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Profª Drª Thaís Dalzochio Filo: Apicomplexa Classe: Sporozoa Família: Plasmodiidae Causado pelo Plasmodium falciparum, P. vivax, P. malarie e P. ovale (ocorrência apenas em países africanos). → parasitos obrigatoriamente intracelulares sp. Nomes comuns ou condição associada Características Plasmodium vivax Malária terçã benigna ou malária vivax Paroxismos a cada 48h Plasmodium ovale Malária terçã benigna ou malária ovale Idem P. vivax Plasmodium malariae Malária quartã ou febre quartã Paroxismos cíclicos a cada 72h Plasmodium falciparum Febre hemoglobinúrica, malária terçã maligna, malária falciparum Paroxismos cíclicos que ocorrem a cada 36 a 48h. MORFOLOGIA A morfologia dos trofozoítas, esquizontes (imaturos e maduros) e gametócitos (micro e macro) de cada espécie é descrita de acordo com suas características utilizando o método clássico de diagnóstico da malária – gota espessa. Espécie Parasita Formas encontradas no exame de gota espessa P. vivax Reticulócitos – hemácias jovens recém lançadas na corrente sanguínea Todas as formas do ciclo do parasito: merozoítas, trofozoítas, pré-ezquizontes, esquizontes e gametócitos P. falciparum Hemácias jovens e maduras Trofozoítas P. malariae Hemácias maduras Todas as formas P. ovale Hemácias jovens Todas as formas CICLO BIOLÓGICO Heteroxênico HD: mosquito do gênero Anopheles HI: homem Após a fêmea ingerir sangue do hospedeiro humano contendo as formas sexuadas do parasito (gametócitos), inicia-se a fecundação e formação de um zigoto no seu estômago. A partir do zigoto, resultam centenas de formas infectantes (esporozoítas) que migram para as glândulas salivares do inseto, as quais poderão ser inoculadas no ser humano no momento da picada. Ao picar um animal ou o homem, os mosquitos inoculam pequena quantidade de saliva contendo os esporozoítas. 30 minutos após a inoculação, os esporozoítas circulam livres pelo sangue, podendo alcançar o fígado. CICLO BIOLÓGICO Após alguns dias, milhares de novos parasitos são produzidos. A célula do fígado se rompe e os merozoítos têm acesso ao sangue onde invadem os glóbulos vermelhos. Novamente se multiplicam de forma assexuada, em ciclos variáveis (de 24 a 72h). Após alguns ciclos (3 ou 4) surgem os sintomas da doença. https://www.youtube. com/watch?v=s- SKYfERZd4 https://www.youtu be.com/watch?v=x yc4gZsHEGQ https://www.youtube.com/watch?v=s-SKYfERZd4 https://www.youtube.com/watch?v=xyc4gZsHEGQ HABITAT E TRANSMISSÃO Habitat Homem: esporozoítos na circulação sanguínea (breve) e no interior dos hepatócitos e das hemácias (diagnóstico laboratorial). Vetor: anofelino fêmea → epitélio, hemolinfa e glândulas salivares. Transmissão Picada do mosquito do gênero Anopheles (mosquito prego) infectado. Transfusão sanguínea, uso compartilhado de agulhas contaminadas e via congênita no momento do parto. EPIDEMIOLOGIA Endêmica Maior endemicidade: África → 90% na África tropical (transmissão não ocorre em temperaturas inferiores a 16°C e em altitudes superiores a 2000 m. 230 milhões de casos no mundo/ano → 630 mil mortes 1,7 milhões de mortes em crianças menores de 5 anos Brasil: notificação de 500 mil casos por ano (subnotificação) Amazônia brasileira: 99% dos casos registrados no país Nas Américas, Paraguai e Argentina receberam certificado de países livres da malária. Meta de erradicação do Brasil é para 2035 (PNCM, 2020). SINTOMATOLOGIA O fenótipo heterozigoto de anemia falciforme parece ser um fator protetor, devido à fragilidade da hemácia. DIAGNÓSTICO Gota espessa ou esfregaço sanguíneo Coletar a amostra de sangue preferencialmente no pico febril. Gota espessa: aumenta de 20 a 30 vezes a sensibilidade → mínimo 100 campos de imersão. Esfregaço delgado:mínimo de 200 campos Coloração pela coloração de derivados de Romanowsky QBC® Os ácidos nucleicos dos parasitas são corados pelo laranja de acridina. ParaSight-F® e ICT Malária Pf® (fitas de papel nitrocelulose contendo anticorpo monoclonal específicos). PCR Plasmodium vivax TRATAMENTO E PROFILAXIA Tratamento Quinina, cloroquina, primaquina,doxiciclina e clindamicina. Dose e duração do tratamento variam de acordo com o tipo de infecção e condições do paciente – manual do Ministério da Saúde. Profilaxia Proteção individual Uso de inseticidas repelentes Telas em portas e janelas Vacina (ver link notícia – material complementar) O parasito digere a Hb da célula hospedeira para obtenção de aminoácidos essenciais. Para se proteger, o parasito polimeriza o heme em hemozoína (não tóxica), que é sequestrada nos vacúolos digestivos do parasito. O processo libera altas quantidades de heme, que é tóxico ao parasito. A cloroquina previne a polimerização à hemozoína. O acúmulo do heme resulta na lise do parasito e da hemácia. Hemoglobina Heme Aminoácidos Cloroquina Hemozoína Acúmulo do heme REFERÊNCIAS CIMERMAN, B.; CIMERMAN, S. Parasitologia humana. 2 ed. São Paulo: Atheneu, 2010. FERREIRA, M. U. Parasitologia contemporânea. 2ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2021. REY, L. Bases da parasitologia médica. 3ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. ZEIBIG, E. A. Parasitologia clínica: uma abordagem clínico-laboratorial. 2 ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2014. PROFª DRª THAÍS DALZOCHIO 16
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