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resposta à acusação

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Alunos participantes: 
Jonatha Moreira Bezerra- matrícula: 201707264716
Josué Rodrigues da Silva- matrícula: 201707149283
EXCELENTÍSSIMO(A) SENHOR(A) DOUTOR(A) JUIZ(A) DE DIREITO DA XX VARA DE XXXX
ANTÔNIO, nacionalidade, estado civil, profissão, portador do RG n° XXXX, inscrito no CPF n° XXXX, residente e domiciliado no endereço Rua XXXXX, n° XXXX, CEP XXXX, Bairro XXXX, por intermédio de seu defensor constituído, conforme instrumento particular de procuração anexo, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, com fulcro nos artigos 396 e 396-A do Código Penal, apresentar RESPOSTA A ACUSAÇÃO, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos.
DOS FATOS 
Antônio é chefe de família, que por causa da pandemia do coronavírus ficou desempregado. Sem saber o que fazer, perante a dificuldade e no desespero ao presenciar os filhos chorando, pois há 2 dias não tinham o que comer, buscando saciar a fome de sua família, em um momento infeliz subtraiu pão e leite da padaria “Romana”. O fato foi presenciado por Flávia e Romeu. Após apuração dos fatos, e término da fase investigatória, o Ministério Público o denunciou pela prática do crime de furto.
DOS DIREITOS 
I. ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA ARTIGO 397, III DO CPP
É possível colher dos autos que o res furtiva em questão é de apenas pão e leite, para saciar a fome de sua família, valor estes que não representa e nem se aproxima de 2% (dois por cento) do salário mínimo vigente. Ademais, a vítima que é o estabelecimento do furto, padaria “Romana", que aparenta ser um comércio de grande renome no segmento de venda de alimentos, e que podemos constatar com base na comprovação dos rendimentos do mesmo, onde possui um ganho líquido mensal muito alto, fazendo com que o valor das mercadorias subtraídos por Antônio represente apenas 0,00001% do rendimento mensal da padaria “Romana”. Além disso, Antônio não é voltado para a prática de delitos, sendo primário e detentor de bons antecedentes. Assim sendo, as circunstâncias descritas remetem à aplicação do princípio da insignificância, com a exclusão da tipicidade, como expresso no artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal. Para levar a termo, segue o entendimento jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça:
HABEAS CORPUS. TENTATIVA DE FURTO. CRIME DE BAGATELA. ORDEMCONCEDIDA. 1. A tentativa de subtração de peças de carne, avaliadas no total de sessenta e sete reais, pertencentes a um supermercado, não configura fato típico. 2. O fato de ostentar o paciente condenação criminal e ser foragido da Justiça não impede o reconhecimento do crime de bagatela. 3. Coação ilegal demonstrada. 4. Ordem concedida, para trancar a ação penal, aplicado à espécie o princípio da insignificância. (STJ - HC: 177003 RJ 2010/0114263-3, Relator: Ministro CELSO LIMONGI (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO TJ/SP), Data de Julgamento: 17/05/2011, T6 - SEXTA TURMA, Data de Julgamento: 17/05/2011, T6 - SEXTA TURMA, Data de Publicação: DJe 03/08/2011)
Corroborando o quanto exposto, a jurisprudência dos nossos tribunais tem comungado do mesmo entendimento ora mencionado, é o que se conclui das ementas abaixo:
APELAÇÃO TENTATIVA DE FURTO ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA APLICAÇÃO - POSSIBILIDADE: o princípio da insignificância é causa supralegal de exclusão da tipicidade que ocorre quando não há lesão ao bem jurídico tutelado, tornando injustificável a movimentação da máquina judiciária. Recurso improvido. (TJ-SP - APL: 00011290220108260451 SP 0001129-02.2010.8.26.0451, RELATOR: J. MARTINS, DATA DE JULGAMENTO: 23/05/2013, 15ª CÂMARA DE DIREITO CRIMINAL, DATA DE PUBLICAÇÃO: 20/06/2013)
APELAÇÃO CRIMINAL - FURTO - ABSOLVIÇÃO SUMÁRIA - PRINCÍPIO DA INSIGNIFICÂNCIA - AUSÊNCIA DE TIPICIDADE MATERIAL - ABSOLVIÇÃO MANTIDA. 01. O mínimo valor do resultado obtido autoriza o magistrado a absolver o réu, quando a conduta do agente não gerou prejuízo considerável para o lesado, nem foi cometida com o emprego de violência ou grave ameaça à pessoa. O direito penal, por sua natureza fragmentária, só deve incidir quando necessário à proteção do bem juridicamente tutelado pela norma. Não se deve ocupar de bagatelas. 02. A tipicidade penal, elemento constitutivo do crime, congrega a tipicidade formal e a tipicidade conglobante ou conglobada. 03. Falta tipicidade conglobante à conduta de agente que subtrai, sem emprego de violência ou grave ameaça, objeto de valor ínfimo. 04. Caracterizada a atipicidade material do fato imputado ao agente, a absolvição é medida que se impõe. V. V. Apelação criminal - furto qualificado- absolvição sumária - princípio da insignificância não aplicável ao caso em tela - reincidência - sentença anulada - recurso provido. O princípio da insignificância leva em conta principalmente a lesividade do delito, as condições pessoais do acusado e as circunstâncias do delito. Caso em que se afere a reincidência específica, restando inaplicável a causa excludente requerida. (TJ-MG - APR: 10056081765507001 MG, RELATOR: FORTUNA GRION, DATA DE JULGAMENTO: 19/02/2013, CÂMARAS CRIMINAIS ISOLADAS / 3ª CÂMARA CRIMINAL, DATA DE PUBLICAÇÃO: 26/02/2013)
Portanto, inescusável a absolvição sumária, em razão da aplicação do princípio da insignificância, previsto no artigo 397, inciso III do Código de Processo Penal, eis que o Réu possui bons antecedentes, é primário, não teve periculosidade em sua ação e a lesão jurídica provocada foi mínima, sendo, portanto, atípico.
II. PEDIDO SUBSIDIÁRIO - FURTO PRIVILEGIADO - ARTIGO 155, § 2º DO CP
Todavia, caso não seja o entendimento de Vossa Excelência da aplicação da absolvição sumária, requer o enquadramento da ação de Antônio na hipótese de Furto Privilegiado do artigo 155, § 2ºdo Código Penal, uma vez que o mesmo é primário, de bons antecedentes e a coisa furtada é de pequeno valor, devendo a pena ser diminuída de um a dois terços, ou aplicar apenas a pena de multa. O entendimento do STJ corrobora com o acima exposto:
HABEAS CORPUS. DOSIMETRIA. FURTO SIMPLES. PRIVILÉGIO DO § 2º DO ART. 155 DO CP. SALÁRIO MÍNIMO. REQUISITOS LEGAIS PRIMARIEDADE E RES FURTIVA DE PEQUENO VALOR. CRITÉRIO DEAFERIÇÃO DO VALOR. DEVIDAMENTEPREENCHIDOS. APLICAÇÃO DO REDUTOR QUE SE IMPÕE. CONSTRANGIMENTOILEGAL EVIDENCIADO. 1. Consoante precedentes deste STJ, o salário mínimo vigente ao tempo do delito pode ser adotado, a princípio, como parâmetro para fins de caracterização do furto privilegiado. 2. Preenchidos os requisitos do § 2º do art. 155 do Código Penal, quais sejam: primariedade e pequeno valor da coisa furtada, devida a incidência do privilégio, com a consequente redução de pena na terceira etapa da dosimetria. (HC 120757 MG 2008/0252216-7, Quinta Turma, Data de Julgamento: 04/02/2010. Data de Publicação: 15/03/2010. Relator: Ministro Jorge Mussi). (grifos nossos.)
Portanto, subsidiariamente, de rigor o enquadramento da conduta do réu no artigo 155, § 2°do Código Penal, ou seja, furto privilegiado, com redução de pena de um a dois terços, ou aplicar apenas a pena de multa.
III - Do pedido
Diante do exposto, requer seja o acusado absolvido sumariamente com base no artigo 397, inciso III do CPP. Caso este ainda não seja o entendimento de Vossa Excelência, requer a juntada de (a) folha de antecedentes criminais para comprovação dos bons antecedentes, além de (b) declaração de rendimentos da Receita Federal para a comprovação da baixa renda do acusado no caso de aplicação de multa, para que seja calculada proporcionalmente aos rendimentos do réu.
Requer, por fim, caso não acolhidas as teses mencionadas, a oitiva das testemunhas abaixo arroladas,  já requeridas pelo Ministério Público, sob cláusula de imprescindibilidade.
Nestes termos, Pede-se Deferimento. 
Data/Hora/local 
Advogado 
Assinatura do advogado 
OAB/UF n° 
ROL DE TESTEMUNHAS 
1. XXXXX – (RG, CPF, ENDEREÇO);
2. XXXXX – (RG, CPF, ENDEREÇO);
3. XXXXX – (RG, CPF, ENDEREÇO);

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