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Vitória Santos Fraulob - MAUÁ PROTOCOLO CIRURGIA SEGURA HISTÓRICO - OMS 2004 → Aliança Mundial para Segurança do Paciente (boas práticas). - Desafios globais para segurança do paciente: infecção e cirurgia segura. - Objetivos da cirurgia segura: Aumentar padrões de qualidade de serviços de saúde de qualquer lugar do mundo; Definir conjunto central de padrões de segurança das quatro áreas; Prevenção de infecção do sítio cirúrgico; Anestesiologia segura; Equipe cirúrgica segura; Indicadores de assistência segura; - MS 2013: Protocolos de Segurança do Paciente (cirurgia segura, higiene de mãos e ulcera por pressão). EPIDEMIOLOGIA - Complicações pós operatórias podem ocorrer em até 25% dos pacientes. - Taxa de mortalidade após cirurgia mais extensa é de 0,5 – 5%. - Em países desenvolvidos, metade dos eventos adversos em pacientes hospitalizados estão relacionadas à assistência cirúrgica. - Nos casos em que o processo cirúrgico levou a prejuízo, pelo menos metade poderia ter sido evitável. - Princípios conhecidos de cirurgia são aplicados de maneira inconsistente até mesmo em situações e locais de alto nível. ESTATÍSTICAS DAS CAUSAS DE EVENTOS ADVERSOS: 65% falta de comunicação entre equipe; 58% treinamento; 36% avaliação clínica prévia do paciente; 20% disponibilidade de avaliação; 18% diferença entre níveis profissionais; 15% ambiente físico; 13% continuidade do cuidado; 12% competências; 12% conformidade com processos e protocolos de procedimentos; 8% sistema de alarma; 8% cultura organizacional; SOLUÇÕES - Encontrar e prevenir falhas nos processos de assistência cirúrgica que podem causar danos consideráveis ao paciente. - Não existe apenas uma única solução para melhorar a segurança cirúrgica, mas sim uma sequencia de etapas que envolve toda a equipe assistencial. - Foi criando um manual para cirurgia segura da OMS que fornece uma lista de verificação baseada em evidencias de segurança nos processos de assistência cirúrgica. - Essa lista de verificação é a ferramenta mais pratica e simples que pode ser utilizada em qualquer equipe cirúrgica no mundo todo. - A lista de verificação controla os períodos pre, intra e pós operatório de forma a garantir comunicação eficaz entre equipes, reduzir risco a vida e promover o bem estar do paciente cirúrgico. - A lista é baseada nos princípios: simplicidade, aplicabilidade e mensuração. Vitória Santos Fraulob - MAUÁ CIRURGIA SEGURA - Antes da cirurgia: profissionais assistenciais são obrigados a certificar se a topografia, o procedimento e o paciente estão corretos, além de certificar que todos os equipamentos necessários estão disponíveis e sob funcionamento adequado. - Todas as áreas e equipes envolvidas no processo cirúrgico são obrigadas a sistematizar suas atividades de maneira que se permitam o controle e comunicação sobre todas as etapas daquele processo cirúrgico. - Checagem de identificação: Nome e data de nascimento (pulseira); Nome do médico assistente; Nome do procedimento proposto inicialmente; - Consentimento esclarecido de cada etapa: anestesia, procedimento e cirúrgica devem possuir dupla assinatura (no mínimo). - Avaliações pré cirúrgicas como: Cardiologia; Anestesiologia; Demais especialidades Exames pertinentes (imaginologia, laboratoriais) - Todas encontradas dentro do prontuário. - Topografia e lateralidade devem ser previamente demarcadas e documentadas. - Ficha de movimentação e transporte do paciente devidamente preenchida. - Checagem do material cirúrgico: Instrumental; Descartáveis; Implantes; Drenos; Sondas; Anestésicos; Drogas; Equipamentos; FASES DO PROTOCOLO 1. Antes da indução anestésica: SING IN 2. Antes da incisão cirúrgica: TIME OUT 3. Antes do paciente sair da sala cirúrgica: SING OUT - Após introdução e sistematização da lista de verificação: taxa de complicação maior reduziu de 11% para 7% e taxa de mortalidade pós grandes cirúrgicas caiu de 1,5% para 0,8%. REGRAS GERAIS E PREÂMBULOS - Para executar a verificação durante a cirurgia, uma única pessoa deve ficar responsável por verificar os itens da lista. - Este “coordenador” designado para a checagem normalmente é enfermeiro, mas pode ser qualquer médico ou profissional da saúde que participe da cirúrgica. - Em cada fase, o coordenador deve realizar a lista de verificação para confirmar se a equipe cumpriu tarefa designada antes de prosseguir para a próxima etapa. SING IN - Confirmação sobre o paciente: Identificação; Procedimento a ser realizado; Local onde será feita a cirúrgica e se há consentimento esclarecidos; Órteses; Próteses; Alergia; Doença infecciosa; - As perguntas são feitas diretamente ao paciente. - Caso o paciente esteja inconsciente, seja mentalmente incapaz ou seja uma criança, não checar esse item da lista. - Sítio cirúrgico ao lado correto: pergunta feito ao cirurgião. - Checagem de equipamentos e condições anestésicas: feitas ao anestesista TIME OUT - Confirmação de nomes e funções de todos os membros da equipe. - Confirmação sobre o paciente: Etapa padrão exigida por muitas agencias regulatórias nacionais e internacionais, o coordenador pode pedir a qualquer um da equipe que confirme em voz alta o nome do paciente, cirurgia a ser realizada, topografia da cirurgia e, se for caso, o Vitória Santos Fraulob - MAUÁ posicionamento do paciente, a fim de evitar que operem do lado errado do paciente. - Antecipação de eventos críticos: O coordenador conduz uma rápida discussão entre o cirurgião, o anestesista e a equipe de enfermagem sobre situações críticas e planejamento de segurança. Caso não haja nada específico a ser dito, o profissional pode simplesmente declarar que não há nada fora do rotineiro a ser lembrado. Revisão do cirurgião: pode falar se haverá alguma perda sanguínea volumosa, em que momento precisará de equipamentos especiais ou sobre fases da cirurgia que serão críticas. Revisão do anestesista: o anestesista pode dizer o que está planejado para possíveis perdas sanguíneas, ou que o paciente tem alguma patologia de base que não pode ser esquecida, ou qualquer outro item que pareça ser relevante relatar a toda a equipe. Revisão da enfermagem: deve confirmar que o equipamento está adequado quanto ao processo de esterilização, pois, caso não esteja, isso deve ser corrigido antes da incisão na pele (este é o momento de abrir a lâmina fria do bisturi e/ou o bisturi elétrico), deve-se também, caso necessário, verificar se há alguma necessidade específica quanto a qualquer material ou equipamento que será indispensável durante o procedimento. - Profilaxia com antibióticos realizadas nos últimos 60 minutos: Deve-se perguntar ao anestesista se a dose de antibiótico profilático foi dada nos últimos 60 minutos. Caso não tenha sido feita, realizar ANTES da incisão da pele. Caso tenha sido feita há mais de 60 minutos, a equipe deve considerar refazer a dose e repetir periodicamente em cirurgias prolongadas. - Disponibilidade de exames de imagem: Exames de imagem podem ser críticos para garantir a realização de inúmeras cirurgias, incluindo as ortopédicas, as de coluna, as torácicas e muitos procedimentos e ressecções tumorais. Deve-se perguntar ao cirurgião se ele precisa de algum exame de imagem. Caso não seja necessário, deixar checado como “não se aplica”. Caso contrário, deve-se tentar providenciar o exame de imagem se ele não estiver disponível, a não se que o cirurgião abra mão deste. Deve-se, porém, deixar este ítem como não checado nesta situação. SING OUT - Confirmação do procedimentorealizado. - Contagem de instrumentos cirúrgicos, compressas e agulhas: Apesar de não serem muito frequentes, erros relacionados ao esquecimento desses itens dentro do paciente são eventos MUITO GRAVES. - A contagem correta deve ser confirmada em VOZ ALTA E ANTES DO FECHAMENTO da ferida operatória, com especial atenção para as cirurgias de cavidade aberta (abdômen, tórax). - Caso esteja faltando algum ítem na conferência final, o ideal é que exista uma sequência de checagem a ser realizada: checar campos, mesa, ramper e cavidade cirúrgica, e eventualmente (EXCEPCIONALMENTE) acrescentar exames de imagem comprobatórios da ausência de corpo estranho dentro do corpo do paciente. - Identificação de biópsias: Deve-se confirmar, para toda biópsia, qual é o material, qual é o exame a ser analisado e se está identificado corretamente com o nome do paciente. - Problemas com equipamentos: É fundamental descrever possíveis falhas ou erros em instrumental ou equipamento para que os mesmos sejam corrigidos antes de serem utilizados em uma nova cirurgia. - Cuidados no pós-operatório: Aqui devem ser incluídos itens como monitoramento, reações adversas esperadas conforme os agentes anestésicos (ou corantes) utilizados, cuidados com feridas operatórias, drenos e cateteres, itens de prescrição médica que devem ter atenção, etc. Após a conclusão desta etapa final, a lista de verificação de segurança para cirúrgicas está finalizada. Este documento deve ficar anexado ao prontuário do paciente, ou ser utilizado em análises de controle de qualidade, conforme as necessidades locais.
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