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A AUTOESTIMA DA MULHER CONTEMPORÂNEA


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AUTOESTIMA:
A forma como me vejo, me percebo;
As minhas escolhas;
Tipos de relacionamentos que me envolvo;
Tipo de trabalho que escolhi;
Como me agrado;
Quanto mais eu gosto de mim, mais escolhas boas faço;
Auto aceitação e autoconfiança;
Sentimento de valor próprio;
COMO NASCE A AUTOESTIMA:
Através do olhar materno e paterno;
Da validação das potencialidades e das limitações;
Poucas validações na infância podem trazer falta de auto credibilidade na vida adulta;
Se eu não me amo, eu não consigo me apropriar da possibilidade do outro me amar.
É possível aprender a ter amor próprio para fazer escolhas positivas;
Quem tem baixa autoestima acredita que nada que é dele é bom;
Quem tem baixa autoestima costuma ter um discurso vitimista: ‘ Ninguém gosta de mim.’
Se você não gostar de você, ninguém vai gostar!
DICAS PARA AUMENTAR A AUTOESTIMA:
Ande com pessoas que combinem com você, que lhe permitam ter espontaneidade, que você tenha intimidade e possa ficar a vontade.
Cerque-se de pessoas que te façam bem;
Pratique uma atividade física que lhe dê prazer;
Se agrade, vá ao cinema, compre algo que você gosta;
Relaxe e se mime!
Não se compare às outras pessoas;
Cuidado com a sua autocrítica; Planeje situações realizáveis;
Tenha várias fontes de prazer;
Faça uma lista das suas qualidades e de seus defeitos
Reflita sobre os pontos que você quer melhorar na vida;
Tente melhorar o que não lhe agrada.
Não fique em relacionamentos abusivos ou falidos;
COMO ADQUIRIR AUTOESTIMA:
A autoestima é adquirida com treino;
Fazer para nós o que fazemos para as pessoas que amamos:
Parceria: estar do nosso lado;
Proporcionar boas experiências; de crescimento, de diversão, fé, sabedoria;
Confiança; Cumprir as próprias promessas para confiar em si mesmos;
Compaixão nas horas de dificuldades;
Alteridade; Nos colocar em contato com a diversidade para entendermos que o nosso sofrimento não é único no mundo e para dividirmos situações positivas e difíceis da vida;
A INSUBMISSÃO FEMININA NA ATUALIDADE:
O que querem as mulheres? 
Esta foi uma pergunta que marcou o séc. XX após uma série de movimentos e conquistas femininas e que o tornou o século das mulheres.
Elas reivindicaram direitos sociais, políticos e hoje ainda lutam contra a violência doméstica e sexual, discriminação no trabalho, preconceitos;
Foi no séc. XX que a mulher conquistou a existência e no séc. XXI ela luta por mais do que existir, luta pelo respeito do seu corpo, suas escolhas, sua vida!
FEMINISMO:
Fala de liberdade;
De causas a lutar;
Luta por igualdade de direitos;
Luta contra a objetificação da mulher;
Luta contra o feminicídio, contra a misoginia.
Luta contra o assédio, contra o estupro;
Não lutamos pelo lugar dos homens, mas para reinventar a cultura feminina;
Fala de mulheres poéticas e políticas;
Inicia nos anos 70;
A mulher começa a ter voz, inclusive revistas sobre o feminino começam a surgir;
Luta pelo movimento LGBT, pelo movimento negro, etc.
Queriam falar sobre salário e sobre aborto;
FEMINISMO:
As reivindicações das mulheres incomodaram a cultura patriarcal, foram chamadas de feias, mulher-macho, etc.
Rever o passado é encontrar outros destinos para o futuro e para o presente, é deslegitimar formas de poder e dominação no nosso mundo.
A mulher tem o direito de sair apenas para o trabalho, para ganhar dinheiro, o homem continua dando conta de todos os seus passos e até do seu salário, é outra espécie de exploração, é o cafetismo em família.
Sexualidade feminina: Acreditavam entorno dos anos 30 que a mulher que possui desejos sexuais era degenerada. Que a mulher que não quisesse ter filhos era uma anarquista.
“A mulher é uma prostituta porque tem um quadril grande”. (Dr. Lombroso).
O pensamento misógino se reproduz até hoje, mas é momento de mudar essas narrativas!
(MARGARETH RAGO, psicanalista).
POEMA:
Eu sou mulher; Aquela que você olha na rua, me acha feliz e logo diz: É puta!
Sou a mesma que você rotula: É fácil; Sou a criança desconsolada, desesperada, quando viu a mãe, que também sou eu, ser agredida, perseguida e abatida, deitada no chão.
Sou a mesma que vai à luta, que não muda a conduta; que sabe que a sociedade precisa de ação; da revolução.
A que busca a liberdade e felicidade, mas que sabe que isso só vem com a igualdade de toda a população; Mãe, filha, amante, prostituta ou vizinha; Sou minha; Sou livre, e mulher!
Em termos de sociedade, de maneira mais ampla, nota-se que a produção social da supremacia do masculino pelo feminino é histórica e culminou com a construção de uma estrutura social patriarcal e paternalista que, indiscutivelmente, vem sofrendo profundas transformações nas últimas décadas. Por esse motivo, é fundamental que se produzam reflexões acerca do papel da mulher e da importância do princípio feminino na sociedade, com o propósito de se compreender as possíveis influências desse aspecto nas relações interpessoais e na sociedade atual. 
A MULHER NA HISTÓRIA:
Segundo Saffioti (1969), a mulher nunca foi alheia ao trabalho. Em todas as épocas e lugares ela tem contribuído para subsistência de sua família e para criar a riqueza social. Nas economias pré-capitalistas, especificamente no estágio anterior a revolução agrícola e industrial, a mulher das camadas trabalhadoras era ativa: trabalhava nos campos e nas manufaturas, nas minas e nas lojas, nos mercados e nas oficinas, tecia e fiava, fermentava as bebidas e realizava outras tarefas domésticas. Enquanto a família existiu como uma unidade de produção, as mulheres (e as crianças) desempenharam um papel econômico fundamental. Nesse período a felicidade pessoal da mulher incluía necessariamente o casamento, pois era através dele que se consolidava sua posição social e se garantia sua estabilidade ou prosperidade econômica. Isso implicava ainda que a obediência da mulher ao marido era uma norma ditada pela tradição. Assim, a mulher cuja personalidade que mais se aproxima do tipo ideal formulado pela cultura ocidental é aquela que encarna com dedicação seu papel de esposa e mãe de família. É aquela que reúne as condições para o amplo ajustamento à estrutura familiar e à sociedade como um todo.
Nenhuma das alterações vividas pela mulher perecem ter ocorrido por simples coincidência ou capricho. Houve tanto necessidades internas de suas representantes quanto uma demanda social que possibilitou o surgimento da mulher na sociedade. Porém, apesar da exigência social por sua inserção, o sentimento patriarcal impera e pode resultar em um desequilíbrio emocional interno experimentado pela ausência de recursos pessoais necessários ao enfrentamento de novos desafios. Mesmo quando solicitada a participar ativamente a mulher ainda sofre influência do peso de sua história. Apesar deste sentimento não há mais nenhuma atribuição masculina que a mulher não possa exercer, e apenas a própria mulher detém um papel exclusivo: o da maternidade. A busca feminina pela assunção de outros lugares no âmbito social é decorrente de novas formas de organização da sociedade, posto que novas formas de viver incitam novas habilidades a fim de permitir adaptação e desenvolvimento de seu meio. Já que o ser humano é o único animal capacitado a alterar através do trabalho, o meio em que vive, ele é o único que não deve exigir cristalização na posição de seus iguais
ARQUÉTIPOS DO FEMININO:
Jung (1940) explica que os conteúdos do inconsciente coletivo são os arquétipos, que seriam possibilidades psicológicas transmitidas geneticamente desde os tempos primordiais, através da cultura, podendo ou não ser percebida pelo conhecimento consciente. Os arquétipos são portanto, representações coletivas que fazem referências às vivências típicas primitivas que serviram de substrato para a construção dos mitos, ritos, fábulas e até mesmo da arte e da religião.
O MITO DE LILITH:
Sicuteri (1985) fez uma pesquisa sobre as origens do mito de Lilith e sua integração na subjetividade feminina contemporânea. Este autor concorda que Lilith apareceu nas tradições orais, reunidas nos textos da sabedoria rabínicaoriundos do Zohar que são escritos sumérios e acadianos. Lilith é um mito arcaico que segundo a mitologia rabínica, de tradição oral, antecede a narrativa mosaica e canônica da criação de Eva. Segundo esta narrativa mítica, ao contrario de Eva que foi criada por Deus da costela de Adão,( segundo a narrativa de Gênesis), Lilith, de acordo com Hermínio, foi feita do barro, à noite. Lilith tinha em sua aparência obscura sangue, saliva e lágrimas.
 
Lilith teria sido criada tão bonita e interessante que logo arranjou problemas com o primeiro o homem. Ainda segundo a narrativa mítica, Eva foi criada para substituir Lilith. Eva seria o oposto de Lilith, por sua vez, reúne traços marcantes de obediência, boa imagem, companheira, submissa ao sacerdote, ao Pai e à Lei e por fim, também fonte de pecado e desobediência. 
A tradição oral das versões aramaicas e judaicas afirmam que a relação entre os dois era perturbadora. Os conflitos entre Lilith e o primeiro homem decorriam da atitude desta contra a submissão que lhe fora imposta pela comunidade patriarcal. Diante da recusa de Adão ao pedido de Lilith por igualdade, inclusive durante as relações sexuais, ela é expulsa da comunidade dos homens e recebe como punição o exílio no Mar Vermelho e sua transformação num demônio feminino. Em outras narrativas míticas, Lilith é aquela mulher que ataca os homens durante os sonhos e fantasias eróticas. Ela invade seus sonhos e mantém relações sexuais com estes desnorteando-os. As relações do homem com Lilith são sempre marcadas pela perversão, confusão mental, culpa, depressão, psicose e destruição. Atribui-se a Lilith também a morte prematura de crianças recém nascidas. 
Em outras palavras, Lilith é marcada pelo seu desejo de liberdade, de autodeterminação, espontaneidade no modo de agir, de escolher e decidir, ou seja, quer os mesmos direitos do homem. Sua constatação de que a sociedade patriarcal não lhe concederia status igual, coloca a rebeldia como única alternativa para conseguir este desiderato. Lilith se rebelou e, decidida a não submeter-se ao homem e, a odiá-lo como igual, resolveu abandoná-lo. 
O mito de Lilith e sua importância na compreensão da psiquê feminina ocidental 
A mulher do século XXI conquistou sua liberdade e sua igualdade jurídica perante a comunidade dos homens, contudo, a figura feminina continua envolta em uma bruma de mitos e de ignorância sobre seus papéis sociais. O papel que a mulher ocupa na sociedade atual demonstra claramente as consequências deste fato construído historicamente e que estabelece as normas que orientam sua posição no círculo social. Compreender essa dinâmica ao longo do tempo é essencial para que se identifiquem fatores que interferem na imagem feminina e em suas possibilidades de alcance nos mais variados setores da sociedade. 
A mulher contemporânea é mãe, profissional, esposa e ainda deve encontrar tempo para cuidar de si. Nesse sentido, o presente estudo se propõe a compreender alguns aspectos do inconsciente e suas relações com o mito de Lilith à partir da Psicologia Analítica de Carl Gustav Jung. Pretende-se ainda demonstrar as relações possíveis entre o mito de Lilith e o lado obscuro da alma da mulher e sua integração na sociedade contemporânea. Por último esta pesquisa busca demonstrar como um mito pagão, pré-cristão, vem servindo de referência para a construção das novas imagens femininas em seus novos papeis sociais. 
MITO DE LILITH
Lilith, como primeira companheira de Adão, feita do mesmo material que ele, cheia de sangue e saliva, possui sensualidade e força demoníacas, que perturbam Adão; mas também é aquela que lhe apresenta o prazer orgástico. O relacionamento é perturbado pela imposição do homem em permanecer por cima da mulher, ao que ela não aceita e por isto dele se afasta. Este mito simboliza, entre outros aspectos, a instintividade feminina manifestada em sua sensualidade, bem como a reivindicação por igualdade sexual e social contra o machismo. Desta forma, observa-se que o mito traça um panorama de controle, submissão, repressão sexual e luta por igualdade sexual e social femininas. A feminilidade é um todo, porém este mito enfatiza um polo de uma cisão: o lado da mulher sensual, a prostituta, porém com a força da autonomia e dignidade, presentes na busca feminina contemporânea por equilíbrio nas relações afetivo-eróticas.
Sendo assim, anterior na redação jeovística, o mito de Lilith é arcaico e precede o mito de Eva: Lilith é a primeira companheira de Adão. De acordo com Cavalcanti, tal mito possui grande conteúdo revolucionário, expressando a problemática feminina em busca da sua identidade, denunciando a necessidade da sociedade patriarcal de sujeitar e invalidar a presença da mulher. O grande mal em Lilith está em sua desobediência ao masculino.
Neste contexto, inúmeras mulheres sofrendo de conflitos sexuais, histéricas, ou com mania de perseguição, foram a personificação de Lilith para a obsessão masculina durante a Idade Média. De modo que, a “caça às bruxas” nada mais significou que a concretização do desejo de controle masculino, com o domínio do macho sobre a crença da inferioridade da mulher. A sensualidade, que gera tanto prazer, gera também o temor ao universo simbólico masculino; assim, o objeto de sensualidade ao homem, a Mulher-Lilith, deve ser exterminada.
“Assim perguntava a Adão: – Por que devo deitar-me embaixo de ti? Por que abrir-me sob teu corpo? Talvez aqui houvesse uma resposta feita de silêncio ou perplexidade por parte do companheiro. Mas Lilith insiste: – Por que ser dominada por você? Contudo eu também fui feita do pó e por isto sou tua igual. Ela pede para inverter as posições sexuais para estabelecer uma paridade, uma harmonia que deve significar a igualdade entre os dois corpos e as duas almas. Malgrado este pedido, ainda úmido de calor súplice, Adão responde com uma recusa seca: Lilith é submetida a ele, ela deve estar simbolicamente sob ele, suportar seu corpo.
O mito de Lilith, exatamente por possuir conteúdos arquetípicos (sobretudo dentro do mundo de cultura ocidental), conta histórias de todas as mulheres, pois configura narrativa atemporal e impessoal, expressando características coletivas quanto ao universo simbólico feminino e a relação da mulher com sua feminilidade e com o outro.
Expressam o “não” masculino quanto ao pedido de igualdade da mulher, indicando que no machismo existe grande ansiedade e desejo de poder sobre o universo feminino, no que refere-se ao controle da instintividade, denotando o temor do homem em relação à força instintiva e a criatividade femininas, expressadas principalmente através da sexualidade.
A repressão da sexualidade de Lilith soterrou também sua agressividade, sua criatividade e sua espiritualidade. As conseqüências da repressão da sexualidade de Lilith são entre outras a dissociação entre a maternidade e a sexualidade;Tal dissociação criou a figura da esposa dissociada da imagem da mulher, o que significa que o homem ocidental não consegue identificar a esposa e a amante numa mesma mulher, recorrendo ao duplo padrão de moral para realizar seus desejos sexuais. O que se observa frequentemente é que ele matem a esposa em casa para lhe dar filhos e a amante para lhe dar prazer. Este padrão vem sendo quebrado pelas mulheres que não mais aceitam esta condição de mulher incompleta que as coloca numa condição humilhante perante Deus e o homem.
Lilith representa o oposto das características que foram culturalmente atribuídas como obrigações femininas. Representa portanto a rebeldia contra a passividade, à submissão e a obediência. O repúdio à tradição patriarcal de dominação do homem sobre a mulher; a luta pela igualdade de condições e direitos e principalmente o desenvolvimento de ações seguras e assertivas diante de seus ideais.
A integração do sentimento e da intuição na alma masculina pode levá-lo a melhor compreender a mulher e a própria natureza. 
SÍNDROME DE AMÉLIA:
O ideal de uma mulher submissa domina o imaginário cristão na sociedade católica brasileira.Este desejo de submissão da mulher ao homem pode ser bem exemplificada pela síndrome de Amélia do poema 
“Ai que saudades da Amélia” da letra de Ataulpho Alves e Mário Lago. Poema este cantado, dentre outros, por Roberto Carlos:
 Nunca vi fazer tanta exigência
 Nem fazer o que você me faz
 Você não sabe o que é consciência 
Nem vê que eu sou um pobre rapaz
 Você só pensa em luxo e riqueza
 Tudo que você vê você quer
 Ai, meu Deus, que saudade da Amélia 
Aquilo sim é que era mulher!
 Às vezes passava fome ao meu lado 
E achava bonito não ter o que comer;
 E quando me via contrariado Dizia:
 Meu filho, que se há de fazer 
Amélia não tinha a menor vaidade 
Amélia é que era mulher de verdade
 Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade
 Às vezes passava fome ao meu lado E achava bonito não ter o que comer;
 E quando me via contrariado Dizia: Meu filho, que se há de fazer?
 Amélia não tinha a menor vaidade Amélia é que era mulher de verdade!
O ARQUÉTIPO DA MULHER SELVAGEM
"O termo selvagem, neste contexto, não é usado em seu atual sentido pejorativo, de algo fora do controle, mas, em seu sentido original, de viver uma vida natural, uma vida em que a criatura tenha uma integridade inata e limites saudáveis. Essas palavras, MULHER e SELVAGEM, fazem com que as mulheres lembrem de quem são e do que representam. Elas criam uma imagem para descrever a força que sustenta todas as fêmeas. Elas encarnam uma força sem a qual as mulheres não podem viver“
MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS

A Mulher Selvagem e a Maternidade: 
"O selvagem torna todas as mulheres saudáveis. Sem o lado selvagem, a psicologia feminina fica desprovida de sentido (...)
O ato de parir, ou o simples domínio de saber que se é capaz de trazer um ser à vida, cria uma força imensa que catapulta as mulheres para uma dimensão divina. E, extasiadas diante do milagre, tentando reconhecer que fomos nós mesmas que o tornamos possível, nos direcionamos ao que é sublime. É uma experiência mística se nos permitirmos que assim seja. Voltando para o lado primitivo, nada mais animal e selvagem do que o parto em si e tudo que isso envolve. A sensação, a dor, cuidar da cria (...)
A lactação é a continuação e o desenvolvimento de nossos aspectos mais terrenos, selvagens, diretos, filogenéticos. Para dar de mamar, as mulheres deveriam passar quase todo o tempo nuas, sem largar sua cria, imersas em um tempo fora do tempo, sem intelecto nem elaboração de pensamentos, sem a necessidade de se defender  de nada nem de ninguém, mas tão somente abstraídas em um espaço imaginário e invisível aos demais. Dar de mamar é isso. É deixar aflorar nossos recantos mais ancestralmente esquecidos e negados, nossos instintos animais que surgem sem que imaginemos que estavam aninhados em nosso âmago. Dar de mamar é se despojar das mentiras que nos contamos durante toda a vida sobre quem somos ou deveríamos ser. É estarmos soltas, poderosas, famintas, como lobas, leoas, tigresas, cangurus ou gatas. Muito semelhante às mamíferas de outras espécies em seu total apego pelas crias, ignorando o resto da comunidade, mas atentas, milimetricamente, às necessidades do recém-nascido. Isto é tudo que se necessita para poder amamentar um filho. Nem métodos, nem horários, nem conselhos, nem relógios, nem cursos (...) 
Apenas permissão para ser o que queremos, fazer o que queremos e nos deixar levar pela loucura do selvagem".
MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS

Quando as mulheres ouvem estas palavras, mulher e selvagem, uma lembrança muito antiga é acionada, voltando a ter vida. Trata-se da lembrança do nosso parentesco absoluto, inegável e irrevogável com o feminino selvagem, um relacionamento que pode ter se tornado espectral pela negligência, que pode ter sido soterrado pelo excesso de domesticação, proscrito pela cultura que nos cerca ou simplesmente não ser mais compreendido. Podemos ter-nos esquecido do seu nome, podemos não atender quando ela chama o nosso; mas, na nossa medula nós a conhecemos e sentimos sua falta. Sabemos que ela nos pertence; bem como nós a ela.
 MULHERES QUE CORREM COM OS LOBOS - CLARISSA PÍNKOLA ESTÉS

PSICÓLOGA ELIS REGINA DA COSTA
TELEFONE: 99706 5512
WHATSAPP: 98141 3725