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Sangramento uterino anormal Conceito O sangramento uterino anormal (SUA), agudo ou crônico, é definido como o sangramento proveniente do corpo uterino, com anormalidade, seja na sua regularidade, no volume, na frequência ou duração, em mulheres que não estão grávidas. Sempre afastar gravidez em situações de alteração menstrual O SUA também é definido como perda menstrual excessiva com repercussões físicas, emocionais, sociais e materiais na qualidade de vida da mulher, que podem ocorrer isoladamente ou em combinação com outros sintomas Causas É uma condição frequente, de etiologia múltipla. A idade da mulher influencia nas hipóteses diagnósticas. Na adolescência, nos primeiros 2 anos após a menarca, a irregularidade pode ser consequência da imaturidade do eixo hipotálamo- hipófise. Mulheres entre 20 e 40 anos geralmente apresentem regularidade do eixo, com ciclos menstruais regulares o Sangramento anormal nessa faixa etária, excluindo gravidez, pode ocorre por lesões estruturais nos órgãos ou ausência dessas lesões Mulheres com mais de 40 anos até a menopausa apresentam irregularidade no padrão dos ciclos menstruais, decorrentes de flutuações na função do eixo e patologia do endométrio e miométrio No climatério, na pós-menopausa e na senescência, predominam as causas endometriais PALM-COEIN: pólipo, adenomiose, leiomioma, malignidade, endometrial, iatrogênica e causas não classificadas Pólipo: a prevalência chega até 34% em mulheres com SUA, sendo mais comum em mulheres na peri e pós-menopausa. Causam aumento do volume menstrual, menstruações irregulares, sangramento pós-coito ou sangramento intermenstrual Adenomiose: sintomatologia relacionada com a profundidade do miométrio atingido. Assim, as formas superficiais (quando atinge 0,5 mm abaixo do endométrio) caracterizam- se por SUA, enquanto na adenomiose profunda também há sintomatologia dolorosa, com dismenorreia e dispareunia Leiomioma: os sintomas variam de acordo com a localização do mioma. Os submucosos estão mais relacionados com o SUA Malignidade e hiperplasia: Entre os fatores de risco para o adenocarcinoma do endométrio, alinham-se a obesidade, o diabetes e a hipertensão. Ademais, qualquer condição de exposição prolongada aos estrogênios sem oposição de progestagênios deve ser considerada como risco para a doença. Em geral, clinicamente devem ser suspeitados pela presença de sangramento, que ocorre na grande maioria das vezes no período após a menopausa Coagulopatia: Qualquer alteração dos mecanismos de coagulação pode se expressar clinicamente por SUA. A causa mais comum é a doença de von Willebrand (DVW), porém também devem ser citadas hemofilia, disfunções plaquetárias, púrpura trombocitopênica e os distúrbios de coagulação associados a doenças como hepatopatias e leucemia Distúrbio ovulatório: Os sangramentos anovulatórios podem ocorrer em qualquer época, embora se concentrem nos extremos do período reprodutivo Endométrio: Distúrbios primários do endométrio frequentemente se manifestam como alterações de hemostasia endometrial local, decorrente de resposta inflamatória, como na doença inflamatória pélvica Iatrogenia: Entre as causas de iatrogenia responsáveis por SUA, devem ser lembrados os sistemas intrauterinos medicados ou inertes e agentes farmacológicos que alteram diretamente o endométrio, interferindo nos mecanismos de coagulação do sangue ou influenciando a ovulação Causas não classificadas: Incluem lesões locais ou condições sistêmicas raras que podem ser causas de SUA, a exemplo das malformações arteriovenosas, da hipertrofia miometrial, das alterações müllerianas e da istmocele Sangramento uterino disfuncional (SUD) Causas anuvolatórias o Perimernarca o Perimenopausa o Endocrinopatias: hipotireoidismo, hipertireoidismo, DM, obesidade, SOP Causas ovulatórias o Lesões orgânicas o Afastar causas relacionadas a gravidez: abortamento, implantação ectópica o Lesões uterinas t4r53anatômicas: mioma, pólipo, CA de endométrio, atrofia endometrial o Lesões anatômicas não uterinas: neoplasia de ovário produtora de hormônio, salpingite, cervicite, CA de colo Anormalidades sistêmicas: Administração exógena de hormônio: esteroides sexuais; corticoides Coagulopatias Insuficiência hepática IRC Ciclos regulares (eumenorreico) Duração: 3 a 7 dias Frequência: 22 a 35 dias Volume: 30 a 80 ml (valorizar a queixa da mulher, quanto à normalidade ou ao aumento do volume) Ciclos irregulares Hipermenorreia ➔ ciclo mais de 8 dias Hipomenorreia ➔ ciclo inferior a 2 dias Oligomenorreia ➔ pouco fluxo Espaniomenorreico ➔ intervalo de 2 a 3 meses Menorragia ➔ volume aumentado (mais de 80ml de sangramento) Amenorreia ➔ intervalo acima de 0 dias Avaliação Hb <12 (anemia?) Presença de coágulos Troca de absorventes com intervalos inferiores a 4h Incidência Na infância, pensar em sangramentos derivados da vagina, da uretra e reto. A vulvaginite é uma das causas mais comuns de SUA. Outras causas: o Trauma o Corpo estranho o Abuso sexual o Afastar prolapso uretral o Fonte exógena de estrógeno (ingestão, puberdade precoce, neoplasia de ovário) Na adolescência, anovulação e defeitos da coagulação são as causas mais comuns. Outras causas: o Leiomiomas o DSTs o Neoplasias ovarianas o Abuso sexual o Afastar gestação Na idade reprodutiva, afastar gravidez. Pode ser leiomioma, pólipos endometriais, ISTs Na perimenopausa, as principais causas são anovulação, adenomiose e leiomiomas Na fase de menopausa, a atrofia endometrial é a causa mais comum. Outras causas: o CA de endométrio o Neoplasia de ovário produtora de hormônio o Procurar outras origens (vagina, uretra e reto) Fisiopatologia Útero: Miométrio Endométrio Vasos: artérias uterinas ➔ artérias arqueadas ➔ artérias basais ➔ artérias radiais e espiraladas Sintomas Menorragia (aumento do fluxo) Metrorragia (sangramento de escape – fora do período menstrual) Sangramento pós coito ou sinusiorragia, pode está relacionada com cervicite (causada por clamídia), pólipos cervicais; NIC Dor pélvica: dismenorreia (prostaglandinas) Diagnóstico Exame físico: localizar o sangramento Avaliação labotorial: BHCG e testes hematológicos Exame a fresco de secreção vaginal (tricomonas, que pode provocar colpite focal, que pode está relacionada com sangramento) Culturas cervicais, PCR, (clamídia, gonococo) Biopsia endometrial Ultrassonografia endovaginal (espessura endometrial: 04mm e ecotextura) Ultrassonografia com infusão salina (lesões focais) Ultrassonografia transvaginal com doppler (pedículo vascular do pólipo) Histeroscopia Biópsia endometrial Espessamento endometrial Pólipo endometrial Malformação arteriovenosa
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