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Dhara Martins / @acadmedi Via aérea e ventilação Via aérea – Reconhecer os problemas envolvendo o trauma maxilofacial, cervical e laríngeo e identificar os sinais de obstrução. Identificar o problema Sinais de obstrução ▪ Pode ser súbita e total, insidiosa e parcial e/ou progressiva ou recorrente; ▪ A taquipneia pode ser um sinal, ainda que sutil, e precoce de comprometimento da via aérea ou da ventilação → avaliar e reavaliar frequentemente a permeabilidade da via aérea e da efetividade da ventilação; Maneira rápida e simples de avaliar um doente em 10 segundos! ▪ Pergunte o nome do paciente e o que aconteceu. ▪ A resposta adequada → sugere que, naquele momento, uma via aérea pérvia, com ventilação suficiente para promover oxigenação sanguínea e perfusão cerebral. ▪ Já uma resposta inadequada ou ausente → alteração do nível de consciência, comprometimento da via aérea e ventilação, ou até ambos; ▪ É importante antecipar a possibilidade de vômitos → aspiração imediata da orofaringe e a rotação em bloco do doente para o decúbito lateral; ▪ OBSERVAÇÃO DO PCT → Agitação (sugere hipóxia), torpor (sugere hipercapnia), cianose, tiragem e uso de musculatura acessória para ventilação, taquidispneia. ▪ AUSCULTA → Respiração ruidosa, roncos, gorgolejos, estridor (sinais de obstrução parcial), rouquidão (obstrução funcional da laringe) ▪ PALPAÇÃO → Posicionamento anormal da traqueia no pescoço e crepitações. ▪ Observação: atenção no comportamento do pct. Diante de um doente agitado e/ou agressivo, deve-se pensar que a primeira causa desse comportamento é a hipóxia e não a intoxicação exógena. ETIOLOGIA – via aérea Ventilação – A via aérea permeável só será benéfica para o paciente se a ventilação também estiver adequada; Trauma maxilofacial ▪ Passageiro sem cinto de segurança que foi arremessado contra o para-brisas e painel de um automóvel; ▪ Podem ocasionar fraturas-luxações q comprometem a nasofaringe e a orofaringe, e podem se associar a hemorragias, aumento de secreções orofaríngeas e avulsões dentárias que dificultam a manutenção da permeabilidade da VA Trauma cervical ▪ Ferimentos penetrantes do pescoço podem causas lesões vasculares que levam a hematomas cervicais expansivos, Trauma de laringe ▪ É sugerida pela tríade: rouquidão, enfisema subcutâneo e fratura palpável; a TC pode auxiliar na confirmação dx. ▪ Se houver obstrução total da via aérea ou insuficiência respiratória grave, isso justifica uma tentativa de intubação – Não conseguiu → traqueostomia de emergência. ▪ Respiração ruidosa indica obstrução parcial da v.a que pode subitamente converter-se em obstrução total; ▪ Já a ausência de movimentos respiratórios sugere obstrução total de v.a; Via aérea do queimado ▪ Esses pacientes, fazem lesões da mucosa. Inicialmente, ela pode não se manifestar, mas depois e 2-4h, tem-se grande edema oral, e na hora de intubar, não tem como enxergar as cordas vocais devido a esse edema; ▪ PCT com chamuscamento do interior das narinas, dos cílios ou escarro carbonáceo, mesmo que ele esteja falando, ele é considerado um paciente com via aérea obstrutiva e merece via aérea definitiva; ▪ Pode estar comprometida por obstrução de VA, alteração na mecânica ventilatória e/ou depressão do SNC; ▪ Doentes que apresentam doenças pulmonares preexistentes e idosos têm um risco aumentado de falência respiratória. ▪ Lesão cerebral traumática pode causar padrões anormais respiratórios e comprometer a mecânica ventilatória; ▪ Lesão medular na cervical pode resultar em respiração diafragmática, interferindo na capacidade de atender à demanda aumentada de oxigênio; ▪ OBSERVAÇÃO DO PCT → se os movimentos respiratórios são simétricos e adequados. A assimetria sugere fraturas de arcos costais ou tórax instável. Esforço respiratório indica uma ameaça iminente à ventilação do pct. ▪ AUSCULTA → Diminuição ou ausência do MV em um ou em ambos os lados pode ser devido a lesão torácica. Prestar atenção na FR – taquipneia pode indicar IR. ▪ Use oxímetro de pulso. Dhara Martins / @acadmedi TRATAMENTO DA VIA AÉREA Introdução – A principal prioridade é garantir o fornecimento de oxigênio Via aérea potencialmente difícil ▪ Aspiração orofaríngeo com sonda rígida → retirada de corpo estranho → Máscara de O2 não reinalante, 100% de O2, 12L/min → elevação do mento e tração da mandíbula → Guedel ▪ A avaliação da permeabilidade da via aérea e da qualidade da ventilação + oximetria de pulso e a medida do CO2 expirado; ▪ Proteção da coluna cervical mantida em todos as manobras. ▪ A medula deve ser protegida até que o risco de lesão seja excluído por avaliação clínica e estudos radiológicos necessários; ▪ É fundamental e deve sempre estar disponível uma sonda de aspiração com ponta rígida para facilitar a introdução de sondas através do nariz. ▪ Pacientes com fraturas faciais podem apresentar fratura da placa crivosa, e ao introduzir sondas, pode resultar na passagem acidental dela para o interior da caixa craniana. ▪ Fatores que podem indicar dificuldade na execução de manobras para abordagem de V.A: lesões na coluna cervical, artrite avançada da coluna cervical, trauma mandibular ou maxilofacial significativo, limitação na abertura da boca, obesidade e variações anatômicas; Técnicas para manutenção da via aérea 1. Observar a via aérea e desobstruir (aspiração com sonda rígida e retirada de corpos estranhos) 2. Elevação do Mento – chin-lift Tração da Mandíbula ou jaw-thrust 3.Tubo Orofaríngeo (Cânula Orofaríngea) – Guedel e tubo nasofaríngeo ▪ Eu meço na comissura labial até o lóbulo da orelha para escolher o tamanho da cânula. ▪ Inserir a cânula orofaríngea com a parte curva voltada para cima até tocar o palato mole. Girar o dispositivo 180º p que a curvatura fique voltada p baixo e desliza-se até que se encaixe sobre a língua. ▪ Em crianças use um abaixador de língua para pressionar a língua e, em seguida, inserir a cânula com a concavidade para baixo, tomando-se o cuidado para não empurrar a língua para trás e causar obstrução da via aérea. ▪ Ambas as técnicas podem induzir engasgos, vômitos (se presente fazer a rotação do pct em 90º como um todo, alinhando a coluna para que ele não vomitar e aspirar o conteúdo) e aspirações, portanto, use-os com cuidado em doentes conscientes. Doentes que aceitam o tubo orofaríngeo muito provavelmente necessitarão de intubação. ▪ O tubo nasofaríngeo não deve ser tentado em pct com suspeita ou possível lesão de placa cribiforme. Dispositivos Extraglóticos (máscara laríngea, o tubo esofágico multilúmen, tubo laríngeo) – intubação malsucedida ou que dificilmente a intubação será conseguida. Dhara Martins / @acadmedi VIA AÉREA DEFINITIVA ▪ Implica um tubo endotraqueal, com o balão (cuff) insuflado abaixo das cordas vocais, devidamente fixado com fita ou cadarço, conectado a um sistema de ventilação assistida, com mistura enriquecida em oxigênio. ▪ Há três tipos: tubo orotraqueal, nasotraqueal e via aérea cirúrgica (cricotireoidostomia ou traqueostomia). Indicações resumo ▪ Apneia ▪ Proteção das vias áreas contra vômito e sangue ▪ TCE com Glasgow menor ou igual a 8 ▪ Fraturas maxilosfaciais graves ▪ Incapacidade de manter a Oxigenação com máscara de O2. ▪ Risco de obstrução por lesão de traqueia ou laringe, hematoma cervical ou retrofaríngeo, estridor e lesões térmicas; ▪ Necessidade de ventilação (paralisia neuromuscular, TCE grave), Convulsão persistente lntubação endotraqueal ▪ Embora seja fundamental estabelecer se existe ou não fratura da coluna cervical, a obtenção de estudos radiológicos não deve impedir ou retardar a adoção de uma via aérea definitiva quando ela estiver claramente indicada. Entretanto, uma radiografia de perfil de coluna cervical normal não exclui a possibilidade de lesão da coluna cervical. ▪ A intubação orotraqueal é a via preferida paraproteger a via aérea. ▪ Fraturas faciais, do seio frontal, da base do crânio e da placa cribiforme são contraindicações relativas para a intubação nasotraqueal → Evidência de fratura de nariz, olhos de guaxinim (equimose periorbitária bilateral), sinal de Battle (equimose retroauricular) e extravasamento de líquido cefalorraquidiano (rinorreia ou otorreia) Como saber se o tudo endotraqueal está bem posicionado? ▪ É sugerido, porém não confirmado, pela ausculta de murmúrio vesicular em ambos os campos pulmonares (bilateralmente e simétricos) e pela ausência de ausculta de borborigmos (ou seja, ruídos surdos ou gorgolejantes) no epigástrio ▪ Para a confirmação está indicado o uso de um detector de dióxido de carbono (capnógrafo) → a presença de C02 no ar expirado indica que a intubação foi bem-sucedida, mas não garante que o tubo endotraqueal esteja em posição correta. ▪ É mais bem confirmado por meio da radiografia de tórax. Quando pensar em extubar o paciente: ▪ A patologia foi resolvida ▪ PO2 > 60 mmHg + FiO2 <40% + PEED 5-8mmHg ▪ Estabilidade hemodinâmica ▪ Presença de driver respiratório ▪ Nível de consciência eficaz ▪ Tosse eficaz ▪ Ausência de acidose ▪ Ausência de congestão ▪ Equilíbrio eletrolítico Intubação Assistida por Drogas ou Intubação de Sequência Rápida → pct q precisa de controle da VA + reflexo do vômito intacto, especialmente os de trauma cranioencefálico. A técnica para a IAD inclui os seguintes passos: ▪ Preparação: 10 min antes da ITO, ter um plano caso a ITO falhe, checar dispositivos, monitorar o paciente, verificar vias aéreas, preparar drogas. ▪ Pré-oxigenação: 5 min antes da ITO com O2 100% ▪ Pré-tratamento: 3 min antes da ITO para reduzir os efeitos deletérios da laringoscopia, diminuir a PIC e resposta broncoespática. Administração de Lidocaína (Dose 1,5mg/kg – SNC / Cardio / Asma) ou Fentanil (Dose 3 mcg/kg) em infusão lenta para evitar síndrome do tórax rígido. ▪ Paralisia com indução: Sedativo para indução seguido de um bloqueador neuromuscular (paralisia). - Sedativos: Etomidato (0,3 mg/kg), Midazolam (0,1-0,2 mg/kg), Quetamina, Propofol (1-2 mg/kg, melhor escolha para gestantes). - Bloqueador neuromuscular sempre que for intubar: Succinilcolina (1-2 mg/kg), Rocuronio (1mg/kg). ▪ Posicionamento: 30s após a indução insuflar o cuff, alinhar eixos da boca, laringe e faringe ▪ Passagem do tubo orotraqueal: 45s após a indução - Segure o laringoscópio com a mão esquerda - Abra a boca com a mão direita - Introduza o laringoscópio no canto direito da boca - Empurre a língua para a esquerda - Avance e veja a epiglote - Levante a epiglote – Não bascular, empurrar! - Introduzir o tubo até que a borda proximal do cuff ultrapassar as cordas vocais. Parte distal do tubo deve estar de 5-7cm da carina. ▪ Pós-intubação: 60 s após a indução, checar o correto posicionamento do tubo, interromper a compressão da cricóide e ventilar o paciente. o Via áerea difícil: deve ser avaliada antes de realizar uma tentativa de intubação. ADENDO: A succinilcolina é uma droga de curta duração. A paralisia que ela determina ocorre em menos de um minuto após sua administração e dura 5 minutos ou menos. Dhara Martins / @acadmedi VIA AÉREA CIRURGICA Via aérea obstruída por edema de glote, fratura de laringe ou hemorragia orofaríngea grave, fraturas maxilofaciais graves, aspiração ineficaz ou quando o tubo endotraqueal não puder ser posicionado entre as cordas vocais → proceder à abordagem cirúrgica da via aérea (cricotireoidostomia ou traqueostomia (no centro cirúrgico)). Cricotireoidostomia – na membrana cricoide Tipos: ▪ Por punção: Inserção de um cateter sobre agulha pela membrana cricotireóidea em situações emergenciais para fornecer oxigênio por 30-40 min (evitar hipercapnia), até que a via aérea definitiva possa ser realizada. Jelco 14. Pode ficar até 30-35min. ▪ Por cirurgia: Incisão na pele que envolve a membrana cricotireóidea. Pode-se usar uma pinça hemostática curva para dilatar a abertura e um tubo endotraqueal ou um tubo de traqueostomia de pequeno calibre (5-7 mm de diâmetro) pode ser inserido. Não pode fazer em menores de 12 anos. Traqueostomia – exceção da exceção. Em crianças menores de 12 anos ou fratura de laringe sem possibilidade de intubação. Controle da oxigenação Controle da ventilação Como eu faço para saber que a oxigenação está adequada? ▪ A melhor maneira de se ofertar ar oxigenado é através de uma máscara facial com reservatório de oxigênio bem ajustada, com uma taxa de fluxo de pelo menos 10 L/min. ▪ Deve-se utilizar sempre a oximetria de pulso. ▪ A anemia profunda (hemoglobina < 5 g/dL) e a hipotermia (< 30°C, ou < 86°F) reduzem a confiabilidade do método. Entretanto, na maioria dos doentes traumatizados, a oximetria de pulso é útil como uma monitoração contínua da saturação de oxigênio e oferece uma avaliação imediata das intervenções terapêuticas. Como saber que a ventilação está adequada? ▪ Pode ser alcançada por meio da ventilação com dispositivo bolsa-válvula-máscara. A ventilação com bolsa-válvula-máscara deve ser executada por duas pessoas, sempre que possível. ▪ O doente deve ser ventilado periodicamente durante tentativas prolongadas de intubação Intubação orotraqueal do adulto com e sem GEB ETAPA 1. Certificar-se da esterilização adequada. ETAPA 2. Inspecionar a integridade de todos os componentes. ETAPA 3. Examinar o interior do tubo orotraqueal para certificar-se de que ele está livre de obstruções e sem partículas. ETAPA 4. Certificar-se de que a ventilação e a oxigenação utilizadas são adequadas e que um aspirador está imediatamente disponível na eventualidade de o doente vomitar. ETAPA 5. Insuflar o balão do tubo endotraqueal para certificar-se de que não vaza e, a seguir, esvaziá-lo. ETAPA 6. Conectar a lâmina do laringoscópio ao cabo e verificar a intensidade da luz. ETAPA 7. Avaliar a dificuldade da intubação pelo LEMON ETAPA 8. Um assistente deve imobilizar manualmente o pescoço e a cabeça. O pescoço do doente não deve ser hiperestendido nem hiperfletido durante esse procedimento. ETAPA 9. Segurar o laringoscópio com a mão esquerda. ETAPA 10. Inserir o laringoscópio no lado direito da boca do doente, deslocando a língua para a esquerda. ETAPA 11. Visualizar a epiglote e, a seguir, as cordas vocais. A manipulação da laringe por meio da pressão sobre a cartilagem cricoide em direção posterior, cranial e para o lado direito pode auxiliar na visualização. ETAPA 12. Inserir delicadamente o tubo endotraqueal na traqueia sem aplicar pressão sobre os dentes e as partes moles da boca. ETAPA 13. Insuflar o balão com volume de ar suficiente para conseguir uma vedação adequada. Não hiperinsuflar o balão. Dhara Martins / @acadmedi ETAPA 14. Conferir a posição do tubo endotraqueal ventilando com o dispositivo de máscara com válvula e balão. ETAPA 15. Visualizar os movimentos da caixa torácica durante a ventilação. ETAPA 16. Auscultar o tórax e o abdome com estetoscópio para conferir a posição do tubo, que deve ser avaliada cuidadosamente. A radiografia de tórax pode ser útil para avaliar a posição do tubo, mas não exclui a intubação esofágica. ETAPA 17. Se a intubação endotraqueal não for conseguida em alguns segundos ou no tempo em que o médico que executa o procedimento consegue manter-se sem expirar, interromper as tentativas, ventilar o doente com dispositivo de máscara com válvula e balão e tentar novamente utilizando o GEB (fio condutor). ETAPA 18. Fixar o tubo. Se o doente for movimentado, o posicionamento do tubo deve ser reavaliado. ETAPA 19. Conectar um capnógrafo ao tubo endotraqueal, entre o adaptador e o dispositivo de ventilação para confirmar o posicionamento do tubo na traqueia. ETAPA 20. Conectar um oxímetro de pulso a um dos dedos do doente (a perfusão periférica deve estar preservada) para medir e monitorar o nível de saturaçãode oxigênio do doente e fornecer uma avaliação imediata das intervenções terapêuticas.
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