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TÉCNICA DIETÉTICA DE HORTALIÇAS E FRUTAS Roseli Lopes da Silva OBJETIVOS Definir e classificar hortaliças e frutas; Conhecer as características do grupo das hortaliças e frutas; Verificar os cuidados que devem ser adotados desde a aquisição até o preparo desses gêneros; Conhecer os diferentes pigmentos presentes nesses grupos, bem como a influência dos métodos de preparo sobre eles HORTALIÇAS São plantas ou partes de plantas que servem para o consumo humano, como folhas, flores, frutos, caules, sementes, tubérculos e raízes. Denominação genérica para verduras e legumes Verduras Legumes CLASSIFICAÇÃO BOTÂNICA Folhas agrião, aipo, alface, almeirão, couve, espinafre, repolho, couve Sementes ervilha, milho-verde, vagem; Raízes e Tubérculos beterraba, cenoura, mandioca, mandioquinha, rabanete, batata, cará, inhame, batata- doce Bulbos alho, cebola, alho-poró Flores alcachofra, brócolis, couve- flor Frutos abóbora, abobrinha, berinjela, chuchu, jiló, pepino, pimentão, quiabo, tomate, maxixe Caules acelga, aipo, aspargo, palmito. CLASSIFICAÇÃO SEGUNDO AO TEOR DE CARBOIDRATOS Grupo A • Contém de 5% a 10% de carboidratos • Abobrinha, agrião, acelga, alface, berinjela, brócolis, broto de bambu, cebolinha, coentro, couve, couve-flor, espinafre, jiló, maxixe, rabanete, repolho, salsa, taioba, tomate Grupo B • Contém de 10% a 20% de carboidratos • Abóbora, barbana, beterraba, cenoura, chuchu, ervilha-verde, nabo, quiabo, couve-de-bruxelas, vagem Grupo C • Contém mais de 20% de carboidratos • Aipim, araruta, mandioquinha, cará, batata-doce, batata-baroa, cogumelo, fruta-pão, inhame, milho, pinhão (37%) Hortaliças do mesmo grupo se equivalem apenas em calorias e não em relação em vitaminas e minerais. VALOR NUTRITIVO Fontes: Vitaminas, Minerais e fibras Proteínas: 1-3% Lipídios – pouco / não relevantes Carboidratos: 4-24% Consumir de preferência as hortaliças que estão em seu estágio ótimo de maturação e durante o período de safra, pois o valor nutricional é melhor, além disso o custo de compra e o desperdício com o processamento são menores. FATORES ANTINUTRICIONAIS Ácido oxálico e ácido fítico Dificulta a absorção de: Fe, Ca, Zn e Mg formação de compostos insolúveis. Fontes: Hemaglutininas Desnatura proteínas (proteases) Calor inativa Fonte: soja Ácido oxálico cenoura, couve-flor, espinafre, repolho; Ácido fítico aipo, cebola, espinafre FATORES ANTINUTRICIONAIS Saponinas sabor amargo, capazes de produzir espuma e hemólise dos eritrócitos in vitro. Fontes: aspargo, açafrão, espinafre. Solanina Tóxico Parcialmente destruído pela cocção (remoção) Fontes: brotos de batata FATORES ANTINUTRICIONAIS Ácido cianidrico Venenoso Fontes: Mandioca brava Preparação da farinha evapora o ácido ENZIMAS Responsáveis pelas transformações relacionadas às várias modificações que ocorrem nos vegetais PIGMENTOS CLOROFILA Em meio ácido: se transforma em feofitina (verde oliva /marrom) - Mg presente é substituído por 2 H Vegetal é cozido em panela tampada ác. orgânicos presentes no vegetal, evaporados, entram em contato com a tampa e decantam, acidificando a água de cocção. CLOROFILA Em meio alcalino (perda do grupo fitol): verde intenso (clorofilina) Aumento do pH superior a 8 provoca um amaciamento excessivo do vegetal pela hidrólise da pectina Bicarbonato de sódio : ↓Vit. hidrossolúveis CAROTENÓIDES Cor: Laranja ou avermelhado Estáveis: ph ácido e alcalino e cocção Sensíveis: luz, oxidação, temp. extremas Por serem lipossolúveis, o processo de cocção em óleos ou gorduras torna-se interessante para otimizar a sua extração da matriz celular, aumentando a sua biodisponibilidade. BETALAÍNAS Dividem-se em pigmentos: vermelhos (betacianina) amarelos (betaxantina) Estáveis: pH ácido Sensíveis: luz, oxidação, altas temp. e longa cocção Solúveis em água (interessante usar a água de cocção no preparo de molhos e sobremesa FLAVONAS Cor: Branca ou amarela Meio ácido: brancas Meio alcalino: amareladas Cozimento prolongado: escurece Cocção com pouca água, recipientes destampados e fogo brando Evitar perda por dissolução TANINOS Cores variadas do branco ao marrom Não são considerados, propriamente, pigmentos, mas são sensíveis e alteram a cor das hortaliças sob determinadas condições. Meio alcalino e oxigênio: escurecem Meio ácido: não se altera Sabor: adstringente MODIFICAÇÃO DOS PIGMENTOS PELA COCÇÃO CUIDADOS NA AQUISIÇÃO E RECEBIMENTO CUIDADOS NA AQUISIÇÃO E RECEBIMENTO CUIDADOS NA AQUISIÇÃO E RECEBIMENTO Antes de consumidas, as hortaliças devem ser bem lavadas e higienizadas, e quando necessário, descascadas, de preferência no momento do consumo para que não haja perda nutritiva e sensorial; Cuidado com o desperdício no momento do pré- preparo; Procure utilizar partes não convencionais dos alimentos nas preparações culinárias. COMO MINIMIZAR A PERDA DE NUTRIENTES? Monitorar as etapas de higienização e sanitização; Realizar o fatiamento próximo ao horário de servir e em pedaços maiores; Realizar o cozimento, preferencialmente, a vapor, por pressão ou refogado em óleo; COMO MINIMIZAR A PERDA DE NUTRIENTES? Realizar a cocção em água com quantidade suficiente apenas para cobrir as hortaliças; Monitorar o tempo e temperatura de cocção; Evitar que as hortaliças permaneçam expostas às condições do ambiente por tempo prolongado, entre as etapas de preparo e distribuição. Utilização de utensílios e equipamentos MÉTODOS DE COCÇÃO CALOR ÚMIDO Cocção em fogo brando: novas e tenras (pouco tempo) Cocção por ebulição: menos novas (+ tempo) Cocção por pressão: endurecidas ou naturalmente compactas. Cocção no vapor (estufa): hortaliças compactas (pouco tempo e poucas perdas) MÉTODOS DE COCÇÃO CALOR SECO Assada: não há perdas por dissolução Frituras: cruas (cozinhar em fritura) – muito tempo previamente cozida (dourado superficial) MÉTODOS DE CONSERVAÇÃO Congelamento; Branqueamento (inativa enzimas deteriorantes – choque térmico); Produção de conservas; Desidratação; Enlatamento (hermeticamente fechado, altas temperaturas e pressão); BRANQUEAMENTO FINALIDADE: Preservar os nutrientes, ativar a cor e evitar o desperdício dos alimentos. Produz a inativação de enzimas. APLICAÇÃO NA TÉCNICA DIETÉTICA FRUTAS FRUTAS Parte polposa que envolve a semente de plantas. Possui aroma característico, é rica em suco, normalmente de sabor doce e pode, na maioria das vezes, ser consumida crua. CLASSIFICAÇÃO/ QUALIDADE Extras elevada qualidade, sem defeitos, bem desenvolvidas e maduras, tamanho, cor e conformação uniformes Não permitido: manchas e defeitos na casca. De primeira o boa qualidade, sem defeitos sérios o tamanho, cor e conformação uniformes o Pequenas manchas CLASSIFICAÇÃO/ QUALIDADE De segunda Boa qualidade , ligeiros defeitos na cor ou conformação (não prejudica a aparência da fruta). Casca não pode estar danificada, não pode haver rachadura apenas pequenas manchas. De terceira o Fins industriais o Rachaduras, cicatrizes, pequenos defeitos e manchas na casca. CLASSIFICAÇÃO/ TEOR DE GLICÍDIOS Grupo A Contém entre 5% e 10% de carboidratos Abacaxi, açaí, araçá, biribá, buriti, caju, carambola, cúbio, goiaba, groselha, melancia, melão, morango, pitanga, uvaia, umbu, abiu, abricó, bacaba, cajá, jaca, jambo,laranja, lima, limão, maracujá, pêssego, pitanga, romã, taperibá, tucumã Grupo B Contém de 10 a 15% de carboidratos Abacate (16% de gordura), ameixa, amora, bacuri, cereja, condessa, cupuaçu, cutitiribá, damasco, figo, framboesa, fruta- do-conde, graviola, umbu, jamelão, maçã, manga, mamão, mangostão, pariri, pera, sapoti, banana, caqui, fruta-pão, ingá, mangarito, marmelo, nêspera, pequi, pupunha, uva Especiais Contém 35% de carboidratos: tuturubá, uchi Contém 53% de carboidratos: tamarindo VALOR NUTRICIONAL Semelhante aos das hortaliças CH: glicose, frutose, amido, pectina e celulose Mais ricas em açúcares mais simples: mono e dissacarídeos, açúcares solúveis (mais doce) Variação: espécie, amadurecimento, solo, cuidados na colheita e conservação Fontes de vitaminas C Apresentam compostos antioxidantes SABOR E AROMA Sabor adocicado: frutose, os ácidos orgânicos, os compostos fenólicos e os ésteres Ácidos orgânicos Málico: maçã, pera, morango, pêssego Tartárico: uva Cítrico: limão, laranja Oxálico: morango, laranja, abacaxi Benzoico: ameixa CONSISTÊNCIA É dada pela celulose e por compostos pécticos que constituem a sua estrutura CONSISTÊNCIA Frutas verdes Protopectina: substância sólida e insolúvel que tem a função consolidante de manter unidas as moléculas de celulose. Frutas maduras Pectina, substância solúvel e com propriedade de formar gel, que predomina na casca e ao redor das sementes (aspecto gomoso e característico). Frutas desintegradas: ácido péctico. AMADURECIMENTO NATURAL DAS FRUTAS Modificações físicas e químicas Modificação da cor com intensificação do colorido. Abrandamento da parte polposa Transformação da pró-pectina = pectina Amido em açúcares solúveis Amadurecimento – ↓ a acidez da fruta, a pró- pectina → pectina → ácido péctico, ocasionando a desintegração da fruta por falta de elemento “cimentante”. AMADURECIMENTO ARTIFICIAL Etileno: hormônio natural da frutas Estimula: metabolismo celular, acelerando o amadurecimento, sem alterar gosto, textura ou aparência. Essa técnica é empregada em limão, laranja, abacaxi, banana, tâmara, caqui e tomate Apesar de não existirem grandes diferenças, o amadurecimento artificial diminui o teor de vitaminas, principalmente a vitamina C FRUTOS CLIMATÉRICOS E NÃO CLIMATÉRICOS CUIDADOS NA AQUISIÇÃO/ PREPARO Cascas: protegem contra perdas de vitaminas por oxidação, dissolução e da contaminação Frutas colhidas madura tem + Vit C Frutas colhidas antes do amadurecimento devem ser armazenadas a temperatura ambiente até chegar ao grau desejado Exposição a luz e oxigênio: oxidação CUIDADOS NA AQUISIÇÃO/ PREPARO Após descascadas: escurecimento enzimático (Retardado pelo ácido ascórbico) Armazenamento: refrigeração Congelamento: formação de cristais HIGIENIZAÇÃO PREPARO Cruas Frutas ricas em enzimas proteolíticas: se batidas com leite consumir imediatamente. Ex.:mamão, abacaxi e figo Cocção: tornar mais fácil a digestão Necessidade de utilizar o excesso de safra. Impossibilidade de estocar as frutas ao natural por longo tempo. Frutas colhidas ou caídas verdes Preparações de frutas que se destinam a crianças ou enfermos Desejo de variar o cardápio LEITURA COMPLEMENTAR Técnica Dietética – Leise Nascimento (Capítulo 8) Nutrição e Técnica Dietética - Sônia Tucunduva Philippi (Capítulo 7 e 8) Técnica Dietética – Seleção e preparo de alimentos – Liosete Ornellas (Capítulo 8)
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