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Conceitos de Cirurgia Ambulatorial Introdução ● 1800-1940: Repouso. ● 2ª Guerra. ● Experiências bem sucedidas: Europa e Canadá (Shouldice, hérnias com anestesia local). ● Era moderna: década de 60 (Hospital Butterworth, Michigan, EUA. Anestesia na Cirurgia Ambulatorial). A cirurgia ambulatorial torna-se uma prática segura, se empreendida com a seriedade e controles rigorosos por parte do cirurgião e do anestesiologista, não havendo razões para a ocorrência de maior incidência de complicações em comparação ao tratamento feito em ambiente hospitalar. → Melhorias ● Técnicas cirúrgicas e anestésicas. ● Controle da dor, náuseas e vômitos. ● Estabelecimentos de saúde. ● Desenvolvimento da cirurgia ambulatorial, ● Diminuição dos custos hospitalares. Definição As operações em regime ambulatorial são realizadas sob qualquer tipo de anestesia, não demandam internação hospitalar e a permanência do paciente no serviço deve exceder 24 horas. Normatização Resolução CFM n° 1886/2008: dispõe sobre as normas mínimas para o funcionamento de consultórios médicos e dos complexos cirúrgicos para procedimentos com internação de curta permanência. Modelos Em função do porte e dos cuidados pós-operatórios ● Pequeno porte: anestesia local, dispensação imediata do paciente. Ex.: cutânea. ● Grande porte: qualquer modalidade de anestesia não local (regional, geral). Ex.: hernioplastias. Tipos de Unidades ambulatoriais Unidade tipo I É o consultório médico, independente de um hospital, destinado à realização de procedimentos clínico ,ou para diagnóstico, sob anestesia local, sem sedação, em dose inferior a 3,5 mg/kg de lidocaína (ou dose equipotente de outros anestésicos locais), sem necessidade de internação. Unidade tipo II Estabelecimento de saúde independente de um hospital, destinado à realização de procedimento clínico-cirúrgicos de pequeno e médio porte, com condições para internações de curta permanência, em salas cirúrgicas adequadas a essa finalidade. Deverá contar com salas de recuperação ou de observação de pacientes. Realiza cirurgias, procedimentos de pequeno e médio porte, sob anestesia loco-regional (com exceção dos bloqueios subaracnoideo e peridural), com ou sem sedação. O pernoite, quando necessário, será feito em hospital de apoio. É obrigatório garantir a referência para um hospital de apoio. Unidade tipo II É o estabelecimento de saúde independente de um hospital, destinado à realização de procedimento clínico-cirúrgicos com internações de curta permanência, em salas cirúrgicas adequadas a essa finalidade. Deverá contar com equipamentos de apoio e de infraestrutura adequados para o atendimento do paciente. Realiza cirurgias de pequeno e médio porte, sob anestesia loco-regional, com ou sem sedação e anestesia geral com agentes de eliminação rápida. Corresponde a uma previsão de internação por, no máximo, 24 horas, podendo ocorrer alta antes deste período, a critério médico. A internação prolongada do paciente, quando necessária, deverá ser feita no hospital de apoio. Estas unidades, obrigatoriamente terão que garantir a referência para um hospital de apoio. Unidade tipo IV É a unidade anexada a um hospital geral ou especializado, que realiza procedimentos clínico-cirúrgicos com internação de curta permanência, e, em salas cirúrgicas da unidade ambulatorial, ou do centro cirúrgico do hospital, que pode utilizar a estrutura de apoio do hospital (Serviço de nutrição e dietética, Centro de Esterilização de Material e Lavanderia) e equipamentos de infraestrutura. Realiza cirurgias com anestesia loco-regional com ou sem sedação e anestesia geral com agentes anestésicos de eliminação rápida. Não está prevista a interrupção do paciente nessa Unidade por mais de 24 horas. Nesse caso, a internação ocorrerá no hospital e somente na presença de complicações. Seleção dos pacientes ● Estado físico: ASA I ou II (doenças crônicas sem repercussão sistêmica severa). ● A extensão e localização do procedimento. ● Não há necessidade de procedimentos especializados e controles estritos no pós-operatório. ● Acompanhado de pessoa adulta, lúcida e responsável. ● Aceitação do tratamento proposto. ● Asa III: regime de internação, regime ambulatorial em unidade integrada ao hospital. ● Estado psicológico de cooperação. ● Suporte familiar e social. Estar atento quanto à distância da moradia do paciente com o centro ambulatorial. Contraindicações ● Portadores de distúrbios orgânicos de certa gravidade. ● Procedimentos extensos. ● Risco de sangramento. ● Imobilização prolongada. ● Dor importante. Fatores que influenciam o sucesso do procedimento ● Suporte anestésico. ● Adequada seleção ● Informação do paciente. ● Suporte de enfermagem. ● Procedimento. Queixas comuns ● Informações pré-operatórias insuficientes (deixar por escrito as orientações anteriores para a cirurgia e, pós-operatórias). ● Alta em condições limítrofes. ● Dor mal controlada: homem jovem, ASA I, IMC elevado, procedimento (ortopédico > genitourinário > cirurgia geral > cirurgia plástica) duração do procedimento (> 60 minutos), manejo profilático da dor. Motivos para suspensão do procedimento ambulatorial ● Falta de um acompanhante, durante o procedimento ou para o retorno ao lar. ● Falta de condições no estabelecimento (cirurgias ambulatoriais são eletivas e, portanto, podem ser suspensas na falta de condições ideais para a realização do procedimento). ● Falta de luz, material inadequado, falta de pessoal de enfermagem. ● Qualquer condição que possa colocar em risco a segurança do paciente . Vantagens → Para o paciente ● Alteração mínima da rotina. ● Individualização do cuidado. ● Melhor relação médico-paciente. ● Redução do risco de infecção hospitalar. ● Redução da incapacidade física com retorno mais rápido ao trabalho. ● Morbidade e mortalidade menores. → Para o sistema de saúde ● Redução de custos: 55% quando comparada aos custos de internação. ● Maior disponibilidade de leitos hospitalares para pacientes com afecções mais graves. Desvantagens ● Não realização dos cuidados pré-operatórios. ● Falta de transporte. ● Falta de ajuda no domicílio. ● Suspensão em detrimento de urgências, sobretudo nas unidades integradas ao hospital. ● Necessidade de permanência hospitalar além do esperado. Orientações ao paciente → Pré-operatório ● Jejum de 4 horas se anestesia local ou de 8 horas se outra anestesia. ● Não realizar tricotomia no domicílio, apenas tomar banho antes. ● Vir acompanhado de um adulto que se responsabilize pelo retorno do paciente para casa. ● Suspender o tabagismo pelo menos 30 dias antes. ● Adiar a cirurgia até que todas as comunidades infecciosas estejam compensadas (ICC, DM, HAS, outras).. → Pós operatórias ● Dieta: introduzida o mais breve possível. ● Dor: deve ser inibido e tratado com rigor. ● Curativo: manter 24-48 horas, troca diária ou conforme necessidade após, fitas estéreis. ● Pontos: a retirada dos fios depende da localização do procedimento. Responsabilidades médicas ● Avaliação pré-operatória (ASA I e II: história, exame físico, exames complementares). ● Orientação por escrito do paciente ou seu acompanhante (cuidados, alagaesia, complicações e indicação da Unidade de Atendimento caso necessário). ● Liberação da sala cirúrgica e da sala de recuperação (responsabilidade do anestesiologista - status físico do paciente). ● A alta hospitalar é de responsabilidade do membro da equipe cirúrgica. Condições para a alta hospitalar ● Orientação no tempo e espaço. ● Estabilidade dos sinais vitais há pelo menos sessenta minutos. ● Ausência de náuseas e vômitos. ● Ausência de dificuldade respiratória. ● Capacidade de ingerir líquidos. ● Capacidade de locomoção como antes, se cirurgia o permitir. ● Sangramento ausente ou mínimo. ● Ausênciade dor importante. ● Sem retenção urinária. Recursos humanos As unidades tipo II, III e IV estarão obrigadas a garantir, durante todo o período de permanência do paciente em suas dependências, supervisão contínua realizada por pessoal de enfermagem e médico capacitado para atendimento de urgência e emergência. Todas deverão possuir profissionais suficientes e capacitados para as atividades propostas. Funcionamento Os serviços que realizam procedimentos clínico-cirúrgicos com internação de curta permanência, classificadas como II, III e IV, deverão ter seus projetos de construção, reconstrução, adaptação ou reforma aprovados pela autoridade sanitária competente com suas especificações definidas. Deverão contar um responsável técnico, legalmente habilitado e inscrito no Conselho Regional de Medicina. Deverão contar com apoio hospitalar incluindo laboratório de radiologia, banco de sangue e outros recursos que venham a ser necessários para tratamento de complicações que porventura ocorram durante a realização de cirurgia/procedimento. O hospital deverá estar localizado em distância compatível com o atendimento emergencial ao doente que estará sendo removido. Deverão garantir condições para efetuar a remoção de pacientes que necessitem de internação, sem agravar suas condições clínicas.
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