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Abordagem fisioterapeutica baseada nas alterações de movimento escapular relacionadas a dor no ombro

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■ INTRODUÇÃO
A dor no ombro é uma condição musculoesquelética frequente e pode reduzir a função e a 
qualidade de vida do indivíduo acometido. A alteração no movimento escapular está comumente 
associada à dor no ombro; no entanto, é necessário determinar se a escápula está relacionada 
aos sintomas do paciente. 
O controle e a posição da escápula no tórax durante o movimento do braço são componentes 
importantes para a função do ombro. A escápula fornece base estável para o movimento da 
articulação glenoumeral, e, assim, o movimento harmônico da escápula sobre o tórax favorece 
a congruência articular da glenoumeral e maximiza o torque gerado pelos músculos do manguito 
rotador e escapulotorácicos.1,2
Como a escápula apresenta mínima estabilização óssea com a clavícula e não há ligamentos 
que a posicionem seguramente sobre o tórax, os músculos escapulotorácicos são os principais 
responsáveis pela estabilização escapular.
A dor no ombro é multifatorial e há outros sistemas contribuindo para a apresentação 
clínica. A abordagem biopsicossocial é a mais completa e deve estar sempre aliada 
com a melhor evidência científica disponível. Por fim, mas não menos importante, as 
expectativas e os objetivos do paciente também devem ser levados em consideração 
para a escolha da conduta fisioterapêutica.
Não é o objetivo deste artigo abordar todos os fatores relacionados à dor no ombro; em vez disso, 
serão discutidos aqui somente os fatores associados ao movimento escapular e suas relações 
com a apresentação clínica. Embora seja uma visão parcial, a avaliação do movimento sempre 
esteve e estará presente como alicerce do pensamento fisioterapêutico.3
35
PAULA REZENDE CAMARGO
RODRIGO PY GONÇALVES BARRETO
DANILO HARUDY KAMONSEKI
LARISSA PECHINCHA RIBEIRO
ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA 
BASEADA NAS ALTERAÇÕES 
DE MOVIMENTO ESCAPULAR 
RELACIONADAS À DOR NO OMBRO
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■ OBJETIVOS
Ao final da leitura deste artigo, o leitor será capaz de
■ definir a importância da avaliação com base no movimento;
■ avaliar o movimento escapular;
■ descrever como o movimento escapular pode contribuir para a dor no ombro;
■ elaborar um raciocínio clínico com base nas alterações de movimento identificadas para
selecionar as melhores estratégias de tratamento.
■ ESQUEMA CONCEITUAL
Modelo patoanatômico 
versus patocinesiológico
Conclusão
Caso clínico 1
Caso clínico 2
Casos clínicos
Extensão em prono
Flexão em decúbito lateral
Exercício em Y
Rotação externa em 
decúbito lateral
Push-up plus na parede
Push-up plus de joelhos
Serratus punch em ortostase
Serratus punch em supino
Deslizamento na parede
Exercícios para recrutamento 
do músculo trapézio médio
Abdução horizontal com 
rotação externa em prono
Elevação com rotação externa 
resistida com banda elástica
Exercícios indicados
Movimentos da escápula Como ocorrem durante a elevação do braço?
Como identifi car se a escápula 
contribui para a dor no ombro?
Teste de assistência escapular
Teste de 
reposicionamento escapular
Rotação interna/externa 
da escápula
Rotação superior/inferior 
da escápula
Inclinação posterior/anterior 
da escápula
Quais são?
Exercícios para recrutamento 
do músculo trapézio inferior
Exercícios para recrutamento 
do músculo serrátil anterior
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■ MODELO PATOANATÔMICO VERSUS PATOCINESIOLÓGICO
A dor no ombro é uma das principais condições musculoesqueléticas. Estima-se que seja a segunda 
ou terceira causa de procura por profissional de saúde e também é responsável por grande parte 
dos afastamentos de trabalho.4 Embora a prevalência dessa condição musculoesquelética seja 
elevada, o diagnóstico clínico é geralmente impreciso e de baixa concordância, até mesmo para 
as condições clínicas mais frequentes.5,6
O motivo disso está relacionado ao fato de a articulação do ombro ser uma das mais complexas do 
corpo humano, não somente pela capacidade de geração de movimento, velocidade e produção 
de torque, mas sobretudo porque o ombro é formado por várias articulações que são exigidas 
diariamente nos movimentos do braço. Por isso é difícil determinar com precisão os fatores 
patoanatômicos relacionados aos sintomas apresentados pelo paciente.
Esses fatores instigaram o desenvolvimento de vários estudos questionando a validade da 
fisiopatologia e a origem nociceptiva da dor no ombro. Apesar de a síndrome do impacto ser o 
diagnóstico mais comum em indivíduos com dor no ombro, esse termo tem sido muito discutido 
atualmente, pois acredita-se que o mecanismo de compressão seja menos prevalente do que 
inicialmente proposto e que este não seja o mecanismo predominante.7–11
Além disso, a síndrome do impacto pode englobar várias disfunções, como lesões parciais de 
manguito rotador, bursite subacromial, lesões labrais ou dores inespecíficas no ombro. Os testes 
provocativos como os testes de Neer, Hawkins-Kennedy ou Jobe, por exemplo, apresentam alta 
sensibilidade e baixa especificidade, dificultando ao fisioterapeuta a decisão para uma abordagem 
terapêutica adequada.12–14
Os exames de imagem, como a ressonância magnética, também não orientam 
para as condutas fisioterapêuticas, pois alterações patoanatômicas podem ser 
encontradas no lado assintomático dos indivíduos.15–21
LEMBRAR
Deve-se salientar que o movimento é a base do tratamento fisioterapêutico e, também, parte 
fundamental do processo de avaliação. A dor no ombro pode apresentar associação com 
alterações do movimento escapular e atividade da musculatura escapulotorácica. Dessa maneira, 
o fisioterapeuta deve ser capaz de identificar se o movimento escapular está relacionado aos
sintomas do paciente para, posteriormente, selecionar opções de tratamento com base nas
alterações identificadas para uma reabilitação adequada e eficiente.
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■ MOVIMENTOS DA ESCÁPULA
QUAIS SÃO?
A seguir, serão identificados os movimentos de rotação e inclinação associados à escápula.
Rotação interna/externa da escápula
O movimento de rotação interna/externa da escápula acontece no plano axial ou transversal 
(Figura 1), de forma a acompanhar a curvatura da caixa torácica.
Plano axial
Rotação interna Figura 1 — Movimento de rotação interna da escápula.
Fonte: Adaptada de Ludewig e colaboradores (2009).22
A rotação externa é realizada, principalmente, pelas fibras médias e inferiores do trapézio, 
e pelas fibras superiores e médias do serrátil anterior. A ação conjunta desses músculos 
apresenta importante função na estabilização da escápula no tórax. A excessiva rotação 
interna é comumente observada pela proeminência da borda medial da escápula.
Rotação superior/inferior da escápula
O movimento de rotação superior/inferior da escápula acontece no plano frontal. A rotação superior 
pode ser descrita quando a cavidade glenoide se movimenta para cima (Figura 2).
Plano frontal
Rotação superior Figura 2 — Movimento de rotação superior da escápula.
Fonte: Adaptada de Ludewig e colaboradores (2009).22
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Esse movimento de rotação superior/inferior da escápula é realizado pela ação 
conjunta das fibras médias e inferiores do serrátil anterior, principalmente, e das 
fibras inferiores do trapézio.
LEMBRAR
Inclinação posterior/anterior da escápula
O movimento de inclinação posterior/anterior da escápula acontece no plano sagital (Figura 3).
Plano sagital
Inclinação posterior Figura3 — Movimento de inclinação posterior da escápula.
Fonte: Adaptada de Ludewig e colaboradores (2009).22
Esse movimento de inclinação posterior/anterior acontece principalmente pela ação das fibras 
inferiores do serrátil anterior. A inclinação anterior pode ser facilmente observada quando o ângulo 
inferior da escápula se encontra mais proeminente.
COMO OCORREM DURANTE A ELEVAÇÃO DO BRAÇO?
As articulações esternoclavicular e acromioclavicular são responsáveis pela união da 
escápula com o esqueleto axial e, também, por promoverem o movimento da escápula 
sobre o tórax por meio do movimento conjunto dessas duas articulações.22–24
A escápula roda superiormente e inclina posteriormente durante a elevação do braço. O movimento 
de rotação interna/externa é mais variável, pois parece depender do plano e do ângulo de elevação 
do braço. A rotação interna aumenta no início do movimento, enquanto a rotação externa ocorre 
no final da elevação do braço.25
A estabilização da escápula no tórax é altamente dependente da musculatura escapulotorácica. 
Assim, a ação conjunta e coordenada dos músculos trapézio e serrátil anterior é fundamental para 
o movimento adequado e harmônico da escápula. As alterações no movimento escapular e os
desequilíbrios na ativação da musculatura escapulotorácica são frequentemente encontrados em
indivíduos com dor no ombro.26,27
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De modo geral, estudos concordam que há redução na rotação superior e na 
inclinação posterior28–30 e aumento da rotação interna durante a elevação do braço 
nesses indivíduos.29,30 Em relação à atividade muscular, o desequilíbrio comumente 
acontece por aumento na ativação do trapézio superior associado à redução na 
ativação do trapézio inferior e serrátil anterior.26,29,31,32
LEMBRAR
Há evidências de que indivíduos sem dor no ombro também apresentem alterações no movimento 
escapular.33 No entanto, ainda não está claro se esses indivíduos estão mais propensos a 
desenvolverem dor no ombro com o passar do tempo, ou seja, não se sabe se as alterações de 
movimento são consequências ou causas para a dor no ombro.34–36
Ainda é importante destacar que muitos estudos mostram que o movimento escapular não se 
altera após intervenção fisioterapêutica.37–42 Esse fato pode indicar que nem todos os indivíduos 
realmente apresentam alteração no movimento escapular. Assim, é de grande relevância que o 
fisioterapeuta identifique se a alteração no movimento escapular está relacionada aos sintomas 
que o indivíduo apresenta.
ATIVIDADES
1. Em relação à movimentação da escápula, analise as assertivas a seguir.
I — Durante a elevação do braço é esperado que a escápula faça rotação superior 
e inclinação anterior, sendo o serrátil anterior um músculo importante para essa 
movimentação.
II — A rotação interna/externa da escápula varia de acordo com o plano de movimento 
e a angulação. No geral, há maior rotação interna no início da elevação do braço, 
e ao final do movimento ocorre maior rotação externa.
III — Os indivíduos com dor no ombro apresentam redução na rotação superior e na 
inclinação posterior da escápula e aumento na rotação interna durante a elevação 
do braço.
IV — Os indivíduos com dor no ombro apresentam desequilíbrio na ativação muscular, 
sendo que o trapézio superior geralmente encontra-se mais ativo, já o trapézio 
inferior e o serrátil anterior estão com atividade reduzida.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I, a II e a III.
B) Apenas a II e a IV.
C) Apenas a II, a III e a IV.
D) A I, a II, a III e a IV.
Resposta no final do artigo
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2. Qual é o movimento de inclinação posterior/anterior da escápula?
A) No plano frontal.
B) No plano axial.
C) No plano sagital.
D) Nos planos frontal e sagital.
Resposta no final do artigo
3. Qual é a musculatura responsável pela rotação externa da escápula?
A) Fibras médias do trapézio quando a cavidade glenoide se movimenta para cima.
B) Fibras médias e inferiores do trapézio e fibras superiores e médias do serrátil anterior.
C) Fibras inferiores do serrátil anterior.
D) Fibras posteriores do serrátil posterior.
Resposta no final do artigo
COMO IDENTIFICAR SE A ESCÁPULA CONTRIBUI PARA A DOR NO OMBRO?
A avaliação estática pode fornecer indicações do que avaliar e/ou modificar durante o movimento, 
mas não é fator determinante para o estabelecimento da relação com qualquer sintoma. O mais 
importante é o comportamento do movimento exibido pela escápula e como os sintomas são 
alterados pela assistência, pela facilitação ou pelo reposicionamento feito pelo fisioterapeuta.
Durante a avaliação do posicionamento da escápula no repouso, é importante analisar 
a postura do indivíduo, pois cifose torácica excessiva pode resultar em aumento da 
inclinação anterior e da rotação interna da escápula.43 A diminuição da rotação superior 
e da inclinação posterior da escápula e o aumento da rotação interna escapular também 
podem estar presentes diante da adoção de postura “desleixada” (ligeira anteriorização 
da cabeça e flexão da coluna torácica).44
Após a avaliação estática da escápula, deve-se avaliá-la de forma dinâmica, pois é nessa condição 
que a discinese escapular é mais evidente.
A identificação da presença de discinese escapular é importante e pode ser realizada durante 
o movimento de flexão e abdução do braço inicialmente sem e, posteriormente, com carga
externa. O movimento escapular deve ser observado durante as fases concêntrica e excêntrica
de elevação do braço. A carga externa pode ser aplicada pelo uso de halteres, de acordo com a
massa corporal do indivíduo. Aqueles com mais de 68kg podem ser avaliados com um halter de
aproximadamente 2,3kg, e para indivíduos abaixo dessa massa corporal um halter de cerca de
1,4kg pode ser utilizado.45,46
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Para avaliação da discinese escapular, o indivíduo deve estar com a região posterior 
exposta para permitir ao fisioterapeuta completa visualização do movimento das 
escápulas. A avaliação é realizada com o paciente em ortostase, sendo solicitado ao 
indivíduo que eleve ambos os braços, de maneira simultânea com o polegar apontando 
para o teto.33,45,46
Inicialmente, são realizadas cinco repetições de elevação dos braços em cada plano 
(sagital e frontal) sem o peso nas mãos. Em seguida, são realizadas mais cinco 
repetições em cada plano, mas com um halter em cada mão.33,45,46 É sugerido que o 
movimento ocorra em 6 segundos, divididos entre fase de elevação e descida do braço.
Se ao menos três das cinco elevações demonstrarem alguma alteração no movimento 
escapular, o indivíduo é categorizado como tendo discinese escapular. Esse método de 
sim (presença de discinese) ou não (ausência de discinese) apresenta concordância de 
79% entre avaliadores.33
Caso a discinese escapular seja identificada, a descrição da alteração de movimento observada 
deve ser realizada. O método mais comum de classificação é o sistema de Kibler,47 que 
categoriza a posição da escápula em quatro tipos de padrões diferentes. Essa classificação de 
Kibler apresenta baixa concordância entre avaliadores (k = 0,42). No entanto, pode apresentar 
melhor confiabilidade quando métodos de palpação da escápula são combinados com a 
observação visual.48
Recomenda-se que as mãos do fisioterapeuta acompanhem o movimento das escápulas 
durante a elevação do braço para auxiliar na identificação dos movimentos.48 Além disso, Huang 
e colaboradores48 também propuseram a classificação de um padrão misto, que consiste na 
combinação dos padrões de Kibler.
O Quadro 1, a seguir, apresenta os padrões declassificação da discinese escapular.
Quadro 1
CLASSIFICAÇÃO DA DISCINESE ESCAPULAR
Padrão Características
I Proeminência do ângulo inferior da escápula durante o movimento (Figura 4).
II Proeminência da borda medial da escápula durante o movimento (Figura 5).
III Elevação escapular precoce/excessiva com proeminência da borda superior da escápula ou redução de rotação superior da escápula durante o movimento (Figura 6).
IV
Padrão normal de movimento escapular, definido por ausência de deslocamentos da 
borda medial ou do ângulo inferior da escápula e adequada rotação superior durante 
a elevação do braço sem “encolher os ombros”.
Misto Presença de combinação de alguns dos padrões citados antes, como I + II, II + III, I + III ou até I + II + III.
Fonte: Adaptado de Huang e colaboradores (2015).48
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Figura 4 — Ângulo inferior da escápula proeminente (seta) caracterizando o 
padrão I.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 5 — Borda medial da escápula proeminente 
(setas) caracterizando o padrão II.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Figura 6 — Redução de rotação superior da escápula 
direita caracterizando o padrão III.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A próxima etapa é determinar se a discinese escapular está contribuindo para os 
sintomas do paciente. Para isso, são utilizados os testes de alteração de sintomas, 
que têm por objetivo avaliar como a posição e o movimento da escápula podem estar 
relacionados aos sintomas no ombro durante a elevação ou o movimento do braço. Na 
realização desses testes, o fisioterapeuta modifica manualmente o posicionamento e o 
movimento escapular, e observa se o paciente relata melhora da dor.
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Os principais testes de alteração de sintomas relacionados à escápula são o de assistência 
escapular49,50 e o de reposicionamento escapular.51 Esses testes são comumente realizados 
durante a elevação do braço, mas também podem ser aplicados em movimentos, atividades ou 
posturas que agravam ou reproduzem os sintomas.
Esses testes exibem adequada confiabilidade para uso na clínica, mas ainda são necessários 
estudos clínicos bem delineados que os utilizem para determinar o tipo de conduta a partir de seus 
resultados. Outros testes com foco na glenoumeral e na postura, por exemplo, também podem ser 
utilizados na tentativa de modificar os sintomas apresentados pelo paciente.52
No entanto, este artigo abordará apenas a avaliação do paciente utilizando o teste de assistência 
escapular e o teste de reposicionamento escapular aliados à observação da discinese escapular.52,53 
Por fim, esses testes podem auxiliar o fisioterapeuta a determinar qual a melhor abordagem para 
o paciente.
Teste de assistência escapular
O teste de assistência escapular49,50 é realizado de forma a promover assistência à rotação superior 
e a inclinação posterior da escápula durante a elevação do braço (Figuras 7A e B).
A B
Figura 7 — A e B) Teste de assistência escapular ao longo da amplitude de movimento (ADM).
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O fisioterapeuta assiste o movimento escapular “empurrando” o ângulo inferior lateral e 
superiormente, e “puxando” a região superior da escápula posteriormente, como visto nas 
Figuras 7A e B.
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No entanto, sugere-se que a assistência ocorra o mais próximo possível do movimento sintomático 
do paciente. A intensidade da dor é avaliada antes e após a assistência do movimento escapular 
por meio da escala numérica da dor de 11 pontos, sendo zero sem dor e 10 a pior dor imaginável.
O teste de assistência escapular é considerado positivo se o paciente reportar melhora dos 
sintomas e pode indicar que há disfunção escapular, isto é, o movimento escapular está associado 
aos sintomas do paciente. O teste também pode ser considerado positivo se a amplitude de 
movimento (ADM) do braço aumentar.
Teste de reposicionamento escapular
No teste de reposicionamento escapular,51 o fisioterapeuta deve posicionar seu antebraço 
ao longo da borda medial da escápula e aplicar uma força moderada favorecendo a 
inclinação posterior e a rotação externa enquanto o indivíduo eleva o braço (Figura 8).
Figura 8 — Teste de reposicionamento escapular.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
A completa retração escapular deve ser evitada durante a aplicação da manobra. Sugere-se, 
também, que o reposicionamento seja realizado o mais próximo possível do movimento que cause 
dor no paciente. O teste é positivo quando o paciente refere diminuição da intensidade da dor ao 
se comparar à condição com e sem reposicionamento.
Assim como o teste de assistência escapular, esse teste pode indicar que o movimento da escápula 
pode estar associado aos sintomas do paciente.
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A Figura 9 representa um diagrama da avaliação proposta neste artigo.
Dor no ombro
Presença de 
discinese 
escapular?
Classifi que a 
alteração/padrão 
encontrado
Padrão I
Possível redução de recrutamento ou défi cit 
de controle neuromuscular associado à porção 
inferior do trapézio, ao serrátil anterior ou ao 
encurtamento de peitoral menor
Padrão II
Possível redução de recrutamento ou défi cit de 
controle neuromuscular associado ao serrátil 
anterior e à porção média do trapézio
Padrão III
Possível redução de recrutamento ou défi cit de 
controle neuromuscular associado ao serrátil 
anterior, à porção inferior do trapézio e ao 
aumento de recrutamento da porção superior 
do trapézio
Padrão misto
I+II, I+III, II+III ou I+II+III
Descreva em quais movimentos Descreva em quais movimentos
Teste de assistência escapular
(assistência para a inclinação 
posterior e rotação superior)
Teste de reposicionamento escapular
(assistência para inclinação posterior 
e rotação externa)
Não
NegativoNegativo PositivoPositivo
Sim
Teste de 
modifi cação de 
sintomas
Figura 9 — Diagrama representando resumo da avaliação escapular.
Fonte: Elaborada pelos autores.
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ATIVIDADES
4. Com relação ao padrão I de discinese escapular, marque V (verdadeiro) ou F (falso).
( ) O padrão I de discinese escapular é caracterizado pela proeminência do ângulo 
inferior da escápula durante o movimento, causada pelo excesso de rotação interna 
da escápula.
( ) O encurtamento do músculo peitoral menor pode contribuir para esse padrão de 
discinese escapular.
( ) A ativação de trapézio inferior e serrátil anterior pode estar diminuída nesse padrão 
de discinese escapular.
( ) A borda medial da escápula é proeminente durante o movimento e possível de ser 
palpada ao repouso no padrão I de discinese escapular.
Assinale a alternativa que apresenta a sequência correta.
A) F — V — V — V
B) V — F — V — F
C) F — V — V — F
D) V — V — F — V
Resposta no final do artigo
5. Analise as assertivas a seguir sobre a avaliação escapular na dor no ombro.
I — A identificação da presença de discinese é importante e a descrição da alteração 
de movimento da escápula deve ser realizada na abdução e na flexão do ombro. 
São solicitadas cinco elevações do braço, e, se a anormalidade aparecer ao menos 
em uma elevação, é categorizada a presença de discinese.
II — Os testes modificadores de sintomas apresentam grande utilidade clínica, pois 
visamidentificar a contribuição da escápula na dor no ombro. Um exemplo é o 
teste de assistência escapular, no qual o examinador assiste a rotação superior e 
a inclinação posterior da escápula do paciente.
III — O teste de reposicionamento escapular pode minimizar sintomas de indivíduos com 
discinese tipo I e II, pois nesse teste são realizadas rotação externa e inclinação 
posterior da escápula passivamente pelo terapeuta.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I e a III.
C) Apenas a II e a III.
D) A I, a II e a III.
Resposta no final do artigo
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■ EXERCÍCIOS INDICADOS
De modo geral, os exercícios mais indicados são aqueles com mínima ativação da porção superior 
do trapézio e maior ativação do serrátil anterior e das porções média e inferior do trapézio.
A ativação da musculatura escapulotorácica é indicada com o objetivo de estabilizar a 
escápula no tórax. Os exercícios de baixa à moderada resistência são melhores para 
assegurar que os músculos corretos sejam ativados e que não haja compensação de 
grandes grupos musculares.
A assistência e o reposicionamento escapular também podem ser utilizados durante a realização 
dos exercícios. Os exercícios devem ser prescritos com base nas alterações identificadas nos 
testes de discinese escapular e de alteração de sintomas.
EXERCÍCIOS PARA RECRUTAMENTO DO MÚSCULO SERRÁTIL ANTERIOR
A seguir, estão relacionados e demonstrados os exercícios indicados para recrutamento do 
músculo serrátil anterior.
Push-up plus na parede
O indivíduo é posicionado em ortostase, em frente à parede, mantendo uma distância de 
aproximadamente um passo (Figuras 10A–D).
B C DA
Figura 10 — Push-up plus na parede. A e B) Indicação da posição inicial do exercício. C e D) Indicação da posição final 
do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
As mãos são posicionadas sobre a parede e com uma distância correspondente à 
largura dos ombros entre cada mão e com os braços paralelos ao solo. O exercício 
inicia em máxima retração dos ombros e, dessa posição, o paciente realiza protração de 
ombros, afastando-se da parede, e retorna à posição inicial de retração.
O plus acontece com a translação posterior do tórax na escápula fixa. Sugere-se que o movimento 
seja realizado em três segundos para cada fase (protração e retração). Os cotovelos são mantidos 
em extensão e o tronco e a cabeça alinhados durante todo o exercício. Vale ressaltar que esse 
exercício pode apresentar alta ativação de trapézio superior.
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Push-up plus de joelhos
No push-up plus de joelhos, o indivíduo é posicionado em quatro apoios sobre um colchonete, com 
apoio sobre as mãos alinhadas aos ombros e o cotovelo em extensão (Figura 11).
Figura 11 — Push-up plus de joelhos.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício inicia em máxima retração dos ombros e, dessa posição, o paciente realiza 
protração de ombros, afastando-se do colchonete, e retorna à posição inicial de retração. 
O plus acontece com a translação posterior do tórax na escápula fixa. Cada movimento 
(protração e retração) pode ser realizado com duração de 3 segundos.
Os cotovelos são mantidos em extensão e o tronco e a cabeça alinhados durante todo o exercício. 
As progressões podem ser planejadas por meio da diminuição da flexão do quadril, gerando 
aumento na transferência de carga em membros superiores.
Serratus punch em ortostase
No serratus punch em ortostase, o indivíduo é posicionado em ortostase, com os pés em paralelo 
e flexão de 90º de braço com o cotovelo em extensão (Figuras 12A e B).
A B
Figura 12 — Serratus punch em ortostase. A) Indicação da posição inicial do exercício. B) Indicação da posição final do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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O exercício inicia com o ombro em retração e, em seguida, o paciente realiza o 
movimento de protração de ombro contra resistência. A resistência nesse exercício pode 
ser realizada com faixa elástica fixada em um espaldar atrás do paciente, na altura do 
ombro do paciente.54
O movimento de protração e retração pode ser realizado com duração de 3 segundos cada. O 
cotovelo é mantido em extensão durante o exercício. Esse exercício possui baixa ativação do 
músculo peitoral menor.54
Serratus punch em supino
No serratus punch em supino, o indivíduo é posicionado em decúbito dorsal, flexão de 90º de 
braço e com cotovelo em extensão (Figuras 13A e B).
A B
Figura 13 — Serratus punch em supino. A) Indicação da posição inicial do exercício. B) Indicação da 
posição final do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício é iniciado com o ombro posicionado em retração e, em seguida, solicita-se 
ao paciente que realize o movimento de protração de ombro contra a resistência. A 
resistência pode ser realizada com halter ou faixa elástica fixada disposta verticalmente 
em relação ao solo e alinhada ao braço do paciente. Cada fase do movimento tem 
duração de 3 segundos. O cotovelo permanece em extensão durante os exercícios.
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A vantagem desse exercício é que minimiza o recrutamento da porção superior do 
trapézio e a escápula é estabilizada contra a maca.
LEMBRAR
Deslizamento na parede
O deslizamento na parede é realizado com o indivíduo em ortostase, à frente de uma 
parede lisa, com um pé encostado na parede e o outro posicionado atrás, com distância 
aproximada de um passo. A posição inicial é com a borda ulnar do antebraço em contato 
com uma parede lisa ou com uma toalha apoiada sobre a parede, com os cotovelos e 
ombros em 90º de flexão (Figuras 14A e B).
A B
Figura 14 — Deslizamento na parede. A) Indicação da posição inicial do exercício. B) Indicação da 
posição intermediária de elevação.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Em seguida, o indivíduo desliza o braço superiormente até a máxima elevação de 
braço que conseguir, mantendo a posição de protração de ombro. Cada movimento de 
elevação e abaixamento do braço pode ser realizado com duração de três segundos. 
Esse exercício pode ser progredido com acréscimo de resistência (caneleira ao redor do punho ou 
halter) durante o movimento de elevação.
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EXERCÍCIOS PARA RECRUTAMENTO DO MÚSCULO TRAPÉZIO MÉDIO
A seguir, estão relacionados os exercícios indicados para recrutamento do músculo trapézio médio.
Abdução horizontal com rotação externa em prono
Na abdução horizontal com rotação externa em prono, o indivíduo é posicionado em decúbito 
ventral com cotovelo em extensão, abdução de 90º de ombro e rotação externa (polegar apontando 
para cima) (Figura 15).
Figura 15 — Abdução horizontal com rotação externa em prono.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício é realizado com o movimento de abdução horizontal de ombro contra 
resistência (halter ou faixa elástica), que também pode ser realizado de maneira bilateral. 
Durante esse exercício, a retração do ombro deve ser incentivada e o fisioterapeuta 
deve garantir um bom posicionamento escapular. Sugere-se a manutenção da posição 
por três segundos durante cada repetição. Esse exercício minimiza a ativação do 
trapézio superior.55
Elevação com rotação externa resistida com banda elástica
O indivíduo é posicionado em ortostase com cotovelos fletidos em 90º, braçosao lado 
do corpo e rotação neutra. Inicia-se rotação externa bilateral até 30º e resistida com 
banda elástica. Nesse primeiro momento, os braços são mantidos ainda ao lado do 
corpo e se avança para 90º de elevação no plano escapular, mantendo a tensão na 
banda elástica e quantidade de rotação externa (Figuras 16A e B).56
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Figura 16 — Elevação com rotação externa resistida com banda elástica. A) Indicação da posição inicial do exercício. 
B) Indicação da posição final do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Cada fase do movimento pode ter duração de três segundos. Esse exercício tem a vantagem 
de promover o recrutamento do trapézio médio e, também, do trapézio inferior, minimizando a 
ativação da porção superior do trapézio.56
EXERCÍCIOS PARA RECRUTAMENTO DO MÚSCULO TRAPÉZIO INFERIOR
A seguir, estão relacionados os exercícios indicados para recrutamento do músculo trapézio inferior.
Extensão em prono
O indivíduo é posicionado em decúbito ventral, cotovelo em extensão e braço ao lado do corpo 
(Figura 17).
Figura 17 — Extensão em prono.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício é realizado com o movimento de extensão de braço contra resistência 
(halter ou faixa elástica) e, durante esse movimento, a depressão e a retração do ombro 
devem ser incentivadas. Sugere-se a manutenção da posição por 3 segundos durante 
cada repetição. O cotovelo permanece em extensão durante a realização do exercício.
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Flexão em decúbito lateral
O indivíduo é posicionado em decúbito lateral, ombro em posição neutra, cotovelo em extensão e 
braço ao lado do corpo (Figura 18).
Figura 18 — Flexão em decúbito lateral.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício é realizado com o movimento de flexão de braço até 90º. O fisioterapeuta 
deve garantir bom posicionamento escapular e orientar o paciente a não realizar 
elevação de ombro ou rotação interna excessiva da escápula durante o exercício. O 
cotovelo permanece em extensão durante os movimentos de ombro. Esse exercício 
possui baixa ativação da porção superior do trapézio.55
Rotação externa em decúbito lateral
O indivíduo é posicionado em decúbito lateral, com ombro em adução e rotação interna (antebraço 
apoiado na região anterior do abdome) e flexão de 90º de cotovelo (Figuras 19A e B).
A B
Figura 19 — Rotação externa em decúbito lateral. A) Indicação da posição inicial do exercício. B) Indicação da posição 
final do exercício.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
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O paciente realiza movimento de rotação externa contra resistência. O posicionamento adequado 
da escápula deve ser incentivado. É sugerido que cada fase do movimento tenha duração de três 
segundos. Esse exercício possui baixa ativação da porção superior do trapézio.55
Exercício em Y
O indivíduo é posicionado em decúbito ventral e extensão de cotovelo e braço a aproximadamente 
140º de abdução (Figura 20).
Figura 20 — Exercício em Y.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
O exercício em Y é realizado com o braço alinhado às fibras do trapézio inferior. Como 
progressão, o movimento pode ser realizado contra resistência (halter ou faixa elástica) 
ou de maneira bilateral. Sugere-se a manutenção da posição por três segundos durante 
cada repetição. O fisioterapeuta deve garantir um bom posicionamento escapular 
e orientar o paciente a não realizar elevação de ombro. O cotovelo permanece em 
extensão durante a realização de todo exercício.
A contração consciente da musculatura abdominal pode favorecer a ativação dos músculos trapézio 
e serrátil durante a realização dos exercícios. O fisioterapeuta também deve dar feedback verbal e 
tátil para o paciente com o objetivo de aumentar o recrutamento da musculatura escapulotorácica.
Ainda é importante destacar que técnicas de terapia manual (mobilização e manipulação) e de 
tecido mole (massagem, ponto-gatilho) podem estar associadas ao protocolo de tratamento. 
Por último, é importante que o fisioterapeuta esteja atento se o exercício causa desconforto 
excessivo ou exacerba os sintomas do paciente. Caso isso aconteça, há necessidade de 
readequar o protocolo.
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ATIVIDADES
6. Com relação aos protocolos de exercícios adotados na discinese escapular, analise
as assertivas a seguir.
I — Os exercícios para ativação de serrátil anterior podem ser realizados em cadeia 
cinética aberta e fechada, sendo que, durante a execução dos exercícios, é importante 
observar compensações, como o excesso de ativação em trapézio superior.
II — O excesso de cifose torácica não pode causar mudanças na movimentação da 
escápula, sendo, portanto, desconsiderado da avaliação.
III — O alongamento do músculo elevador da escápula pode beneficiar indivíduos com 
o tipo III de discinese, pois esse padrão é caracterizado pela elevação precoce ou
em excesso da escápula.
IV — O programa de reabilitação deve conter exercícios para melhorar a rotação superior 
e a inclinação posterior, e minimizar rotação interna, pois essas são as alterações na 
movimentação escapular presentes em indivíduos com dor no ombro e na discinese 
tipo III, I e II, respectivamente.
Quais estão corretas?
A) Apenas a I e a II.
B) Apenas a I, a III e a IV.
C) Apenas a III e a IV.
D) Apenas a I, a II e a IV.
Resposta no final do artigo
7. Se o paciente apresentar discinese escapular do tipo I, suspeita-se que quais dos
músculos a seguir estejam apresentando alteração?
A) Encurtamento do peitoral menor associado à diminuição do recrutamento da porção
inferior do trapézio.
B) Excesso de recrutamento da porção superior do trapézio.
C) Excesso de recrutamento da porção média do trapézio.
D) Excesso de recrutamento dos romboides.
Resposta no final do artigo
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8. Com relação ao exercício que pode ser utilizado para aumentar o recrutamento do
serrátil anterior sem aumentar o recrutamento da porção superior do trapézio, assinale
a alternativa correta.
A) Extensão de ombro em prono.
B) Push-up plus na parede.
C) Abdução horizontal em prono com rotação externa.
D) Serratus punch em supino.
Resposta no final do artigo
9. Com relação ao exercício em que o indivíduo é posicionado em decúbito ventral
e extensão de cotovelo e braço a aproximadamente 140º de abdução, assinale a
alternativa correta.
A) Exercício em Y.
B) Rotação externa em decúbito lateral.
C) Flexão em decúbito lateral.
D) Extensão em prono.
Resposta no final do artigo
■ CASOS CLÍNICOS
A seguir, são apresentados casos clínicos sobre o tema abordado neste artigo.
CASO CLÍNICO 1
M.H.S., sexo feminino, chega ao consultório com queixa de dor em ombro direito e
duração de sintomas de dois anos. Na avaliação, constatou-se arco doloroso positivo
com escala numérica de dor (END) 3/10 e testes de Jobe e Hawkins-Kennedy positivos,
ambos com END 5/10; além disso, a paciente apresenta dor à rotação externa resistida.
O teste de assistência escapular foi positivo, com END durante o teste de 0/10. O teste de 
reposicionamento escapular foi positivo, com redução da END quando executado durante 
os testes de Jobe e Hawkins-Kennedy, ambos com END 2/10 durante o reposicionamento.
A paciente apresenta discinese escapular padrão I+ II em ombro direito. Os testes de 
compressão cervical e de neurodinâmica em membros superiores não reproduziram os 
sintomas reportados pela paciente.
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10. Diante dos achados clínicos do caso clínico 1, descreva as alterações escapulares.
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Resposta no final do artigo
11. Descreva os dois testes de modificação de sintomas que foram realizados no caso
clínico 1.
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Resposta no final do artigo
12. Descreva uma estratégia terapêutica para a paciente do caso clínico 1.
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Resposta no final do artigo
CASO CLÍNICO 2
P.M.P., sexo masculino, refere dor durante a elevação do braço com END 7/10. O paciente
apresenta restrição em ADM para flexão (156º) e abdução (141º). O teste de assistência
escapular obteve END 5/10 e aumento da ADM. O teste de reposicionamento durante
elevação obteve END 7/10. O paciente apresenta padrão III de discinese escapular.
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ATIVIDADES
13. Diante dos achados clínicos do caso 2, interprete o resultado dos testes modificadores
de sintomas e descreva quais movimentos são assistidos em cada teste.
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Resposta no final do artigo
14. O que caracteriza o padrão III de discinese? O que pode justificar o aumento da ADM
durante o teste de assistência escapular no caso clínico 2?
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Resposta no final do artigo
15. Qual seria a conduta terapêutica no caso clínico 2?
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Resposta no final do artigo
■ CONCLUSÃO
Este artigo demonstra as principais alterações do movimento escapular em pacientes com dor no 
ombro e como é importante determinar se a escápula contribui para os sintomas apresentados 
por esses indivíduos. Os testes de alteração de sintomas relacionados à assistência e ao 
reposicionamento escapular podem auxiliar o fisioterapeuta a determinar se a escápula está 
contribuindo para a apresentação clínica do paciente. Esses testes também podem orientar o 
fisioterapeuta na escolha da intervenção fisioterapêutica.
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■ RESPOSTAS ÀS ATIVIDADES E COMENTÁRIOS
Atividade 1
Resposta: C
Comentário: Durante a elevação do braço, a escápula roda superiormente e inclina 
posteriormente em indivíduos saudáveis. Há uma menor inclinação posterior durante a 
movimentação e até mesmo excesso de inclinação anterior ao repouso e na fase excêntrica 
da elevação em indivíduos com dor no ombro. Essa alteração no movimento é a característica 
principal do padrão I da discinese escapular. O serrátil anterior contribui para a rotação superior 
e a inclinação posterior da escápula.
Atividade 2
Resposta: C
Comentário: Esse movimento acontece principalmente pela ação das fibras inferiores do serrátil 
anterior. A inclinação anterior pode ser facilmente observada quando o ângulo inferior da escápula 
se encontra mais proeminente.
Atividade 3
Resposta: B
Comentário: A rotação externa é realizada, principalmente, pelas fibras médias e inferiores do 
trapézio, e pelas fibras superiores e médias do serrátil anterior. A ação conjunta desses músculos 
apresenta importante função na estabilização da escápula no tórax. A excessiva rotação interna é 
comumente observada pela proeminência da borda medial da escápula.
Atividade 4
Resposta: C
Comentário: Na presença de um aumento na rotação interna da escápula, a borda medial fica 
proeminente tanto durante a movimentação quanto no repouso, sendo facilmente palpável. 
Essas características estão presentes na discinese do tipo II. O padrão I é caracterizado pela 
proeminência do ângulo inferior caracterizada pelo excesso de inclinação anterior da escápula.
Atividade 5
Resposta: C
Comentário: Durante o processo de avaliação escapular em indivíduos com dor no ombro, 
é importante observar a presença da discinese e realizar testes modificadores de sintomas 
com o intuito de identificar a alteração e nortear o tratamento. A identificação da presença 
de discinese é importante e a descrição da alteração de movimento da escápula deve ser 
realizada na abdução e na flexão do ombro. São solicitadas cinco elevações do braço, e 
se a anormalidade aparecer ao menos em três elevações, é categorizada a presença de 
discinese. O padrão I apresenta proeminência do ângulo inferior e o padrão II da borda 
medial. O teste de reposicionamento escapular favorece a inclinaçãoposterior e a rotação 
externa da escápula. Portanto, esse teste pode ser utilizado para verificar a associação das 
alterações dos movimentos desses padrões com os sintomas.
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Atividade 6
Resposta: B
Comentário: As alterações posturais podem ser motivadoras da mudança no posicionamento 
estático e dinâmico na escápula. Ou seja, indivíduos com maior hipercifose torácica tendem 
a ter aumento na inclinação anterior da escápula e pessoas com protração em ombro podem 
apresentar maior rotação interna escapular. No processo de avaliação, essas alterações devem 
ser investigadas como possíveis modificadores de sintoma em ombro e, com isso, podem nortear 
o processo de reabilitação.
Atividade 7
Resposta: A
Comentário: O encurtamento do peitoral menor está associado ao aumento de inclinação anterior 
da escápula (proeminência do ângulo inferior – tipo I). A porção inferior do trapézio é um dos 
principais músculos para a realização do movimento de inclinação posterior da escápula; portanto, 
quando há diminuição do recrutamento desse músculo, poderá ser observado um padrão de 
movimento com maior inclinação anterior.
Atividade 8
Resposta: D
Comentário: O exercício é destinado ao aumento do recrutamento do serrátil anterior, minimizando 
a ativação da porção superior do trapézio.
Atividade 9
Resposta: A
Comentário: O exercício em Y é realizado com o braço alinhado às fibras do trapézio inferior. 
Como progressão, o movimento pode ser realizado contra resistência (halter ou faixa elástica) 
ou de maneira bilateral. Sugere-se a manutenção da posição por três segundos durante cada 
repetição. O fisioterapeuta deve garantir um bom posicionamento escapular e orientar o paciente 
a não realizar elevação de ombro. O cotovelo permanece em extensão durante a realização de 
todo exercício.
Atividade 10
Resposta: As alterações escapulares encontradas nos padrões I e II de discinese são o aumento 
da inclinação anterior e o aumento da rotação interna, caracterizados pela proeminência do ângulo 
inferior e da borda medial da escápula, respectivamente.
Atividade 11
Resposta: Durante o teste de assistência escapular o terapeuta assiste a rotação superior e a 
inclinação posterior da escápula. No teste de reposicionamento, é realizada uma rotação externa 
escapular pelo terapeuta. Os testes de irritabilidade das estruturas do espaço subacromial são 
positivos, com melhora do sintoma a partir de um melhor posicionamento da escápula; além disso, 
há presença de alteração na movimentação escapular durante a elevação.
Atividade 12
Resposta: Diante dessas características clínicas, são necessários exercícios para ganho de 
rotação superior, inclinação posterior e diminuição da rotação interna da escápula. Músculos como 
serrátil anterior, trapézio inferior e trapézio médio merecem atenção, pois seus recrutamentos 
podem estar alterados.
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 | Atividade 13
Resposta: O teste de assistência escapular teve resposta positiva com redução do nível de dor e 
ganho em ADM. No entanto, o teste de reposicionamento teve resultado negativo, pois não alterou 
os sintomas do paciente. Durante o teste de assistência escapular o terapeuta assiste a rotação 
superior e a inclinação posterior da escápula. No teste de reposicionamento o terapeuta assiste a 
rotação externa e a inclinação posterior.
Atividade 14
Resposta: O padrão III de discinese é caracterizado pela elevação precoce/excessiva ou 
por redução da rotação superior da escápula durante a movimentação. Como o padrão III é 
caracterizado por uma redução de rotação superior, a partir do momento em que esse movimento 
foi assistido pelo terapeuta, isso influenciou em redução da dor e ganho em ADM na elevação.
Atividade 15
Resposta: A conduta se baseia no ganho de amplitude glenoumeral e escapular e, 
consequentemente, redução da dor com o estímulo a movimentos ativos livres de dor. Os 
exercícios para serrátil anterior e trapézio inferior são importantes para ampliar a capacidade de 
ganho em rotação superior da escápula, alteração pela qual é caracterizada a discinese tipo III.
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Como citar este documento
Camargo PR, Barreto RPG, Kamonseki DH, Ribeiro LP. Abordagem fisioterapêutica baseada 
nas alterações de movimento escapular relacionadas à dor no ombro. In: Associação 
Brasileira de Fisioterapia Traumato-Ortopédica; Silva MF, Barbosa RI, organizadores. 
PROFISIO Programa de Atualização em Fisioterapia Traumato-Ortopédica: Ciclo 1. Porto 
Alegre:Artmed Panamericana; 2018. p. 35–65. (Sistema de Educação Continuada a 
Distância, v. 2).
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