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Desenvolvimento Humano e suas Teorias

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Prévia do material em texto

Psicologia Social
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Profa. Ms. Nirley Dragonetti
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Desenvolvimento Humano
• Teorias do Desenvolvimento Humano
• A Teoria da Aprendizagem
• A Aprendizagem Social
• A Teoria Cognitiva
• Teoria do Desenvolvimento Humano Emergente – Sociocultural
• Domínios Predominantes do Desenvolvimento Humano
 · Por que estudar o desenvolvimento humano?; 
 · Quais são as teorias predominantes do desenvolvimento humano? 
Quais suas contribuições para as Ciências Sociais?;
 · Para que conhecer os aspectos de desenvolvimento humano 
psicossocial e sua importância para as Ciências Sociais.
OBJETIVO DE APRENDIZADO
Olá, aluno(a) como vai?
Nesta Unidade, vamos conhecer um pouco sobre o Desenvolvimento 
Humano, tão importante para que norteemos qualquer ação ou trabalho 
voltado para pessoas. 
Então, procure dedicar tempo aos estudos, esteja atento a todos os conceitos 
para que possamos aproveitá-los integralmente. Procure ler o conteúdo 
disponibilizado e o material complementar. Este último é tão importante 
quanto o conteúdo básico. As dúvidas que por ventura tiver, anote e tire-as 
com o seu tutor.
Além disso, na pasta de atividades, você encontrará as avaliações referentes 
ao conteúdo apresentado, uma atividade reflexiva e a videoaula. Esses são 
elementos importantes para seu entendimento e sua compreensão. 
Bons estudos!
ORIENTAÇÕES
Desenvolvimento Humano
UNIDADE Desenvolvimento Humano
Contextualização
“O EXTENSO PERÍODO DE DEPENDÊNCIA INFANTIL
O bebê humano nasce numa condição de quase completa dependência. 
Em comparação com as outras espécies, temos instintos extremamente 
rudimentares e um período de maturação muito prolongado. Erikson nota 
que esse fato acarreta, para os adultos, a tentação de se aproveitarem 
do período de dependência e de controlar e manipular as crianças para 
satisfazerem suas próprias necessidades (deles, adultos). Por exemplo: 
podemos forçar crianças de 3 a 6 anos a agir de acordo com nossos 
desejos, manipulando seus sentimentos de culpa, pois é nessa idade que 
elas estão mais propensas a se sentirem culpadas. Façamos com que se 
sintam culpadas, e elas nos obedecerão. Do mesmo modo, podemos 
conseguir submissão de crianças de 1 ano e meio a 3 anos de idade 
pelo uso específico da vergonha. Por exemplo: podemos conseguir 
sucesso no “treinamento-de-banheiro” envergonhando-as todas as vezes 
que cometerem uma falha. Isto as ensinará a controlar os intestinos, 
mas a um terrível preço. Se nós, adultos, controlamos e manipulamos 
as crianças por esses meios, nós as estamos prejudicando, impedindo-
lhes um crescimento saudável. Erikson diz: ‘Essa infância tão prolongada 
expõe os adultos à tentação de, impensada e por vezes cruelmente, 
aproveitarem-se da dependência da criança, fazendo-a pagar os pecados 
psicológicos cometidos por outros contra nós, ao submetê-las a tensões 
que não desejaríamos ou não ousaríamos corrigir em nós mesmos ou nos 
que nos rodeiam. Já aprendemos a não prejudicar o desenvolvimento 
físico de uma criança com trabalho corporal; temos, agora, de aprender 
a não perturbar seu desenvolvimento espiritual, tornando-a vítima de 
nossas ansiedades’”. 
(SPRINTHALL, R. C.; SRINTHALL, N. A. Educational psychology. 
Reading, Addison-Wesley, p.201, 1977).
O texto apresentado nos remete à reflexão da influência dos adultos no 
desenvolvimento psicossocial das crianças. Da mesma forma que podemos 
acrescentar e contribuir para a formação de um ser humano emancipado, íntegro e 
equilibrado podemos, de forma cruel, transferir toda ansiedade e insatisfação com as 
nossas próprias vidas; como se as crianças fossem “latas de lixo” psicológicas. Nós 
adultos temos que ter a consciência de que somos uma ponte para o crescimento 
e desenvolvimento de outro ser que merece todo respeito e amor. Mais do que 
compreender que podemos positivamente contribuir para o desenvolvimento físico 
de uma criança, é zelar pelo seu desenvolvimento espiritual.
Como profissionais de Ciências Humanas Sociais possuímos a missão de 
identificar, também, o quanto as pessoas que rodeiam são responsáveis pelos 
semelhantes e próximos, sejam eles crianças, adultos ou idosos. Elucidando seus 
papéis e educando-os para a promoção de um mundo melhor.
6
7
Introdução
O esforço pela compreensão do desenvolvimento humano é contínuo.
Os estudos do desenvolvimento humano parecem estar sempre incompletos 
diante da complexidade que é o ser humano. Para que possamos entender o 
desenvolvimento humano, foi necessário organizarmos os aspectos relevantes do 
estudo e organizá-los para atingirmos um conhecimento mais profundo do assunto. 
Isso caracteriza uma Teoria. 
A Teoria tem o objetivo de interligar fatos e aspectos observados, organizando 
os detalhes dessa observação e atribuindo sentido à vida humana. As Teorias 
sempre dão origem a novas investigações, precisam visar à aplicabilidade e um 
destino utilitário e prático. Novas pesquisas possibilitam visões e orientações 
para problemas do dia a dia, formulando hipóteses para as situações-problema e 
interesses do pesquisador.
Em se tratando de Teorias do Desenvolvimento Humano, podemos resgatar os 
primórdios dos importantes estudos voltados para o entendimento humano. 
Na primeira metade do século XX, tínhamos duas grandes teorias dominantes, a 
Teoria Psicanalítica e a Teoria da Aprendizagem (Behaviorismo), que contribuíram 
muito para os estudos do desenvolvimento humano. Em meados do século, uma 
importante teoria emergia, a Teoria Cognitiva, grande germinadora de pesquisas 
nesse campo, superando, assim, as duas primeiras no que se referia aos estudos e 
princípios relacionados ao desenvolvimento humano. 
A Teoria Psicanalítica
A Teoria Psicanalítica originou-se com um famoso 
médico austríaco, Sigmund Freud (1856-1939), que 
se preocupou em criar uma Teoria que interpretava o 
desenvolvimento humano por meio do entendimento 
dos impulsos e motivos interiores, o que chamamos 
de intrínsecos, muitos deles irracionais e de origem 
inconsciente. 
Essa teoria entende que o ser humano possui 
fases universais (estágios) de desenvolvimento. Para 
essa teoria, o desenvolvimento nos seis primeiros 
anos acontece em três fases, respectivamente, pelo 
interesse e pelos prazeres sexuais concentrados em 
uma parte do corpo.
Figura 1: Sigmund Freud
Fonte: Wikimedia Commons
7
UNIDADE Desenvolvimento Humano
Freud nomeou a primeira infância de fase oral, na qual o foco está na boca; a 
segunda de fase anal, na qual o foco de interesse está no ânus, coincidindo com 
os anos pré-escolares, e a terceira nomeada de fase fálica, cujo interesse está no 
órgão genital masculino (pênis). 
Freud afirmava que “em cada uma dessas fases, a satisfação sensual proveniente 
da estimulação da boca, ânus ou do pênis está ligada às principais necessidades 
e desafios do desenvolvimento associados a cada fase” (BERGER, 2001, p. 25). 
Vamos dar um exemplo prático para entendermos melhor o que Freud está 
nos falando: Quando um bebê recebe alimento por meio de sucção, também 
experimenta prazer sensual e se torna emocionalmente ligado à mãe, porque ela 
lhe propicia satisfação oral. 
Na fase anal, os prazeres relacionados ao controle e autocontrole são os mais 
importantes. O fato de a criança poder controlar o esfíncter e o ato de defecar 
trazem imensa satisfação.
Esfíncter: é uma estrutura, geralmente um músculo de fibras circulares concêntricas, 
dispostas em forma de anel, que controla o grau de amplitude de um determinado orifício. 
O sistema digestivo humano tem três esfíncteres importantes: o esfíncter cárdico, o esfíncter 
anal e o esfíncter pilórico, que faz comunicação entre o estômago e o duodeno” 
Ex
pl
or
Já na fase fálica, as crianças ficam maravilhadas pelas diferenças físicas entre 
os sexos, o que leva, inclusive, à identificação sexual e à orientação sexual. Nessa 
fase, a criança desenvolve padrões morais. Obviamenteque esse processo irá ser 
diferente tanto para os meninos, quanto para as meninas.
Terminada a fase fálica, a criança se depara com o período de latência sexual 
(aproximadamente aos 5 e 6 anos), na qual as forças sexuais estarão adormecidas. 
Aos 12 anos, aproximadamente, o ser humano entra na fase genital. Essa fase 
se caracteriza por interesses sexuais mais maduros, que se estenderão até a idade 
adulta. As emoções possuem papel fundamental nessas fases. “As emoções relativas 
a cada fase permanecem como forças poderosas, mas disfarçadas na personalidade 
adulta, parte do legado inconsciente da infância” (BERGER, 2001, p.26).
Segundo Freud, cada fase possui seus conflitos, e a 
forma como a criança resolve e enfrenta esses conflitos 
determina a personalidade, assim como os padrões de 
comportamento para a vida toda.
Famosos teóricos foram seguidores de Sigmund Freud. 
Entre eles, Erik Erikson (1902-1994), que desenvolveu e 
transformou as ideias de Freud.
Figura 2: Erik Erikson
Fonte: Wikimedia Commons
8
9
Erikson considerou as fases de Freud insuficientes e muito limitadas, 
desenvolvendo uma Teoria que contemplou oito fases do desenvolvimento humano. 
Em cada fase, o ser humano se depara com um desafio. “As primeiras fases de 
Erikson tem estreita relação com as fases de Freud”. (BERGER, 2001, p.27). Ele 
entendia que os conflitos da vida adulta são reflexos de problemas mal resolvidos 
na infância. 
À primeira fase, atribui o nome de Confiança versus Desconfiança; a segunda 
nomeou de Autonomia versus Vergonha e Dúvida; a terceira, de Iniciativa versus 
Culpa; a quarta, de Diligência versus Inferioridade; a quinta, de Identidade 
versus Confusão de Papéis; a sexta, Intimidade versus Isolamento; à sétima, 
de Generatividade versus Estagnação, e oitava e última, o nome de Integridade 
versus Desesperança.
Quando nos deparamos com adultos que têm difi culdades de estabelecer e manter 
relacionamentos seguros e de reciprocidade com seus parceiros durante a vida, podemos 
pensar que provavelmente não resolveu a crise da primeira infância na fase Con� ança
versus Descon� ança!
Ex
pl
or
Na primeira fase (do nascimento a 1 ano), a criança experiencia confiar em 
sua mãe e, por consequência, confiar nas outras pessoas, o que refletirá na sua 
vida adulta.
Já na segunda fase (de 1 a 3 anos), Autonomia versus Dúvida, as crianças aprendem 
a autossuficiência em muitas atividades, duvidando de suas próprias capacidades.
Na terceira fase (de 3 a 6 anos), Iniciativa versus Culpa, as crianças desenvolvem 
sua identidade como menino ou menina. É o momento de se identificar com o 
progenitor de seu próprio sexo e copiar aspectos do comportamento adulto e 
também querem executar muitas atividades adultas. Nessa fase, podem ultrapassar 
limites estabelecidos pelos pais e sentir culpa por isso.
Na quarta fase (de 7 a 11 anos), Diligência versus Inferioridade, “A principal 
realização deste estágio é aprender habilidades, tanto na escola como fora dela” 
(BARROS, 2008, p. 93).
Na quarta fase, a criança rapidamente assimila o que é ser competente e ativa 
de forma produtiva nesse controle de novas habilidades, da mesma forma como 
pode se sentir inferior por não conseguir desenvolver qualquer atividade. A criança 
precisa ser incentivada a participar de grupos sociais, nos quais exercitará o 
sentimento de domínio e de competência. 
Na quinta fase (adolescência), Intimidade versus Confusão de Papéis, como o 
próprio nome já diz, o jovem fica confuso sobre que papéis desempenhará, vez que 
tenta descobrir “Quem sou eu?”, além de “[...] estabelecer uma identidade sexual, 
política e de carreira” (BERGER, 2001, p.26).
9
UNIDADE Desenvolvimento Humano
Na sexta fase (idade adulta), Intimidade versus Isolamento, o adulto estará 
pronto para relacionamento mais afetivo e duradouro. Nessa fase, tende a encarar 
o casamento e uniões mais estáveis, mesmo com amigos e grupos sociais. 
Segundo Barros (2008), para que possa estabelecer uma união estável, o jovem 
deve conhecer-se profundamente (identidade pessoal); caso contrário, poderá ter 
experiências de autoabandono, de temor por perder sua identidade pessoal e, 
consequentemente, uma sensação de distanciamento e isolamento. 
Na sétima fase (adultos de meia-idade), Generatividade versus Estagnação, os 
adultos contribuem para a próxima geração por meio de atividades significativas, 
como o trabalho, por exemplo, a criação e a manutenção de uma família. Podemos 
dizer que nessa fase o adulto busca estabilidade, por isso a palavra Estagnação.
Segundo Barros (2008), na oitava e última fase para Erikson (após 60 anos), 
o adulto mais velho busca sentido para a vida. O adulto que superou todos os 
conflitos e crises das fases anteriores adquire senso de solidariedade em relação 
aos outros, tendo integridade pessoal para enfrentar a crise final relacionada à sua 
desintegração e morte. 
Caso o adulto, nessa fase, não tenha estabelecido sentido à sua vida, poderá 
desenvolver sentimento de desesperança diante dos objetivos que por ventura não 
tenha alcançado.
Como já vimos, cada fase de Erikson é caracterizada por um desafio ou crise 
do desenvolvimento, e “a solução de cada crise do desenvolvimento depende 
da interação entre as características do indivíduo e qualquer que seja o suporte 
oferecido pelo ambiente social” (BERGER, 2001, p.27).
A Teoria da Aprendizagem 
A Teoria da Aprendizagem surge de uma das mais 
antigas abordagens da Psicologia, o Associacionismo, 
cujo principal pensador foi Edward L. Thorndike 
(1874-1949).
Thorndike formulou a primeira teoria da 
aprendizagem da Psicologia. Denominada a Lei do 
Efeito, a teoria define que todo organismo vivo tenderá 
a repetir um comportamento se ele for seguido por 
algo agradável (reforço), e deixará de emiti-lo caso ele 
seja seguido por algo desagradável (punição). Figura 3: Edward L. Thorndike
Fonte: Wikimedia Commons
10
11
Thorndike, citado por Goodwin (2005, p. 244), afirma que
[...] a Lei do Efeito é das várias reações apresentadas na mesma situação, 
as que são acompanhadas ou seguidas de perto pela satisfação do animal 
serão, sendo os outros fatores iguais, mais estreitamente conectadas à 
situação, de modo que, quando essa situação voltar a ocorrer; as que 
são acompanhadas ou seguidas de perto pelo desconforto do animal 
terão, sendo os outros fatores iguais, suas conexões aquela situação 
enfraquecidas, de modo que, quando essa situação voltar a se apresentar, 
elas terão menos probabilidade de voltar a ocorrer. Quanto maior a 
satisfação ou o desconforto, maior o fortalecimento ou enfraquecimento 
do vínculo.
O trabalho de Thorndike, especialmente a 
formulação da Lei do Efeito, influenciou Burrhus 
Frederic Skinner (1904-1990), principal teórico 
da Análise do Comportamento e teórico do 
comportamento operante.
O comportamento operante inclui todas as reações 
– ou respostas – do organismo – ou indivíduo – que 
têm algum efeito sobre o ambiente. A partir da 
teorização do conceito de comportamento operante, 
Skinner desenvolve toda a sua teoria, grande parte 
dedicada à Educação.
Figura 3: Burrhus
Frederic Skinner
Fonte: Wikimedia Commons
Entre os desdobramentos do conceito de comportamento operante está o 
condicionamento operante que, nas palavras de Bolton e Warwink, “é o processo 
pelo qual a resposta de um indivíduo é seguida por uma consequência (positiva 
ou negativa), e essa consequência nos ensina a repetir a resposta ou diminuir sua 
consequência” (2005, p. 115).
Imagine a seguinte situação: uma professora faz, ao longo da aula, diversas 
perguntas aos alunos que participam, respondendo a cada novo questionamento. 
Ainda que as respostas não sejam completas, a professora, os auxilia a completarem a 
resposta e os incentiva, parabenizando prontamente a cada aluno pela participação.
Esses alunos, muito provavelmente tenderão a voltar a participar da aula dessa 
professora outras vezes, pois a participação dos alunos (resposta) frente às questõesda professora (estímulo) são consequenciadas com elogios (reforço positivo).
Temos a sequência S (estímulo) ⇒ R (resposta) ⇒ S (estímulo reforçador = elogio), 
ou seja, S ⇒ R ⇒ S. De acordo com a teoria skinneriana, toda a resposta de um 
organismo (homem ou animal) que for seguida de um reforço, tenderá a se repetir.
Vale, no entanto, destacar que temos duas formas de reforço, o reforço positivo, 
como o exemplo anteriormente citado, e o reforço negativo. Em qualquer uma 
das formas de reforço é certo afirmar que todo reforço aumenta a probabilidade de 
resposta de um indivíduo, quer o reforço seja positivo, quer o reforço seja negativo. 
11
UNIDADE Desenvolvimento Humano
Então, qual a diferença entre os dois tipos de reforço?
O reforço positivo aumenta a probabilidade de resposta que provocou tal 
estímulo. Já o reforço negativo, aumenta a probabilidade de resposta que eliminou 
ou atenuou uma situação desagradável ou aversiva.
Vamos a alguns exemplos?
Na família de uma determinada criança, as manifestações de afeto são comuns e 
valorizadas. Cada vez que essa criança diz aos pais que os ama, ela recebe em troca 
algum tipo de demonstração de afeto por parte deles. Temos aqui um exemplo de 
reforço positivo. Essa criança tenderá a repetir tal resposta (dizer aos pais que os 
ama), pois ela é seguida de algo favorável (demonstração de afeto).
 
Figura 5
Fonte: iStock/Getty Images
Já na família de outra criança, os pais costumam discutir na frente do filho. 
Quando isso acontece, a criança aumenta o volume da TV ou vai para o seu quarto 
(resposta) de forma a evitar ouvir os pais brigando. 
Temos aqui um exemplo de reforço negativo, pois também há aumento da 
probabilidade da resposta, mas não da resposta que resulta em algo positivo, como 
um elogio ou demonstração de afeto, mas que elimina ou atenua algo desagradável 
ou aversivo, como ver os pais brigando.
Figura 6
Fonte: iStock/Getty Images
12
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Compreenderam a diferença entre reforço positivo e reforço negativo? 
O reforço sempre aumentará a probabilidade de uma resposta se repetir. 
Todavia, será reforço positivo o que resultar em uma consequência favorável e 
reforço negativo aquilo que livrará o indivíduo de algo desfavorável.
Mais um conceito deve ser abordado quando se trata da Análise do 
Comportamento: o conceito de Punição. Todo comportamento seguido de uma 
punição tenderá a ser extinto. Se determinada pessoa age de modo incorreto, ela 
deverá ser punida, e a continuidade da punição tenderá a diminuir a probabilidade 
de repetição de tal ação (ao contrário do reforço que aumenta a probabilidade, a 
punição diminui a probabilidade de uma resposta).
Todavia, vale ressaltar que diversos autores da Análise do Comportamento, 
incluindo Skinner, comentam sobre a pouca eficácia da punição e que o ideal 
sempre será utilizar reforço positivo quando o indivíduo agir corretamente em vez 
de punição quando ele agir de forma incorreta.
A discussão acerca dos motivos que tornam o uso da punição tão frágil é bastante 
ampla e não caberia nesta Unidade. Mas para ter uma ideia, vamos a um exemplo.
Imagine você dirigindo sozinho em um local desconhecido, deserto e com fama 
de perigoso em plena madrugada. De repente, o semáforo fica vermelho para 
você, que deve parar e esperar que abra novamente para liberar sua passagem. 
Naquele exato momento, no que você pensará?
a) “Não vem vindo nenhum carro. Não vou ficar parado aqui essa hora da 
madrugada”. E segue seu caminho.
Figura 7
Fonte: iStock/Getty Images
13
UNIDADE Desenvolvimento Humano
b) “Se não parar, posso receber uma multa e pontos na carteira de motorista”. 
Figura 8
Fonte: iStock/Getty Images
Muito provavelmente, a opção (a), que é uma forma de reforço negativo, 
pois sair daquele local será sair de uma situação aversiva, controlará sua reação 
naquele momento.
E, pouco provavelmente, a multa, que é uma punição a um comportamento 
incorreto, ultrapassar o farol vermelho, não controlará o comportamento ali. 
E, talvez, quando e, se a multa de fato chegar, você já não se lembrará exatamente 
da situação vivida.
Por esses motivos, Skinner afirma que na Educação as contingências devem 
ser programadas de forma a aumentar a frequência de reforçadores e evitar ao 
máximo o uso de punições.
A Aprendizagem Social 
Os estudiosos do comportamento humano evidenciaram que os seres humanos 
podem aprender novos comportamentos pela simples observação de como os 
outros se comportam, mesmo sem vivenciar qualquer condicionamento. 
Esses teóricos chamaram a extensão da teoria da aprendizagem de aprendizagem 
social. Sendo uma parte dela a modelagem, na qual as pessoas observam um 
comportamento e depois moldam seu próprio comportamento segundo ele. 
A aprendizagem social também é influenciada pelo autoconhecimento. “Os 
padrões que estabelecemos para nós mesmos e a confiança que temos na nossa 
capacidade de cumpri-los afetam nossa disposição para aprender com outras 
pessoas” (BERGER, 2001, p.29).
A teoria da aprendizagem abarca visões da Teoria Cognitiva, no esforço de 
entender o conhecimento e do autoconhecimento social.
14
15
A Teoria Cognitiva
A Teoria Cognitiva enfatiza a estrutura e o 
desenvolvimento dos processos de pensamento e 
do conhecimento humano. A grande preocupação 
é compreender como o ser humano pensava. Seu 
grande ícone é Jean Piaget (1896-1980).
O grande desafio de Piaget foi conhecer e entender 
como as crianças pensavam e concluiu que como as 
pessoas pensam revela como elas interpretam suas 
vivências e experiências num processo de construção 
de seus valores e suas premissas. Figura 9: Piaget 
Fonte: Wikimedia Commons
Piaget considerava quatro períodos de desenvolvimento cognitivo (aquisição do 
conhecimento). Esses períodos correspondem às idades do ser humano. Para ele, 
o ser humano necessita de equilíbrio cognitivo, ou seja, um estado de equilíbrio 
mental, no qual cada ser humano concilia as novas experiências àquelas que já 
fazem sentido em sua vida e foram aprendidas.
Segundo Piletti, N.; Rossato, S. M. & Rossato, G. (2014, p. 43), Piaget: 
[...] compreende o desenvolvimento cognitivo como algo que contém 
uma dinamicidade, posto que a inteligência existe na ação, modificando-
se numa sucessão de estágios que compreendem: uma gênese, uma 
estrutura e a mudança das mesmas.
Nessa perspectiva, o ser humano se ajusta às novas experiências em uma 
adaptação cognitiva que ocorre de duas formas: a primeira reinterpreta as novas 
experiências num processo de ajustamento às ideias antigas (assimiladas); a segunda 
modifica as ideias antigas acomodando-as às novas ideias. 
Para Piaget, o desenvolvimento humano se dá por meio de estágios cognitivos: 
o primeiro deles (do nascimento aos 2 anos) o Sensoriomotor, segundo Berger 
(2001, p.29), “A criança aprende que um objeto continua existindo mesmo quando 
não está à vista (permanência do objeto) e começa a pensar por meio de ações 
mentais além de ações físicas”.
No segundo (dos 2 anos aos 6 anos), Pré-operacional, a criança utiliza a 
imaginação e a linguagem para se expressar a respeito de si, recebendo e 
percebendo a influência dos outros. Ela se torna menos egocêntrica e já é capaz de 
coordenar pontos de vista variados.
No terceiro estágio (dos 7 aos 11 anos), Operacional concreto, “A criança 
conhece e aplica operações, ou princípios lógicos como recurso para interpretar 
as experiências de maneira objetiva e racional, em vez de intuitiva” (BERGER, 
2001, p. 29).
15
UNIDADE Desenvolvimento Humano
O último estágio (12 anos à idade adulta), Operacional formal, diz respeito à 
capacidade do adolescente ou adulto de ter pensamentos abstratos e criar situações 
hipotéticas para problemas do dia a dia vivenciados por eles. Temas como ética, 
política e questões sociais fazem parte do repertório desse estágio.
Teoria do Desenvolvimento Humano 
Emergente – Sociocultural
O maior representante dessa teoria foi o psicólogo Lev Vygotsky (1896-1934), 
da antiga UniãoSoviética. Ele foi um discípulo de A. R. Luria, que atraiu muitos 
pesquisadores para essa nova abordagem da Psicologia do Desenvolvimento Humano.
“Vygotsky estava especialmente interessado nas qualificações cognitivas que se 
desenvolviam entre as pessoas culturalmente diversas da então recém-criada União 
Soviética” (BERGER, 2001, p.33). 
Seu interesse se concentrava no estudo das habilidades das pessoas com a 
utilização de maquinários e ferramentas de uma comunidade agrícola e a utilização 
adequada das palavras abstratas por pessoas analfabetas. Esse fenômeno foi chamado 
de aprendizado do pensamento, vez que essas habilidades são desenvolvidas a 
partir da interação entre pessoas mais novas dessa sociedade e os veteranos. 
Os veteranos atuam como orientadores/mentores desse processo, que 
proporciona a educação e o suporte para os mais novos que precisam obter todo 
o conhecimento e as qualificações valorizados pela sua Cultura. Esse fenômeno é 
chamado de participação dirigida, na qual o mentor se preocupa em envolver o 
novato em atividades coletivas/conjuntas. Os mentores proporcionam situações 
favoráveis à aprendizagem, por meio da instrução cuidadosa de cada passo nessa 
aprendizagem.
Vygotsky dá ênfase às origens sociais do 
pensamento. Este, para ele, evolui e aprimora-se com 
o contato social (interações grupais). Segundo Cória-
Sabini (2010), os processos de interações sociais 
contam com sistemas de signos, neles consideramos 
a linguagem, a escrita, o sistema numérico e os 
instrumentos para a transformação da natureza. 
Diante disso, podemos dizer que “A internalização 
dos sistemas de signos provoca transformações 
comportamentais e estabelece o elo entre as formas 
iniciais e avançadas do desenvolvimento cognitivo” 
(CÓRIA-SABINI, 2010, p.151).
Figura 10: Vygotsky
Fonte: Wikimedia Commons
16
17
O mais interessante é que todo esse processo de aprendizagem está vinculado 
à interação social; assim, o novato e o veterano, em conjunto, moldam o 
conhecimento da cultura local. “Os adultos aprendem com as crianças e vice-versa, 
e todos aprendem tanto com seus iguais como com indivíduos mais velhos ou mais 
novos” (BERGER, 2001, p. 33).
A grande diferença entre as teorias anteriores apresentadas e a sociocultural é o 
fato de o adulto aprender em conjunto com a criança, e a grande mola propulsora 
é a interação social.
Figura 11
Fonte: iStock/Getty Images
Os estudiosos da abordagem sociocultural, ao estudar o desenvolvimento 
humano, enfatizam a Cultura, principalmente no processo de reconhecimento das 
habilidades, desafios e das oportunidades proporcionadas por esse desenvolvimento. 
Quando falamos em cultura, damos destaque aos valores, crenças e estruturas da 
sociedade estudada.
Para conhecer o processo do desenvolvimento de uma determinada 
cultura, os pesquisadores primeiro estudam como os valores afetam 
os indivíduos. Depois estudam como os indivíduos moldam o contexto 
cultural específico de maneira sistemática, cada componente afetando o 
todo. (BERGER, 2001, p.34)
Como será que uma pessoa com idade avançada se comporta diante das exigências das 
modernas sociedades multiculturais, na qual os recursos, as habilidades, os costumes e os 
valores por meio dos quais a cultura atua pressiona para mudanças constantes?
Ex
pl
or
Para responder a essa pergunta, é necessário entender os paradigmas dessas 
novas sociedades relacionadas ao progresso tecnológico. As gerações mais 
antigas podem ter aprendido com seus pais que um conhecimento vale para uma 
vida toda e se deparam com as novas sociedades na qual as constantes mudanças 
é o grande lema.
17
UNIDADE Desenvolvimento Humano
Vamos dar um exemplo: do telefone convencional (de fio) para o telefone celular 
dos dias atuais. Eles são verdadeiros computadores, e nos dão a condição de 
conversarmos com pessoas do mundo inteiro em segundos, sem que usemos a voz. 
Elas podem não entender a necessidade constante de trocas de aparelhos por parte 
dos jovens para que possam ter equipamentos que comportem um número maior 
de aplicativos para atender às suas necessidades. Para os mais antigos, pelo fato de 
os aparelhos estarem em condições de conservação externa, não há necessidade de 
trocá-los; é difícil compreender que apesar da conservação aparente, eles possuem 
um limite tecnológico. 
Obviamente que a Teoria Sociocultural não dá conta de explicar o desenvolvimento 
humano integralmente, assim como as demais teorias apresentadas aqui. O 
conhecimento está se construindo e certamente todas elas são alvo de críticas. 
Mas, o que realmente importa nesse momento para nós é que conheçamos o que 
cada uma delas tem de positivo a oferecer para o entendimento humano e seu 
desenvolvimento.
Para recapitular, vimos aqui três grandes teorias de desenvolvimento humano. 
Além dessas, temos a Teoria Bioecológica sob uma perspectiva contextual, na 
qual o psicólogo Urie Bronfenbrenner (1917-2005) descreve que o ser humano 
é influenciado por cinco níveis de influência ambiental: microssistema, 
mesossistema, exossistema, macrossitema e cronossitema.
Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 67), “para entender a complexidade das 
influências sobre o desenvolvimento, devemos ver a pessoa dentro do contexto 
desses múltiplos ambientes”. 
Por mesossistema entendemos o ambiente do dia a dia mais íntimo do ser humano; 
por mesossistema compreendemos a interligação entre vários microssistemas, por 
exemplo, o lar e a escola. ”Envolvendo os microssistemas está o exossistema, 
que inclui todas as redes externas, tal como as estruturas comunitárias e os 
sistemas educacionais [...]”, entre outros (BERGER, 2001,p. 5) que influenciam os 
microssistemas. 
O macrosssistema pode ser entendido como o grupo de valores culturais 
e crenças, incluindo padrões econômicos e condições sociais. E, por último, 
o cronossistema que se refere à dimensão do tempo, a constância da pessoa nos 
espaços que frequenta e ambientes. 
Segundo Papalia e Feldman (2013, p. 68), “ ao observar os sistemas que afetam 
os indivíduos na família e além dela, essa abordagem bioecológica nos ajuda a ver 
a variedade de influências sobre o desenvolvimento”. 
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Outra perspectiva de desenvolvimento é a Evolucionista/Sociobiológica, que 
se debruça nas bases evolucionistas e biológicas do comportamento humano. Ela 
sofreu influências da Teoria da Evolução de Darwin, que enfatiza a evolução das 
espécies no que se refere à adaptação e seletividade natural dos indivíduos. Os 
psicólogos dessa abordagem, por exemplo, estudam “...tópicos como estratégias 
de parentalidade, diferenças de gênero no brincar e relações entre colegas, além de 
identificar comportamentos que sejam adaptativos em diferentes idades” (PAPALIA 
& FELDMAN, 2013, p. 69).1
Importante!
Segundo Papalia e Feldman (2013, p.69): “Nenhuma teoria do desenvolvimento humano 
é universalmente aceita, e nenhuma perspectiva teórica explica todas as facetas do 
desenvolvimento”. Ao estudarmos o desenvolvimento humano, para que possamos 
aproveitar os conceitos na prática profi ssional do dia a dia, é necessário entendermos 
que o ser humano é uma totalidade e inserido nos contextos histórico, socioeconômico 
e cultural. E isso cabe em todas as áreas de conhecimento, principalmente naquelas 
relacionadas às Ciências Humanas Sociais1.
Importante!
Domínios Predominantes do 
Desenvolvimento Humano
Para que possamos entender e estudar o desenvolvimento humano, é necessário 
dividirmos o desenvolvimento em três domínios. O domínio biossocial, o domínio 
cognitivo e o domínio psicossocial. Os três domínios são fundamentais para 
todas as idades. O que também é importante saber em relação aos domínios 
predominantes é que poucos fatores pertencem exclusivamente a um domínio ou a 
outro. Lembrando que cada um deles se inter-relaciona com os outros dois. 
No domínio biossocial, incluímos o cérebro, o corpo e as alterações que neles 
ocorrem e as interferências sociais que as direcionam. “O domínio cognitivo incluios processos de pensamento, as aptidões de percepção e o domínio da linguagem, 
além das instituições de ensino que os estimulam” (BERGER, 2001, p.3). 
O domínio psicossocial compreende a personalidade do indivíduo, as emoções e 
as relações interpessoais mais íntimas, de amizade e com a comunidade em geral. 
1 O conceito contextual está ligado “ à visão do desenvolvimento humano que vê o indivíduo como inseparável do 
contexto social” (PAPALIA e FELDMAN, 2013, p. 67)
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UNIDADE Desenvolvimento Humano
No domínio biossocial do desenvolvimento, incluímos também os fatores 
genéticos e de saúde que impactam o crescimento da pessoa. As habilidades 
motoras e a busca de um corpo ideal também se inserem nesse domínio. 
No domínio cognitivo podemos incluir os processos mentais para a obtenção de 
conhecimento e a consciência do ambiente em que estamos inseridos no momento. 
Aqui também consideramos a percepção, a imaginação, o discernimento, a 
memória e, como falamos anteriormente, a linguagem. Podemos englobar aqui 
o processo de tomada de decisões e a educação formal das escolas e a informal 
propiciada pela família e pelas pessoas que rodeiam o indivíduo. O resultado da 
curiosidade e da criatividade que as pessoas apresentam também fazem parte 
desse domínio.
No domínio psicossocial, podemos considerar o campo das emoções, do 
temperamento de uma pessoa e das habilidades sociais. Todas as influências que 
o indivíduo tem da família, dos amigos, da comunidade, da cultura e da sociedade 
em que está inserido. “As diferenças culturais relativas ao valor das crianças, ou 
relativas a ideias sobre os papéis ‘apropriados’ a cada sexo, ou ainda quanto ao 
que é considerada a estrutura familiar ideal” (BERGER, 2001, p.4) fazem parte 
desse domínio.
Quando estudamos desenvolvimento humano, temos de lembrar que o 
desenvolvimento deve ser visto sempre sob um olhar holístico. Ou seja, cada 
indivíduo cresce de forma integral e o fato de dividirmos em domínio é meramente 
uma forma organizada e didática de facilitar aos cientistas seus estudos acadêmicos 
sobre o tema em questão.
Desenvolvimento Humano Psicossocial dos dois 
Primeiros Anos até a Idade Adulta Avançada
É de suma importância estudarmos o desenvolvimento humano psicossocial 
para que possamos entender melhor como as coisas acontecem ao longo da 
vida do ser humano. Trabalhamos direta ou indiretamente com pessoas, esse é o 
nosso “negócio”.
Compreender o ser humano nos habilita para sermos mais empáticos e assertivos 
quando temos de tomar decisões para favorecer o crescimento das pessoas. 
Desde os primeiros anos até a vida adulta avançada, o ser humano sofre inúmeras 
modificações. Veja os bebê, por exemplo, eles já apresentam personalidades 
diferentes. São diferentes, vez que possuem históricos de vida distintos, que 
provocam emoções diferentes e únicas, assim como temperamentos, pensamentos 
e comportamentos também diferentes. Uma pessoa se torna única pelo conjunto 
de todos esses aspectos.
Empatia: é a capacidade do ser humano de ser colocar no lugar do outro.
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Ou seja, o modo peculiar de cada pessoa de sentir, pensar e agir é influenciado 
tanto pelas características inatas quanto ambientais. Isso denota como as crianças 
irão responder às outras pessoas e como se adaptam aos seus mundos.
Na tentativa de compreender o desenvolvimento psicossocial, é necessário 
conhecermos os aspectos mais importantes desse desenvolvimento do nascimento 
aos dois anos de vida.
Segundo Papalia & Feldman (2013), é importante sabermos que durante a 
gestação o feto identifica a voz da mãe e tem sua preferência.
Do zero aos três meses, os bebês são abertos à estimulação. Eles iniciam a 
demonstração de interesse e curiosidade em relação ao mundo externo, além de 
sorrirem para as pessoas prontamente. 
Dos três meses aos seis meses, eles sorriem e riem com bastante frequência, além 
de se apresentarem zangados quando se decepcionam com algo, em um movimento 
de antecipação de fatos. Os bebês se despertam socialmente e estabelecem trocas 
recíprocas com os cuidadores. 
Aos nove meses são capazes de “jogos sociais” e buscam respostas das pessoas 
quando tentam “conversar”. Agradam e tocam outras crianças para obter respostas 
delas. Demonstram e expressam emoções como medo, raiva e alegria, por exemplo. 
Dos nove meses a um ano, os bebês preocupam-se com o principal cuidador, 
apresentando medo de estranhos e podem agir de forma submissa em situações 
novas e inesperadas. 
Com um ano conseguem comunicar suas emoções claramente, apresentando 
oscilações de humor. Após um ano até um ano e meio exploram bastante o 
ambiente por meio de pessoas que apresentam segurança e que estão mais ligadas. 
Tendem a apresentar ansiedade para se autoafirmarem, a partir do momento em 
que dominam o ambiente.
Dos dezoito meses até os 3 anos, inicia-se a fase de identificação com os 
adultos pela brincadeira e são capazes de perceber o quanto estão se separando 
do cuidador. Na fantasia e também na brincadeira, eles estabelecem a consciência 
de suas limitações. Nessa fase, os vínculos afetivos com os pais e com outras 
pessoas são estabelecidos. Essa fase caracteriza-se pela busca da independência e 
da autonomia, e se percebe um relativo aumento pelo interesse por outras crianças
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UNIDADE Desenvolvimento Humano
Figura 12
Fonte: iStock/Getty Images
Dos três aos seis anos, a criança já tem o autoconceito e a compreensão das 
suas emoções, tornando-se mais complexa. Além de aumentar a independência, 
o autocontrole e desenvolver a identidade de gênero. O significado do brincar se 
aprimora e “torna-se mais imaginativo, mais elaborado e, geralmente, mais social” 
(PAPALIA & FELDMAN, 2013, p. 41)
As crianças nessa faixa etária consideram que a família ainda é o foco da vida 
social, e atribuem importância considerável às outras crianças. O autoconceito 
torna-se ainda mais complexo influenciando na autoestima. Nessa fase, tendem a 
controlar mais as situações.
Na adolescência (11 a aproximadamente 20 anos), a busca central é pela 
identidade e identidade sexual. Os amigos podem influenciar positiva ou 
negativamente. Geralmente, o relacionamento com os pais tende a ser bom.
Se formos recorrer a Erik Erikson (apud PAPALIA & FELDMAN, 2013, 
p. 422) “A principal tarefa da adolescência é confrontar a crise de identidade versus 
confusão de papel, de modo a se tornar um adulto singular com uma percepção 
coerente do self e um papel valorizado pela sociedade”. Para Erikson, a identidade 
se concretiza quando os adolescentes conseguem resolver três aspectos: quando 
escolhem uma ocupação, quando adotam valores referentes a como viver e o 
desenvolvimento de uma satisfatória identidade sexual. 
Durante a terceira infância, as crianças adquirem as habilidades necessárias 
para obter sucesso em suas respectivas culturas. Quando adolescentes, 
elas precisam encontrar maneiras para usar essas habilidades. Quando 
jovens têm problemas para fixar-se em uma identidade ocupacional – ou 
quando suas oportunidades são artificialmente limitadas, eles correm risco 
de apresentar comportamento com consequências negativas sérias, tal 
como atividades criminosas (PAPALIA & FELDMAN, 2013, p.422).
No início da vida adulta (20 a 40 anos), existe uma estabilidade dos traços e 
estilos de personalidade. Nessa fase, o ser humano toma decisões em relação a 
relacionamentos mais íntimos e estilos de vida, que tendem a ser mais duradouros, 
ou seja, casa-se e tem filhos, por exemplo. 
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Na fase posterior (40 a 65 anos), pode acontecer de o adulto necessitar cuidar de 
seus pais idosos e de seus filhos, o que pode trazer muitas situações de stress para 
ele. Outra possibilidade é a saída dos filhos para uma vida mais externa, muitos 
deles ingressando para o mercado de trabalho, ocorrendo possivelmente uma 
transição para a meia idade e o senso de identidade continua em desenvolvimento. 
Aqui é constante a avaliação e a reavaliação que um adulto faz emrelação à própria 
vida; nessa revisão ou avaliação de prioridades e valores. 
Algumas pessoas podem experienciar crises nessa fase, outras se veem no auge 
de suas capacidades e habilidades. Outras, ainda, podem se encontrar em uma 
posição intermediária, na qual crises e tumultos tenham sido enfrentados em outra 
fase, por exemplo (PAPALIA & FELDMAN, 2013).
Nessa fase, as pessoas iniciam o processo de envelhecimento que está ligado 
a mudanças físicas, mentais e emocionais; nesse momento, também se deparam 
com outras vivências associadas aos desafios do esquema de identidade. Esquema 
de Identidade são percepções que as pessoas tem de si mesmas que provêm de 
relacionamentos mais íntimos, de situações de trabalho, de atividades ligadas a 
comunidades e de outras experiências (PAPALIA & FELDMAN, 2013).
Na fase seguinte, caracterizada como vida adulta tardia (65 anos em diante) a 
procura é de significado para a vida, essa de fundamental importância nessa etapa. 
A pessoa com idade mais avançada cria estratégias flexíveis para encarar perdas 
pessoais e/ou a morte iminente. Com a aposentadoria, o idoso pode pensar melhor 
sobre aproveitar o tempo e canalizar suas energias. Tempo inclusive destinado 
à família e aos amigos íntimos, já que estes podem ser um ponto de apoio em 
diversas situações.
Ainda segundo Kinsella e Phillips (2005, apud Papalia e Feldman 2013), é 
comum que pais com idade avançada continuem ajudando financeiramente seus 
filhos e, em países em desenvolvimento, eles participam da dinâmica familiar com 
tarefas domésticas, cuidando dos filhos e netos, podendo, inclusive, assumir a total 
educação desses netos, caracterizando uma “paternidade ativa” inesperada, na 
qual poderão estar despreparados para esse papel.
Como você se imagina chegando à velhice?
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Erik Erikson (apud PAPALIA & FELDMAN, 2013) ressalta que é necessário 
que as pessoas estejam envolvidas de forma vital na sociedade para um envelhecer 
saudável. Ainda segundo ele, a fase final da vida nos remete à sabedoria. Podemos 
acrescentar que a interação social garante esse bem-estar e saúde, vez que promove 
a satisfação com a vida.
 É de extrema importância que os profissionais de Ciências Humanas Sociais 
compreendam as fases de desenvolvimento humano e suas principais características, 
para uma atuação mais assertiva e produtiva; contribuindo, assim, com a sociedade 
e, consequentemente, com um mundo melhor.
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UNIDADE Desenvolvimento Humano
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
A Epistemologia Genética de Piaget e o construtivismo
Para aprofundar os conhecimentos sobre as fases de desenvolvimento humano segundo 
Jean Piaget leia o artigo científico.
https://goo.gl/5nuLUB
 Livros
Psicologia e Desenvolvimento Humano
ESCORSIN, A. P. Psicologia e Desenvolvimento Humano. Curitiba: Intersaberes, 
2016. p.153-72. E-book.
 Filmes
Shaolin - Trailer Legendado
Como exemplo de processo de interação social na abordagem sócio-histórica, assista 
ao trailer Shaolin.
https://youtu.be/KhS2C5jQrfw
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Referências
BARROS, C. S. G. Pontos de Psicologia do Desenvolvimento. 12.ed. São 
Paulo: Ática, 2008.
BERGER, K. S. O Desenvolvimento da Pessoa – da infância à terceira idade. 
Tradução de Dalton de Alencar. 5.ed. Rio de Janeiro: LTC, 2001. 
CÓRIA-SABINI, M.A. Psicologia do Desenvolvimento.2.ed.8.imp. São Paulo: 
Ática, 2010.
ESCORSIN, A. P. Psicologia e Desenvolvimento Humano. Curitiba: Intersaberes, 
2016.
PAPALIA, D.; FELDMAN. R. D. Desenvolvimento Humano. Tradução de Cristina 
Monteiro e Mauro de Campos Silva.12.ed. Porto Alegre: AMGH, 2013.
PILETTI, N.; ROSSATO, S. M.; ROSSATO, G. Psicologia do Desenvolvimento. 
São Paulo: Contexto, 2014.
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