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SISTEMÁTICA DE IMPORTAÇÃO AULA 2 Prof. João Marcos Andrade 2 CONVERSA INICIAL As atividades do Comércio Internacional no Brasil são regulamentadas por meio de Legislação Específica, isso em muito auxilia a compreensão e facilita a capacidade de aptidão de profissionais da área, para fins de inclusão das Empresas na Sistemática de Importação, e também nas práticas de Exportação. Especificamente em nossa área de estudo da Disciplina, na Sistemática de Importação, é fato que abordaremos nesta aula aspectos da legislação pertinente sobre o tema, embora tenhamos no curso disciplinas específicas das áreas legais, como Legislação Aduaneira e Legislação Tributária, a primazia do curso vislumbra uma melhor eficácia no ensino, considerando de forma positiva a inserção e abordagem do tema Legislação na atual Disciplina, especificamente para temas pontuais e necessários para o amparo à sequência e complementação do curso para as atividades profissionais da área de Comércio Internacional. CONTEXTUALIZANDO O cenário atual da economia permite às empresas dinamizar seus processos de trabalho principalmente no ambiente da administração, de forma digital, ou seja, com o auxílio pleno das ferramentas da tecnologia da informática e aspectos como transmissão de dados, trocas de documentos, envios e recebimento de informações tanto entre clientes e fornecedores, quanto junto a órgãos reguladores, como fiscalizatórios. Esse contexto moderno permite também o aprimoramento dos órgãos governamentais em seus processos de atuação, como guardiões e executores das normas legais vigentes em cada ramo de negócio, e especificação de atividade, e também possibilita às empresas uma agilidade na apresentação de informações, prestação de contas, e cumprimento de exigências fiscais no âmbito da relação entre Fisco e Empresas. Veremos nesta Disciplina detalhamentos inerentes aos aspectos técnicos, para habilitação das empresas como intervenientes no Comércio Internacional, segundo a legislação vigente. 3 TEMA 1 – HABILITAÇÃO DA EMPRESA PARA ATUAÇÃO NO COMÉRCIO EXTERIOR A evidente ascensão das novas tecnologias permite atualmente o compartilhamento de dados entre empresas e fisco de forma 100% eletrônica. Assim, é possível a compatibilização de informações de forma segura e ágil por meio de integração/interface entre sistemas, o que é observado, por exemplo, nos procedimentos de requerimento para Habilitação das Empresas junto ao Sistema Gerenciador de Dados do Comércio Exterior no Brasil, o Siscomex (Sistema de Comércio Exterior), o qual absorve integralmente os dados das empresas em todas as atividades de Comércio Internacional, iniciando-se pelo procedimento de Cadastramento ao Sistema Radar, (Sistema de Rastreamento das atividades dos Intervenientes de Comércio Exterior no Brasil). Portanto, para atuar legalmente nas importações em nosso país, é necessário o cumprimento das regras determinantes das práticas sob a responsabilidade da iniciativa privada, para com o Governo Federal, principalmente nas relações de prestação de dados junto aos órgãos fiscalizatórios, especialmente a Receita Federal do Brasil (RFB). 1.1 Aspectos introdutórios e conceituais sobre a habilitação da empresa junto à Receita Federal do Brasil Inicialmente, precisamos compreender que é indispensável a Habilitação ao Sistema Radar – Sistema de Rastreamento das atividades dos Intervenientes de Comércio Exterior no Brasil, para Empresas pretendentes a atuar no Comércio Internacional, entretanto, esta situação envolve muita precisão na definição quanto ao momento em que tal Habilitação deve ser requerida, ao quadro societário, e principalmente à realidade econômico-financeira da empresa. Tais observações são importantes pois no momento em que a empresa apresenta à RFB seu requerimento para tornar-se habilitada a ser de fato uma atuante no Comércio Internacional, estará permitindo o acesso às informações internas da Empresa, de forma ampla e irrestrita ao fisco (RFB), de forma que a importância que deve ser considerada para tal fato é muito relevante, porque qualquer descuido em relação a possíveis faltas de declarações de renda, 4 ocultação de alguma situação tributária mal sucedida, dentre outros fatores como status financeiro do(s) sócio(s) responsável(eis), inclusive em relação à Declarações de Imposto de Renda (DIRF-PF e DIRF-PJ), pode impactar severamente a análise documental por parte da RFB e, em alguns casos, indeferir o pedido da habilitação do CNPJ como Importador/exportador no Sistema Radar. Veremos, ainda nesta aula, todos esses itens pormenorizadamente. 1.1.1 Observações relevantes sobre a habilitação junto ao sistema Radar da RFB. Embora seja tema para momentos, a seguir, nesta aula, abordamos a importante consideração de que apenas a Pessoa Jurídica, poderá requerer habilitação junto ao Sistema Radar da RFB para fins comerciais. Por sua vez, a Habilitação de Pessoa Física permite apenas a prática de importações para uso e consumo próprio, ou uso profissional (exemplo das ferramentas, computador pessoal etc), porém, sem o alcance e objetivo comercial. 1.1.2 Dispensas da habilitação junto ao sistema Radar da RFB A Receita Federal do Brasil, seguindo orientação da Coana (Coordenação Geral da Aduana Brasileira), determina as possibilidades de dispensa da habilitação no Sistema Radar para várias atividades, porém é salutar a compreensão de que são situações não comuns para a grande maioria das empresas que pretendem operar no Comércio Exterior, assim sendo, faz-se necessária a leitura dessas informações, considerando que permanece, para a maior parte das organizações, a necessidade de Habilitação Formal conforme estamos observando até aqui nas seguintes operações: Vejamos a seguir, portanto, as tais informações a serem consideradas para casos de Dispensa da Habilitação junto ao Sistema Radar. O conteúdo a seguir é cópia do portal da RFB, inclusive com citação referente à Legislação, tema que veremos em detalhes ainda na abordagem dos assuntos de Habilitação junto ao Sistema Radar, nesta aula. Dispensas de habilitação no sistema Radar, para operações de Comércio Exterior: 5 Importação, exportação ou internação não sujeitas a registro no Siscomex, ou quando optar pela utilização de formulários de Declaração Simplificada de Importação ou Declaração Simplificada de Exportação1. Importação, exportação ou internação realizadas por intermédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de Empresa de Transporte Expresso Internacional; ou Retificação ou consulta de declaração por pessoa jurídica que tenha operado anteriormente no comércio exterior. Estão também dispensados do procedimento de habilitação o depositário, o agente marítimo, a empresa de transporte expresso internacional, a ECT, o transportador, o consolidador e o desconsolidador de carga, bem como outros intervenientes não relacionados no art. 19º da IN RFB n. 1.984/2020, quando realizarem, no Siscomex, operações relativas à sua atividade-fim. No entanto, esses intervenientes estarão sujeitos às regras gerais de habilitação quando operarem em comércio exterior na condição de importadores, exportadores ou internadores da ZFM (§§ 1º e 2º do art. 10 da IN RFB n. 1.603/2015). Quando ocorre a dispensa de Habilitação do Responsável Legal e sendo necessário, a PJ pode solicitar o credenciamento de representante para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro. Saiba mais Saiba mais em: <http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Pess oaJuridica/Operacoesdispensadas/Operacoes%20Dispensadas%20de%20Hab ilitacao%20no%20Siscomex>. Acesso em: 1 Situaçõesespeciais em que são realizadas importações ou exportações sem caráter comercial, a serem observadas em Legislação Específica como Instrução Normativa RFB n. 611/2006 e Instrução Normativa RFB n. 1600/2015. http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/declaracao-simplificada-de-importacao-dsi/dsi-formulario http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-importacao/topicos-1/declaracao-simplificada-de-importacao-dsi/dsi-formulario http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/despacho-de-exportacao/topicos/conceitos-e-definicoes/tipos-de-despacho-de-exportacao/despachos-de-exportacao-realizados-sem-registro-no-siscomex http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/remessas-internacionais http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/remessas-internacionais http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado&idAto=70354 http://receita.economia.gov.br/orientacao/aduaneira/manuais/habilitacao/Pessoa-Juridica/Operacoes-Dispensadas/copy_of_credenciamento-de-representante-para-retificacao-ou-consulta-de-declaracao-por-pessoa-juridica-que-tenha-operado-anteriormente-no-comercio-exterior 6 TEMA 2 – LEGISLAÇÃO VIGENTE SOBRE HABILITAÇÃO NO SISTEMA RADAR DA RECEITA FEDERAL Muito bem, tendo já observado as hipóteses de Dispensa de Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, podemos compreender que de fato empresas que projetam a realização de importações e exportações, obrigatoriamente necessitam se submeter à Legislação Federal, pertinente e vigente sobre o assunto. Dessa forma, vejamos então, a seguir, os conteúdos pertinentes aos temas objeto de nosso estudo até aqui. 2.1 Legislação – abordagem analítica Iniciaremos a abordagem analítica de forma técnica sobre a Legislação aplicável ao assunto, a partir da seguinte ordem: a) Decreto Executivo n. 6.759/2009 Este Decreto contempla a organização das principais normas aduaneiras existentes no Brasil, fato que o torna de total importância para nossas atividades do dia a dia nas operações de importação. A legislação citada compreende a organização e apresentação do Regulamento Aduaneiro, o qual nos conduz às regulamentações a serem seguidas para prática das importações. Entretanto, não é nele que encontraremos as orientações para procedimentos de Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, mesmo assim, sua citação faz-se necessária pois a partir do momento da concessão da Habilitação pela RFB, ou seja, momento em que a empresa estará autorizada a praticar e realizar importações, o cumprimento às disposições previstas no referido Regulamento torna-se indispensável. É recomendável o download deste Regulamento (gratuito na internet), preferencialmente via portal oficial da RFB, conforme link a seguir: (BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2009/Decreto/D6759.htm>. Acesso em: 20 fev. 2020), para leitura quando necessário conforme os temas são apresentados e abordados nas aulas desta e de outras Disciplinas de seu curso. 7 b) Portaria Coana n. 72/2020 A Coana é um órgão vinculado diretamente no Organograma Funcional da Receita Federal do Brasil, e atua na elaboração e revisão de normas praticáveis ao Comércio Exterior Brasileiro. A Portaria Coana n. 72/2020 estabelece Normas a serem seguidas por todas as empresas pleiteantes à Habilitação no Sistema RADAR, e serve como instrumento de instrução para outra Legislação que veremos a seguir, porém, a Portaria da Coana n. 72/2020 aborda conceitos determinantes para a elaboração de procedimentos que visem a inclusão da empresa no Mercado Internacional, bem como orienta procedimentos quanto à regularidade fiscal dos sócios das empresas requisitantes, e suas demandas quanto às formas a serem seguidas para se apresentarem à RFB como Responsáveis Legais pelas Empresas requerentes à Habilitação no Sistema Radar. A seguir, link para obtenção da Portaria Coana n. 23/2011 na íntegra. Portaria Coana n. 123, de 17 de dezembro de 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado& idAto=70597>. Acesso em: 20 fev. 2020 c) Instrução Normativa (IN) n. 1984/2020 A IN 1984/2020 orienta as atividades a serem cumpridas no momento da apresentação dos Requerimentos de Habitação ao Sistema Radar, perante à Receita Federal do Brasil. É na leitura desta Instrução Normativa juntamente com a Portaria Coana n. 1984/2020, vista anteriormente, que a empresa deverá elaborar os trabalhos analíticos documentais para se dirigir de fato à Receita Federal do Brasil pelo modo eletrônico (E-CAC, Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte – tópico a ser visto no Tema 3 da presente Aula), e assim, proceder com seu pedido de Habilitação como Importador/Exportador Brasileiro. d) Instrução Normativa (IN) n. 2020/2021 Legislação determinante dos procedimentos técnicos de abertura de Requerimento de serviços junto à RFB. Nesta Instrução Normativa, está definido que a empresa deverá primeiramente acessar ao E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte – tópico a ser visto no Tema 3 da presente Aula), pelo qual irá requerer a Abertura de um Sodea (Solicitação Digital de Atendimento), procedimento a ser 8 elaborado para obtenção de um número identificador de Processo Administrativo Fiscal (PAF), perante a Receita Federal, na prática, as ações são as seguintes: 1) Empresa tributada pelo Regime Fiscal Lucro Real, Presumido ou Arbitrado, deverá acessar o portal da RFB direcionando sua pesquisa para a opção E-CAC, e nela apresenta requisição para obtenção do Sodea (Solicitação Digital de Atendimento). 2) Empresa obterá um código identificador do Sodea, denominado PAF (Procedimento Administrativo Fiscal), que será a identificação do Requerimento da Habilitação junto ao Sistema Radar, por exemplo: Empresa Alvorada Ltda. pretende requerer sua Habilitação no Sistema Radar, então irá acessar o portal E-CAC da RFB pelo site (RECEITA FEDERAL. Abrir um Dossiê Digital de Atendimento. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/interface/entrega-de-documentos-digitais/abrir- um-dossie-digital-de-atendimento>. Acesso em: 20 fev. 2020), onde obterá o Código Identificador de seu pedido, (PAF – Procedimento Administrativo Fiscal), e com este código irá acessar também no portal da RFB, a opção: Processos Digitais, e lá irá inserir os documentos relativos ao pedido da Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB. Por sua vez, a empresa tributada em Regime Fiscal diferente dos citados no Item 1 anterior, poderá preencher o formulário do Sodea (Solicitação de Atendimento Digital), e apresentar fisicamente em uma Unidade da Receita Federal, onde receberá o código identificador do PAF (Processo Administrativo Fiscal), para então, posteriormente, acessar o portal da Receita Federal na opção do E-CAC, selecionando o menu Processos Digitais, onde poderá anexar os documentos requeridos pela Legislação (1984/2020, que veremos com mais ênfase no decorrer da aula). TEMA 3 – COMUNICAÇÃO ELETRÔNICA A transparência de informações, clareza nos dados e principalmente a uniformização sistêmica para o compartilhamento de dados com a Receita Federal do Brasil, é a principal ação a ser desenvolvida por empresas atuantes, e as pretendentes a atuarem no Comércio Internacional. Observamos em temas anteriores, a importância de entender que o compartilhamento de dados com a Receita Federal, é feito de forma segura, 9 exatamente pela capacidade de segurança de transmissão de dados que o sistema da RFB possui. 3.1 Interface eletrônica de dados entre empresa e RFB O modo eletrônico de transmissão e compartilhamento de dados adotado pela RFB, é o E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte). Observemosa seguir, print de tela do portal oficial da Receita Federal do Brasil, no link <www.receita.economia.gov.br>, para compreensão mais clara em relação ao local de acesso para transmissão de dados junto a este órgão fiscalizador. Veja parte da página inicial do portal da RFB, print de tela. Fonte: https://www.gov.br/receitafederal/pt-br acessado em 01/02/2021. Ao acessarmos o portal da Receita Federal do Brasil, observamos no menu, a opção “Aduana e Comércio Exterior2. Este link nos possibilita visualizar as ferramentas disponíveis no portal, para efeito de assuntos relacionados às atividades de Comércio Internacional das empresas dentre outros assuntos, dessa forma, é possível por este caminho, ter acesso direto à página do E-CAC (Centro Virtual de Atendimento ao Contribuinte). Então, dando sequência à navegação pelo portal da RFB, vejamos a próxima tela para acesso ao sistema de transmissão de dados/documentos à Receita Federal: 2 O site da RFB é atualizado permanentemente, podendo haver alterações em seu layout durante os períodos de estudo. 10 Tal sistema permite a leitura e recebimento de informações por parte da empresa, sempre em tempo suficiente a cumprimento de prazos estipulados pelo órgão fiscalizador (Receita Federal do Brasil), a partir do momento da apresentação do Requerimento solicitando a Habilitação ao Sistema Radar, então a partir deste momento a empresa está subordinada às exigências fiscais e solicitações documentais que aquele órgão venha a realizar. Para uma compreensão clara deste sistema E-CAC, este se assemelha a um correio eletrônico (e-mail), porém de forma mais segura e sem a possibilidade de fraudes tanto no envio, quanto no recebimento de dados e informações, pois todas as atividades nele realizadas são executadas mediante o uso de um dispositivo denominado Certificado Digital3. 3.2 Certificação digital A Certificação Digital é a tecnologia que, por meio da criptografia de dados, garante autenticidade, confidencialidade, integridade e não repúdio às informações eletrônicas. Trata-se de um documento digital utilizado para identificar pessoas e empresas no mundo virtual. Fonte: Disponível em: <https://www.certisign.com.br/>. Acesso em: 20 fev. 2020). 3 O e-CPF é o a identidade digital de pessoas físicas no meio eletrônico. Por meio da criptografia de dados, garante a autenticidade e a integridade das transações realizadas. (Fonte: CERTISIGN. O que é Certificado Digital?. Disponível em: <https://blog.certisign.com.br/o-que- e-certificado-digital/>. Acesso em: 20 fev. 2020). 11 A utilização do Certificado se dá por meio físico ou virtual, por exemplo: A empresa requerente da Habilitação no Sistema Radar, deverá possuir o E-CNPJ (Acesso digital ao seu Cadastro Nacional e Pessoa Jurídica), e também o E-CPF (Acesso digital ao Cadastro Nacional de Pessoa Física), em nome de seu Responsável Legal ou Procurador devidamente constituído. A obtenção do Certificado Digital tanto para Pessoa Jurídica, quanto para Pessoa Física, se dá por meio de consulta a empresas que possuem autorização para negociarem tal produto, o qual possui todas as características de segurança para transferências de dados pela web, aceito e exigido pela Receita Federal, mas também podendo ser utilizado para outros fins comerciais. Obs.: A Receita Federal do Brasil não comercializa Certificado Digital, apenas exige a propriedade deste por parte das partes interessadas em se comunicar com suas Unidades no Território Nacional. O Certificado Digital é comercializado nos seguintes modos: (principais) 1) Armazenado no Computador (Tipo A1). Emitido diretamente no seu computador e ficará armazenado no seu navegador de internet ou em dispositivos móveis, protegido por senha e cifrado por software — sua validade máxima é de um ano. 2) Em mídias criptográficas Token ou Cartão (Tipo A3). Certificado Digital em que a geração e o armazenamento das chaves criptográficas são feitos em cartão inteligente ou Token, ambos com capacidade de geração de chaves e protegidos por senha e hardware criptográfico aprovado pela ICP-Brasil (Infraestrutura de Chaves Públicas Brasileira, é uma autoridade da Cadeia Certificadora, vinculada ao Instituto Nacional de Tecnologia da Informação). 3) Certificado Digital na nuvem Como o próprio nome já diz, trata-se do Certificado Digital que você já conhece só que agora fica armazenado na nuvem da Certisign e pode ser acessado de qualquer dispositivo, de qualquer lugar do mundo, com total segurança e muito mais praticidade e a sua validade máxima é de até cinco anos. Fonte: Disponível em: <https://www.certisign.com.br/>. Acesso em: 20 fev. 2020. 12 Importante A Certificação Digital servirá durante todo o tempo em que a Empresa realizar atividades de Importação, pois a interface entre usuário (importador), e a RFB se dá por meio desta ferramenta em todas as atividades. TEMA 4 – A HABILITAÇÃO DA EMPRESA NO SISTEMA RADAR E AS VARIÁVEIS É importante considerarmos que o início de qualquer atividade de importação, deve ser a Habilitação da Empresa no Sistema Radar, pois somente a partir da Habilitação a(s) importação(ões) poderá(ão) ser(em) realizada(s). Tal procedimento requer total aplicação da empresa na elaboração do pedido/requerimento da Habilitação ao Sistema Radar, pois representa a realidade desta perante o fisco durante e após o processo/tempo da apresentação dos documentos apresentados à Receita Federal do Brasil. 4.1 Validade da habilitação no Radar De acordo com a Instrução Normativa da RFB, n. 1893/2019, o prazo de validade da Habilitação é de 12 meses, ou seja, caso durante este período não seja realizada nenhuma atividade de Comércio Exterior pelo CNPJ habilitado, este terá sua habilitação revogada, e havendo necessidade de novas atuações na importação ou exportação, será executado novo procedimento para habilitação como da primeira vez. 4.2 Eficácia e alcance A sistemática de utilização prática do Sistema Radar, é a possibilidade que a Empresa Habilitada terá em acessar ao Sistema de Comércio Exterior da RFB, para registrar todas suas atividades tanto de importação, quanto exportação. A utilização e manuseio do Sistema Siscomex comumente é realizada por profissionais dedicados à prestação de serviço de Assessoria Aduaneira, mais tradicionalmente, o Profissional Despachante Aduaneiro realiza tais atividades, mediante o uso de Certificado Digital (visto no Tema 3 desta Aula). Observaremos no decorrer da presente disciplina as atividades operacionais a serem realizadas pelos importadores e/ou seus representantes 13 legais, exatamente a Sistemática Operacional de Importação, aquelas ações do dia a dia em que a empresa utilizando o Sistema Siscomex, apresenta à Aduana Brasileira (Receita Federal do Brasil) suas atividades administrativo/tributárias de importação, como detalhamento da mercadoria, dados do fornecedor estrangeiro, tributação, forma de cambio (pagamento ao fornecedor) e todas as particularidades da importação. Os procedimentos da importação, (após a empresa estar devidamente habilitada no Sistema Radar como estudamos nesta aula), iniciar-se-ão de fato em um procedimento determinado e definido como Tratamento Administrativo do Siscomex, que é uma espécie de “filtro” que a Aduana Brasileira utiliza para ter controle absoluto das mercadorias que adentram ao território nacional. Assim, frisamos que o Tratamento Administrativo será o primeiro passo para qualquer importação, considerando, porém, que a Empresa já possui habilitação no Sistema Radar da RFB, conforme estamos estudando nesta Disciplina. A execução do Tratamento Administrativo não depende de habilitação no Sistema Radar,por ser uma espécie de consulta pública disponível no site da RFB, mas ao possuir a habilitação o importador ou seu representante legal, poderão executar a consulta a esta ferramenta, utilizando seu acesso ao Sistema Siscomex de forma mais abrangente, o que veremos nesta disciplina. 4.3 Exigência e dependência técnica para habilitação ao sistema Radar A principal exigência técnica em termos de dados eletrônicos da empresa para obtenção da Habilitação ao Sistema Radar, é a necessidade de adesão ao DTE (Domicílio Tributário Eletrônico) da RFB, o qual compreende um dispositivo disponível no portal da RFB na internet, no qual são feitas as comunicações entre a empresa e o fisco (RFB). A adesão a este dispositivo é feita mediante o uso de Certificado Digital (visto no Tema 3 desta aula), no qual o Responsável Legal pela Empresa requerente da Habilitação ao Sistema Radar, irá permitir que todas as comunicações por parte do auditor fiscal da RFB responsável por analisar os documentos da petição da habilitação, sejam realizadas utilizando o meio E-CAC (visto nos Temas 2 e 3 desta aula). Assim sendo, a empresa ao aderir ao Domicílio Tributário Eletrônico (DTE), estará ciente de que qualquer exigência fiscal, comunicação, 14 disponibilizada em favor do CNPJ, estará disponível para visualização a partir do momento de sua postagem pela RFB, estando o contribuinte (empresa), ciente quanto a prazos e documentos exigidos e explicitados no dispositivo DTE. TEMA 5 – CADASTRAMENTO DO RESPONSÁVEL LEGAL PELO CNPJ - EMPRESA IMPORTADORA A Habilitação ao Sistema Radar da RFB, é dependente da vinculação de um CPF da pessoa qualificada como Responsável Legal pela empresa requerente à habilitação, sendo que tal procedimento exige que para determinada pessoa se apresentar nesta condição, deverá fazê-lo mediante a apresentação de documentos comprobatórios a tal status, por exemplo, documento de outorga de poderes (procuração), Contrato Social, ou ainda Estatuto Social onde o nome desta pessoa conste com poderes designados à representação legal do CNPJ. O procedimento para cadastramento do CPF da pessoa responsável legal pelo CNPJ, será feita no ato do pedido da habilitação no sistema Radar e é feita de forma simultânea, mediante formulário disponível no Portal Único de Comércio Exterior (Disponível em: <https://portalunico.siscomex.gov.br/portal/>. Acesso em: 19 fev. 2020). TROCANDO IDEIAS De acordo com o que observamos e aprendemos nesta aula, podemos considerar que as empresas que pretendem atuar no Comércio Internacional, seja nas importações, como também nas exportações, precisam requerer sua habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, sendo que o procedimento é administrativo e requer observação e cumprimento aos requisitos constantes nas Instruções Normativas n. 1984/2020, 1893/2019, Portaria Coana n. 72/2020. Apenas para casos excepcionais como os vistos no Tema 1.1.2 desta aula, haverá a dispensa da Habilitação ao Sistema Radar para empresas praticantes de importação e/ou exportação. NA PRÁTICA Uma determinada empresa ao rever seu Planejamento Estratégico para o ano seguinte, propõem ao Conselho Administrativo da Organização, que 15 pretende iniciar aquisições de equipamentos e mercadorias no exterior, após pesquisas de mercado onde se observou as vantagens em relação aos produtos similares disponíveis no mercado doméstico. Para tal empresa, quais os procedimentos iniciais para de fato atuar no Comércio Internacional, especificamente na Importação? Haverá ou não necessidade de utilização de outro CNPJ que não seja o da própria empresa, ou há algum meio desta empresa praticar suas atividades de importação de forma idônea e legal baseada em dispositivos legais da Aduana Brasileira? FINALIZANDO Estudamos os procedimentos necessários para uma empresa atuar no Mercado Internacional, conforme as regras aduaneiras, compreendemos que é necessária a aquisição de um Certificado Digital tanto para Pessoa Jurídica, quanto para Física, para acesso aos sistemas dos órgãos federais, bem como entendemos a necessidade de acompanhamento da empresa, em relação ao tempo para inativação de uma Habilitação no Sistema Radar, pois em 12 meses, ao não ocorrer importação ou exportação, a habilitação é suspensa. Entendemos as normas legais disponíveis e aplicáveis às práticas relativas ao pedido de requerimento de habilitação ao Sistema Radar, sendo especialmente as Instruções Normativas n. 1984/2020, e Portaria Coana n. 72/2020. Finalizamos compreendendo a necessidade da Pessoa Física responsável legal pela empresa requerente da Habilitação junto ao Sistema Radar da RFB, também ser habilitada para atuar em nome da empresa perante o fisco brasileiro (Aduana Brasileira – Receita Federal do Brasil). 16 REFERÊNCIAS BRASIL. Decreto n. 6.759, de 5 de fevereiro de 2009. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007- 2010/2009/Decreto/D6759.htm>. Acesso em: 20 fev. 2020. RECEITA FEDERAL. Abrir um Dossiê Digital de Atendimento. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/interface/entrega-de-documentos-digitais/abrir- um-dossie-digital-de-atendimento>. Acesso em: 20 fev. 2020. RECEITA FEDERAL. Portaria Coana n. 123, de 17 de dezembro de 2015. Disponível em: <http://normas.receita.fazenda.gov.br/sijut2consulta/link.action?visao=anotado& idAto=70597>. Acesso em: 20 fev. 2020. RECEITA FEDERAL. Disponível em: <https://receita.economia.gov.br/>. Acesso em: 20 fev. 2020.
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