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FACULDADE DO MARANHÃO CURSO DE PEDAGOGIA CAROLINE KELLEN VERAS AS INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO SOCIAL E FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DO 1° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA FELIPE BARBOSA DE ANDRADE. São Luís 2019 CAROLINE KELLEN VERAS AS INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO SOCIAL E FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DO 1° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA FELIPE BARBOSA DE ANDRADE. Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade do Maranhão, para a obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia. Orientadora: Profa. Dr.ª Vera Maria Gonçalves Santos São Luís 2019 Catalogação na fonte elaborada pela bibliotecária Erivânia Menezes Dutra - CRB 13-765 Veras, Caroline Kellen. As influências do contexto social e familiar no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1° ano do ensino fundamental da Escola Felipe Barbosa de Andrade./ Caroline Kellen Veras. – São Luís – MA, 2019. 69 f. il. Impresso por computador (fotocópia). Orientadora: Profª. Dra.. Vera Maria Gonçalves Santos. Monografia (Graduação em Pedagogia) – Curso de Pedagogia, Faculdade do Maranhão, 2019. 1. Aprendizagem. 2. Ensino Fundamental. 3. Escola Família.. I. Título. CDU 37.015.3 CAROLINE KELLEN VERAS AS INFLUÊNCIAS DO CONTEXTO SOCIAL E FAMILIAR NO DESENVOLVIMENTO DA APRENDIZAGEM DOS ALUNOS DO 1° ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL DA ESCOLA FELIPE BARBOSA DE ANDRADE. Monografia apresentada ao Curso de Pedagogia da Faculdade do Maranhão, para a obtenção do grau de Licenciatura em Pedagogia. Aprovada em / / BANCA EXAMINADORA ______________________________________________ Profa. Dr.ª Vera Maria Gonçalves Santos (Orientadora) Faculdade do Maranhão ______________________________________________ 1 º Examinador (a) Faculdade do Maranhão ______________________________________________ 2 º Examinador (a) Faculdade do Maranhão Dedico este trabalho primeiramente a Deus, minha família, amigos e professores. AGRADECIMENTOS Em primeiro lugar, gostaria de agradecer a Deus por até aqui ter me sustentado, ter me dado forças para todos os dias dar continuidade na minha caminhada acadêmica. Agradeço a minha família, por nos momentos difíceis ter me dado forças e apoio que foram fundamentais para meu crescimento acadêmico. Minha mãe, em especial, que sempre me ensinou a não desistir do que eu almejo, por suas orações de todos os dias, pedindo a Deus que me proteja, por sua compreensão nos momentos de crise quando vou ao seu encontro e falo que não vou aguentar, ela sempre tem uma palavra de conforto a me oferecer, palavras sábias que me trazem paz. E ao meu pai ʺ In Memoriamʺ minha eterna gratidão. E não poderia deixar de agradecer a profa. Vera Maria pela orientação e também aos meus amigos da sala de aula, que de alguma forma direta ou indireta me ajudaram na concretização deste momento. Ninguém ignora tudo. Ninguém sabe tudo. Todos nós sabemos alguma coisa. Todos nós ignoramos alguma coisa. Por isso aprendemos sempre. Paulo Freire RESUMO O presente trabalho tem como problema de pesquisa o seguinte questionamento: de que forma o contexto social e familiar influência no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1˚ ano do Ensino Fundamental da escola Felipe Barbosa de Andrade? O objetivo geral foi investigar, as influências do contexto social e familiar no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1˚ ano do Ensino Fundamental da Escola Felipe Barbosa de Andrade e os específicos; Observar a relação da família com a escola no contexto da aprendizagem dos alunos do 1º ano da escola Felipe Barbosa de Andrade; Identificar os fatores que influenciam nas dificuldades de aprendizagens dos alunos do 1˚ ano da Escola Felipe Barbosa de Andrade; Refletir sobre o meio social onde as crianças do 1º ano da escola Felipe Barbosa de Andrade estão inseridas; Sugerir estratégias que favoreçam a relação entre a escola e família. A pesquisa fundamentou-se nos pressupostos teóricos de Vygotsky (1991), Paro (2007), Ariès (2006), Freire (1997), Oliveira (1999), Campos (1979), entre outros autores. Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica e de campo numa linha quanti/qualitativa, os instrumentos de coleta de dados foram entrevista semiestruturada aplicada a professor e aos pais dos alunos. Os resultados mostram que os processos de aprendizagem sofrem influencias positivas e negativas, e a importância que se tem na relação entre família e escola é fundamental no desenvolvimento da aprendizagem da criança. A pesquisa busca contribuir com uma reflexão sobre a relação entre a família e escola, sua parceria para uma aprendizagem significativa e como cada um encara o papel que desenvolvem. Palavras-chave: Aprendizagem. Ensino Fundamental. Escola Família. ABSTRACT The present research has as research problem the following question: how does the social and family context influence the development of the learning of the students of the 1st grade of Felipe Barbosa de Andrade elementary school? The general objective was to investigate, the influences of the social and family context in the development of the learning of the students of the 1st grade of Felipe Barbosa de Andrade Elementary School and the specific ones; Observe the family's relationship with the school in the context of the learning of the students of the first year of the school Felipe Barbosa de Andrade; Identify the factors that influence the learning difficulties of students of the 1st grade of Felipe Barbosa de Andrade School; Reflect on the social environment where the 1st grade children of Felipe Barbosa de Andrade school are inserted; Suggest strategies that favor the relationship between school and family. The research was based on the theoretical assumptions of Vygotsky (1991), Paro (2007), Ariès (2006), Freire (1997), Oliveira (1999), Campos (1979), among other authors. This is a bibliographic and field review study in a quantitative / qualitative line, the data collection instruments were semi-structured interviews applied to the teacher and the parents of the students. The results show that learning processes are influenced positively and negatively, and the importance of the relationship between family and school is fundamental in the development of children's learning. The research seeks to contribute to a reflection on the relationship between family and school, their partnership for meaningful learning and how each one views their role. Keywords: Learning. Elementary School. School. Family. LISTA DE GRÁFICOS Gráfico 1 – Identificação ....................................................................................... 45 Gráfico 2 – Gênero ............................................................................................... 45 Gráfico 3 – Escolaridade ...................................................................................... 46 Gráfico 4 – Com que frequência você comparece na escola do seu filho? .......... 48 Gráfico 5 – Você se considera pais (família) participantes na vida escolar do seu filho? ........................................................................................... 49 Gráfico 6 – Participam das reuniões escolares .................................................... 50 Gráfico 7 – Seu filho apresentaalguma dificuldade de aprendizagem? ............... 53 LISTA DE QUADROS Quadro 1 – Profissão ........................................................................................... 47 Quadro 2 – De que maneira você participa no desenvolvimento da aprendizagem do seu filho? .............................................................. 51 Quadro 3 – Você acha que sua participação na escola influencia no desenvolvimento da aprendizagem do seu filho? .............................. 52 Quadro 4 – As famílias são incentivadas a participarem na vida escolar do aluno? ............................................................................................... 54 Quadro 5 – A família poderia colaborar mais com aprendizagem de seu filho? De qual forma? ........................................................................ 55 Quadro 6 – Que sugestão você daria para que a escola melhorasse a relação Família X escola? ................................................................. 56 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÂO ........................................................................................ 11 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO ...................................................................... 13 2.1 Família: contexto histórico ................................................................... 13 2.1.1 A importância da família .......................................................................... 16 2.3 Relação escola x família ....................................................................... 19 2.3.1 Dificuldade de aprendizagem .................................................................. 22 2.3.2 A contribuição da família no processo de aprendizagem ........................ 25 2.3.3 O papel da escola .................................................................................... 26 2.3.4 Os fatores que influenciam nas dificuldades de aprendizagem ............... 28 2.3.5 As influências do contexto social e familiar nas dificuldades de aprendizagem .......................................................................................... 32 3 PERCURSO METODOLÓGICO.............................................................. 36 3.1 Caracterização da escola campo ......................................................... 36 3.2 A pesquisa ............................................................................................. 37 3.3 Problema e objetivo ............................................................................... 38 3.3.1 Geral ........................................................................................................ 38 3.3.2 Específicos .............................................................................................. 38 3.4 Público alvo ........................................................................................... 38 3.5 Instrumentos da pesquisa .................................................................... 39 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS COLETADOS .................. 40 4.1 Entrevistas com o professor ................................................................ 40 4.2 Questionário com os pais/responsável ............................................... 44 4.3 Estratégias para escola que fortaleça a aproximação entre escola e a família ................................................................................... 57 5 CONSIDERAÇÔES FINAIS .................................................................... 59 REFERÊNCIAS ....................................................................................... 61 APÊNDICES ............................................................................................ 65 11 1 INTRODUÇÂO A família possui um papel importante na educação formal e informal e, além de espelhar os problemas sociedade, absolva valores morais, sendo assim aprofundando os laços de solidariedade. Portanto é necessário que a família tenha uma relação de harmonia com a instituição escolar, buscar contribuir em relação do desempenho educacional do filho, valorizar o que o aluno produz e cultivar uma cultura familiar que favoreça aprendizagem e valorize o que a escola oferece, tendo em vista que, uma vez que, haja uma relação harmoniosa, só pode enriquecer e fortalecer o desempenho escolar da criança. Neste sentido, quando se pensar em família e escola, é preciso ir mais além para saber que essa relação nos dias atuais é um constante desafio, pois sabemos que às vezes as famílias não participam do ambiente escolar, assim como a escola também deixa muito a desejar não oferece atrativos e métodos para uma aproximação entre ambos. A escola apresenta muitos alunos com dificuldade na aprendizagem, acredita-se que deve ser pelo contexto social e familiar em que se encontra que acaba por comprometer o resultado da aprendizagem da criança. Por essa razão que o referido tema chamou-me atenção devido aos seus efeitos, trazendo a curiosidade de buscar entender esse processo, que é considerado por muitas pessoas, como dever apenas da escola. No que se relaciona a essas relevâncias, a escolha desse tema é colocar em discussão as influências social e familiar no processo de aprendizagem, que tem causado preocupações entre os educadores, haja vista, que o contexto social, as práticas sociais vivenciadas pelos estudantes do 1º ano, acompanhamento familiar, considera-se como aspectos fundamentais que determinam e influenciam o conhecimento prévio dos alunos, como ponto de partida para a mediação das aprendizagens em sala de aula. O principal objetivo desta pesquisa é investigar, as influências do contexto social e familiar no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1˚ ano do Ensino Fundamental da Escola Felipe Barbosa de Andrade. Tendo como objetivos específicos: Observar a relação da família com a escola no contexto da aprendizagem dos alunos do 1º ano da escola Felipe Barbosa de Andrade; Identificar os fatores que influenciam nas dificuldades de aprendizagens dos alunos 12 do 1˚ ano da Escola Felipe Barbosa de Andrade; Refletir sobre o meio social onde as crianças do 1º ano da escola Felipe Barbosa de Andrade estão inseridas; Sugerir estratégias que favoreçam a relação entre a escola e família. A pesquisa fundamentou-se nos pressupostos teóricos de Vygotsky (1991), Paro (2007), Ariès (2006), Freire (1997), Oliveira (1999), Campos (1979), entre outros autores. A monografia está organizada em cinco seções. A primeira trás uma abordagem histórica da família, seguida da importância da família. A segunda seção é estruturada de maneira a desenvolver de forma mais explicada a relação escola X família: Dificuldade de aprendizagem; A contribuição da família no processo de aprendizagem; O papel da escola; Os fatores que influenciam nas dificuldades de aprendizagem; As influências do contexto social e familiar nas dificuldades de aprendizagem. Na terceira seção é apresentada e explicada a metodologia, seguida da caracterização da escola campo; a pesquisa; problemática e objetivo; público alvo; instrumento da pesquisa. Nas duas últimas seções analisaremos os dados que foram coletados ao longo da pesquisa. Desta forma a quarta seção apresenta os resultados das pesquisas. E a quinta sessão as considerações finais. 13 2 REFERÊNCIAL TEÓRICO Nesta seção abordaremos o contexto histórico da família ao longo dos anos e suas transformações. O foco principal é abordar as características da família e sua importância na relação da instituição escolar. As duas devem estar interligadas, uma complementando a outra, para que haja sintonia entre ambas. 2.1 Família: contexto histórico Na época medieval a família era considerada mais como uma realidade social e moral do que afetivo (ARIÉS, 2006). Não havia distinção entre o adulto e a criança,a criança era vista como adulto em miniatura. Ao analisarmos o contexto histórico da humanidade, a família se destaca como uma das progenitoras da sociedade. Segundo Parolin (2007, p. 50), “a família é o núcleo constitutivo do sujeito”, é uma instituição que uni as pessoas que a integra, não somente pelo mesmo sobrenome, e viver sobre o mesmo teto, mas pela ligação que se constrói através do convívio. Possibilitando a esse núcleo suas particularidades em sua cultura, crença, mito e com suas regras. De acordo com o Aurélio (FERREIRA, 1999), a palavra família pode ter vários significados. Dentre eles: 1.Pessoas aparentadas, que vivem, em geral, na mesma casa, particularmente o pai, a mãe e os filhos. 2. Pessoas unidas por laços de parentesco, pelo sangue ou por aliança: 3. Ascendência, linhagem, estirpe. 4. P. ext. Grupo de indivíduos que professam o mesmo credo têm os mesmos interesses, a mesma profissão, são do mesmo lugar de origem, etc.: 2 5.Sociol. Comunidade constituída por um homem e uma mulher, unidos por laço matrimonial, e pelos filhos nascidos dessa união. 6.Sociol. Unidade espiritual constituída pelas gerações descendentes de um mesmo tronco, e fundada, pois, na consanguinidade. 7.Sociol. Grupo formado por indivíduos que são ou se consideram consanguíneos uns dos outros, ou por descendentes dum tronco ancestral comum e estranhos admitidos por adoção. O conceito de família ao longo dos anos passou a ser definidos de outras formas, não mais da forma tradicionalmente como é conhecida, muitas mudanças ocorreram durante sua trajetória, à família já não é mais tradicionalmente formada por um pai ou uma mãe, mas também por outras divisões, hoje a família pode ser 14 formada também pela mãe solteira ou pai solteiro, pela vó e seus netos, por pessoas do mesmo sexo. Neste sentido a família passou a ser vista na atualidade com diversidade em sua estrutura, pois as funções de cada um neste contexto passaram a ser representando por outras pessoas. A realidade atual é que as pessoas estão buscando o desenvolvimento de uma família feliz e saudável, e as relações variam de acordo com cada família. Sabe-se que desde os primeiros dias de vida o homem recebe a influência e afetividade do ambiente familiar, percebe-se que é impossível que o desenvolvimento do indivíduo não sofra influência deste ambiente. A família é lugar indispensável para a garantia da sobrevivência e da proteção integral dos filhos e demais membros, independentemente do arranjo familiar ou da forma como vêm se estruturando. É a família que propicia os aportes afetivos e, sobretudo materiais necessários ao desenvolvimento e bem-estar dos seus componentes. Ela desempenha um papel decisivo na educação formal e informal, e em seu espaço que são absorvidos os valores éticos e humanitários, e onde se aprofundam os laços de solidariedade. E também em seu interior que se constroem as marcas entre as gerações e são observados valores culturais (KALOUSTIAN,1988, p. 22). A família é o núcleo de vida de todo o indivíduo e é ela que permite o primeiro contato de viver em sociedade, que permite a criança compreender o mundo ao seu redor e perceber que se vive em um meio social e cultural, sendo assim um ambiente que promove aprendizagem. Neste sentido a família com o passar dos tempos sofreu grandes mudanças em sua forma de organização e estrutura, as relações que mantêm e as funções que esta instituição possui, tornando necessária a discussão dessas modificações levando em consideração à pluralidade que ela abriga. A família de hoje se reestrutura devido às mudanças que recebe. A família não é formada somente pela mãe e o pai, devido ao cenário de mudanças que o mundo contemporâneo ganhou, os casais acabam se separando, e com isso nasce uma nova família o filho passar a ter um novo conceito de família. Para Szymanski (2001), essas mudanças acabam por influir e afetar a família e sua particularidade a partir da formação de pertencimento social e da história que cada um possui. Tais arranjos diversificados podem variar em combinações de diversas naturezas, seja na composição ou também nas relações familiares estabelecidas. A composição pode variar em uniões consensuais de parceiros separados ou divorciados; união de pessoas do mesmo sexo; uniões de pessoas com filhos de 15 outro casamento; mães sozinhas com seus filhos, sendo cada um de um pai diferente; pais sozinho com seus filhos; avos com seus netos; e uma afinidade de formas a serem definida, colocando-nos diante de uma nova família, diferenciada do clássico modelo de família nuclear (OLIVEIRA, 2009, p. 68). Atualmente, as mulheres conquistaram espaços no mercado de trabalho, passando assim a atribuir aos homens responsabilidades de cuidar e educar os filhos também, assim como realizar trabalhos domésticos. Os novos modelos familiares provenientes das transformações da sociedade influenciam e causam mudanças nas relações familiares. Na atualidade, a responsabilidade de assumir o papel do progenitor da família e sustento dos filhos vem sendo transferido à mulher, sendo assim os valores étnicos e morais passará a ser transitórios e atribuindo a instituição de ensino responsável de direto dos seus filhos. Segundo menciona Bassedas et al. (1996, p. 33) ʺfamília como sistema possui uma função psicossocial de proteger os seus membros e uma função social de transmitir e favorecer a adaptação, a cultura existenteʺ A estrutura familiar tem sido repensada devido a dupla jornada de trabalho, fora e dentro de casa, para que a criança tenha os cuidados necessários. Segundo Nogueira (2006, p. 159): No que tange à família ocidental, característica dos países industrializados, um rápido balanço demográfico de suas principais mutações inclui: a) diminuição do número de casamentos, em benefício de novas formas de conjugal idade (em particular, as uniões livres); b) elevações constantes da idade de casamento (e deprocriação); c) diversificação dos arranjos familiares com a difusão de novos tipos de famílias (monoparentais, recompostas, monossexuais); d) limitação da prole, associada à generalização do trabalho feminino, ao avanço das técnicas de contracepção e às mudanças nas mentalidades. Se, no passado, a procriação constituía a finalidade principal (e “natural”) do casamento–e altas taxas de mortalidade infantil tornavam incerta a sobrevivência de um filho–, na contemporaneidade, ter ou não ter filhos torna-se uma deliberação do casal que agora detém meios de controlar o tamanho da prole e o momento de procriação. Estes fatores contribuíram para que essa estrutura familiar ocorresse atualmente, tendo o pai e a mãe inseridos no mercado de trabalho, obtendo muito mais atividades extras e muito pouco tempo para cuidarem do(s) filho(s). Dessa forma levando as escolas a se adaptarem para que as famílias consigam envolver- se nas atividades escolares, e sua participação na vida escolar do(s) seu(s) filho(s) seja efetiva. 16 A criança necessita do ambiente familiar para obter autoconfiança e se desenvolver globalmente, promovendo o equilíbrio e colocando-o à disposição de maneira correta. Se a família não for o alicerce da formação de valores morais e deixarem que a escola assuma esse papel, as crianças ficam mais sucintas a influências de meios de comunicação e internet, consideradas externas a educação familiar. Neste sentido é de total responsabilidade da família promover um ambiente sadio e que promova à criança a interação com a sociedade em que esta inserida e acompanhamento no desempenho escolar. 2.1.1 A importância da família Há uma grande preocupação quando se fala sobre a importância da família no desenvolvimento da aprendizagem da criança em relação à falta de participação no ambiente escolar. Muitos pesquisadores da área da educação atribuem a problemas naestrutura nuclear da família as dissensões ocorrentes. Muitos estão preocupados com a segurança de suas casas, mas acaba negligenciando o que é mais importante à família, a mesma que desenvolve a segurança emocional, que se pode alcançar no companheirismo e harmonia de uma vida em família, é onde devemos encontrar aceitação e compreensão. A instituição da família é que estabelece à base do sujeito e o integra a sociedade. As famílias são os condutores de todos nossos conhecimentos, desde a primeira infância. Ela que nos conduz em todas as palavras aprendidas, a cada novo passo que damos a cada conquista que alcançamos. É o primeiro professor de nossas vidas. Ela nos auxilia em todas as conquistas, sempre nos direcionando a cada passo percorrido e nos auxiliam sobre o conhecimento do mundo ao nosso redor. A família desenvolve o papel de espaço acolhedor, onde a criança deve encontra proteção, afetividade e socialização dos indivíduos. Sendo que, a família ela tem influência na construção de valores étnicos, morais, culturais e espirituais que são transmitidos ao longo do tempo. A família contribui na construção do caráter da criança, quanto à obra de educar começada quando criança, onde a mente é mais apta a receber informações, que poderão ser lembradas. 17 A importância da família em sua estrutura é fundamental para o desenvolvimento da criança, que permite uma estrutura sólida que busque estabelecer critérios de valores, princípios, convivência saudável, assim transmite e agrega valores a(s) criança(s). O núcleo familiar é base para um futuro melhor, pois é nessa estrutura que se aprende a boa convivência, boas conversas, afetividade sendo um respeitando o outro. A criança é uma forma de realização dos pais, e deseja que estes demonstrem uma forma de afeto e cuidados com a família. Dessa forma Nogueira (2006, p. 160) vem afirma que: Esse novo modelo de família alarga de forma intensa a responsabilidade parental em relação aos filhos. Estes últimos funcionam como um espelho em que os pais veem refletidos os acertos e erros de suas concepções e práticas educativas – os quais costumam se fazer acompanhar de sentimentos de orgulho ou, ao contrário, de culpa. Sendo assim, os pais ao planejarem os futuros de seus filhos buscam melhores estratégias possíveis para que possam ter sucesso e aumentam dessa forma a responsabilidade de suas praticas em educar de forma significativa, ou seja, os pais projetam nos seus filhos sentimentos que podem ser positivos ou negativos devido aos erros e acertos de seus filhos. O que leva Nogueira (2006, p. 161) destacar que: Os pais tornam-se, assim, os responsáveis pelos êxitos e fracassos (escolares, profissionais) dos filhos, tomando para si a tarefa de instalá-los da melhor forma possível na sociedade. Para isso, mobilizam um conjunto de estratégias visando elevar ao máximo a competitividade e as chances de sucesso do filho, sobretudo face ao sistema escolar – o qual, por sua vez, ganha importância crescente como instância de legitimação individual e de definição dos destinos ocupacionais. Dessa forma o papel da família é de se responsabilizar no direcionamento da educação de seu filho, para que a sua inserção na sociedade e na vida escolar ocorra de forma mais leve para criança. Vygotsky (1991, p. 94) afirma que “o aprendizado das crianças começa muito antes de elas frequentarem a escola”. Por tanto para que haja uma educação significativa necessita-se de um facilitador, a escola por sua vez tem quer ter a responsabilidade de trazer para dentro do seu convívio as diferentes experiências que as crianças trazem da instituição familiar, buscar ensinar aquilo que a criança vivencia fora da instituição escolar. A importância da família em criar um ambiente saudável ajuda a criança se desenvolver socialmente e ter uma aprendizagem cognitiva significativa, é no 18 núcleo familiar que primeiramente a criança precisa se desenvolver e quando chegar até a escola o processo de aprendizagem será satisfatório, quando a criança recebe esse apoio familiar o processo de aprendizagem é uma extensão do que se é vivenciando no ambiente familiar. A família deve impor aos filhos limites, ensinando-os com amor e afeto. Devem mostrar que, como pais, são eles que devem segurar as rédeas, governar. Que dele se requer obediência. O que se percebe é que, cada vez mais a família tem atribuído à escola a responsabilidade de impor limites nos alunos, sendo que cabe à escola só reforçar. Por sua vez a escola pode orientá-los através de caminhos alternativos a compreensão da educação escolar e familiar. A família pode ajudar na construção da disciplina, através de algumas práticas: readquirir a prática do diálogo, ser capaz de impor limites, estabelecer horários, superar a oscilação entre a permissividade e o autoritarismo, estabelecer e cumprir limites (dialogando, chegar a limites razoáveis), não ceder diante da insistência ou chantagem, nunca dizer não sem explicar o porquê, não acobertar erros dos filhos, incentivarem os filhos a terem uma postura crítica, acreditar nas possibilidades do filho, desenvolver uma pedagogia de participação, atribuir responsabilidades aos filhos, entre outras (VASCONCELOS, 1994, p. 82). Seguindo esta orientação e reconhecendo sua importância em coloca-las em prática e em parceria com a escola, a aprendizagem significativa acontece, diminuindo o fracasso escolar. Se a família passar a ser responsável pela educação da criança, cabe à família X escola possibilitar uma educação de qualidade. A família deve contribuir juntamente com a escola para que haja esse desenvolvimento da aprendizagem da criança. Segundo o artigo 1° da LDB, afirma que: “a educação, é direito de todos e dever do Estado e da família”. Art.2º: A educação, dever da família e do estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL, 1996). Diante desta afirmativa a lei do Estatuto da Criança e do Adolescente, ECA (1990), vem garantir em seu art. 4°, que é dever da família, da comunidade, da sociedade em geral e do poder publico assegurar, a efetivação dos direitos referente à vida, á saúde, a alimentação, a educação. O art. 53° vem confirmar que, a criança 19 e o adolescente têm o direito a educação visando ao pleno desenvolvimento de sua pessoa, preparo para o exercício da cidadania e qualificação para o trabalho. Por tanto, as leis brasileiras estabelece de maneira clara e objetiva o direito da criança e do adolescente a educação. Estas leis deixam bem explicito que não cabe somente a família e a escola, necessita-se também do apoio da sociedade para garantir seu pleno desenvolvimento. A família é o primeiro contato que a criança tem, sendo assim é dever da família dar os primeiros passos no desenvolvimento da criança, orientando-a como desempenhará seus papéis na sociedade e no desenvolvimento de comportamento adequado ao espaço que essa criança esta inserida. Parolin (2007, p. 56), completa: É na família que uma criança constrói seus primeiros vínculos com a aprendizagem e forma o seu estilo de aprender. Nenhuma criança nasce sabendo o que é bom ou ruim e muito menos sabendo do que gosta e do que não gosta. A tarefa dos pais, dos professores e dos familiares é a de favorecer uma consciência moral, pautada em uma lógica socialmente aceita, para que, quando essa criança tiver de decidir, saiba como e por que está tomando determinados caminhos ou decisões. Nesta perspectiva a família desenvolve um papel fundamental na formação do sujeito, pois também exerce a função de contribuir com a sociedade, tem como princípio de socializar e inserir na sociedade. À medida que a família não desenvolve essepapel, os insucessos com seus filhos futuramente aparecerão. 2.3 Relação escola x família A parceira entre a escola e família só tem um efeito positivo, quando as duas exercem o papel de condutor de uma aprendizagem significativa, as duas precisam de um acompanhamento mutuou entre se, a escola sozinha não tem a mesma eficiência, é necessário à contribuição familiar. Essa relação deve ser notória para que as crianças sintam confiança no papel que cada uma exerce. Neste sentido, quando se pensar em família e escola, é preciso ir muito além para saber que essa relação nos dias atuais é um constante desafio, pois sabemos que às vezes as famílias não participam do ambiente escolar, assim como a escola também deixa muito a desejar, não oferece atrativos e métodos para uma aproximação mais que necessária entre ambos. “Participação não é resultado de 20 processos automáticos e espontâneos, mas de uma conquista diária e consequência do fortalecimento da responsabilidade dos indivíduos” (PELLEGRINI, 1999, p. 26). Nesta perspectiva tanto a escola como a família propiciam relações elencadas efetivamente e no adequado desempenho de papeis, o sujeito em contato com esses dois contextos aprende normas éticas e sociais, e compreende seu lugar no mundo. Se por outro lado à família se desobrigar do seu papel de educar, a criança certamente não consegue se perceber como sujeito e dificilmente o mundo ao seu redor, e a escola por sua vez não consegue desenvolver seu papel significantemente, mesmo tento um corpo docente como educador. Sendo assim o papel que a família exerce é o de promover adequadamente o pertencimento. É no convívio do cotidiano, através das conversas, que a criança faz observações e compreende as crenças, costumes, mitos, ritos de sua família, assim como a forma de sua cultura, e como viver e conviver em sociedade. A escola por sua vez tem o papel de socializar o conhecimento e relações. Ela precisa promover um espaço educativo, haja vista, que este espaço tenha como objetivo o de proporcionar ao educando o risco de acertar e/ou de errar a resposta, levantar hipóteses, criar pensamento crítico, desenvolver habilidades, por fim um espaço de aprendizagem. Na escola será desenvolvido o individual e coletivo, levando as crianças a terem trocas, e a conviver com as diferencias, levando em consideração, é neste espaço que as regras e as normas são fundamentais, tendo em vista um convivo afetivo. De acordo Montandon e Perrenoud (2001, p. 47): “as famílias preocupam- se, também cada vez mais com o desabrochar e a felicidade dos seus filhos, esperando que a escola os disciplinem sem os anular e os instrua sem os privar da sua infância”. Há uma grande necessidade de se construir uma relação entre a família e a escola, estabelecendo entre se, o planejar e o afirmar compromissos mínimos para que os filhos/educandos tenham uma educação de qualidade. Paro (1999, p. 4) defende que: Entretanto, não se trata, nem dos pais prestar em uma ajuda unilateral à escola, nem de a escola repassar parte do seu trabalho para os pais. O que se pretende é uma extensão da função educativa (mas não doutrinária) da escola para os pais e adultos responsáveis pelos estudantes. É claro que a realização desse trabalho deverá implicar a ida dos pais à escola e seu envolvimento em atividades com as quais ele não esta costumeiramente comprometida. 21 Por tanto, a escola é responsável em criar e articular estratégias para que a família se sinta confortável no ambiente escolar e possa participar de forma efetiva na vida escolar do educando. Está extensão que o autor se refere é essencial para o desenvolvimento do aluno, e é através da família que a escola busca encontrar apoio para que ambas possam desenvolver seus papéis com resultados significativos, buscando sempre colocar o aluno como principal foco. A relação entre família e escola Paro (2007, p. 14), declara que: O “querer aprender” é também um valor cultivado historicamente pelo homem e, portanto um conteúdo cultural que precisa ser apropriado pelas novas gerações, por meio do processo educativo. Por isso, não cabe à escola, na condição de agência encarregada da educação sistematizada, renunciar a essa tarefa. Por isso é que não tem sentido a alegação de que, se o aluno não quer aprender, não cabe à escola a responsabilidade por seu fracasso. Neste sentido, a escola como articuladora de informação, tem a responsabilidade, independente de qualquer outra coisa, promover a educação da criança. Neste sentido a escola realmente deve assumir o papel de mediadora, a qual facilitará a aprendizagem da criança, sendo assim, a escola precisa ser atraente para a criança. A relação entre a escola e a família necessita de um elo em prol do desenvolvimento tanto afetivo, cognitivo e pessoal, acrescentando ainda valores étnicos e morais na relação do sujeito com a sociedade. É importante que andem juntas, embora cada uma exerça sua função, a parceria de ambas implica no resultado satisfatório de aprendizagem, levando o sujeito a compreender o mundo ao seu redor, tornando um cidadão étnico e crítico, e que possa desenvolver sua cidadania. Escola e família exercem papéis distintos no processo educativo. Evidencia- se uma confusão de papéis. A principal função da família é a transmissão de valores morais às crianças. Já à escola cabe à missão de recriar e sistematizar o conhecimento histórico, social, moral (AQUINO, 1998). Então o autor nos levar refletir sobre a importância dessas duas instituições e os papeis fundamentais que cada uma exerce, por um lado a escola exerce a função transformadora de educar, ou seja, levar o conhecimento necessário para que o sujeito viva em sociedade, enquanto que a família busca repassar todos os valores, crenças e cultura. 22 Sendo assim os laços de fortalecimento e aproximação da escola e da família são fundamentais para o processo de aprendizagem, esta relação permite assim criar um ambiente para a consolidação do desenvolvimento e aprendizagem do educando, tendo estes duas instituições como socializadoras e educadoras. Segundo Piaget (2007, p. 50): Uma ligação estreita e continuada entre os professores e os pais leva, pois muita coisa mais que a uma informação mútua: este intercâmbio acaba resultando em ajuda recíproca e, frequentemente, em aperfeiçoamento real dos métodos. Ao aproximar a escola da vida ou das preocupações profissionais dos pais, e ao proporcionar, reciprocamente, aos pais um interesse pelas coisas da escola, chega-se a uma divisão de responsabilidades [...]. De acordo com que Piaget (2007) se refere, essa ligação deve ser estreita para que ocorra uma aprendizagem significativa, onde o objetivo principal é contribuir para o desenvolvimento do aluno, buscando entender que esta ligação é significativa para o educando, e assim contribuir para que este aprenda. 2.3.1 Dificuldade de aprendizagem As dificuldades de aprendizagem, segundo Rogers (1988), podem significar uma alteração no aprendizado específico da leitura e da escrita, ou alterações genéricas do processo de aprendizagem, onde outros aspectos, além da leitura e da escrita, podem estar comprometidos (orgânico, motor, intelectual, social e emocional). Conforme consta em Polity (1998, p. 73), o termo Dificuldade de Aprendizagem é definido pelo Instituto Nacional de Saúde Mental (EUA) da seguinte forma: Dificuldade de Aprendizagem é uma desordem que afeta as habilidades pessoais do sujeito em interpretar o que é visto, ouvido ou relacionar essas informações vindas de diferentes partes do cérebro. Essas limitações podem aparecer de diferentes formas: dificuldades específicas no falar, no escrever, coordenação motora, autocontrole, ou atenção. Essas dificuldades abrangem os trabalhos escolares e podem impedir o aprendizado da leitura, da escrita ouda matemática. Essas manifestações podem ocorrer durante toda a vida do sujeito, afetando várias facetas: trabalhos escolares, rotina diária, vida familiar, amizades e diversões. Em algumas pessoas as manifestações dessas desordens são aparentes. Em outras, aparece apenas um aspecto isolado do problema, causando impacto em outras áreas da vida. 23 Segundo a autora, esse termo pode ter vários conceitos por outros autores, mas que pode ser considerada sua origem: orgânica intelectual/cognitiva e emocional (incluindo-se ai a família e social). Para compreensão de possíveis alterações no processo de aprendizagem é necessário considera-se tanto o aspecto interno, ou seja, orgânico, quanto os fatores externo, os estímulos recebidos pelo individuo no meio em que está inserido. O processo de aprendizagem se caracteriza na maneira como os seres adquirem novos conhecimentos, desenvolvem habilidades e mudança no seu modo de agir. Sara Pain (1986), diz que o processo de aprendizagem não configura nem define uma estrutura como tal. No entanto, afirma que pode ser visto como forma de classificação, ou seja, a aprendizagem não é uma estrutura, mas surte um efeito, e neste sentido pode se dizer que é lugar de articulações de esquema. Na dimensão biológica do processo de aprendizagem, Piaget, em sua obra “Biológica e Conhecimento”, afirma que teríamos três tipos de conhecimento: o das formas hereditárias, programada e somada ao conteúdo informativo do meio onde o individuo atuará; o das formas lógicas matemáticas, que constroem progressivamente segundo os estágios de equilibração crescente; e o das formas adquiridas em função da experiência, que fornece informação sobre o sujeito e suas propriedades. Desde o ponto de vista biológico, e dentro do marco de epistemologia genética, haveria uma aprendizagem em sentido amplo, a qual consistiria no desdobramento funcional de uma atividade estruturante, que resultaria na construção definitiva das estruturas operatórias esboçadas em atividade (PAIN,1986, p. 17). É importante salientar o ponto de vista biológico, pois seu sentido consiste na importância que é a experiência do sujeito. A importância do ensaio-erro é fundamentada no processo de aprendizagem da criança, é onde ela vai poder aprender com o erro, sendo assim, uma articulação de esquema. Os problemas de aprendizagem que podem ocorrer no ambiente da escola em diferentes situações para o aluno. E requer um conhecimento profundo e amplo, ou seja, deve-se apoiar na psicologia e sua didática, ambos devem andar juntos para que o professor perceba no aluno o que é normal ou patológico. 24 Sara Pain (1986), enfatiza que como o movimento da criança para liberdade e autonomia acontece de maneira gradativa (através da superação de cada crise de desenvolvimento), cabe ao professor reconhecer as características próprias do comportamento infantil em cada faixa etária. Sendo assim, não somente conhecimento prévio, mas um conhecimento que vai além, buscando encontrar formas de conduzir o processo de aprendizagem do aluno. Saber em qual faixa de maturidade este aluno se encontra e saber reconhecer se está fase é normal ou patológica. Segundo José e Coelho (1999), o termo desenvolvimento, define o processo ordenado e contínuo que principia com a própria vida, no ato da concepção, e abrange todas as modificações que ocorrem no organismo e na personalidade. Importante ressaltar que o desenvolvimento inclui dois outros processos complementares: a maturação e a aprendizagem. A maturação conduz ao desenvolvimento do potencial do organismo e independente do treinamento do treino ou estimo do ambiental. Caracteriza- se por mudanças estruturas influenciadas pela hereditariedade, que ocorrem em todo dado momento, envolvendo a coordenação de numerosas partes do sistema nervoso (JOSÉ; COELHO, 1999, p. 12). Devido a isso, é ineficaz, ensinar uma aprendizagem precocemente, pois é essencial que a criança já tenha maturação, para que assim possa compreender um raciocínio mais complexo. Seguindo esse pensamento José e Coelho (1999, p. 13), pode se citar o papel da aprendizagem, que é o resultado da estimulação do ambiente sobre o individuo já maduro, que se expressa, diante de uma solução-problema, sob a forma de uma mudança de comportamento em função da experiência. Essa visão se dá devido à estimulação, há muitos fatores que contribuem, porém é com o fator emocional que se garante grande parte da educação infantil. O professor deve sempre aplicar situações para que o aluno perceba o que está aprendendo. No mais, sendo capaz de novo conhecimento e habilidades. O papel da família, também é fundamental nesse processo. No ambiente da família, é que a criança terá os primeiros conhecimentos prévios, e é dever da família orientá-la e dirigi-la, em conjunto de parcerias com a escola e os professores que devem se dá o desenvolvimento do aluno. 25 José e Coelho (1999), destacou a observação da criança em época escolar, não pode ser vaga e imprecisa. É necessário que seja feita em função da faixa etária em que o aluno se encontra e que seja cumulativa, isto é, que reúna dados desde sua entrada na escola até sua saída. Todas as ocasiões são favoráveis á observação: a criança no pátio, na sala de aula, enquanto trabalha, brinca, quando está em grupo ou sozinha. Em todas estas situações ela revela suas necessidades, seus desejos e, através de comportamento, os distúrbios que podem prejudicar seu reajustamento social e escolar (JOSÉ; COELHO, 1999, p. 208). Partido da observação do professor é necessário que o mesmo relate toda evolução do aluno se há alguma problemática, e buscar soluções para aspectos desconhecidos. É dever do professor investigar e intervir nas problemáticas que o aluno está envolvido. A escola por sua vez, deve ter um ambiente sadio e buscar investigar, tento assim todas as orientações necessárias em relação aos alunos. 2.3.2 A contribuição da família no processo de aprendizagem Sabe-se que, o primeiro contato da criança é o ambiente familiar, neste ambiente que a criança receberá a educação primária, ou seja, os modelos que a criança receberá são de responsabilidade da família e cabe a ela moldar a criança de forma que seu desenvolvimento e aprendizagem ocorram de acordo com o modelo social adequado em que a criança está inserida. A realidade que a educação está vivendo nos dias atuais, em que a responsabilidade dos pais acaba sendo repassada para escola, que por outro lado não cumpri tal função, deste modo tornando impossível desempenhar um ensino de qualidade, o que nos faz perceber que essa questão não é atual, que há muito tempo vem ocorrendo essa falta de interação da escola e da família, e que necessita de uma readaptação, a escola sozinha não produz uma educação de qualidade, tem que há ver parceria com a família. É o que nos diz Freitas (2011, p. 20): Historicamente, até o século XIX, havia uma separação das tarefas da família e da escola: a escola cuidava do que se chamava “instrução”, ou seja, a transmissão dos conhecimentos/conteúdos da educação formal e a família se dedicavam à educação informal: o que podia-se definir como o ensinamento de valores, atitudes e hábitos. No mundo moderno, a educação passa também a ser objeto de atenção das famílias, que, apesar de ser preocuparem com a qualidade do ensino, transferem à escola 26 competências que deveriam ser suas tão somente. Não veem a escola como segunda etapa da educação, mas criam nela toda a expectativa de que será responsável, a vida toda, pela educação de seus filhos. E, em muitas vezes, esquecem-se de fazer sua parte (FREITAS, 2011, p. 20). Percebe-se, que é dessa maneira que a família possui um papel importante na educação formal e informal e, além de espelhar os problemas da sociedade, absolve valores morais, sendo assim,aprofundando os laços de solidariedade. Portanto é necessário que a família tenha uma relação de harmonia com a instituição escolar, buscar contribuir em relação ao desempenho educacional do filho, valorizar o que o aluno produz cultivar uma cultura familiar que favoreça aprendizagem e valorize o que a escola produz, uma vez que, haja uma relação harmoniosa, só poderá enriquecer e fortalecer o desempenho escolar da criança. Diante disso, não há uma receita mágica ou fórmula para ser uma família ideal, mas a participação, a valorização no ambiente escolar do filho e o incentivo à interação com a sociedade podem ajuda-los a caminhar para tal objetivo. A influência da família sobre a educação dos filhos representará seu desempenho escolar. Por outro lado há também pais trabalhadores que não conseguem acompanhar o filho na escola. Ai entra o papel da escola, em buscar alternativas de oportunidades que possibilitem as famílias estarem presentes no processo de aprendizagem da criança. E para que isso aconteça ė preciso conhecer a realidade de cada um. 2.3.3 O papel da escola A escola é um espaço sistematizado, ou seja, realizada por pessoas especializadas. Local com horários determinados, currículo, métodos e materiais didáticos, assim possibilitando ao educando um conhecimento mais extenso no processo educativo e nas relações entre escola e sociedade. Por tanto, a escola é uma instituição social, que promove conhecimento e que torna possível o conhecimento sistematizado. Independentemente de suas modificações no decorrer da história, a escola foi à instituição que a humanidade criou para socializar o saber sistematizado. Isto significa dizer que é o lugar onde, por princípio, é veiculado o conhecimento que a sociedade julga necessário transmitir às novas gerações (BRASIL, 2009). 27 Sendo assim, o papel da escola constitui o dever de desenvolvimento e aprendizagem, ambiente que acolhe diferentes saberes, é neste espaço que o indivíduo produz o desenvolvimento global. No entanto, a primeira socialização que a criança tem, ocorre no ambiente familiar e com seus amigos através de experiências do cotidiano. Todavia, na escola parece que a prática escolar tem sentido mais para o ensino das regras do bom comportamento do que para o ensino do saber. Ou seja, aprender a comportar-se de tal forma determinada torna-se mais importante do que saber, de uma maneira cientifica e/ou técnica superficialmente adequada. A escola é uma instituição social com objetivo explícito: o desenvolvimento das potencialidades físicas, cognitivas e afetivas dos alunos, por meio da aprendizagem dos conteúdos (conhecimentos, habilidades, procedimentos, atitudes e valores) que, aliás, deve acontecer de maneira contextualizada desenvolvendo nos discentes a capacidade de tornarem-se cidadãos participativos na sociedade em que vivem. Para tanto, deve oferecer situações que favoreçam o aprendizado, onde haja sede em aprender e também razão, entendimento da importância desse aprendizado no futuro do aluno. Se ele compreender que, muito mais importante do que possuir bens materiais, é ter uma fonte de segurança que garanta seu espaço no mercado competitivo, ele buscará conhecer e aprender sempre mais (COSTA, 2014, p. 7). Percebe-se que, compete à escola transmitir o conhecimento específico e cultural, além de fortificar as convivências em sociedade, tendo em vista que a escola é local de troca de experiências culturais e costumes diversos. É no ambiente escolar que se encontra o ponto de encontro das diversidades, tais como: religião, cultura, costumes, orientação sexual, identidade de gênero entre outros. Por tanto, é necessário que a escola possa ir além de conteúdos científicos, deve-se trabalhar temas transversais entre as ciências e o cotidiano, trazendo para o currículo escolar ações voltadas para a sociedade, e os tornando capacitados para uma sociedade igualitária. Para Freitas (2011), cabe à escola formar cidadãos críticos, reflexivos, conscientes de seus direitos e deveres, tornando-se aptos a contribuir para a construção e/ou desconstrução de uma sociedade visando à igualdade e justiça. Neste sentido, sua função não é somente a transmissão de conhecimento, tem a responsabilidade social, para, além disso. Trata-se também em promover no educando a capacidade de buscar informações segundo exigências de seu desenvolvimento individual e social. Freitas (2011) afirma ainda que: 28 A cada momento fazer o aluno pensar, refletir, analisar, sintetizar, criticar, criar, classificar, tirar conclusões, estabelecer relações, argumentar, avaliar, justificar, etc. Para isto é preciso que os professores trabalhem com metodologias participativas, desafiadoras, problematizando os conteúdos e estimulando o aluno a pensar, a formular hipóteses, a descobrir, a falar, a questionar, a colocar suas opiniões, suas divergências e dúvidas, a trocar informações com o grupo de colegas, defendendo e argumentando seu ponto de vista (FREITAS, 2011). Assim, a escola vem buscar direcionar com a finalidade de mostrar ao educando as atividades e conteúdos, e auxiliarem a formação moral e o desenvolvimento do indivíduo como cidadão. O grande desafio da escola, esta em fazer do ambiente escolar um meio condutor que favoreça a aprendizagem significativa, passando de ser somente um local de encontro de educandos, para, além disso, mas sim local de descobertas prazerosas, onde o educando sinta o interesse de buscar conhecer o novo e encontra na escola um ambiente acolhedor, conforme Libâneo, Oliveira e Toschi (2005, p. 117): Devemos inferir, portanto, que a educação de qualidade é aquela mediante a qual a escola promove, para todos os domínios dos conhecimentos e o desenvolvimento de capacidades cognitivas e afetivas indispensáveis ao atendimento de necessidades individuais e sociais dos alunos. Para tanto, a escola deve proporcionar ao educando o desejo de aprender e dar condições para que o educando desenvolva suas capacidades cognitivas e que eles possam perceber que é através da aprendizagem que se aprende mais, a escola deve ser esse fio condutor que transmite ao educando não somente conteúdos, mas também um ambiente em que possam confiar. 2.3.4 Os fatores que influenciam nas dificuldades de aprendizagem Sabemos que desde cedo a criança sofre influências no contexto social e familiar, e que isso implica no seu desenvolvimento tanto físico quanto conectivo. Consequentemente, a vida afetiva de uma pessoa tem uma longa trajetória pela educação nos convívios familiar e social. Fatores como linguagem, inteligência, dinâmica familiar, motivação e escolaridade devem desenvolver-se de forma integrada para que o processo se efetive (ROGERS,1988). Este papel refere-se à família que possibilite o desenvolvimento da aprendizagem da criança. Sabe-se que as crianças que apresentam dificuldades de 29 aprendizagem, geralmente possuem baixa autoestima em relação ao seus fracassos e são visíveis esses sentimentos aos comportamentos de desinteresse por determinadas atividades, tempo de atenção diminuído, falta de concentração e outros. A família por sua vez desconhece as necessidades da criança. Esses pais necessitam de orientações que lhe deem um norteamento que possibilite ajudar seus filhos. A escola deve também contribuir neste aspecto orientando-os e dando suporte de como agir com a criança. Segundo Marturano (1999), há mães que demonstram excessiva ansiedade quanto à superação da dificuldade da criança; outras que se mostram impacientes quanto ao desempenho insatisfatório que o filho apresenta; mães que atribuem todo o problema à criança e a caracterizam como “preguiçosa”, “lerda”, “distraída”; mães que negam a dificuldade que a criança demonstra; mães que não acompanham as atividades de seu filho e mães que punem a criançapelo seu fracasso nas atividades escolares. Este fato acontece do desconhecimento dos pais sobre como ocorre à aprendizagem. Sabe-se também que os conflitos familiares e sociais associados a essas manifestações intrínsecas, são relevantes para desenvolvimento cognitivo da criança. A intervenção é necessária para ajudar a criança e é primordial o acompanhamento da Psicopedagoga. Ao considerar a aprendizagem como um processo articulado ao momento do aprendiz, a sua história e as suas possibilidades sob o aspecto cognitivo, afetivo e social, a Psicopedagogia, segundo Silva (1998, p. 59): Rompe a ligação ensino-aprendizagem, porque, tanto o aprender como processo quanto o processo de construção do conhecimento não tem relação necessária com o ensinar e, finalmente, porque ambos os processos antecedem e ultrapassam o ensinar. A criança necessita de um equilibro em cada contexto que influência o seu desenvolvimento, uma criança cujo ambiente social e familiar é sadio terá melhor desenvolvimento no seu aprendizado. É necessário saber reconhecer o que leva a dificuldade que a criança apresenta, a escola deve ter um olhar reflexivo e abrangível para conduzir essa criança da melhor forma possível na aprendizagem. 30 Para que a criança aprenda é necessário renovar-se o conhecimento. Implica um movimento que envolve todos os recursos mesclados com o processo interno. Vale dizer que a aprendizagem vai acontecendo de formas significativas na interação, e continua fazendo em seu contexto social. Sabe-se que a educação não formal constitui-se num dos pilares essenciais na construção do eu. Seu desenrolar implicará num desenvolvimento harmônico ou não do indivíduo. Segundo Kupfer (1989, p. 46): A educação da criança deve primar a dominação dos instintos, uma vez que tem que inibir, proibir, reprimir. Sabe-se que a ausência de restrições e de orientações pode deseducar em vez de promover uma educação saudável. As angústias são inevitáveis, mas a repressão excessiva dos impulsos pode originar distúrbios neuróticos. O problema, portanto, é encontrar um equilíbrio entre proibições e permissão – eis a questão fundamental da educação. Por tanto, sabe-se que desde os primeiros dias de vida o homem recebe a influência e afetividade do ambiente familiar, percebe-se que é impossível que o desenvolvimento do indivíduo não sofra influência deste ambiente. A criança necessita do ambiente familiar para obter autoconfiança e se desenvolver globalmente, promovendo o equilíbrio colocado à disposição de maneira correta. Os problemas associados à dificuldade de aprendizagem é uma situação bastante preocupante para a escola. Para Antunes (1997) essas dificuldades podem ser percebidas nas crianças que não tem um bom rendimento escolar em uma ou mais áreas, mostrando problemas na: expressão oral, compreensão oral, expressão escrita com ortografia apropriada, desenvoltura básica da leitura, cálculos matemático. Compreender as dificuldades de aprendizagem não é um assunto muito fácil. Existe uma investigação minuciosa e consciente do professor, os problemas escolares podem surgir de diferentes situações para cada educando. Na situação dos nossos históricos escolares não é registrada somente aprovações e bons rendimentos escolares referentes à aprendizagem por parte de nossos educandos, há também registros de insucessos na aprendizagem, insucessos esses que vem nos tirando o sono desde muito tempo. Sendo assim, qual seria o significado de aprendizagem? Há diferentes conceitos sobre o que é aprendizagem, porém podemos defini-la como processo de aquisição evolutivo e contínuo, que modifica o comportamento do individuo. 31 Por tanto, toda aprendizagem resulta em alguma mudança no comportamento de quem aprende. Com tudo, podemos observar essas mudanças na maneira de agir, de pensar em relação às coisas ou as pessoas, em fazer as coisas, e de gostar ou não gostar. Neste sentido aprender a aprender é um processo constante ao logo da vida, que nos permite aprender sempre a qualquer hora ou idade da vida. Segundo Campos (1979, p. 33), A aprendizagem envolve o uso e o desenvolvimento de todos os poderes, capacidades, potencialidades do homem, tanto físicas, quanto mentais e afetivas, isto significa que aprendizagem não pode ser considera somente como processo de memorização ou que emprega apenas o conjunto das funções mentais ou unicamente os elementos físicos ou emocionais, pois todos estes são aspectos necessários. Neste sentido, são vários os fatores que devem fazer parte, para que haja uma aprendizagem de qualidade, fazendo com que novo conhecimento ocorra de forma eficiente, são elas: saúde mental e física, maturação, inteligência, afetividade e motivação. Quando há uma falta em alguns desses fatores ou até uma inadequação pedagógica, pode se desenvolver uma dificuldade de aprendizagem. A primeira definição de dificuldade de aprendizagem foi proposta por Kirk (1962), esta definição cuja ênfase se pretendia o componente educacional. O termo referia-se a: [...] um atraso, desordem ou imaturidade num ou mais processos da linguagem falada, da leitura, da ortografia, da caligrafia ou da aritmética, resultante, de uma possível disfunção cerebral e/ ou distúrbios de comportamento e não dependentes de uma deficiência mental, de uma privação sensorial, de uma privação cultural ou de um conjunto de factores pedagógicos (KIRK, 1962, p. 263). Dessa forma, o autor se refere às dificuldades de aprendizagem, que tem relação em termos biológicos, e de outras problemáticas, tal como privação sociocultural, deficiência mental entre outras. Tendo em vista, que as dificuldades de aprendizagem se originam de um funcionamento ineficaz da escola, assim como são atribuídas a fatores psicológicos ou socioculturais. A aprendizagem tem seu início muito antes da criança entrar na escola, isto porque ocorre desde os primeiros meses de vida, dessa forma a criança está exposta aos elementos da cultura e presença do outro. De acordo com cronologia o desenvolvimento de sua maturidade é o primeiro estágio, onde ela começa aprender 32 a gesticular, a falar, a manusear, a nomear e a adquirir informações, ela vai se adequando de acordo com suas necessidades. Os fatores que podem influenciar o processo de aprendizagem estão ligados a fatores de causas físicas, sensoriais, neurológicas, emocionais e as cognitivas ou intelectuais. 2.3.5 As influências do contexto social e familiar nas dificuldades de aprendizagem O desenvolvimento das habilidades do indivíduo está associado a sua capacidade de aprender. Por tanto, as influências e estímulos externos da cultura acabam por acarretar prejuízos no processo de ensino aprendizagem e são determinantes na relação do conhecido e do desconhecido no ato de aprender. Na escola essas experiências são reconhecidas em torno da prática educativa com reflexo na aprendizagem. Na prática em sala de aula há um grupo de educando com limitações e dificuldades de aprendizagem, os professores não conseguem o resultado desejado, em virtude desse quantitativo de alunos na sala de aula com dificuldades de aprendizagem. De acordo com Libâneo, Oliveira e Toschi (2005, p. 116): “o grande desafio é o de incluir, nos padrões de vida digna, os milhões de indivíduos excluídos e sem condições básicas para se constituírem cidadãos participantes de uma sociedade em permanente mutação”. A questão que o autor vem ressaltar está ligada a família raramente comparecer no ambiente escolar, parceria entre família e escola não existe, a comunidade escolar ainda resiste muito em promover ações que traga a família para dentro do ambiente escolar. Por outro lado, as famílias ainda não compreenderam que a parceria entre ambas resulta na melhoria da aprendizagem do educando. A família deve participar da vida escolar do filhoindepende de seu grau de escolaridade. Sendo assim, as causas dos sucessos e insucessos do fracasso escolar são iminentemente familiares e sociais, sendo que a família esta no centro da problemática. Sabe-se que um aluno que vem de família culturalmente sadia se destaca e tem mais chances ter um bom desempenho escolar. Porém se olharmos detalhadamente experiências individuas encontraremos alunos que tiveram apoio 33 (escolares ou extraescolares), mas isso não quer dizer que alunos que tem um contexto familiar com fraco nível cultura não possam ser estudiosos. O processo de ensino aprendizagem não depende exclusivamente da escola, pois este também está ligado a contexto sociocultural de cada indivíduo, considerando constatar-se de antemão, que as dificuldades de aprendizagem estão elencadas, na sua maioria a factores externo da escola, influenciando assim o processo de desenvolvimento da aprendizagem. O baixo nível de escolaridades e sócio- econômico dos pais/mães refletem na falta de acompanhamento escolar dos filhos e controle de seu comportamento escolar. Para Tosta (2013, p. 8), “o âmbito familiar é o primeiro socializador de todo indivíduo”. O ambiente familiar tem papel fundamental no decorrer de toda a trajetória do indivíduo. É neste ambiente que as experiências do cotidiano irão contribuir para formação da criança quando adulto. Canivez (1991, p. 33), vem ressaltar que depois da família, a escola passa a ser espaço social: A escola, de fato, institui a cidadania. É ela o lugar onde as crianças deixam de pertencer exclusivamente à família para integrarem-se numa comunidade mais ampla em que os indivíduos estão reunidos não por vínculos de parentesco ou de afinidade, mas pela obrigação de viverem comum. A escola institui, em outras palavras, a coabitação de seres diferentes sob a autoridade de uma mesma regra. Dessa forma, os processos de socialização estimulam os sujeitos a aprenderem condições de viver em sociedade. Dentro do espaço da escola, é onde os alunos passam mais tempo tendo que interagir com as outras pessoas, vivenciado experiências diferenciadas das que eles vivem no contexto familiar. A escola permite ao aluno vivenciar o novo, algo diferente para ele, porém com a certeza de que será de grande valia para ele. A escola busca promover um ambiente acolhedor onde todos possam buscar auxílio para intender o mundo a sua voltar através de pessoas que não pertencem ao seu meio familiar. O mundo social é “filtrado” para o individuo por meio dessa dupla seletividade. Assim, a criança das classes inferiores absorve uma perspectiva própria a sua classe sobre o mundo social, mas segundo uma coloração idiossincrática dada por seus pais (ou por qualquer individuo que se ocupe de sua socialização primária). A mesma perspectiva própria às classes inferiores pode provocar uma atitude de aceitação de seu destino, 34 de resignação, de ressentimento amargo ou de revolta febril. Consequentemente, a criança das classes inferiores acabará não somente por habitar em um mundo muito diferente daquele das classes superiores, mas também por se diferenciar de seu vizinho que pertence, no entanto, á mesma classe que ele (BERGER; LUCKMANN apud HAECHT, 2008, p. 101). Por tanto, percebemos que o modo de agir dos indivíduos, está associado a agirem sozinhos ou integrar-se a outros. Para Young (2007, p. 1288), o aluno não pode ver na escola sua própria realidade como base do conhecimento, pois isso não o fará desenvolver sua capacidade de percepção científica e social do tempo no qual ele próprio é sujeito. [...] se as escolas devem cumprir um papel importante em promover a igualdade social, elas precisam considerar seriamente a base de conhecimento do currículo, mesmo quando isso parecer ir contra as demandas dos alunos (e às vezes de seus pais). As escolas devem perguntar: “Este currículo é poderoso?”. Para crianças de lares desfavorecidos, a participação ativa na escola pode ser a única oportunidade de adquirirem conhecimento poderoso e serem capazes de caminhar, ao menos intelectualmente, para além de suas circunstâncias locais e particulares. Não há nenhuma utilidade para os alunos em se construir um currículo em torno da sua experiência, para que este currículo possa ser validado e, como resultado, deixá-los sempre na mesma condição (YOUNG, 2007, p. 1297). Neste sentido, a escola tem como priorização e a promoção de um conhecimento que liberte o aluno da condição de não saber, o autor defende a ideia de capacitação do aluno. Antropologia social vem estudar os processos culturais e a estrutura social, ou seja, seu interesse está focado na sociedade e nas instituições. Levando em consideração as diversidades existentes em grupos humanos, preocupando-se em conhecer as relações que as regem. Sendo assim o foco em questão trata-se do contexto social familiar. Sabe-se que a família é uma instituição social, sua estrutura é de acordo com o contexto cultura e social de uma determinada sociedade, e que essa instituição assim como as outras aos longos dos tempos também sofre mudanças em sua estrutura podendo ser constituída de diferentes formas, na sociedade humana. Por tanto, devido à diversidade dos tipos de organização de família, mudou-se o foco baseado no modelo de familiar nuclear, passando a considerar-se as novas estruturas referentes à sua relação de convivência entre a comunidade e sociedade e entre as pessoas da família. 35 É na interação com o outro que a criança adquire a linguagem e por meio dela que ela passa a comunicar-se com o outro e organizar seu passamento. Convivendo em sociedade, a criança aprende a se organizar e se planejar, neste contato com outras pessoas que a necessidade do ser humano tende a ser satisfeitas. Necessitando do cuidado e proteção da comunidade e da sociedade. Sendo assim é através da socialização que passamos a aprender o modo de viver na sociedade. Sendo Durkheim (2011, p. 54): Um é composto de todos os estados mentais que dizem respeito apenas a nós mesmos e aos acontecimentos da nossa vida pessoal; é o que se poderia chamar de ser individual. O outro é o sistema de ideias, sentimentos e hábitos que exprimem em nós não a nossa personalidade, mas sim o grupo ou os grupos diferentes dos quais fazemos parte; tais como as crenças religiosas, as crenças e práticas morais, as tradições nacionais ou profissionais e as opiniões coletivas de todo. Este conjunto forma o ser social. Por tanto, essas características culturais e sociais são transmitidas através das instituições ou não, permiti reconhecer o comportamento dos indivíduos que fazem parte da sociedade. Como já foi dito a estrutura sócio-politica-econômica vem influenciando o comportamento dos indivíduos e na estrutura familiar, levando a acarretar mudanças em seu padrão tradicional de núcleo familiar. 36 3 PERCURSO METODOLÓGICO A pesquisa foi realizada com os alunos do Ensino Fundamental I, e tem como foco principal investigar as influências do contexto social e familiar no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1° ano da escola municipal U.I. Felipe Barbosa de Andrade. Neste capítulo será abordado à caracterização da escola campo, a pesquisa, coleta e análise de dados. 3.1 Caracterização da escola campo A escola U.I. Felipe Barbosa de Andrade localizada na Avenida Ivar Saldanha, Centro Grande, na cidade de Axixá-Maranhão. Como diretor (a) da instituição: Nelma Raimunda Costa Santos Correia. Por sua vez a escola é pública e funciona em dois turnos: Matutino e Vespertino na modalidade Ensino Fundamental- Anos Iniciais e Anos Finais, com aspectos legais. Possui acerca de 26 alunos por sala de aula. Quanto à caracterização da escola U.I. Felipe Barbosa de Andrade, o prédio é especifico, dispondo de sala da direção, salas de aulas, sala de professores, banheiros,cozinha, e seus pontos de iluminação são agradáveis. No quesito “higiene e limpeza do ambiente”, é satisfatório. Já no quesito “ventilação”, algumas salas dispõem de ventiladores e outras de ar-condicionado. Durante as observações, percebeu-se que os funcionários da escola possuem uma relação harmônica, pois é notória a interação de ambos. A gestora Nelma Raimunda possui formação em Letras. Os funcionários da Escola são contratados por meio de concurso ou indicações. A filosofia de ensino é sócio construtivista, entretanto quanto ao modelo de gestão que se disponibiliza, a gestora ressalta que não adianta ratificar o que é democrática se no fundamento é autocrata. E descreve também que a participação dos pais e responsáveis acontece através de reuniões bimestrais, semestrais ou não, datas comemorativas, ou até mesmo de forma espontânea individualizada por parte dos pais ou responsáveis. 37 3.2 A pesquisa A pesquisa realizada pode ser classificada como pesquisa de campo e bibliográfica. Isso porque a pesquisa permite que o pesquisador reconheça em detalhes as características do trabalho que ele próprio está produzindo, aumenta sobe maneira à proximidade do pesquisador com sua pesquisa, permitindo a movimentação acerca da eficácia durante as investigações. Quanto à metodologia a opção pelo método Hipotético - dedutivo, o pesquisador propõe uma hipótese e parte, por meio da dedução, para comparação ou não. Enquanto ao procedimento, realizou-se por meio de observação direta, porque permitirá o acompanhamento da prática em sala de aula do professor duas vezes por semana. A pesquisa utilizou-se do instrumento de entrevista semi-estruturada, a lista de perguntas ainda existe, mas não são objetivas e dão vazão a desdobramentos (até mesmo perguntas não previstas). Outras ferramentas para a obtenção de informações seriam a observação, questionários e visitas a instituição, ou seja, uma pesquisa exploratória que permitiria verificar e analisar. As análises dos dados coletados foram quantitativas - ou seja, foram analisados o contexto e as influências da aprendizagem dos alunos -, quantitativas - tendo em vista que foram identificadas respostas para transformar os dados coletados em índices que serão apresentados em gráficos percentuais. Em uma pesquisa qualitativa o pesquisador interage intensamente com o ambiente e com seus autores, e em todo o processo se depara com diversas questões éticas, metodológicas e políticas capazes de influenciar os resultados e a validade da pesquisa (MARTINS; THEÓPHILO, 2006 p. 42). Após análise e avaliação dos dados coletados com a entrevista, questionários e observações, foram elaborados gráficos como forma alternativa de proposta para melhoria dessa qualidade na influência da aprendizagem. 38 3.3 Problema e objetivo De que forma o contexto social e familiar influência no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1˚ ano do Ensino Fundamental da escola Felipe Barbosa de Andrade? 3.3.1 Geral Investigar, as influências do contexto social e familiar no desenvolvimento da aprendizagem dos alunos do 1˚ ano do Ensino Fundamental da Escola Felipe Barbosa de Andrade. 3.3.2 Específicos a) Refletir sobre o meio social onde as crianças do 1º ano do Ensino Fundamental da escola Felipe Barbosa de Andrade estão inseridas; b) Identificar os fatores que influenciam nas dificuldades de aprendizagens dos alunos do 1˚ ano da Escola Felipe Barbosa de Andrade; c) Sugerir estratégias que favoreçam a relação entre a escola e família. 3.4 Público alvo O público alvo desta pesquisa foram 01 (um) professora do 1° ano do Ensino Fundamental da Escola U.I Felipe Barbosa de Andrade e os familiares dos alunos entre 6 e 7 anos idade, para investigar a opinião destes sobre a interação da família com a escola, questionário aplicado a 6 (seis) pais dos alunos contendo 7 (sete) perguntas fechadas e 6 (seis) abertas e um roteiro de 9 (nove) perguntas abertas, aplicada a uma professora do 1° ano. Os participantes não foram identificados, sendo assim preservada a sua identidade, todas as informações coletadas e analisadas serão de total sigilo. 39 3.5 Instrumentos da pesquisa Nesta perspectiva utilizamos como instrumento de pesquisa a observação do desenvolvimento da aprendizagem em sala de aula do 1° Ano do Ensino Fundamental da escola U.I Felipe Barbosa de Andrade. [...] uma técnica de coleta de dados para conseguir informações e utiliza os sentidos na obtenção de determinados aspectos da realidade. Não consiste apenas em ver e ouvir, mas também em examinar fatos ou fenômenos que se desejam estudar (MARCONI; LAKATOS, 2003, p. 190). Neste sentido, consiste a participação real por parte do pesquisador com o grupo ou comunidade. Utilizamos ainda como instrumento de pesquisa o questionário. Segundo Marconi e Lakatos (2003, p. 201), questionário é definido como sendo “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma série ordenada de perguntas, que devem ser respondidas por escrito e sem a presença do entrevistador”. Este será composto por perguntas aberta e fechadas de acordo com objetivos exposto acima a fim de analisar as opiniões das famílias e da escola sobre a temática da pesquisa. 40 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DE DADOS COLETADOS A pesquisa foi realizada na escola pública UI. Felipe Barbosa de Andrade na cidade de Axixá-Ma. A escolha desta instituição foi devido ao fácil acesso e acolhida pelo fato de ser o povoado em que a pesquisadora esta inserida. Optando por levantamento de dados tanto da professora quanto dos pais de uma única sala. Assim, por meio de observações e entrevista, buscou-se conhecer a vivencia da professora com os alunos do 1° ano, usando um questionário com perguntas abertas e fechadas para conhecer o pensamento dos pais. 4.1 Entrevistas com o professor Para uma compreensão melhor acerca do assunto abordado foi realizada uma entrevista com a professora deu-se através de perguntas semiestruturada, a pesquisa tem como objetivo analisar a influência do contexto social e familiar no processo de desenvolvimento dos alunos do 1° ano do Ensino Fundamental. Na 1° questão perguntamos: há quanto tempo você leciona na rede municipal de ensino e qual sua formação? A professora respondeu: ʺ6 anos, Pedagogaʺ. Para que haja uma educação de qualidade a formação do professor é essencial para educação do aluno, pois se sabe que esse processo de transmitir conhecimento para outro requer do professor um desafio muito grande. Ensinar é mais do que só fazer a passagem de conhecimento é também você participar do processo também como aprendiz, segundo Paulo Freire (1997) “quem ensina aprende ao ensinar e quem aprende ensina ao aprender”. Na 2° questão perguntamos: nesta escola os alunos apresentam dificuldade de aprendizagem? A professora respondeu: ʺMuito, por falta de acompanhamento dos paisʺ. Atualmente podemos observar a frequência na ausência dos pais no ambiente escolar, assim dificultando o trabalho da escola que necessita da parecia com a família, à professora ainda ressaltar que tem várias maneiras em que os pais podem 41 acompanhar, nas atividades que são enviadas para casa, ajudar com a leitura, que a maioria que se encontra com dificuldade se dão por falta desse acompanhamento. Pode-se observar na sala de aula, as atividades que eram levadas para casa quase sempre voltavam sem ser respondida e geralmente ocorria com a criança que não tinha acompanhamento em casa e apresentam dificuldade de aprendizagem. De acordo com Maimoni e Miranda (1999), elas, as famílias, podem acompanhar as tarefas e trabalhos escolares, verificar se o filho fez as atividades solicitadas pelo docente, estabelecer horários de estudo, informar-se sobre matérias e avaliações, entre outras. A participação da
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