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ELAINE ARAÚJO DE MELO
RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO (I) EM SERVIÇO
SOCIAL
Faculdade Estácio
Rio de Janeiro
2020
FACULDADE ESTÁCIO
CURSO DE SERVIÇO SOCIAL
Relatório de Estágio Supervisionado (I)
__________________________
Elaine Araújo de Melo
Rio de Janeiro
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 1
CAPÍTULO I
1 DESCRIÇÃO DA INSTITUIÇÃO 3
1.1 Prêmios 5
1.2 Gestão e estrutura organizacional 6
CAPÍTULO II
2 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL 8
2.1 Revisão teórica 8
2.2 Setor de atuação: projeto Agencia de Famílias 10
2.3 Área de atuação 12
2.4 Atividades e tarefas desenvolvidas 13
2.5 Relação dos conceitos estudados e prática 14
REFERÊNCIAS 15
1
INTRODUÇÃO
O presente relatório é referente à disciplina de Estágio Supervisionado I,
sendo requisito para aprovação de tal disciplina.
Foi por meio do estágio que realizei o primeiro contato com a profissão, o qual
proporcionou um aperfeiçoamento profissional e intelectual por meio de
experiências, oportunidades de ação de campo e aproximação com a concreta
realidade.
O principal objetivo do relatório de estágio é apresentar as atividades
desenvolvidas, assim como os aprendizados e informações adquiridas durante o
período do estágio.
Tabela 1 – Dados do Estágio Supervisionado I.
DADOS DO ESTÁGIO
ORGANIZAÇÃO Banco da Providência
ENDEREÇO
Agência de Família Vila Kennedy: Avenida Etiópia,
s/n, Paróquia Cristo Operário, Bangu, Rio de
Janeiro/RJ - CEP: 21850-390.
SUPERVISORA Ana Paula de Souza Figueiredo (Assistente Social)
SETOR DE ATUAÇÃO Projeto Agência de Famílias
ÁREA DE ATUAÇÃO Política de Assistência Social
PERÍODO 29/09/2020 a 15/12/2020
CARGA HORÁRIA 154 hrs.
REALIZADO Às Segundas e Quartas-feiras, 6 horas/dia.
Fonte: da própria autoria, 2020.
A Agência de Família consiste na fase 1 – Desenvolvimento Humano – da
metodologia do Programa de Inclusão Social para jovens, adultos e famílias que
vivem em situação de pobreza extrema na cidade do Rio de Janeiro, o qual é
realizado nas comunidades, a fim de proporcionar às famílias cursos de formação
para o mundo do trabalho; cabe mencionar que o programa consiste em três fases,
sendo as posteriores:
Fase dois: Dimensão de Capacitação para o Trabalho – Agência de
Capacitação.
Fase três: Dimensão para geração de trabalho e renda – Agência de
Empreendedorismo.
2
Todos os usuários passam pelas três fases supramencionadas, e na
finalização recebem certificado.
Até o final do curso terei estagiado em todas as fases – estágio
supervisionado II corresponde à fase 2, e o estágio supervisionado III corresponde à
fase 3 – será muito importante para a minha qualificação profissional, sendo
complementar aos conceitos teóricos aprendidos.
O presente relatório trata-se da etapa I do estágio supervisionado, sendo um
momento de efetuar as primeiras observações e análises, assim como a
compreensão da equipe técnica e questionamentos relacionados à rotina dos
Assistentes Sociais; foi um momento de aprimoramento dos conhecimentos teóricos
adquiridos, com atuação ativa, porém, não tão intensificada. Ao longo do estágio,
desenvolvi o meu Diário de Campo, pelo qual fiz os meus registros para,
posteriormente, poder organizá-los, inferi-los e fundamentá-los.
O trabalho está dividido em dois capítulos: o primeiro aborda a descrição da
organização, no caso Banco da Providência, incluindo os prêmios recebidos, gestão
e estrutura organizacional; o segundo aborda o estágio supervisionado em Serviço
Social, incluindo revisão teórica, setor e área de atuação, atividades e tarefas
desenvolvidas, relação da teoria e prática.
3
CAPÍTULO I
1 DESCRIÇÃO DA ORGANIZAÇÃO
O Banco da Providência é uma organização social sem fins lucrativos, a sua
sede é localizada na cidade do Rio de janeiro, precisamente na Rua dos Arcos, nº
54, bairro Lapa. Foi criado em 1959 por Dom Hélder Câmara, tornando-se referência
no atendimento das demandas sociais, sendo que a empresa é situada em 5 bairros
que contem 60 comunidades com os mais baixos índices de desenvolvimento
humano (IDH).
A maior parte da receita do Banco da Providência é decorrente do patrocínio1
de instituições como: Bradesco, GL Events, Sistema FIRJAN, SEBRAE, Instituto Phi,
Instituto Cyrela, Instituto CSH, Fundação BRAVA etc., além do apoio da prefeitura do
Rio de Janeiro e da Eletrobras Furnas.
Dom Hélder não pretendia apenas criar uma instituição para ajudar as
pessoas mais pobres, mas sim inovar em questão de relacionamento da população,
visando um mundo justo, solidário e fraterno, superando a exclusão social
(NASCIMENTO, 2009).
De acordo com Nascimento (2009), o criador do Banco da Previdência tinha
um ideal inovador para a época – anos 50 – foi pioneiro na ação social, tendo quatro
elementos chaves na criação de tal organização, são eles:
1. Sociedade civil organizada: com a junção dos segmentos de
representantes da sociedade, tais como poder público, instituições
militares, formadores de opinião, corpo diplomático, lideranças locais,
entre outros.
2. Responsabilidade social: doação de recursos e implementação de um
ideal que consiste em colaboração para a redução da pobreza; ações
tomadas pelos empresários para tais fins.
3. Projeto autossustentável: a Feira da Providência consiste em um evento
que promove a solidariedade social.
4. Trabalho voluntário: rede de parceiros que exercem a prática da
solidariedade.
1 Disponível em: https://www.bancodaprovidencia.org.br/parceiros. Acesso em: 29 dez.2020.
https://www.bancodaprovidencia.org.br/parceiros
4
Citando os valores do Banco da Providência, “reconhecimento da dignidade
da pessoa humana. Aceitação da diversidade. Crença na capacidade humana de
progredir. Solidariedade pessoal e social. Ética e transparência nos
relacionamentos” (BANCO DA PROVIDÊNCIA, 2017, online). Nascimento (2009)
complementa e destaca alguns valores presentes na ação de tal organização:
1. Assistência como Direito: no final dos anos 50, a assistência não era
destinada a todos os indivíduos que necessitavam, mas apenas para
alguns como, por exemplo, os que possuíam carteira assinada, pertenciam
a determinados institutos, entre outros. Assim, o Banco da Providência
mudou essa realidade da época e disponibilizou a assistência para todos
que necessitam. Além disso, “antecipa o debate que culminou na
promulgação da Constituição Cidadã de 1988, que traz para o público o
conceito de universalização da assistência e promove o Sistema Único de
Saúde - SUS, e o Sistema Único de Assistência Social – SUAS”
(NASCIMENTO, 2009, p. 3).
2. Conceito de Assistência e o Pensamento de Dom Helder: novo ideal que
consiste na transformação da exclusão e limitação social.
3. Metodologia aplicada, elaboração de um programa capaz de:
Não rodar apenas em torno dos problemas das instituições a que se
pertence; por mais importantes que as instituições sejam, maior é a
humanidade a quem nos cabe servir; caminhar significa mover-se e ajudar
muitos outros a moverem-se no sentido de tudo fazer por um mundo mais
justo e humano (NASCIMENTO, 2009, p. 3).
O Banco da Providência tem como missão e visão:
MISSÃO: Contribuir coletivamente para a redução da desigualdade social e
promover o desenvolvimento humano de jovens, adultos e famílias
residentes nas comunidades do Município do Rio de Janeiro por meio do
acolhimento, capacitação para o trabalho, geração de renda e
fortalecimento das lideranças locais.
VISÃO: “ser reconhecido, como Instituição que promove acesso a direitos
humanos e sociais, de forma articulada aos atores locais, contribui na
formulação das políticas públicas e dissemina a cultura de gestão”.
(https://www.bancodaprovidencia.org.br/quemsomos) Acessado em 28 de
dezembro de 2020.
5
1.1 Prêmios
Vencedora de muitos prêmios, destaca-se como ONG no Brasil, sendo que
durante três anos consecutivos – 2017, 2018 e 2019 – foi considerada uma das 100
melhores ONGs do Brasil; também conquistou o selo ONG Transparente, em 2018,
e Selo Doar, em 2018 e 2019. Cabe frisar,em relação à transparência, que em seu
site oficial são divulgados os relatórios de resultados, de 2012 a 2019, além do
demonstrativo financeiro, contendo os balanços patrimoniais referentes a 2018 e
2019 – de forma resumida – assim como Demonstrativos de Resultado (DRE),
mutações do patrimônio líquido e fluxos de caixa.
A lista de prêmios2 é extensa, pode ser verificada logo a seguir:
● 1982: Peace Limited Editron “Prêmio ILARIA ALPI – XII Edizione.
● 1994: Prêmio Leopoldo Kunsechak: Outorgado ao Ambulatório da
Providência, pelo Governo da Áustria, como reconhecimento a entidades e
personalidades que se destacaram em pesquisas em prol do bem-estar da
humanidade.
● 1997: Prêmio São Sebastião de Cultura: outorgado, ao Ambulatório da
Providência, pela Associação Cultural da Arquidiocese do Rio de Janeiro,
Categoria Obra Social.
o Prêmio Paulo Freire – Outorgado ao Centro da Providência, pelo Ministério
do Trabalho e FIRJAN, em reconhecimento à abrangência na área da
capacitação de trabalhadores.
o Homenagem na comemoração dos 60 anos de fundação da Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro e 25 anos Curso de Mestrado em
serviço Social.
● 2000: Prêmio Categoria Ação Social – Outorgado pela Arquidiocese do Rio de
Janeiro. 
● 2001: Prêmio Bem Eficiente – Outorgado ao Banco da Providência por Kanitz
& Associado, como reconhecimento as 50 melhores Entidades Beneficentes e
Sem fins Lucrativos do país.
● 2002: CBCISS – Certificado do Seminário Nacional do Bem Estar – Terezinha
Arnaut.
2 Disponível em: https://www.bancodaprovidencia.org.br/quemsomos. Acesso em: 28 dez. 2020.
https://www.bancodaprovidencia.org.br/quemsomos
6
● 2004: Prêmio Jacaré de Ouro – Outorgado por Prêmio Caio 2004 na categoria
Evento de Responsabilidade Social.
● 2005: LionsClub Roma Host – Prêmio Embaixadora da Paz dado pela
Prefeitura de Roma.
o Medalha de Mérito Pedro Ernesto – Câmara Municipal RJ- Vereador Marcio
Pacheco - 46 anos Fundação Banco da Providência.
● 2006: Dia Internacional da Mulher Troféu Mulher 2006 - Medalha de Mérito da
mulher- Entregue pela Governadora Rosinha Garotinho.
o UNESCO - Personalidades Cidadania para Marina Araújo, Diretora Geral.
o Prêmio Mulher pela Paz (Programa Renovação – Rádio Catedral)
Deputado Hugo Leal.
o Personalidades Cidadania – Entregue pela Folha Dirigida “O Banco da
Providência no voluntariado, a afirmação dos Princípios da cidadania
plena”.
● 2010: Prêmio São Sebastião 100 anos de Dom Helder Câmara .
● 2014: MOÇÃO DE APLAUSO – Práticas Sustentáveis na Feira da Providência
- INSTITUTO EVENTOS AMBIENTAIS – IEVA.
● 2019: Certificado de Tecnologia Social – Prêmio Fundação Banco do Brasil de
Tecnologia Social 2019.
1.2 Gestão e estrutura organizacional
Segundo o site do Banco da Providência, a sua gestão é comprometida com a
causa social, sendo o foco de sua cultura as metas. Em 2003, realizou-se a primeira
capacitação em gestão pelo Instituto de Desenvolvimento Gerencial (InDG, atual
Falconi), assim ferramentas de gestão foram aplicadas, resultando no Programa de
Inclusão Social, sendo que todas as ações visam o social.
Os resultados3 obtidos - analisando os anos de 2010 e 2018 - foram:
Famílias que superaram a pobreza extrema: crescimento de 43% (2010) para
71% (2018), portanto, ocorreu um acréscimo de 28%.
Famílias que superaram a bolsa família: crescimento de 39% (2010) para 62%
(2018), portanto, ocorreu um acréscimo de 23%.
3 Disponível em: https://www.bancodaprovidencia.org.br/transparencia. Acessado em: 28 de dez. 2020.
https://www.bancodaprovidencia.org.br/transparencia
7
Famílias que passaram a gerar renda: crescimento de 45% (2010) para 78%
(2018), portanto, ocorreu um acréscimo de 33%.
Através dos dados estatísticos supramencionados, verificam-se resultados
promissores relacionados às ações sociais.
Figura 3 - Estrutura Organizacional Banco da Providência, 2020.
FONTE: Site oficial Banco da Providência, 2020.
8
CAPÍTULO II
2 ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM SERVIÇO SOCIAL
2.1 Revisão teórica
Incluído no Projeto Político-Pedagógico, sendo uma atividade curricular
obrigatória, o qual é instituído pelas Diretrizes Curriculares (Associação Brasileira de
Ensino e Pesquisa - ABEPSS) do curso de Serviço Social, assim como na resolução
n°. 533 de 2008 do Conselho Federal de Serviço Social (CFESS apud BABIUK;
FACHINI, 2015, p. 3), o qual aborda a supervisão direta; segundo o parágrafo 1º do
artigo 4º da referida resolução, a supervisão é assimilada como a “conjugação entre
a atividade de aprendizado desenvolvida pelo aluno/a no campo de estágio, sob o
acompanhamento direto do supervisor de campo e a orientação e avaliação a serem
efetivadas pelo/a supervisor vinculado a instituição de ensino”.
Diante de tal cenário, a Política Nacional de Estágio (PNE apud BABIUK;
FACHINI, 2015) – elaborada coletivamente e sistematizada em 2009 pela ABEPSS –
aponta que o estágio supervisionado em Serviço Social é composto por:
supervisor(a) acadêmico(a), supervisor(a) de campo e estagiário(a). Sendo que as
atribuições e competências aplicadas a cada um(a) são:
- Supervisor(a) acadêmico(a): orientação e avaliação do aprendizado do(a)
estagiário(a), com vistas a qualificação do discente “durante o processo de formação
e aprendizagem nas dimensões teórico-metodológicas, ético políticas e
técnico-operativas da profissão, em conformidade com o plano de estágio” (2015, p.
3).
- Supervisor(a) de campo: acompanhamento, orientação e avaliação do(a)
estagiário(a) no campo de estágio, de acordo com o plano de estágio
preestabelecido.
Sendo que a supervisão em Serviço Social é cabível ao profissional graduado
em Serviço Social, de acordo com a alínea VI do artigo 4º da Lei 8.662.
Cabe frisar que a comunicação entre supervisão de campo e acadêmica são
frequentes e deve existir a “relação direta, sistemática e contínua entre as
9
Instituições de Ensino Superior, as instituições campos de estágio e os Conselhos
Regionais de Serviço Social, na busca da indissociabilidade entre formação e
exercício profissional” (CFESS, Resolução 533/2008 apud BABIUK; FACHINI, 2015,
p. 3). Além disso,
A supervisão de estágio na formação em Serviço Social envolve duas
dimensões distintas, mas não excludentes de acompanhamento e
orientação profissional: uma supervisão acadêmica que caracteriza a prática
docente e, portanto, sob responsabilidade do/a professor/a supervisor/a no
contexto do curso e a supervisão de campo, que compreende o
acompanhamento direto das atividades prático-institucionais da/o estudante
pelo/a Assistente Social, nos campos de estágio (PNE/ABEPSS apud
BABIUK; FACHINI, 2015, p. 3).
Portanto, a supervisão acadêmica e de campo são complementares, sendo
que cada uma abrange a sua especificidade. Não consiste em apenas “ensinar” o
conteúdo teórico e o prático, acatando que:
A atividade de supervisão direta do estágio em Serviço Social constitui
momento ímpar no processo ensino-aprendizagem, pois se configura como
elemento síntese na relação teoria-prática, na articulação entre pesquisa e
intervenção profissional e que se consubstancia como exercício
teórico-prático, mediante a inserção do aluno nos diferentes espaços
ocupacionais das esferas públicas e privadas, com vistas à formação
profissional, conhecimento da realidade institucional, problematização
teórico-metodológica (CFESS, Res. 533/2008 apud BABIUK; FACHINI,
2015, p. 3).
Santana (apud BABIUK; FACHINI, 2015, p.4) afirma que:
Considerando o Serviço Social como uma profissão de caráter interventivo
face à realidade, a importância do estágio reflete a compreensão de que é
no movimento do real que as práticas são gestadas, as possibilidades
criadas a partir da inserção para/no exercício do processo de trabalho do
Serviço Social.
10
Portanto, é primordial que o(a) estagiário(a) possua um posicionamento
investigativo, analítico, crítico e interventivo, que deve vislumbrar a construção de
conhecimentos coletivos, qualificando a sua formação,através da vivência de
situações presentes na rotina profissional, possibilitando a identificação das relações
de força, os sujeitos, assim como as contradições existentes na realidade social
(PNE/ABEPSS apud BABIUK; FACHINI, 2015).
[...] a Supervisão de estágio é essencial à formação do aluno de Serviço
Social, enquanto lhe propicia um momento específico de aprendizagem, de
reflexão sobre a ação profissional, de visão crítica da dinâmica das relações
existentes no campo institucional. (BURIOLLA apud BABIUK; FACHINI,
2015, p.4).
O estágio supervisionado possibilita que o(a) estagiário(a) vivencie a rotina de
profissionais da área de serviço social, criando assim a sua própria identidade
profissional.
2.2 Setor de atuação: projeto Agencia de Famílias
Existem 8 Agências de Famílias localizadas em comunidades, sendo
proporcionadas oportunidades de capacitação nos cursos do SENAI, além de
receberem mentorias com os consultores do SEBRAE. São matriculadas 70 famílias
por ano em cada agência; portanto, em 2020, foram abertas 560 vagas nas
Agências de Famílias.
Segundo o site do Banco da Providência4, as Agências de Famílias são
dividas entre 6 CRAS - Cidade de Deus, Maré, Pavuna, Penha, Vila Kennedy - e 2
em Paróquias - Realengo e Vila Kennedy.
Para melhor entendimento a respeito do Centro de Referência de Assistência
Social (CRAS), cabe citar a sua definição situada no sítio do Ministério de
Desenvolvimento Social e Agrário:
4 Disponível em:
https://www.bancodaprovidencia.org.br/single-post/2020/03/12/Hist%C3%B3rias-que-inspiram-Victor-
Nunes-1. Acesso em 28 dez. 2020.
https://www.bancodaprovidencia.org.br/single-post/2020/03/12/Hist%C3%B3rias-que-inspiram-Victor-Nunes-1
https://www.bancodaprovidencia.org.br/single-post/2020/03/12/Hist%C3%B3rias-que-inspiram-Victor-Nunes-1
11
[...] é a porta de entrada da Assistência Social. É um local público,
localizado prioritariamente em áreas de maior vulnerabilidade social, onde
são oferecidos os serviços de 12 Assistência Social, com o objetivo de
fortalecer a convivência com a família e com a comunidade.
(http://mds.gov.br/assuntos/assistenciasocial/unidades-de-atendimento/cras)
Acessado em 28 de dezembro de 2020.
Grande parte dos projetos é coordenada por assistentes sociais, ou
psicólogos, sendo as principais atividades atribuídas aos assistentes sociais: gestão,
educação, coordenação, entrevistas e encaminhamentos para postos de trabalho.
Os mesmos trabalham trinta horas semanais e são contratados de acordo com a
Consolidação das Leis Trabalhistas.
Como citado anteriormente, a Fase 1 foi desenvolvida no Estágio
Supervisionado I, sendo assim, segue o seu detalhamento:
Tal fase consiste em desenvolver em seus participantes a capacidade de
comunicação, de acessar direitos humanos e sociais, além da integração em
políticas públicas; confiança na capacidade profissional; protagonismo para acessar
novas oportunidades.
A seleção das famílias acontece por meio da parceria técnica da
SMASDH/Prefeitura, de acordo com o cadastro do Programa Bolsa Família.
O público-alvo são famílias com renda familiar per capita coincidente com a
linha de pobreza extrema, que possua pelo menos uma pessoa em idade e
condições físicas de se capacitar para gerar renda em atividades formais ou
informais, além de ser necessário residir em área localizada no entorno das
Agências de Famílias.
A Constituição Federal de 1988, a Política Nacional de Assistência Social
(PNAS), o Estatuto do Idoso e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) são
utilizados pelos assistentes sociais a fim de respaldarem suas intervenções.
O curso de formação abrange 4 núcleos de temas:
1) Habilidades socioemocionais para o desenvolvimento pessoal:
Identidade; autoestima; disciplina; comprometimento; cooperação;
organização; persistência e perseverança em percorrer o próprio caminho;
trabalho em equipe. 2) Comunidade, Pertencimento e Participação;3)
Oportunidades para Transformar Situações de Vida; 4) Ação: Elaboração de
Planos de atitudes.
12
(https://www.bancodaprovidencia.org.br/single-post/2020/03/12/Hist%C3%B
3rias-que-inspiram-Victor-Nunes-1) Acessado em 28 de dezembro de 2020.
Quando a Fase 1 é finalizada, os participantes são encaminhados para a
Agência de Capacitação.
2.3Área de atuação
Está interligada às políticas sociais públicas referentes à Política Nacional de
Assistência Social (PNAS), tendo como objetivo principal o atendimento de
indivíduos que procuram por acesso aos direitos sociais. Para melhor compreensão,
cabe citar o artigo 1945 da Constituição Federal: “A seguridade social compreende
um conjunto integrado de ações de iniciativa dos poderes públicos e da sociedade,
destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência
social”. A legislação caracteriza os objetivos da Assistência Social, conforme
verifica-se no artigo 2036:
A assistência social será prestada a quem dela necessitar,
independentemente de contribuição à seguridade social, e tem por
objetivos: I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência
e à velhice; II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; III - a
promoção da integração ao mercado de trabalho; IV - a habilitação e
reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua
integração à vida comunitária; V - a garantia de um salário mínimo de
benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que
comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la
provida por sua família, conforme dispuser a lei.
6 Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2020/art_203_.asp#:~:text=V%20
%2D%20a%20garantia%20de%20um,fam%C3%ADlia%2C%20conforme%20dispuser%20a%20lei.
Acesso em: 29 dez. 2020
5 Disponível em:
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_194_.asp#:~:text=CON
STITUI%C3%87%C3%83O%20DA%20REP%C3%9ABLICA%20FEDERATIVA%20DO%20BRASIL&t
ext=Disposi%C3%A7%C3%B5es%20Gerais-,Art.,previd%C3%AAncia%20e%20%C3%A0%20assist
%C3%AAncia%20social. Acesso em: 29 dez. de 2020.
https://www.bancodaprovidencia.org.br/single-post/2020/03/12/Hist%C3%B3rias-que-inspiram-Victor-Nunes-1
https://www.bancodaprovidencia.org.br/single-post/2020/03/12/Hist%C3%B3rias-que-inspiram-Victor-Nunes-1
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2020/art_203_.asp#:~:text=V%20%2D%20a%20garantia%20de%20um,fam%C3%ADlia%2C%20conforme%20dispuser%20a%20lei
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/con1988_07.05.2020/art_203_.asp#:~:text=V%20%2D%20a%20garantia%20de%20um,fam%C3%ADlia%2C%20conforme%20dispuser%20a%20lei
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_194_.asp#:~:text=CONSTITUI%C3%87%C3%83O%20DA%20REP%C3%9ABLICA%20FEDERATIVA%20DO%20BRASIL&text=Disposi%C3%A7%C3%B5es%20Gerais-,Art.,previd%C3%AAncia%20e%20%C3%A0%20assist%C3%AAncia%20social
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_194_.asp#:~:text=CONSTITUI%C3%87%C3%83O%20DA%20REP%C3%9ABLICA%20FEDERATIVA%20DO%20BRASIL&text=Disposi%C3%A7%C3%B5es%20Gerais-,Art.,previd%C3%AAncia%20e%20%C3%A0%20assist%C3%AAncia%20social
https://www.senado.leg.br/atividade/const/con1988/CON1988_05.10.1988/art_194_.asp#:~:text=CONSTITUI%C3%87%C3%83O%20DA%20REP%C3%9ABLICA%20FEDERATIVA%20DO%20BRASIL&text=Disposi%C3%A7%C3%B5es%20Gerais-,Art.,previd%C3%AAncia%20e%20%C3%A0%20assist%C3%AAncia%20social
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Assegurando a realização dos objetivos supramencionados, foi promulgada a
Lei Federal Nº. 8.742 – em 07 de dezembro de 1993 – o que diz respeito à
organização da Assistência Social e dá outras providências, sendo conhecida como
Lei Orgânica de Assistência Social (LOAS); cabe citar que foi a partir da Constituição
de 1988, chamadade Constituição Cidadã, que a LOAS foi promulgada, como se
pode verificar a seguir:
O grande marco é a Constituição de 1988, chamada de Constituição
Cidadã, que confere, pela primeira vez, a condição de política pública à
assistência social, constituindo, no mesmo nível da saúde e previdência
social, o tripé da seguridade social que ainda se encontra em construção no
país. A partir da Constituição, em 1993 temos a promulgação da Lei
Orgânica da Assistência Social (LOAS), no 8.742, que regulamenta esse
aspecto da Constituição e estabelece normas e critérios para organização
da assistência social, que é um direito, e este exige definição de leis,
normas e critérios objetivos. (BRASIL/MDS, 2009, p. 4).
As políticas sociais foram reforçadas e as Agências que prestam serviços
sociais foram introduzidas nas comunidades, ou seja, em áreas consideradas de
risco, na qual a alta vulnerabilidade das famílias gera preocupação aos gestores em
relação às políticas públicas sociais.
2.4Atividades e tarefas desenvolvidas
A assistente social – supervisora de campo – coordena duas Agências de
Famílias, localizadas no CRAS Penha e Vila Kennedy, e participa de reuniões de
equipe realizadas na sede do Banco da Providência.
Às sextas-feiras acontecem as reuniões de equipe, na qual todas as
assistentes sociais se reúnem – Coordenadoras das Agências de Famílias,
Coordenação de Projetos e Gerência Social do Programa de Inclusão Social de
Famílias – para discussão dos resultados e estratégias aplicáveis ao
acompanhamento das famílias.
Às segundas-feiras e quartas-feiras, a assistente social atua na Agência de
Família da Penha; e às terças e quintas-feiras na Vila Kennedy. As seguintes
atividades são desenvolvidas:
- Realização de matrículas das famílias candidatas a participar do projeto;
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- Atendimento individual e acompanhamento das famílias matriculadas no
projeto Agência de Famílias: pessoal e via telefone.
- Visitas domiciliares;
- Reunião com as lideranças comunitárias e rede do território, quando houver,
incluindo elaboração do planejamento, análise e avaliação das mesmas;
- Visita ás instituições da área de abrangência do Projeto para construção de
redes e parcerias.
Além das atividades supramencionadas, o profissional de Serviço Social
desenvolve duas vezes por semana, em cada agência de família, a Fase 1 –
Desenvolvimento Humano – sendo que os temas abordados nos cursos de
preparação para o mundo do trabalho estão contidos em uma apostila elaborada
pela a equipe técnica do projeto.
Principais mecanismos de registro do trabalho profissional:
- Ficha de matrícula das famílias atendidas no projeto;
- Registro dos atendimentos concedidos, feito em folha de acompanhamento
social;
- Livro de frequência dos encontros com cada família;
-Sistema de dados informatizado, com atualização cadastral mensal das
famílias.
2.5 Relação dos conceitos estudados e prática
Ao relacionar os conceitos estudados e a prática através do estágio, ocorre a
concretização das dimensões teórico-metodológicas, ético-político e
técnico-operativo.
O profissional assistente social deve considerar a condição econômica e
política em que os usuários estão introduzidos, a fim de conhecer a realidade dos
envolvidos e, assim, planejar ações estratégicas, que visam o desenvolvimento de
intervenções em Serviço Social.
No estágio pude acompanhar intervenções efetuadas pela instituição e equipe
técnica, foram ações focadas nas famílias, pelas quais pude observar o trabalho
cabível ao Assistente Social; além disso, quando tive permissão, tive participação
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ativa com a supervisora no desenvolvimento de determinadas atividades e no
atendimento ao publico.
A meu ver, o conhecimento teórico e a vivência prática são complementares,
ou seja, para o adequado aprendizado e aproveitamento dos estudos, ambos são
necessários, porém, cabe citar que em alguns aspectos podem ter divergências,
pois algumas teorias não ocorrem no campo, assim como determinadas situações
ocorrem em campo e não existe fundamentação teórica para as mesmas.
REFERÊNCIAS
BABIUK, Graciele Alves; FACHINI, Flávia Granzotto. Estágio supervisionado em
serviço social: entraves e avanços para formação profissional. In: SEMINÁRIO
NACIONAL DE SERVIÇO SOCIAL, TRABALHO E POLÍTICA SOCIAL, 1., 2015,
Florianópolis. Seminário. Florianópolis: Seminário Nacional de Serviço Social,
Trabalho e Política Social, 2015. p. 1-9. Disponível em:
https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/180666/Eixo_2_269_2.pdf?se
quence=1. Acesso em: 16 dez. 2020.
BANCO da Providência. 2017. Disponível em:
https://www.bancodaprovidencia.org.br/. Acesso em: 16 dez. 2020.
_______. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome - MDS. Lei
Orgânica da Assistência Social – LOAS anotada. Brasília, 2009. Disponível em:
http://www.mds.gov.br/webarquivos/publicacao/assistencia_social/Normativas/LoasA
notada.pdf. Acesso em: 19 dez. 2020.
NASCIMENTO, Terezinha. A Trajetória de 50 Anos do Banco da Providência -
Legado de Dom Helder Camara para a Cidade do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro:
PUC-Rio, 2009. Disponível em:
http://nucleodememoria.vrac.puc-rio.br/primeiro_site/dhc/textos/terezinhanascimento.
pdf. Acesso em: 18 dez. 2020.
VISCONTI, Camila Teixeira Valladão. Trabalho Informal: a relação dos
trabalhadores informais com a política de previdência social. 2015. 64 f. TCC
(Graduação) - Curso de Serviço Social, Centro de Filosofia e Ciências Humanas,
Universidade Federal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2015. Disponível em:
https://pantheon.ufrj.br/handle/11422/4942. Acesso em: 17 dez. 2020.

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