completo que pode jamais ter existido" - Paris 1814, Lausana 1879 - Viagens pela França e Itália, onde amplia seus estudos de arquitetura medieval e clássica - Considerava a arquitetura gótica a verdadeira arquitetura francesa - Estudou profundamente a arquitetura gótica, materiais e técnicas construtivas, chegando em suas obras a propor a restauração completa seguindo a lógica do estilo e até mesmo a sua correção se fosse necessário - Preconiza a restauração estilística - Fez vários projetos para a Comissão de Monumentos e para a Comissão de Cultos - Escreveu o verbete Restauração - 1854 "Se o arquiteto encarregado da restauração de um edifício deve conhecer as formas, os estilos pertencentes a esse edifício e a escola da qual proveio, deve ainda mais se possível conhecer sua estrutura, sua anatomia, seu temperamento, pois antes de tudo é necessário que ele o faça viver "Restaurar um edifício é restitui-lo a um estado completo que pode nunca ter existido num momento dado" Antes e depois da restauraçãodo castelo de Pierrefonds (1866) - Restauração estilística Do estudo técnico-construtivo da obra Do conhecimento da história da arte e dos princípios artísticos do período no qual foi concebido e construído o monumento no qual se irá intervir Dos levantamentos pormenorizados da situação existente De ecnontrar uma função para o edifício que se pretende restaurar --Viollet-le-Duc - tem crítica pq apaga uma parte da história para restaurar como esse edifício Ele ressaltava a importância e o critério de: JOHN RUSKIN - Londres (1819-1900) -Escritor, desenhista e crítico de arte - Filiado ao romantismo, era um crítico das transformações por que passava a Inglaterra do século XIX das mazelas deccorentes do capitalismo - Quanto a restauração, preconizava a manutenção dos bens evitando as obras de restauração (valor da pátria) - Era preferível a perda do bem a sua restauração com os complementos em estilo - Obra: " As sete lâmpadas da arquitetura", no capítulo VI "A lâmpada da memória" trata do tema da restauração arquitetônica - Pioneiro no entendimento que os bens culturais são de interesse coletivo e não apenas individual" "O princípio vigente dos tempos modernos é o de descuidar dos edifícios primeiros e restaura-los depois. Cuide bem de seus monumentos e não presisará restaura- los Desenho de Veneza de cerca de 1985 CAMILLO BOITO -Roma 1836-1914 - Arquiteto, escritor e historiador - Em uma primeira instância realizou restaurações em estilo - Influenciado pelos trabalhos de importantes restauradores italianos como Carlo Cattaneo e Tito Vespasiano Paravicini, crítico das falsificações nas restaurações e preconizando maior respeito pela matéria ou obra original Ênfase no valor documental dos monumentos, que deveriam ser preferencialmente consolidados a reparados e reparados a restaurados Evitar acréscimos e renovações que se fossem necessários, deveriam ter cárater diverso do original, mas não poderiam destoar do conjunto Os complementos de partes deterioradas ou faltantess deveriam mesmo se seguissem a forma primitiva, ser de material diverso ou ter incisa a data de sua restauração ou ainda, no caso das restaurações arqueológivas, ter fomas simplificadas -Consolida uma linha de restauro sintetizando as várias proposições então correntes, criando uma postura metodológica: evitar acréscimos e renovações, os complementos não deveriam destoar do original e tinha emprego de formas simplificadas, respeito pelas várias fases do monumento - A linha de restauro preconizado por Boito ficou conhecido como "Restauro Filológico" que dava ênfase CONGRESSO DOS ENGENHEIROS E ARQUITETOS ITALIANOS - ROMA 1883 7 princípios fundamentais para intervenção em monumentos históricos 1. 2. 3. 31/08/2021 GUSTAVO GIOVANNONI - Roma 1873-1947 - Engenheiro civil e escritor, dedicou-se a vários camplos principalmente a história da arquitetura, estudos de urbanismo e restauração dos bens arquitetônicos Todo fragmento urbano antigo deve ser integrado num plano diretor local, regional e terriotrial, que simboliza sua relação com a vida presente O conceito de monumento histórico não poderia designar um edifício isolado, separado do contexto das construções no qual se insere - Reelabora a teoria de Boito, de caminho intermediário entre Ruskin e Viollet-le-Duc, reforçando questões de consolidação, recomposição, completamente e renovação - Foi um dos formuladores da Carta de Atenas de Restauro de 1931 VERBETE: RESTAURO DOS MONUMENTOS O propósito de restaurar os monumentos, seja para consolida-los, reparando-os das injúrias do tempo, seja para reconduzi-los a uma nova função de vida, é conceito de todo moderno, paralelo aquela postura de pensamento e de cultura que vê nos testemunhos construtivos e artísticos do passado, qualquer que seja o período a que pertençam, um tema que merece respeito e demanda cuidados. Na prática, as providências que são voltadas a descoberta, a conservação e a valorização do patrimônio monumental que nos foi deixado pelos séculos, são operadas em 2 tempos, a saber e a escavação e o restauro propriamente dito "Uma cidade histórica constitui em si um monumento" Mas ao mesmo tempo é um tecido vivo. Giovannoni funda uma doutrina de conservação e restauração do patrimônio urbano. Pode resumi-la em 3 grandes princípios 1. 2. 3. Os conjuntos urbanos antigos requerem procedimentos de preservação e de restauração análogos aos que foram definidos por Boito para os monumentos, respeitando sua escala e sua morfologia, preservando as relações entre unidades parcelares e vias de trânsito CESARE BRANDI - Roma, 1906-1988 - Advogado, escritor, crítico de arte e teórico da restauração - Aprofundamento das questões teóricas de restauro a partir da Segunda Guerra - Aprofundamento das questões trabalhadas por Giovanonni, juntamente com Renato Bonelli, Roberto Pane e Paul Philippot no chamado Restauro Crítico - Carta de Veneza em 1964 - Restauro Crítico: entende a restauração como um processo crítico de intervenção na obra de arte, alicerçadas no conhecimento de história da arte e da estética - Restauração é um ato essencialmente cultural e depende de seu reconhecimento como obra de arte e documento histórico - cada caso é um caso -Papel fundamental na criação e direção do Instituto Centrale del Restauro (ICR) - fundado em Roma em 1939, atual Instituto Superiore per la Conservazione ed il Restauro - Teoria da Restauração (1963) - "A restauração constitui o momento metodlógico do reconhecimento da obra de arte, na sua consistência física e na sua dúplice polaridade estética e histórica, com vistas a sua transmissão para o futuro" ONU/UNESCO Desde o documento constitutivo da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), de 1945 se fazia menção a "conservação e proteção do patrimônio universal", afiançando-se durante a década de 1970 o papel de liderança da organização mundial na internacionalização da tutela e preservação do patrimônio cultural. Desta forma, em 1970 realizava-se a Conferência Intergovernamental de Veneza patrocinada pelo órgão, na qual fora debatido o direito de todos os povos a cultura, reconhecendo-se "o princípio de igualdade das cultura e da universalidade do patrimônio cultural das nações" e concretiza-se em 1972, o documento da Convenção sobre a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural como resultado das discussões estabelecidas durante a 17° Conferência Geral da UNESCO. Definia esta declaração a criação de um Comitê do Patrimônio Mundial, ao qual corresponderia avaliar as listas de bens que viriam a fazer parte desse conjunto A Representação da UNESCO no Brasil foi estabelecida em 19 de junho de 1964 e se tornou Escritório Nacional no âmbito do Cluster Mercosul + Chile desde a nova estratégia de descentralização implementada pela sede da UNESCO. Em Brasília, o escritório iniciou em 1972. A UNESCO se propõe a promover a identificação, a proteção e a preservação do patrimônio cultural e natural de todo o mundo, considerado especialmente valioso para a humanidade. As relações com a salvaguarda do patrimônio cultural tangível e intangível no Brasil podem ser as principais referências para as políticas nesse campo TUTELA DO PATRIMÔNIO CULTURAL PATRIMÔNIO DA HUMANIDADE: INSTITUIÇÕES - ONU/UNESCO - Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e para Cultura - criada em Paris em 1946 com o objetivo de contribuir para a paz no mundo através da educação e cultura. Teve suas origens no ICIC - Comitê Internacional de Cooperação Intelectual de 1922 - ICCROM - Centro Internacional de Conservação e Restauro dos Bens Culturais, criada em 1956 durante a 9 Reunião Geral da UNESCO e o 1° Congresso Internacional de Arquitetos e Especialistas em Edfiícios Históricos, como centro intergovernamental destinado a aprimorar e preservar o patrimônio mundial que tem esse o objetivo - ICOMOS - Durante o 2° Congresso Internacional de Arquitetos e Especialistas em Edifícios Históricos foi cirado em 1964, o Conselho Internacional de Monumentose Sítios - DOCOMOMO - O Comitê Internacional para a DOcumentação e preservação (COnservation) de edifícios, sítios e unidades de vizinhanças do MOvimento MOderno (International Working Party for Documentation and COnservation of Buildings, Sites and Neighbourhoods of the Modern Movement), o Docomomo Internacional é uma organização não-governamental com representação em 69 países criada em 1988. Tem foco na preservação do patrimônio moderno O Patrimônio Cultural Mundial (Material e Imaterial) é um composto por monumentos, grupos de edifícios ou sítios que tenham um excepcional e universal valor histórico, estético, arqueológico, científico Etnológico ou antropológico O Patrimônio Natural Mundial significa as formações físicas, biológicas e geológicas excepcionais, habitats de espécies animais e vegetais ameaçadas BRASIL Iguaçu National Park - 1986 Atlantic Forest Southeast Reserves - 1999 Costa do Descobrimento (Discovery Cost); Atlantic Forest Reserves - 1999 Pantanal Conservation Area - 2000 Central Amazon Conservation Complex - 2000 Cerrado Protected Areas: Chapada dos Veadeiros and Emas National Parks - 2001 Brazilian Atlantic Islands: Fernando de Noronha and Atol das Rocas Reserves - 2001 - ICCROM - Centro Internacional de Conservação e Restauro dos Bens Culturais Criado em 1959 na Conferência de Nova Delhi, acredita no poder do patrimônio cultural para tornar o mundo um lugar melhor para se viver e o ICCROM contribui para a sustentabilidade ambiental, social e econômica das comunidades e promove as melhores práticas e comunicação padrão internacional com as políticas e objetivos das Nações Unidas, ele concentra-se em métodos para gerenciar a deterioração do patrimônio A missão do ICCROM é fornecer aos Estados Membros as melhores ferramentas, conhecimentos e ambiente para preservar seu patrimônio cultural Estudar e promover a conservação do patrimônio cultural Mobilizar e coordenar conhecimentos para abordar questões críticas de conservações Século XIX primeiras medidas jurídicas para a proteção dos monumentos e obras de arte na Europa (particulares para cada uma das nações) OBJETIVOS: ICOMOS Conselho Internacional de Monumentos Locais, é uma organização não governamental global associada a UNESCO. Sua missão é promover a conservação, proteção, uso e aprimoramento de monumentos, complexos e locais patrimoniais, também é um órgão para a implementação da Conservação do Patrimônio Mundial da UNESCO, assim analisa as indicações do patrimônio cultural mundial e garante o status de conservação DOCOMOMO - Documentação e Conservação da Arquitetura MOderna - edifícios e sítios As missões são a salvaguarda, com base na preservação de importantes obras do Movimento Moderno e a troca de ideias sobre tecnologias de conservação, história e educação. o resgate do interesse pelos ideais, pela herança do movimento moderno e pela sua documentação e o suscitar da responsabilidade com esse 21/09/2021 DOCUMENTOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO A Revolução Francesa - Destruição indiscriminada dos signos do passado e primeiros intentos institucionais para a conservação dos monumentos históricos, com medidas oficiais, jurídicas e técnicas (Relatórios sobre o Vandalismo - 1793) Nos monumentos medievais estaria a semente da ideia de Nação (o passado no processo da construção dos Estados Nacionais europeus - artigos e textos de Victor Hugo) Convivência contraditória de "medidas destrutoras" e "medidas conservadoras": o conceito de monumento histórico nasce entre tensões e violência Criação da Inspeção Geral de Monumentos Históricos (1830) Primeiras medidas de cárater e alcance internacional apenas se darão nas primeiras décadas do século XX (Carta de Atenas de 1931) Primeiras medidas brasileiras para a preservação (Estado da Bahia), década de 1920 Primeira legislação de cárater federal no Brasil: Decreto lei 25 em 1937 1. 2. 3. 4. DOCUMENTOS INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO A partir da Carta de Atenas se sucedem: Documentos internacionais sobre preservação > De abrangência conceitual e alcance regional diversa > O leque de elementos a serem preservados dando ampliação do campo disciplinar da preservação e os países ou grupos na discussão sobre o que pode ser e como deve ser realizada Cartas, recomendações, compromissos e normas Alcance conceitual: Monumentos e obras de arte Bens culturais Conjuntos Urbanos Históricos Práticas e Expressões Alcance regional: Mundial Continental regional DESDE O PONTO DE VISTA JURÍDICO E NORMATIVO - São documentos que surgem como produto da discussão entre especialistas da preservação do patrimônio cultural. São documentos concisos que sintetizam os pontos a respeito dos quais foi possível obter consenso nessas discussões - São documentos que expressam o conjunto de princípios e regras de conduta ou deveres que devem orientar as intervenções no patrimônio cultural, com o objetivo de promover a sua transmissão para o futuro - Tem cárater indicatuvo ou no máximo prescriptivo. Devem ser lidas, sempre de forma completa considerando sua base teórica, analisando-a de modo a alargar seu conteúdo e dilatar sua compreensão de maneira fundamentada Gustavo Giovannoni foi um dos grandes promotores dessa carta Importância da arquitetura como documento da história Cooperação internacional e cooperação profissional Conservação, manutenção e restauração Princípios e técnicas de restauração O entorno dos monumentos A carta de Veneza da continuidade as ideias da Carta de Atenas, mas as amplia ao considerar casos decorrentes da destruição da 2° Guerra Mundial Se baseia na teoria do Restauro Crítico, defendida por Cesare Brandi O restaurador deve realizar um juízo de valor: que instância prevalece em cada caso a ser restaurado? A instância estética ou a histórica? Os princípios de restauro da Carta de Veneza encontram-se em plena vigência atualmente CARTA DE ATENAS, 1931 (Carta de Restauro de Atenas CARTA DE VENEZA, 1964 PRINCÍPIOS ESSENCIAIS DA RESTAURAÇÃO Distinguilidade da ação contemporânea Mínima intervenção Retrabalhidade (Reversibilidade) Compatibilidade de técnicas e materiais 28/09/2021 DEFINIÇÃO TOMBAMENTO O tombamento, instrumento criado em 1937 por uma lei na Constituição de 88, na qual o conceito ampliado de patrimônio cultural insere esse instrumento como uma espécie dentre as diversas do gênero de preservação, dirigido a determinados tipos de bens. O tombamento é a forma mais antiga e consolidada de preservação do patrimônio cultural. O DL 25/37 mostrou ser um instrumento técnico-jurídico conciso, simples e eficaz, o que viabilizou sua permanência no ordenamento jurídico nacional por décadas, até os nossos dias O Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) é uma autarquia federal vinculada ao Ministério do Turismo (antes era da Cidadania e antes da Cultura) que responde pela preservação do Patrimônio Cultural Brasileiro. Cabe ao IPHAN proteger e promover os bens culturais do país, assegurando sua permanência e usufruto para as gerações presentes e futuras. O IPHAN possui 27 superintendências (uma em cada unidade federativa); 37 escritórios técnicos, a maioria deles localizados em cidades que são conjuntos urbanos tombados, as chamadas Cidades Históricas e ainda 6 unidades especiais, sendo 4 delas no RJ: Centro Lucio Costa, Sítio Roberto Burle Marx, Paço Imperial e Centro Nacional do Folclore e Cultura Popular e 2 em Brasília: o Centro Nacional de Arqueologia e Centro de Documentação do Patrimônio O IPHAN também responde pela conservação, salvaguarda e monitoramento dos bens culturais brasileiros inscritos na Lista do Patrimônio Mundial e na Lista o Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade, conforme convenções da Unesco, respectivamente, a Convenção do Patrimônio Mundial de 1972 e a Convenção do Patrimônio Cultural Imaterial de 2003. Marcos Legais: Decreto-lei 25, Lei n° 378, assinado por Getúlio Vargas, os conceitos que orientam a atuação do Instituto tem evoluído, mantendosempre relação com os marcos legais Constituição de 88, artigo 216 - define o patrimônio cultural como formas de expressão, modos de criar, fazer e viver. Também são assim reconhecidas as criações científicas, artísticas e tecnológicas: as obras, objetos, documentos, edificações e demais espaços destinados as manifestações artístico-culturais e ainda os conjuntos urbanos e sítios de valor histórico, paisagístico, artístico, arqueológico, paleontológico, ecológico e científico Nos artigos 215 e 216, a Constituição reconhece a existência de bens culturais de natureza material e imaterial, além de estabelecer as formas de preservação desse patrimônio: o registro, o inventário e o tombamento Arqueológico, Etnográfico e Paisagístico - onde são inscritos os bens culturais em função do valor arqueológico, relacionado a vestígios da ocupação humana pré-histórica ou histórica; de valor etnográfico ou de referência para determinados grupos sociais; e de valor paisagístico, englobando tanto áreas naturais, quanto lugares criados pelo homem aos quais é atribuído valor a sua configuração paisagística, a exemplo de jardins, mas também cidades ou conjuntos arquitetônicos que se destaquem por sua relação com o território onde estão implantados Histórico - Neste livro são inscritos os bens culturais em função do valor histórico. É formado pelo conjunto dos bens móveis e imóveis existentes no Brasil e cuja conservação seja de interesse público por sua vinculação a fatos memoráveis da história do Brasil. Esse livro, para melhor condução das ações do IPHAN, reúne especificamente, os bens culturais em função do seu valor histórico que se dividem em bens imóveis (edificações, fazendas, marcos, chafarizes, pontes, centros históricos e etc) e móveis (imagens, mobiliário, quadros e xilogravuras) Belas Artes - Reúne as inscrições dos bens culturais em função do valor artístico. O termo belas artes é aplicado as artes de cárater não utilitário, opostas as artes aplicadas e as artes decorativas. Para a história da arte, imitam a beleza natural e são consideradas diferentes daquelas que combinam beleza e utilidade. O surgimento das academias de arte, na Europa, a partir do século XVI, foi decisivo na alteração do status do artista, personificado por Michelangelo Buonarroti (1475-1564) LIVROS DO TOMBO Artes Aplicadas - Onde são inscritos os bens culturais em função do valor artístico, associado a função utilitária. Essa denominação (em oposição as belas artes) s erefere a produção artística que se orienta para a criação de objetos, peças e construções utilitárias: alguns setores da arquitetura, das artes decorativas, design, artes gráficas e mobiliário. Desde o século XVI, as artes aplicadas estão presentes em bens de diferentes estilos arquitetônicos. No Brasil, as artes aplicadas se manifestam fortemente no Movimento Modernista de 1922, com pinturas, tapeçarias e objetos de outros artistas. O Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) tem a função de proteger, valorizar e divulgar o patrimônio cultural no Estado de SP. Nessa categoria se encaixam bens imóveis, edificações, monumentos, bairros, núcleos históricos, áreas naturais, bens imateriais e outros Desde 1968 o CONDEPHAAT já tombou mais de 500 bens. Eles formam um conjunto de representações da história e da cultura em SP entre os séculos XVI e XX. As cidades que possuem bens tombados encontram-se representadas no mapa. O braço técnico e executivo do CONDEPHAAT é a Unidade de Preservação do Patrimônio Histórico (UPPH), uma das Coordenadorias da Secretaria de Cultura e Economia Criativa Nesse período, o termo belas-artes entrou na ordem do dia como sinônimo de arte acadêmica, separando a arte e artesanato, artistas e mestres de ofício Para prestar os devidos serviços de apoio ao CONDEPHAAT, a UPPH conta com 2 grupos técnicos. Um deles é o Grupo de Estudos de Intervenção e Reconhcimento do Patrimônio Cultural e Natural. O outro é o Grupo de Conservação e Restauração de Bens Tombados. Nos 2 grupos trabalham profissionais das áreas de arquitetura, história e sociologia. Além disso, a UPPH tem um Núcleo de Apoio Administrativo e uma Assistência Técnica de apoio direto a Coordenadoria da Unidade O Conselho é formado por representantes de Secretarias Estaduais, entidades de classe, universidades e pela Procuradoria Geral do Estado. Eles se reúnem semanalmente ou quinzenalmente para deliberar sobre os processos que lhe são apresentados, relativos ao patrimônio cultural de SP Suas atribuições, definidas em Lei, e alteradas significativamente que determinam: - Delibere sobre o tombamento de bens imóveis e móveis - Defina a área envoltória destes bens e promova a preservação da paisagem, ambientes e espações ecológicos importantes para a cidade, instituindo áreas de proteção ambiental - Formule diretrizes que visem a preservação e a valorização dos bens culturais - Comunique o tombamento aos órgãos assemelhados nas outras instâncias de governo e aos cartórios de registro - de imóveis ou de documentos - Pleteie benefícios aos proprietários desses bens - Solicite apoio a organizações de fomento para obtenção de recursos e cooperação técnica, visando a revitalização do conjunto protegido - Fiscalize o uso apropriado desses bens, arbitrando e aplicando as sanções previstas em vigor O trabalho do Conpresp está interligado ao do DPH - DEPARTAMENTO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO, órgão da Secretaria Municipal de Cultura, criado por uma lei cujas atribuições são a identificação, proteção e fiscalização do patrimônio cultural e natural da cidade. O DPH e o Conpresp são órgãos autônomos, interdependentes e responsáveis pela preservação cultural e ambiental no Município, que trabalham em conjunto instruindo os processos de tombamento e deliberando sobre eles. O DPH também atua como órgão técnico consultivo ao Conpresp em seus despachos decisórios CIT - Cdastro de Imóveis Tombados 05/10/2021 INSTRUMENTO DE PROTEÇÃO DE PATRIMÔNIO CULTURAL De instrumentos de proteção do patrimônio são dispositivos de ordem diversa que visam garantir a preservação do bens de interesse cultural. O alcance deles pode ser internacional, nacional, estadual e municipal São estabelecidos por diferentes grupos e instâncias ao longo do tempo e constituem uma gama de alternativas a serem empregadas a depender da natureza do bem - INSTRUMENTOS INTERNACIONAIS - INSTRUMENTOS NACIONAIS, ESTADUAIS E MUNICIPAIS CARTAS PATRIMONIAIS - São recursos de cooperação internacional que visam criar parâmetros gerais de entendimento acerca de alguns temas relativos ao patrimônio cultural. Decorrentes de reuniões de países (que enviam os seus especialistas) Carta de Atenas 1931 Carta de Veneza 1964 Normas de Quito 1967 Recomendações de Paris 1968 Carta de Restauro 1972 Declaração de Estocolmo 1972 - insere a questão ambiental Carta de Nairóbi 1976 Carta de Burra 1980 Carta de Washington 1986 Recomendação de Paris 1989 Carta de Nara 1994 Recomendação da Europa 1995 Recomendações de Paris 2003 - As Cartas Patrimoniais devem ser sempre interpretadas no contexto cultural e histórico em que foram desenvolvidos - Não possuem cárater legislativo, tampouco são um receituário de procedimentos técnicos. As cartas são recomendações consensuais entre os países participantes e são fundamentadas no pensamento teórico do momento em que foram escritas, sem esgotar os temas as que se referem - São documentos válidos e entendidos como conceitos basilares para a preservação e conservação dos documentos históricos e culturais e que, portanto, podemos e devemos nos reportas a elas com segurança CARTAS PATRIMONIAIS As principais Cartas Internacionais em que nos baseamos e que devem ser consideradas na elaboração de projetos e planos de salvaguarda dos bens culturais são: 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. 8. 9. 10. 11. 12. 13. INSTRUMENTOS APLICADOS NO BRASIL Instrumentos Legais, Urbanísticos e de zoneamento e Tributários Alguns destes instrumentos foram estabelecidos pela esfera federale foram apropriados sem modificações pelas outras esferas (Tombamento), enquanto outros foram adequados pelas diferentes instâncias (Chancela de Paisagem X TICP) LEI: Tramitação no Legislativo (Força de Lei, impõe obrigações) Registro: Instrumento feito pelo decreto do Poder Executivo, não é lei. É uma movimentação interna (técnica) do órgão competente (IPHAN). Quem assina é o ministro ou o presidente. Assim essa autoridade pode eliminar a sua vigência Portaria (Chancela): Instrumento assinado apenas pelo órgão pertinente Instrumentos municipais (autonomia do município). Por exemplo em SBC não existem zoneamentos ambientais Tombamento Inventário do Patrimônio Cultural Registro das Áreas de Proteção Cultural Registro do Patrimônio Imaterial Chancela da Paisagem Cultural Termo de Ajustamento de Conduta Cultural - TACC INSTRUMENTOS FEDERIAS DE PROTEÇÃO DO PATRIMÔNIO CULTURAL - Tombamento (Decreto de Lei 25, 30 de novembro de 1937) Tombamento Inventário do Patrimônio Cultural Registro do Patrimônio Imaterial Zona Especial de Preservação Cultural - ZEPEC Levantamento e Cadastro Arqueológico - LECAM Termo de Ajustamento de Conduta Cultural - TACC Transferência de Direito de Construir - TDC - Chancela da Paisagem Cultural (Instituída pela Portaria IPHAN 127/2009. PDE São Paulo, Art 172 . Complementa outros instrumentos de preservação existentes . Objetivo de reconhecer uma porção peculiar do território nacional, representativa do processo de interação do homem com o meio natural, a qual a vida e a ciência humano imprimiram marcas ou atribuíram valores e deve obedecer ao disposto em legislação específica, assim como as legislações estadual e federal que regulam esse instrumento INSTRUMENTOS MUNICIPAIS DE PROTEÇÃO Tombamento PDE São Paulo, Art 172 - É o mais antigo instrumento de proteção em utilização no Brasil, tendo sido instituído pelo Decreto Lei n°25, de 30 de novembro de 1937 - O orgão que primeiro utilizou este intrumento foi o IPHAN (Federal), mas tem sido adotado pelas instâncias estaduais e municipais de proteção - Proíbe a destruição de bens culturais tombados, colocando-os sob vigilância do estado - Para ser tombado, um bem passa por um processo administrativo (abertura de processo de tombamento, pesquisa e pareceres, apresentação para análise do conselho do órgão, votação do conselho) até ser homologado pela autoridade pertinente Zona Especial de Preservação Cultural - ZEPEC, PDE São Paulo ART 61 - Porções do território destinadas a preservação, valorização e salvaguarda dos bens de valor histórico, artístico, arquitetônico, arqueológico e paisagístico - Esses bens podem se configurar como elementos construídos, edificações e suas respectivas áreas ou lotes; conjuntos arquitetônicos, sítios urbanos ou rurais; sítios arqueológicos, áreas indígenas, espaços públicos; templos religiosos; elementos paisagísticos e conjuntos urbanos Inventário do Patrimônio da Cultura, PDE São Paulo ART 172 - Instrumento de promoção e proteção do patrimônio cultural obedecerá ao disposto em legisção municipal específica, que se submeterá as disposições constantes no 1° do art 216 da Constituição - Objetiva promover a identificação de bens e manifestações culturais Registro das áreas de proteção cultural e territórios de interesse da cultura e da paisagem PDE São Paulo - Designação atribuída a área que concentram grande número de espaços, atividades ou instituições culturais, assim como elementos urbanos materiais, imateriais e de paisagem - Esses elementos são significativos para a memória e a identidade da cidade, formando polos singulares de atratividade social, cultural e turística de interesse para a cidadania cultural e o desenvolvimento sustentável - Sua permanência e vitalidade dependem de ações articuladas do Poder Público Registro do Patrimônio Imaterial - Lei Municipal n° 14.406 de 2007 -Instrumento baseado na Constituição Federal - Conjunto de procedimentos técnicos, administrativos e jurídicos realizados pelo Executivo, com vistas ao reconhecimento do patrimônio imaterial - Inscrição em Livros de Registro (dos saberes, celebrações, formas de expressão, sítios e espaços) e definição de políticas públicas de salvaguarda como forma de apoiar a sua continuidade Levantamento e Cadastro Arqueológico - 1970 -1992 - Convênio entre o DPH e o Museu Paulista "Programa de Arqueologia Histórica no Município de SP". Inicia-se a concepção do LECAM, estabelecimento do inventário dos bens arqueológicos e realização de prospecções sistemáticas na cidade de SP - 2014, inclusão do LECAM no Plano Diretor (PDE) - Banco de Dados do LECAM - 181 registros de sítios, ocorrências e prospecções negativas Termo de Ajustamento de Conduta Cultural - TACC PDE São Paulo Art 168 a 173 - Com pessoas físicas e jurídicas responsáveis pela reparação integral de danos ou descaracterizações causadas a bens, imóveis, áreas ou espaços protegidos em função de seu valor histórico e cultural - Tem por objetivo a recuperação de bens, imóveis, áreas ou espaços protegidos pelo seu valor histórico e cultural que tenham sofrido abandono ou intervenções Transferência de Potencial Construtivo - É o instrumento que permite transferir o potencial construtivo (Coeficiente básico) do lote ou gleba para outros lotes e glebas - Art 129. A expedição da Certidão de Transferência de Potencial Construtivo de imóveis enquadrados como ZEPEC- BIR fica condicionada a comprovação do estado de conservação do imóvel cedente, mediante manifestação
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