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P3 MT3 Pr1 - Envelhecimento fisiológico

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Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
Envelhecimento fisiológico 
3º modulo temático – 1º problema 
 
Objetivos: 
1. Entender a Senescência (processos celulares e 
bioquímicos); 
2. Compreender as alterações anátomo-
fisiológicas relativas ao envelhecimento; 
3. Diferenciar envelhecimento físico e psicológico; 
4. Listar atividades e hábitos que favorecem um 
processo senescente saudável. 
 
Entender a Senescência (processos celulares e 
bioquímicos); 
Para que o processo de envelhecimento possa ser 
bem compreendido, é necessário diferenciar bem 
senescência de senilidade. Compreender essa 
distinção é fundamental na assistência ao idoso, 
para que doenças tratáveis não passem 
despercebidas por se acreditar que se trate 
apenas de condições referentes à idade. 
A senescência consiste no somatório de 
alterações orgânicas, funcionais e 
psicológicas próprias do envelhecimento 
normal. Na senescência, a capacidade de manter 
a homeostase orgânica é menor que a 
apresentada por indivíduos mais jovens. Em 
condições habituais, o idoso pode não manifestar 
clinicamente qualquer insuficiência de órgãos e 
sistemas, mas o desempenho de um órgão no 
idoso depende da taxa de declínio funcional e da 
demanda solicitada, ou seja, em situações de 
estresse externo a resposta do órgão dependerá 
de sua reserva funcional. 
Autonomia × independência 
A autonomia consiste na capacidade individual de 
decisão e comando sobre as próprias ações, 
estabelecendo e seguindo as regras pessoais. 
Significa capacidade para decidir e depende 
diretamente da cognição e do humor. A 
independência se refere à capacidade de realizar 
algo com os próprios meios. Significa execução e 
depende diretamente de mobilidade e 
comunicação. Portanto, a saúde do idoso é 
determinada pelo funcionamento harmonioso de 
quatro domínios funcionais: cognição, humor, 
mobilidade e comunicação. Esses domínios 
devem ser rotineiramente avaliados na consulta 
geriátrica. 
O envelhecimento é conceituado como um 
processo dinâmico e progressivo, no qual há 
modificações morfológicas, funcionais, 
bioquímicas e psicológicas, que determinam perda 
da capacidade de adaptação do indivíduo ao meio 
ambiente, ocasionando maior vulnerabilidade e 
maior incidência de processos patológicos que 
terminam por levá-lo à morte (Papaléo Netto e 
Pontes, 1996). 
Essa definição pode ser complementada com um 
outro conceito, este predominantemente 
funcional, elaborado por Comfort (1979), segundo 
o qual o envelhecimento se caracteriza por 
redução da capacidade de adaptação 
homeostática perante situações de sobrecarga 
funcional do organismo. 
É conhecido o fato de que o ritmo de declínio das 
funções orgânicas varia de um órgão a outro, 
mesmo entre idosos que têm a mesma idade 
Biogerontologia – campo da ciência que tenta 
compreender os “como” e “porquês” da 
senescência. 
Porém, as variáveis condicionantes são inúmeras 
quando item a item é analisado. Há uma clara 
sobreposição de fatores, como, por exemplo, o 
surgimento de novos conhecimentos sobre os 
elementos ambientais e alimentares que aceleram 
expressões gênicas ou mesmo as retardam de 
acordo com o tipo de exposição. Neste aspecto, a 
própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já 
alerta que substâncias presentes no ambiente 
podem promover alterações orgânicas, 
propiciando o surgimento de patologias 
(McDonald, 2014). Ademais, dada a natureza 
plural de nossas miscigenações e sua grande 
variabilidade genética, é difícil a caracterização de 
um determinante único, o que limita um conceito 
operacional simples para a biologia do 
envelhecimento (Cunha, 2011). O envelhecimento 
é o resultado das interações do organismo vivo ao 
longo da vida com o ambiente, e nenhum ser vivo 
apresenta o mesmo tipo de interação com o meio 
(McDonald, 2014). 
Quadro 2.1 Definições das alterações do 
envelhecimento segundo Strehler. 
O envelhecimento é universal, apesar de sofrer 
variações de indivíduo a indivíduo. O fenômeno 
do envelhecimento deve ocorrer em todos de 
uma mesma espécie 
 
O envelhecimento deve ser intrínseco; as 
causas que dão origem a ele devem ser 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
endógenas, não devem depender de fatores 
externos 
 
O envelhecimento deve ser progressivo; os 
fenômenos que se expressam durante o 
envelhecimento devem ser progressivos ao 
longo do curso da vida 
 
O envelhecimento deve ser deletério; os 
fenômenos associados ao envelhecimento 
somente serão considerados parte dele quando 
traduzirem-se de modo negativo para a espécie, 
ou seja, reduzindo sua funcionalidade 
 
 
Para Balcombe e Sinclair, os termos 
“senescência” e “envelhecimento” são usados 
como sinônimo porque têm conceitos análogos, já 
que sua descrição é de um período de 
modificações associadas ao tempo que promovem 
alterações deletérias em tecidos e órgãos, 
tornando o indivíduo mais suscetível à morte 
(Teixeira e Guariento, 2010). Isso pode ser 
analisado por meio de fenômenos moleculares, 
celulares, em diversos sistemas e que afetam 
diretamente a fisiologia orgânica. 
Durante a senescência ocorre uma redução da 
massa muscular total, assim como da massa 
óssea. Inúmeros marcadores a nível celular 
expressam um funcionamento inadequado, como 
transcrição genética, síntese proteica, processos 
de glicação e oxidação, causando disfunções na 
habilidade peptídica e traduzindo-se em 
funcionamento inadequado da célula, que pode 
ser observado por meio de marcadores de lesão 
de DNA – gama-H2AX e 53BP1. Tanto estudos 
longitudinais quanto cortes transversais são claros 
em demonstrar os declínios fisiológicos 
observados na espécie humana marcadamente a 
partir da terceira década. Todavia, a taxa de tal 
declínio é extremamente heterogênea quando são 
analisados órgão a órgão e até mesmo quando 
estes indivíduos são comparados entre si 
(McDonald, 2014). 
Comfort (1964): Para ele, o envelhecimento pode 
ser definido como um processo intrínseco, 
inevitável e irreversível associado à idade, que 
traz consigo perda da vitalidade orgânica e 
aumento da vulnerabilidade. 
 
 
Quadro 2.3 Características comuns da 
senescência. 
 
Aumento da taxa de mortalidade 
Alterações bioquímicas pouco compreendidas 
Declínio progressivo das respostas fisiológicas 
e habilidades adaptativas ao ambiente 
Aumento da suscetibilidade a doenças 
 
Envelhecimento pode ser visto como um 
holograma multifatorial que se dá por diversos 
processos, com variações inúmeras, até mesmo 
para uma única espécie, amplamente suscetível a 
influências ambientais e também submetido a 
polimorfismos genéticos e variações da expressão 
gênica (Cunha, 2011). 
Assim, o envelhecimento não pode ser visto 
somente como um único processo, mas sim como 
uma coleção de incontáveis processos complexos 
para cada espécie (Figura 2.1) (Miller, 2009). 
 
Teorias biológicas do envelhecimento: 
As teorias formuladas para explicar o processo do 
envelhecimento são agrupadas em inúmeras 
formas e categorias. De modo geral, todas tentam 
cobrir os aspectos genéticos, bioquímicos e 
fisiológicos de um organismo. As teorias genéticas 
apresentam especulações e evidências sobre a 
identidade de genes responsáveis pelo 
envelhecimento, acumulações de erros na 
estruturação genética, senescência programada e 
telômeros. As teorias bioquímicas estão focadas 
no metabolismo energético, na geração de 
radicais livres e na taxa de sobrevida associada à 
saúde mitocondrial. As teorias fisiológicas 
apresentam explicações para a senescência 
associadas ao sistema endócrino e o papel dos 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
hormônios na regulação da taxa de 
envelhecimento celular. 
Teixeira e Guariento (2010) pontuam que 
frequentemente as teorias do envelhecimento sãoapresentadas em dois grupos: teorias 
programadas e teorias estocásticas. Segundo as 
observações de Weinert e Timiras (2003), as 
programadas são baseadas no conceito de 
“relógio biológico”, ou seja, fenômenos delimitados 
marcando etapas específicas da vida, como 
crescimento, maturidade, senescência e morte. 
Para esses mesmos autores, as teorias 
estocásticas estão condicionadas a alterações 
moleculares e celulares, progressivas e aleatórias 
que promovem danos nas estruturas biológicas 
para manutenção da vida. 
Origem da mudança 
Teorias estocásticas Teorias sistêmicas 
Proteínas alteradas 
 
Dano e reparo do DNA 
 
Catástrofe do erro 
 
Desdiferenciação 
 
Dano oxidativo 
 
Mudanças proteicas 
Teorias metabólicas 
 
Teorias genéticas 
 
Apoptose 
 
Teorias 
neuroendócrinas 
 
Teorias imunológicas 
 
Teorias estocásticas do envelhecimento: 
• Uso e desgaste 
o Quanto mais desgaste sofre uma célula 
maior é o comprometimento em sua 
habilidade de sobrevida 
o Uso contínuo e ininterrupto, a causa 
principal do envelhecimento era sua 
incessante replicação, provocando, 
consequentemente, um desgaste 
• Teoria das modificações proteicas 
o Etapas como transcrição, translação, 
replicação podem ter erros 
o Quando eles ocorrem, genes defeituosos, 
mRNA e proteínas são produzidos de modo 
inadequados e/ou defeituosos 
o Animais velhos têm uma perda de até 50% 
em sua atividade enzimática. 
o Uma das hipóteses é que existiriam 
modificações oxidativas nas estruturas 
proteicas e que um novo tipo de ligações 
cruzadas promoveria alterações na 
conformação da célula e seu respectivo 
tecido (Miller, 2009). 
o Colágeno e elastina, declínio gradual de 
suas funções 
o A atividade proteica parece ficar mais lenta 
com o envelhecimento. 
• Teoria da mutação somática e do dano ao 
DNA 
o Fatores orgânicos poderiam causar 
alterações especificas na composição do 
DNA e nas células somáticas 
o A expressão inadequada de suas funções 
promoveria o envelhecimento celular. 
o De forma constante, o DNA celular sofre 
mais de 10.000 lesões oxidativas. Se não 
existissem mecanismos de reparo e 
regulação adequados, a alteração das 
bases nitrogenadas na dupla-hélice 
ocasionaria erros na transcrição e tradução 
proteicas, formando produtos inadequados e 
inviabilizando a vida da célula. 
o DNA pode sofrer dois tipos diferentes de 
agressões 
▪ Mutações 
• Mudanças nas 
sequencias de 
polinucleotídios 
• Anemia falciforme 
▪ Danos 
• Alterações químicas 
dentro da estrutura 
bi-helicoidal da 
molécula 
• Fontes exógenas e 
endógenas 
• Teoria do erro catastrófico 
o Ao longo dos anos, erros aleatórios e 
constantes poderiam construir alterações 
drásticas nas atividades enzimáticas, 
levando à limitação do funcionamento 
celular e, em nível macro, de todo o 
organismo (Panno, 2005). 
• Desdiferenciação 
o Mecanismos estocásticos promoveriam 
ativação ou repressão genica, causando 
síntese inadequada de proteínas ou mesmo 
a síntese de proteínas desnecessárias 
• Dano oxidativo e radicais livres 
o Foi proposta por Denham Harman em 1957. 
o O envelhecimento seria consequente aos 
efeitos deletérios das espécies reativas de 
oxigênio nas organelas citoplasmáticas. 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
o Existem inúmeras espécies tóxicas de 
oxigênio que são produzidas durante o 
metabolismo normal 
o Os metabólitos causam lesões em 
fosfolipídios, proteínas, DNA celular e 
mitocondrial 
o O estresse oxidativo influencia diretamente 
o controle de transcrição de DNA e a 
sinalização celular, além de vias 
bioquímicas da célula 
o Inúmeras patologias estão associadas a 
elevadas taxas de oxidação. 
Teorias sistêmicas: 
Arking (2008): “as teorias sistêmicas não são 
puramente deterministas, uma vez que todas 
admitem, em diferentes graus, a modulação 
ambiental do envelhecimento e da longevidade.” 
• Teorias metabólicas 
o Alterações na taxa metabólica podem 
modificar o tempo de vida em alguns animais 
o Estudos na espécie humana apontam que 
níveis reduzidos de glicemia, menor 
temperatura corporal e lento declínio de 
alguns hormônios estariam associados a um 
tempo de vida mais longo 
o Diminuição da taxa basal com o 
envelhecimento 
• Teorias genéticas 
o Três mecanismos básicos: defesa 
antioxidante, sistemas de controle da 
síntese proteica e mudanças na expressão 
gênica induzidas pela restrição calórica. 
o Teoria dos telômeros - É observado que o 
tamanho dos telômeros é cada vez menor ao 
longo das replicações celulares e, quando 
chegam a um tamanho mínimo, a 
proliferação celular é interrompida 
• Teorias neuroendócrinas e imunológicas 
o O envelhecimento seria decorrente de 
alterações ocorridas nas funções neurais e 
endócrinas, notadamente no sistema 
hipotálamo-hipófise-adrenal 
o Redução da habilidade adaptativa do 
organismo ao estresse por uma queda da 
resposta simpática 
o Apresentando inúmeras limitações nos 
feedbacks 
• Epigenética 
o É conceituada como um conjunto de 
modificações no genoma que são herdadas 
pelas gerações subsequentes, mas que não 
alteraram a sequência do DNA. 
o Hábitos de vida e até mesmo o ambiente 
social podem modificar o funcionamento 
celular. 
o Reações químicas como metilação, 
acetilação, ubiquitilação ou fosforilação 
ocorrem nestas estruturas, promovendo 
inibição ou ativação da codificação gênica 
com inúmeras implicações para o 
funcionamento celular. 
• Apoptose 
o Apoptose ocorre normalmente durante o 
desenvolvimento dos organismos, assim 
como na manutenção da homeostase de 
tecidos e células (Elmore, 2007). 
o Cascata de eventos moleculares bastante 
complexos caracterizada por alterações 
bioquímicas e morfológicas, como 
condensação e fragmentação nuclear, perda 
das moléculas de adesão da membrana ou 
mesmo da matriz extracelular (Nishida et al., 
2008). 
o Gupta (2005) observa que mudanças na 
sinalização da apoptose têm consequências 
diretas no envelhecimento. 
Uma das grandes características do 
envelhecimento biológico é a perda gradativa da 
habilidade orgânica no manejo contra agentes 
estressores endógenos e exógenos. 
 
 
Compreender as alterações anátomo-fisiológicas 
relativas ao envelhecimento (sessão 4); 
1. Composição corporal: 
Toda a celularidade diminui, reduzindo a função 
dos órgãos, continuamente. Ocorre diminuição da 
água intracelular, tornando o organismo da pessoa 
idosa desidratado, fisiologicamente. 
A musculatura vai diminuindo, especialmente as 
fibras tipo II, de contração rápida, como as 
encontradas nas mãos. Forca muscular diminuída 
2. Pele 
A pele se torna seca, por diminuição das glândulas 
sebáceas, e espessada, com as papilas dérmicas 
menos profundas, levando a menor junção entre a 
epiderme e a derme, facilitando a formação de 
bolhas e predispondo a lesões. O número de 
melanócitos diminui de 8 a 20%, por década, após 
os 30 anos. Esse fato, associado ao alentecimento 
da reposição das células da epiderme, ao maior 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
tempo de exposição aos raios UV e à redução das 
células de Langerhans (células mediadoras da 
resposta imunológica na pele), contribui para o 
aumento da incidência do câncer de pele. 
Na derme do indivíduo idoso, observa-se menor 
número de fibras elásticas e colágenas, levando a 
uma perda da resiliência e à formação de rugas. 
Diminuição da vascularização, palidez e 
diminuição da temperatura da pele – dermatites. 
3. Pálpebras 
Flacidez das pálpebras – limitação do campo 
visual lateral 
Apesar da diminuição da secreção lacrimal, a 
flacidez nas pálpebras inferiores desloca o orifício 
de entrada do canal lacrimal, provocando um 
lacrimejamento incomodativo, obrigando a pessoa 
a limpar os olhos, nem sempre com as mãos 
limpas, provocando infecçõesoculares. 
A atrofia da fáscia palpebral pode levar à 
herniação da gordura orbitária para dentro do 
tecido palpebral, produzindo “bolsas” embaixo dos 
olhos. 
Ocorre também atrofia da aponeurose do músculo 
elevador da pálpebra, podendo cobrir a pupila, 
como visto na ptose senil. Essa alteração provoca 
uma lentidão nos idosos ao olharem o retrovisor 
quando estão dirigindo, podendo ser causa de 
acidentes automobilísticos (Brodie, 2003). 
4. Fâneros 
A diminuição do número das glândulas 
sudoríparas somada à diminuição dos vasos 
sanguíneos da derme e da espessura do tecido 
celular subcutâneo dificultam a termorregulação. 
O embranquecimento dos cabelos ocorre pela 
perda progressiva de melanócitos nos bulbos 
capilares. As alterações do crescimento e da 
aparência dos cabelos são devidas a um processo 
complexo representando um estado de saúde. 
O crescimento longitudinal das unhas diminui. 
Elas se tornam mais quebradiças e frágeis 
(Timiras, 2007). 
5. Musculatura 
A massa muscular diminui quase 50% entre os 20 
e 90 anos, e a força muscular, que é máxima por 
volta dos 30 anos, sofre perda de 15% por década 
a partir dos 50 anos. 
Essa redução ocorre tanto em número quanto no 
volume das fibras. 
Foi observada uma associação entre níveis baixos 
de vitamina D e fraqueza muscular, entretanto a 
concentração ótima para a função da musculatura 
continua desconhecida. 
6. Alterações cardiovasculares 
No coração idoso ocorre perda progressiva dos 
miócitos, devido a um declínio progressivo da 
habilidade de duplicação das células-tronco 
cardíacas. Entretanto, observa-se aumento de seu 
volume celular. A diminuição da capacidade 
contrátil causa aumento do coração que esconde 
a atrofia das células contráteis. Em uma aparente 
contradição, as câmeras cardíacas dilatadas e o 
coração senil, embora atrófico em número celular, 
morfologicamente, é hipertrófico. Há redução 
progressiva do número de células do nódulo 
sinusal. Comparada com uma pessoa de 20 anos, 
aos 75 anos permanecem somente 10% delas. 
Observa-se também perda de fibras na bifurcação 
do feixe de His. Daí a maior chance de arritmias 
cardíacas (Libertini, 2014). 
6.1 estrutura cardíaca 
Ocorre hipertrofia do ventrículo esquerdo, 
provocando aumento da pressão arterial 
dependente da idade. Também se observa 
aumento no número e na espessura das fibras 
colágenas presentes no miocárdio. 
6.2 estrutura arterial 
O aumento da rigidez da parede arterial é um 
fenômeno universal e contribui para muitas 
alterações do sistema cardiovascular. 
Com o aumento da rigidez das paredes, as 
artérias aumentam de diâmetro e de espessura. 
7. Sistema nervoso 
A diferença do tamanho do cérebro entre 
indivíduos adultos e idosos tem pequeno 
significado funcional. O volume do cérebro diminui 
em torno de 7 cm3 por ano após os 65 anos de 
idade, com maior perda nos lobos frontal e 
temporal e perda maior da substância branca do 
que da substância cinzenta. O fluxo cerebral 
diminui heterogeneamente de 5 a 20% com 
deterioração dos mecanismos que mantêm o fluxo 
sanguíneo cerebral com a flutuação da pressão 
arterial (Wagner et al., 2012). 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
No cérebro há diminuição tanto da água 
extracelular quanto da intracelular; lentidão da 
síntese proteica; aumento na oxidação das 
proteínas e sua glicosilação, com aumento do 
acúmulo intraneural (emaranhados 
neurofibrilares); diminuição da síntese lipídica pela 
variação dos substratos lipídicos; alteração na 
membrana lipídica e na condução nervosa; 
alterações circulatórias relacionadas à 
aterosclerose; diminuição do fluxo sanguíneo 
cerebral e da utilização da glicose (Timiras, 2007) 
As memórias episódicas e laborativa e a função 
executiva são as mais afetadas no 
envelhecimento. A velocidade de processamento 
e a função executiva diminuem com a idade, 
especialmente após os 70 anos. As capacidades 
de atenção e concentração diminuem a habilidade 
para desempenhar múltiplas tarefas ao mesmo 
tempo. 
A capacidade de solucionar problemas e aprender 
informações novas diminui após os 30 anos. Já a 
fluência verbal fica comprometida após os 70 
anos. Todo esse declínio pode levar a diminuição 
do desempenho nos testes cognitivos. 
8. Marcha, postura e equilíbrio 
Com o avanço da idade a marcha se altera. Na 
maioria das vezes a mulher, tanto adulta jovem 
quanto idosa, tem um desempenho 
pior quando comparada ao homem 
As alterações da marcha podem 
ajudar no diagnóstico clínico. A 
assimetria dos passos faz pensar 
em artrite ou hemiplegia; a falta de 
movimentos dos ombros em 
parkinsonismo; aumento da base 
em comprometimento do cerebelo; 
uma flexão mais acentuada do 
tronco pode revelar dificuldade de 
visão ou de propriocepção ou 
algum dano no sistema vestibular. 
Para vencer essas dificuldades o 
idoso diminui o tamanho dos 
passos e anda mais devagar. 
 
9. Sono 
O ciclo sono-vigília se modifica com o 
envelhecimento. 
No idoso, o sono REM praticamente não se altera. 
Já no sono não REM ocorre aumento dos estágios 
1 e 2 (facilidade no despertar) e diminuição dos 
estágios 3 e 4 que são exatamente os dois 
períodos de sono mais profundo. 
10. Memoria 
Admite-se que as partes do cérebro responsáveis 
pela memória envolvem o hipocampo, o tálamo, os 
córtex temporal, frontal e pré-frontal e o cerebelo 
(Timiras e Maletta, 2007). 
 
As memórias reflexa medular, sensorial e implícita 
pouco se alteram com o envelhecimento. Já a 
episódica começa a diminuir por volta dos 30 anos 
e declina, progressivamente, enquanto a 
semântica responsável pela recordação de 
nomes, palavras e memória espacial pode ser 
mantida por toda a vida (Janssens et al., 1999). 
 
11. Sistema urinário 
Há perda do tecido renal, especialmente após os 
50 anos. Em seu lugar observam-se tecido 
gorduroso e fibrose. Essa modificação inicia-se no 
córtex, comprometendo a concentração urinária, 
alcançando os glomérulos, piorando também a 
filtração renal 
A função renal começa a diminuir de maneira 
progressiva, chegando a sua metade aos 85 anos. 
Aos 60 anos, o rim pesa em media 250g, aos 70 
anos, 230g, e aos 80 anos, 190g 
12. Sistema digestório 
12.1 boca 
caries dentarias; mucosa se torna fina, lisa e seca. 
Perde elasticidade e parece edemaciada. A língua 
também é lisa devido a perda das papilas, 
podendo trazer alterações no paladar e sensação 
de queimação 
12.2 glândulas salivares 
Mais de 50% dos pacientes queixam-se de boca 
seca, comprometendo a mastigação e a 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
deglutição. Entretanto, essas queixas podem ser 
atribuídas mais aos efeitos colaterais de 
medicamentos do que pelo próprio 
envelhecimento (Smith et al., 2013). 
12.3 orofaringe 
Observam-se adelgaçamento da camada epitelial 
da mucosa, retração gengival e exposição das 
raízes dentárias predispondo a cáries. A força de 
oclusão parece ser mais importante que o número 
de dentes remanescentes para a ingesta de 
vitaminas e fibras (Ikebe, 2015). 
O ato de deglutir é bastante complexo, estando 
envolvidos a boca, a faringe e o esôfago 
coordenados por seis nervos cranianos. Todas 
essas estruturas ainda são organizadas no centro 
da deglutição do sistema nervoso central para seu 
perfeito funcionamento. 
Devido à alteração da musculatura esofágica há 
um aumento da resistência da passagem dos 
alimentos pelo esfíncter esofágico superior. Pela 
videofluoroscopia pode-se observar alteração da 
transferência do bolo alimentar para a faringe na 
maioria dos pacientes idosos, mesmo aqueles 
sem disfagia. Essa modificação associada a 
menor eficiência mastigatória aumenta o risco de 
aspiração (Kang et al., 2010). 
12.4 esôfago 
Com o avanço da idade observam-se hipertrofia 
da musculatura esquelética doterço superior do 
esôfago, diminuição das células ganglionares 
mioentéricas, que coordenam a peristalse, e 
aumento da espessura da musculatura lisa (Hall et 
al., 2005). 
12.5 Estômago 
Com a idade há diminuição das células parietais e 
aumento dos leucócitos intersticiais. Com isso 
diminui a secreção do ácido clorídrico e de 
pepsina, dificultando a digestão de alimentos, 
principalmente, os ricos em proteína. 
12.6 Intestino delgado 
Com o avanço da idade, as vilosidades que 
cobrem toda a mucosa intestinal, em camada 
única de epitélio colunar, diminuem de altura. A 
absorção de várias substâncias está diminuída, 
mas a homeostase é mantida. 
12.7 Intestino grosso 
As alterações encontradas no intestino grosso são 
praticamente exclusivas do envelhecimento. As 
anatômicas incluem atrofia da mucosa, anomalias 
estruturais das glândulas da mucosa, hipertrofia 
da camada muscular da mucosa e atrofia da 
camada muscular externa. 
12.8 Pâncreas 
O pâncreas diminui de tamanho, endurece pelo 
aumento da fibrose e torna-se mais amarelado 
pelo depósito de lipofucsina. 
12.9 Fígado 
Durante toda a vida os hepatócitos se dividem 
somente duas a três vezes e sua capacidade de 
regeneração com o envelhecimento é ainda 
controversa. 
Entre os 24 e 90 anos o fígado diminui de volume 
em aproximadamente 37% e também diminui seu 
fluxo sanguíneo em 35%. Como o pâncreas, 
escurece pelo depósito da proteína lipofucsina. 
 
 
Diferenciar envelhecimento físico e psicológico; 
O processo de envelhecimento é, portanto, 
absolutamente individual, variável, cuja conquista 
se dá dia após dia, desde a infância. A velhice 
bem-sucedida é consequência de uma vida bem-
sucedida 
Físico (biológico) 
O envelhecimento biológico é implacável, ativo e 
irreversível, causando mais vulnerabilidade do 
organismo às agressões externas e internas. 
Existem evidências de que o processo de 
envelhecimento é de natureza multifatorial e 
dependente da programação genética e das 
alterações que ocorrem em nível celular-
molecular. Pode haver, consequentemente, 
diminuição da capacidade funcional das áreas 
afetadas e sobrecarga dos mecanismos de 
controle homeostático, que passam a servir como 
substrato fisiológico para influência da idade na 
apresentação da doença, da resposta ao 
tratamento proposto e das complicações que se 
seguem. Os sinais de deficiências funcionais vão 
aparecendo de maneira discreta no decorrer da 
vida, sendo chamados de senescência, sem 
comprometer as relações e a gerência de 
decisões. Esse processo não pode ser 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
considerado doença. Em condições basais, o 
idoso não apresenta alterações no funcionamento 
ao ser comparado com o jovem. A diferença 
manifesta-se nas situações nas quais se torna 
necessária a utilização das reservas 
homeostáticas, que, no idoso, são mais fracas. 
Além disso, todos os órgãos ou sistemas 
envelhecem de forma diferenciada, tornando a 
variabilidade cada vez maior. 
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É caracterizado por diversas alterações orgânicas, 
como a redução do equilíbrio, da mobilidade, das 
capacidades fisiológicas (respiratória e 
circulatória) e modificações psicológicas 
Psicológico: 
O conceito de idade psicológica, à semelhança 
do significado da idade biológica, refere-se à 
relação que existe entre a idade cronológica e as 
capacidades, tais como percepção, 
aprendizagem e memória, as quais prenunciam 
o potencial de funcionamento futuro do indivíduo. 
Paralelamente, a idade psicológica tem sido 
relacionada também com o senso subjetivo de 
idade, isto é, como cada pessoa avalia a presença 
de marcadores biológicos, sociais e psicológicos 
do envelhecimento, comparando-se com outros 
indivíduos de mesma idade. Sob esse aspecto, 
não é raro o encontro de idosos que procuram 
passar a impressão de que sua idade psicológica 
seja menor do que a cronológica e, com isso, 
procuram preservar a autoestima e a imagem 
social. 
O envelhecimento psíquico ou amadurecimento 
não é naturalmente progressivo nem ocorre 
inexoravelmente, como efeito da passagem de 
tempo. Depende também da passagem do tempo, 
mas, sobretudo, do esforço pessoal contínuo na 
busca do autoconhecimento e do sentido da vida 
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Representa, do ponto de vista psíquico, a 
conquista da sabedoria e da compreensão plena 
do sentido da vida. 
 
 
 
 
Listar atividades e hábitos que favorecem um 
processo senescente saudável. 
1. Atividade física 
A atividade física, independentemente da idade, 
aumenta a força e a velocidade muscular, além de 
prevenir perda óssea, quedas, hospitalizações e 
melhorar a função articular 
Os exercícios praticados com regularidade 
diminuem os fatores de risco para doenças 
cardíacas, diabetes e alguns tipos de câncer. 
Promovem o bem-estar, melhoram o ritmo do sono 
e alcançam benefícios para além do físico, como 
maior integração social, ajudando na esfera 
psicológica. 
A prática regular de exercícios físicos é uma forma 
de driblar essas modificações impostas pela 
natureza, trazendo ainda benefícios tanto 
neurológicos quanto mentais, promovendo 
sensação de bem-estar e de saúde. 
Mais recentemente tem-se estudado a relação da 
vitamina D e a função muscular. Apesar de não ser 
consenso, a maior parte dos trabalhos confirmam 
a hipótese que existe uma significativa associação 
entre os níveis séricos da 25(OH)D3 e a força 
muscular nos quatro membros e o desempenho 
físico (Iolascon et al., 2015). 
2. Dieta saudável 
Afinal, a partir dos 55 anos o metabolismo tende a 
ficar mais lento e o risco de perder músculos e 
ganhar gordura corporal é maior. Desta forma, a 
proteína se torna um alimento muito importante 
para manter a musculatura e o sistema 
imunológico. Busque por peixes, aves sem pele, 
carnes magras, leite desnatado e a clara de ovo 
são as melhores fontes de proteínas. Já no caso 
da gordura, consuma com moderação as gorduras 
saudáveis presentes no azeite de oliva, nas 
castanhas, no abacate e óleos de peixes 
marinhos, canola, milho e girassol. O excesso de 
gordura pode se acumular nos tecidos adiposos 
aumentando o peso e, consequentemente, o risco 
de infartos. 
3. Qualidade de vida 
Envelhecer com qualidade de vida, significa estar 
satisfeito com a vida atual e ter expectativas 
positivas em relação ao futuro. Alguns fatores são 
consideráveis nesse caso, como bem-estar físico 
e psicológico, nível de independência, relações 
sociais, ótimos momentos de lazer e 
Sarah Silva Cordeiro | 3º período 2021.2 | MEDICINA – FITS | @study.sarahs 
 
espiritualidade. Não é necessário nos esforçar 
para garantir essa qualidade de vida que 
desejamos, portanto observar a vida com olhos 
mais positivos e ter gratidão por todos os anos de 
vivência, almejando novas experiências que virão 
nesta nova fase é um dos maiores bens que 
podemos carregar conosco. 
4. Controle de doenças 
Grande parte das doenças nos idosos podem ser 
prevenidas com um estilo de vida saudável e 
tratamentos adequados. Não podemos evitar 
completamente, por isso é importante privilegiar 
exames regulares e tratamentos de recuperação 
que preservem a autonomia, mesmo que limitada, 
do idoso. 
 
Referencias: 
Tratado de geriatria e gerontologia – Freitas 
http://www.hospitalreger.com.br/blog/os-4-
habitos-para-um-envelhecimento-saudavel/ 
http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br
/biblioteca/_artigos/197.pdf 
http://www.hospitalreger.com.br/blog/os-4-habitos-para-um-envelhecimento-saudavel/
http://www.hospitalreger.com.br/blog/os-4-habitos-para-um-envelhecimento-saudavel/
http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_artigos/197.pdf
http://www.observatorionacionaldoidoso.fiocruz.br/biblioteca/_artigos/197.pdf

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