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TESTES BIOQUÍMICOS DE FUNÇÃO HEPÁTICA

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Gabriela Medeiros - Gastroenterologia 
 Referências: Tratado De Gastroenterologia: Da Graduação À Pós-Graduação. Schlioma Zaterka. 2ªed. 
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 4ªed. 1
 
TESTES BIOQUÍMICOS DE FUNÇÃO HEPÁTICA 
 
o Nenhum teste pode avaliar precisamente a 
capacidade funcional total do fígado; os testes 
bioquímicos medem apenas algumas das milhares 
de funções bioquímicas realizadas pelo fígado. 
o Considerados individualmente, esses testes têm 
baixa sensibilidade e especificidade suficientes 
relativamente a uma lesão hepática; uma bateria 
de testes deve ser utilizada para avaliar o fígado. 
o A bateria de testes padrão que é mais útil para a 
avaliação das doenças hepáticas inclui: 
 Bilirrubina total e direta 
 Albumina 
 Tempo de protrombina 
 Alanina aminotransferase (ALT) 
 Aspartato aminotransferase (AST) 
 Fosfatase alcalina (FA) 
 Gama-glutamil transpeptidase (GGT) 
 5'-nucleotidase (5'NT). 
 
TESTES PARA DETECÇÃO DE 
INJÚRIA HEPATOCELULAR 
 
o Dosagens de enzimas distribuídas no plasma e no 
fluido intersticial. 
o As aminotransferases são marcadores sensíveis de 
injúria hepatocelular. 
o Praticamente todas as doenças hepáticas elevam 
os níveis dessas enzimas, e o aumento em até 8 
vezes do limite superior de normalidade (LSN) 
pode ser inespecífico para o diagnóstico de doença 
hepática. 
o Normalmente, aspartato aminotransferase (AST) e 
alanina aminotransferase (ALT) estão em 
concentrações séricas abaixo de 30 a 40 UI/L. 
 
DOSAGEM DE ALT/TGP (Transaminase Glutâmico 
Pirúvica): 
o ALT é encontrada somente no parênquima 
hepático, o que a torna mais específica para o 
diagnóstico de injúria hepatocelular. 
o Os homens apresentam concentrações maiores 
que as mulheres. 
o Qualquer processo de lesão hepatocelular, como a 
destruição da membrana celular e/ou 
mitocondrial, resulta em efluxo dessas enzimas 
para a corrente circulatória, aumentando seus 
níveis séricos. 
o Podem estar elevadas em diversas condições, 
como: 
 Infecções virais agudas e crônicas 
 Sepse de origem bacteriana 
 Hepatite autoimune 
 Esteato-hepatite alcoólica e não alcóolica 
 Carcinomas metastáticos 
 Doenças metabólicas hepáticas, entre outros 
 
DOSAGEM DE AST/TGO (Transaminase Oxalacética): 
o Catalisa a conversão do aspartato em oxalacetato 
o AST está presente no fígado, nos músculos 
cardíaco e esquelético, nos rins, no cérebro, no 
pâncreas, nos pulmões, nos leucócitos e nos 
eritrócitos, em ordem decrescente de 
concentração. 
o No tecido hepático, encontra-se no citosol em 
cerca de 80%, de forma predominante nas 
mitocôndrias. 
 
Aminotransferases ≼ 300 UI/L: 
Podem ser encontrados na hepatite alcoólica. 
 
Aminotransferases > 500 UI/L: 
Encontrados em icterícias obstrutivas, hepatites 
agudas virais, hepatites relacionadas à síndrome de 
imunodeficiência adquirida (aids) e na hepatoxicidade 
por drogas. 
 
Aminotransferases > 1.000 UI/L: 
São vistos em patologias associadas à extensa injúria 
hepatocelular, como drogas, isquemia hepática aguda, 
hepatites virais e hepatite autoimune. 
Obs.: 
⤷ Na elevação de aminotransferases por 
obstrução aguda da via biliar, as transaminases 
atingem valores próximos ou maiores que 
1.000 UI/L, sem perda de função hepática, com 
queda abrupta em 24 a 48 horas, levantando a 
suspeita de migração de cálculo. 
⤷ Há pobre correlação entre extensão da 
necrose celular e aumento das 
aminotransferases, a queda brusca dos 
valores das enzimas pode ser sinal de 
destruição maciça de hepatócitos, como 
ocorre nos quadros fulminantes. 
 
Diagnósticos Diferenciais: 
 Doenças musculares  aumento das 
aminotransferases, geralmente não ultrapassam 
valores superiores a 300 UI/L porém, na 
rabdomiólise, podem chegar a níveis bem 
elevados, acima de 1.000 UI/L. A atividade física 
pode elevar as enzimas, especialmente AST, 
fazendo que a relação AST/ALT chegue a três e, 
posteriormente, decline em virtude de curta meia- 
-vida da AST. 
Gabriela Medeiros - Gastroenterologia 
 Referências: Tratado De Gastroenterologia: Da Graduação À Pós-Graduação. Schlioma Zaterka. 2ªed. 
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 4ªed. 2
 
 Na uremia, os níveis podem estar falsamente 
diminuídos e, após a diálise, elevam-se 
novamente. 
 Drogas como a eritromicina e os aminossalicilatos 
podem simular aumento dos níveis séricos das 
enzimas porque estas são dosadas por métodos 
colorimétricos que sofrem interferências. 
 Doença tireoidiana 
 Celíaca 
 Anorexia 
 Doença de Addison 
 
MARCADORES DE COLESTASE 
 
FOSFATASE ALCALINA 
 
o Grupo de enzimas que catalisam a hidrólise de 
ésteres de fosfato orgânicos e inorgânicos em pH 
alcalino. 
o Encontrada principalmente no fígado, nos 
osteoblastos, na membrana canalicular dos 
hepatócitos, nas bordas em escova, nos túbulos 
renais proximais, na placenta e nos leucócitos. 
o Fígado e os ossos são os principais locais de 
produção 
o Nas crianças, a FA encontra-se elevada relacionada 
a maior atividade osteoblástica em virtude do 
crescimento; na adolescência, a elevação é três 
vezes maior no sexo feminino que no masculino. 
o Obstruções das vias biliares extra ou intra-
hepáticas elevam rapidamente os níveis de FA. 
⤷ O valor da FA estará elevado em até 4 vezes 
o LSN em pelo menos 75%dos casos. 
o OBS.: 
⤷ Pacientes dos grupos sanguíneos O e B 
apresentam elevações dos níveis séricos de 
fosfatase alcalina causados pela liberação da 
fosfatase alcalina Intestinal após uma 
refeição rica em gorduras. Recomenda-se 
dosagem sérica de fosfatase alcalina em 
jejum em todos pacientes. 
 
o Aumento da FA sem elevação da GGT  no 
crescimento, na doença óssea, na gravidez, na 
colestase intra-hepática familiar e no uso de 
hormônios femininos e anabolizantes esteroides. 
 
GAMAGLUTAMIL TRANSFERASE 
 
o Gamaglutamil transferase (GGT) é uma enzima 
catalisadora encontrada nos hepatócitos e no 
epitélio biliar, túbulo renal proximal, pâncreas, 
intestino e baço. 
o O valor normal sérico varia de 0 a 40 UI/L. 
o O principal uso dos níveis séricos de GGT é na 
identificação da origem de uma elevação isolada 
no nível sérico da FA; 
o A GGT não se eleva nas doenças ósseas; 
o É extremamente sensível para o diagnóstico de 
doença hepatobiliar, porém, pouco específica. Por 
essa característica, deve ser dosada em pacientes 
com elevação de FA 
o Elevações da GGT: 
 Pancreatite aguda ou crônica, no infarto agudo 
do miocárdio, na insuficiência renal aguda, na 
doença pulmonar obstrutiva crônica, no 
alcoolismo, no diabete melito e no 
hipertireoidismo, pacientes que fazem uso 
crônico de medicações, como fenitoína e 
barbitúricos. 
 
NUCLEOTIDASE 
 
o Os níveis séricos de 5’nucleotidase variam entre 
0,3 e 3,0 UI e não são influenciados pelo sexo. 
o Elevam-se nas doenças hepatobiliares e no terceiro 
trimestre de gestação. 
o Equivalência entre FA e 5’nucleotidase na 
capacidade de demonstrar obstrução biliar ou 
lesão infiltrativa. 
 
BILIRRUBINA 
 
o Derivado da degradação do heme da hemoglobina 
e outras porfirinas que contêm ferro. 
o Desde sua produção até a conjugação com ácido 
glucorônico no hepatócito, a fração denomina-se 
indireta ou não conjugada. Após ser conjugada até 
sua excreção, denomina-se direta ou conjugada. 
o Os valores séricos não são sensíveis para indicar 
lesão hepática, além de não se correlacionarem 
bem com o grau de lesão celular. 
o Valores de bilirrubina maiores que 5 mg/dL podem 
estar relacionados a prognóstico ruim, 
independentemente da patologia. 
 
 
Gabriela Medeiros - Gastroenterologia 
 Referências: Tratado De Gastroenterologia: Da Graduação À Pós-Graduação. Schlioma Zaterka. 2ªed. 
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 4ªed. 3
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Gabriela Medeiros - Gastroenterologia 
 Referências: Tratado De Gastroenterologia: Da Graduação À Pós-Graduação. Schlioma Zaterka. 2ªed. 
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 4ªed. 4
 
QUANDO REFERENCIAR UMESPECIALISTA? 
 
Os pacientes que apresentam alteração de enzimas 
hepáticas de forma inexplicada e persistente (> 2×LSN 
para aminotransferases e > 1,5-2 para FA) devem ser 
considerados para biópsia hepática. 
 
 
 
 
 
 
SÍNTESE HEPÁTICA 
 
O fígado é o principal órgão produtor de proteínas; é 
responsável pela produção de albumina, fibrinogênio, 
fatores de coagulação e alfa e betaglobulinas. 
 
ALBUMINA 
 
o Albumina é uma proteína sintetizada 
exclusivamente no fígado, seus valores normais 
variam em torno de 3,5 a 4,5 g/dL. 
o Sua meia-vida é de 21 dias, e sua degradação, em 
torno de 4% ao dia. 
o A síntese da albumina é regulada por fatores 
nutricionais, pressão osmótica, inflamação 
sistêmica e níveis hormonais. 
o Níveis normais de albumina podem ser 
encontrados em hepatites agudas e nas crônicas 
em que não haja prejuízo na função. 
o Na icterícia obstrutiva, níveis menores que 3 g/dL 
sugerem hepatopatia crônica, refletindo dano 
hepático com diminuição da síntese. 
o Classificação de Child-Pugh  é usada para avaliar 
o prognóstico da doença hepática crônica, 
principalmente da cirrose. 
 
 
ATIVIDADE DE PROTROMBINA 
 
o Os fatores de coagulação em sua maioria são 
produzidos pelo fígado e, na presença de doença 
hepática, podem estar alterados, quer por 
problemas na síntese, quer por deficiência de 
vitamina K, importante para produção dos fatores 
II, V, VII e X, como ocorre nas colestases. 
o Tempo de protrombina (TP)  mede em segundos 
a conversão da protrombina em trombina na 
presença de tromboplastina, fatores de coagulação 
e íons de cálcio 
o Razão internacional normatizada (INR)  
calculada por meio do tempo de protrombina do 
paciente e do controle. Valores superiores a 5 
segundos ao controle definem pior prognóstico nas 
doenças hepáticas. 
o Elevações de TP-INR podem também ser resultado 
de deficiência de vitamina K ocasionada por 
desnutrição, má absorção e colestase importante 
com impossibilidade de absorver vitaminas 
lipossolúveis. 
o A administração de vitamina K parenteral pode 
auxiliar no diagnóstico diferencial de disfunção 
hepática da deficiência de vitamina K. 
o Escala MELD (Model for End-Stage Liver Disease ) 
ou Modelo para Doença Hepática Terminal  é 
um sistema de pontuação para avaliar a gravidade 
da doença hepática crônica. 
⤷ Ela utiliza os valores do paciente de bilirrubina 
sérica, creatinina sérica e índice internacional 
normalizado (INR) para predizer sobrevida. 
Este sistema também é utilizado para priorizar 
a alocação dos pacientes para transplantes 
hepáticos. 
 
Gabriela Medeiros - Gastroenterologia 
 Referências: Tratado De Gastroenterologia: Da Graduação À Pós-Graduação. Schlioma Zaterka. 2ªed. 
Gastroenterologia Essencial. Renato Dani. 4ªed. 5
 
 
 
IMUNOGLOBULINAS (Ig) 
 
o As imunoglobulinas são produzidas pelos linfócitos 
B, portanto, não são substâncias que refletem a 
função hepática. 
o A elevação de imunoglobulinas pode fornecer a 
informação de alterações celulares no 
reticuloendotelial dos sinusoides hepáticos ou, 
ainda, shunts no sistema portal. 
o Hipergamaglobulinemia sugere hepatite crônica, 
mas é na hepatite autoimune que aparecem os 
níveis mais elevados, principalmente à custa de 
IgG. 
 
 
BIÓPSIA HEPÁTICA 
 
o Biópsia hepática é um método invasivo 
considerado ainda hoje padrão-ouro para 
diagnóstico das doenças hepáticas, 
particularmente para estadiamento da fibrose. 
o Preconiza-se que, para análise histológica 
adequada, seja necessário fragmento com pelo 
menos 1,5 cm de comprimento ou pelo menos 6 a 
8 espaços porta. Nos casos de doenças hepáticas 
crônicas em que o acometimento hepático não 
seja uniforme, entre elas as doenças colestáticas, 
alguns autores recomendam a necessidade de no 
mínimo 11 espaços-porta. 
o Há várias técnicas para realização do 
procedimento, e as mais comuns são: biópsia 
percutânea, transjugular e laparoscópica. 
o Podem ocorrer várias complicações associadas ao 
procedimento

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