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SENAI CTSA – CENTRO TECNOLÓGICO DO SETOR ALIMENTÍCIO – “ALICE DE PODESTÁ NAVARRO VIEIRA” TÉCNICO EM ALIMENTOS CHRISDENYS JUNQUEIRA FELIPE LORO KELLYSON BRUNÓRIO LUCAS ONOFRE IMPLANTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS DE MANIPULAÇÃO EM INSTITUIÇÃO DE RECUPERAÇÃO DEPÊNDENTES QUÍMICOS Pré-projeto apresentado ao curso Técnico em Alimentos da Instituição SENAI - CTSA como avaliação da disciplina de Desenvolvimento de Projetos. Orientadores Flávio Domingues Ivete Oliveira de Lima POÇOS DE CALDAS – MG 2015 AGRADECIMENTOS • A Instrutora Ivete Oliveira de Lima, por ter nós direcionado até a instituição para realização desta consultoria, pelo emprenho dedicado à elaboração deste trabalho, pela orientação durante todo o processo, apoio е confiança. • Ao Instrutor Flávio Domingues pela orientação, pela a dedicação em ajudar com as informações para a realização deste projeto, pelo apoio, confiança e pelo paciente trabalho de revisão da redação. • Ao Instrutor Paulo Vitor por auxiliar na montagem do relatório. • À Bibliotecária Débora Militani pelo paciente trabalho das impressões e por auxiliar nas pesquisas na biblioteca. • Agradecemos ao SENAI/CTSA e а todos os professores por proporcionar о conhecimento não apenas racional, mas а manifestação do caráter е afetividade da educação no processo de formação profissional, por tanto qυе se dedicaram а nós, não somente por terem ensinado, mas por terem feito aprender. А palavra mestre, nunca fará justiça aos professores dedicados aos quais sem nominar terão os meus eternos agradecimentos. • Agradecemos a instituição pela paciência e acolhimento, assim como pelo empenho de realizar as mudanças na instituição. https://www.facebook.com/dmilitani?fref=nf SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO .................................................................................................. 1 2 JUSTIFICATIVA ................................................................................................ 2 3 OBJETIVO ........................................................................................................ 3 4 MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 4 4.1 Material de consulta .......................................................................................... 4 4.2 Métodos ............................................................................................................ 4 4.2.1 Irregularidades encontradas pela Vigilância Sanitária: ..................................... 4 4.2.2 Inspeção dos alunos ......................................................................................... 5 4.3 Plano de ação ................................................................................................... 6 5 REVISÃO DE LITERATURA ............................................................................. 9 5.1 Importância dos alimentos ................................................................................ 9 5.1.1 Funções dos Alimentos..................................................................................... 9 5.1.2 Nutrição com Equilíbrio ................................................................................... 10 6 SEGURANÇA DE ALIMENTOS ..................................................................... 11 7 DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS ............................................ 12 7.1 Tipos de Contaminações ................................................................................ 12 7.1.1 Contaminação Química .................................................................................. 12 7.1.2 Contaminação Física ...................................................................................... 13 7.1.3 Contaminação Microbiológica ......................................................................... 13 7.2 Tipos de doenças transmitidas por alimentos ................................................. 15 7.2.1 Infecções ........................................................................................................ 15 7.2.2 Toxinfecção .................................................................................................... 15 7.2.3 Intoxicação ...................................................................................................... 15 7.3 Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) na atualidade ............................ 16 8 CODEX ALIMENTARIUS ................................................................................ 18 9 ANVISA ........................................................................................................... 19 9.1 Resolução – RDC ANVISA nº216/04 .............................................................. 20 9.2 Manual De Boas Práticas (MBPF) .................................................................. 20 10 A INSTITUIÇÃO .............................................................................................. 22 10.1 Alimentação na instituição de recuperação dependentes químicos ............... 22 11 RESULTADOS E DISCUSSÃO ...................................................................... 23 11.1 Depósito de Material de Limpeza (DML)......................................................... 23 11.2 Treinamento 5S .............................................................................................. 29 11.3 Depósitos de alimentos................................................................................... 29 11.4 Área de manipulação (cozinha) ...................................................................... 39 11.5 Outras irregularidades .................................................................................... 45 11.6 Treinamento de boas práticas de manipulação de alimentos. ........................ 47 11.7 Inspeção da vigilância sanitária ...................................................................... 48 12 CONCLUSÃO ................................................................................................. 49 APÊNDICE A – Mapa Conceitual .............................................................................. 50 APÊNDICE B – Cronograma de atividades ............................................................... 51 APÊNDICE C – Manual de Boas Práticas ................................................................. 52 APÊNDICE D – Procedimentos Operacionais Padrão .............................................. 65 APÊNDICE E – Avisos colocados na área de manipulação de alimentos................. 71 APÊNDICE F – Planilhas de controle. ....................................................................... 73 APÊNDICE G – Certificados de treinamento. ............................................................ 75 ANEXO 1 – Resolução RDC n° 216, de 15 de setembro de 2004 ............................ 78 REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 101 1 1 INTRODUÇÃO No dia 26 de janeiro de 1999, foi criada a Lei 978 para a criação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA), com o objetivo de fiscalizar empresas e comercio relacionado a suade publica, desde a indústria farmacêutica, saneamento, alimentação, etc. A ANVISA foi criada com base no Códex Alimentarius, criado em 1962 em parceria com a Organização das Nações Unidas da Agricultura e a Alimentação (Food and Agriculture Organization, FAO) e a Organização mundial da Saúde (OMS). Com o aumento da população nos grandes centros e municípios de interiores de estado, foi criada em 15 de setembro de 2004 a Resolução RDC nº216, com objetivo de regulamentar em todo território nacional a fiscalização e a segurança na saúde da alimentação da população, impedindo que as DT/VA (Doenças Transmitidas/Vinculadas por Alimentos) se tornassem um problema dentro do país.Em toda cozinha industrial ou não, sempre haverá um manipulador, esse manipulador deve estar devidamente treinado para realizar todas as etapas de informação e higienização, toda matéria prima que chega até ele, esta deve ser de boa procedência algo que o manipulador deva estar ciente, assim como a maneira correta de manuseá-lo, higieniza-lo e estoca-lo. A correta higienização e estocagem de cada alimento garantem ao estabelecimento uma produção limpa e livre de microrganismos, alguns desses microrganismos podem vir a ser patogênicos e que podem causar problemas de saúdes graves, um exemplo pode ser a Salmonela, uma bactéria encontrada no trato intestinal de aves facilmente transmitidas para seus ovos, que dentro do organismo humano pode causar diarreias fortes levando a estado clinico grave e ate mesmo a óbito. 2 2 JUSTIFICATIVA Assim como a criação da ANVISA com objetivo de regulamentar e fiscalizar todo o âmbito nacional relacionado à saúde, o objetivo desse projeto e repassar todo conhecimento adquirido no decorrer do curso de técnico em Alimentos, e realizar a implantação dos conceitos, normas e ferramentas de qualidades dentro das instalações da instituição, tendo isso como uma experiência para próximas consultorias. Com auxílio da RDC nº 216 15 de setembro de 2004, seguir um passo a passo, regulamentando todas as exigências pedidas pela Vigilância Sanitária, tornando o local em um ambiente com qualidade de saúde e segurança de alimentos, e lembrando que à segurança de alimentos é uma questão universal, que exige não só a participação dos responsáveis pela saúde, mas também da agricultura, comércios, indústrias, na educação, restauras e da população em geral. 3 3 OBJETIVO Este projeto visa à implantação das normas descritas pela RDC nº216 dentro das instalações da instituição, bem como aplicar treinamentos aos manipuladores responsáveis pela alimentação dos internos, recebimento e estocagem de alimentos que são doados a instituição. Capacitar os profissionais com conhecimento necessário para a produção de uma alimentação de qualidade para todos que ali residentes e seus colaboradores. Através das ações a serem implantadas, busca-se auxiliara a instituição na regularização da documentação exigida pela Vigilância Sanitária da cidade de Poços de Caldas. 4 4 MATERIAL E MÉTODOS 4.1 Material de consulta Todo processo de consultoria foi baseado na resolução da RDC nº 216, 15 de setembro de 2004 e na Seção XVII da Alimentação e da Nutrição da Lei Complementar 141 de 25/10/2012 da Prefeitura Municipal de Poços de Caldas. Foi necessário o Relatório técnico de inspeção SS 32/2014 realizado no dia 31/10/2014 as 15:00, por uma Autoridade da Vigilância Sanitária, no qual foi fornecido pelo Coordenador da Instituição. A organização das atividades foram realizadas através do Mapa conceitual e o cronograma de atividades constantes nos, apêndices A e B. 4.2 Métodos No primeiro dia verificou-se o relatório técnico de inspeção e analisou-se a instituição por completo, no qual foram constatadas várias irregularidades. 4.2.1 Irregularidades encontradas pela Vigilância Sanitária: Dispensadores de sabão liquido danificados; Falta de papel toalha nos suportes; Presença de produtos de limpeza e materiais no gabinete da pia onde se localiza o cifão; Odor fétido vindo do ralo da pia; Pinturas danificadas e descascadas Presença de toalhas de tecidos nos sanitários; Presença de muita sujidade (teias de aranhas e insetos) nas lâmpadas; Lixeiras sem tampa com pedal; DML (depósito de material de limpeza) desorganizado; Sanitário desativado e do lado da cozinha; Falta de tampa nos vasos sanitários; 5 Utensílios de madeira na cozinha; Sacolas recicladas para guarda de alimentos na geladeira; Ausência de molas nas portas da cozinha; Fiação elétrica exposta; Borracha da porta da geladeira danificada; Congelador com excesso de gelo; Limpeza precária em pias da cozinha e gabinetes internos e externos; Falta de proteção nas lâmpadas; Ralos sem tampa rotativa; Utensílios e panelas velhas danificadas; Manual de Boas Práticas de acordo com a RDC 2016/2004, implementado e atualizado; Procedimentos Operacionais Padrão (POP's) devidamente registrados e evidenciados; Laudo de Potabilidade da Água consumida no local; Certificado de controle integrado de pragas e roedores; Certificado de Limpeza da caixa d'água Atestado de saúde ocupacional dos Manipuladores; Certificado de treinamento dos manipuladores de alimentos; 4.2.2 Inspeção dos alunos Após a análise dos documentos, inspecionou-se a Instituição e verificou-se mais irregularidades. Objetos não pertencentes a cozinha Manipuladores usando adornos; Toucas não usadas corretamente e deixando partes do cabelo exposto; Os produtos nos freezers estavam desorganizados e misturados; Todos os produtos dos freezer estavam sem identificação; Alimentos não utilizados totalmente estavam sendo guardados sem identificação; 6 Foram encontrado, vários alimentos vencidos e com embalagens danificadas; Depósito estava sobrecarregado enquanto o outro estava quase vazio Vários produtos em caixas de papelão; Os manipuladores de alimentos tinham que sair da cozinha passar pela lavanderia para chegar até o depósito; Antes as refeições verificou-se que os manipuladores de alimentos iam até o refeitório realizar uma oração, no qual tinham contato direto com outras pessoas e internos que podiam estar com sua saúde debilitada, e após a oração retornavam a cozinha pelo mesmo caminho; Durante as refeições vários funcionários que não pertencem ao Serviço de Alimentação, se serviam entrando na cozinha; A cozinha é pouco iluminada e pouco ventilada; A instituição não possui luvas térmicas; Não existe nenhum lavatório reservado para higienização das mãos; Muitos materiais em desuso na área externa da cozinha; Os vegetais não eram higienizados corretamente; Não havia uma correta higienização das mãos; No Deposito de Material de Limpeza(DML) a estantes estavam oxidadas e caindo; Produtos em desuso no DML; Produtos do DML sem identificação e com prazos vencidos; 4.3 Plano de ação Perante as informações recolhidas no primeiro e segundo dia, realizou-se um relatório das partes estruturais da instituição e fez-se um plano de ação, ambos entregues ao coordenador da instituição. E através do cronograma conforme mostra o apêndice B iniciou-se as atividades Na segunda semana iniciou-se as atividades no DML (Depósito de Material de Limpeza), retiraram-se os produtos que estavam com datas de validades vencidas, objetos que não pertencentes daquela área e retirou o armário que estava em 7 situação precária. No caso do armário, indicou-se que lixasse e pintasse os armários oxidados e por possuir fiação exposta, pediu-se a manutenção. Na terceira semana, realizou-se um treinamento de 5S a todos os funcionários para auxiliar na organização. Ainda na terceira semana, iniciaram-se as atividades no primeiro depósito e começou verificando-se os óleos e retirou-os das caixas, separaram-se os óleos vencidos sem descartá-los, em seguida realizou-se a retirada de outros produtos vencidos e danificados, organizou e dividiu os produtos, identificou-se cada tipo de alimento com seu nome e data de validade como informa a figura 1. Figura 1 -Rótulo de identificação de produtos na estante. Essa organização se procedeu por 4 semanas. Na cozinha havia um banheiro desativado, solicitou-se que o mesmo se transformasse em um terceiro depósito somente para os manipuladores. Na sexta semana, iniciou-seuma verificação nos 4 freezers. Retiraram-se todos os produtos do freezer, realizou-se a limpeza, identificou- se os produtos cárneos com as etiquetas que pode ser vista na figura 2 e retornou- os ao freezer devidamente separados por tipo de carnes e vegetais. Essa organização procedeu-se por 3 semanas. Figura 2 - Etiqueta de identificação do produto conforme legislação da ANVISA. 8 Na oitava semana, iniciou-se as adequações da cozinha, onde retirou-se todos os itens de madeira, materiais em desuso, panelas e utensílios danificados e panos encontrados na cozinha. Com isso, solicitou-se a compra de novos materiais de plástico ou inox, sendo este procedimento concluído em 3 semanas. Na décima semana finalizou-se a organização do DML, no qual, identificou-se os produtos com etiquetas conforme modelo da figura 2 e organizou-os em prateleiras já pintadas. Ainda na décima semana se iniciou o treinamento de boas práticas de manipulação no qual se procedeu por 4 semanas, sendo 1 hora por semana. Na décima primeira semana, realizou-se a organização do terceiro depósito, identificou-se as prateleiras e produtos com as etiquetas mostradas nas figuras 1 e 2. Na décima terceira semana, colocou-se o Manual de Boas Práticas, os Procedimentos Operacionais Padrão e as notificações e avisos na instituição os quais podem ser vistos nos apêndices C, D e E. Nas 3 últimas semanas realizou-se a inspeção e solicitação de itens pendentes. 9 5 REVISÃO DE LITERATURA 5.1 Importância dos alimentos O corpo humano é uma “engrenagem” de constituição complexa, sendo formado por 33 elementos químicos diversos que, reunidos entre si, constituem as células, tecidos, órgãos e aparelhos. As funções do organismo humano podem ser divididas em conservação da espécie e conservação do indivíduo, no qual à conservação da espécie é a reprodução e a conservação do indivíduo, estão divididas em dois subgrupos, vida vegetativa e vida animal. (MEZOMO, 2002) As funções da vida vegetativa o organismo se recompõe das perdas diárias e produz a energia necessária ao trabalho dos órgãos. São elas: digestão, respiração, circulação, excreção. Já as funções da vida animal, permitem que o indivíduo, se relacione com o ambiente em que vive. São elas: locomoção, visão, audição, gustação, tato e olfato. (MEZOMO, 2002) 5.1.1 Funções dos Alimentos Segundo Mezomo (2002), todos os alimentos possuem nutrientes e cada nutriente tem uma função. Por isso, certos alimentos têm dupla função ou uma função predominante, de acordo com os nutrientes nele contidos. Os nutrientes podem ser assim classificados em glicídios, lipídios, proteínas, minerais, vitaminas, água e fibras alimentares. - Os glicídios, proporcionar energia. - Os lipídios, além produzir energia, protege os órgãos vitais, protege o organismo contra perda de calor e é veículo das vitaminas lipossolúveis. - As proteínas, tem como principal função o crescimento e formação de novas células. - Os Minerais, contribuem para o controle da pressão osmótica, ativar as enzimas que atuam no metabolismo dos glicídios e dos protídeos. A função dos minerais é a de participar também na formação de hormônios, da hemoglobina, da formação dos ossos, e, assim, impedir o bócio endêmico. 10 - As vitaminas, variam bastante, podem atuar no metabolismo ativar as enzimas que atuam no metabolismo, crescimento celular, dentre outras funções. - A água dissolve os princípios nutritivos, regula a temperatura corporal, e levar as substâncias nutritivas dos pontos de absorção até as células e trazer os restos aos órgãos de excreção. - As fibras alimentares tem como função regularizar o funcionamento intestinal. 5.1.2 Nutrição com Equilíbrio No modo geral, os regimes alimentares inadequados são assim caracterizados como carência, excessos ou desequilíbrio múltiplos, sem que nenhum desses apresente sintomas predominantes. (MEZOMO, 2002) Apesar de uma alimentação desequilibrada e carente o nosso organismo pode viver e até desenvolver-se de maneira normal. Alguns indivíduos que pensam estar nutridos na verdade estão apenas cheios de gordura, o que não a torna saudável, levando o comprometimento da saúde. (MEZOMO, 2002) Na natureza em seu ambiente natural o homem aproveita tudo o que vê e necessita fazendo o uso do alimento como potencial nutritivo. Já em alguns países mais desenvolvidos a alimentação artificial tem sofrido transformações profundas antes mesmo de ser consumido. (MEZOMO, 2002) O quanto artificiais forem os métodos de produção de alimentos e o quanto mais a ciência for utilizada, mais será chamada a atenção do público para uma alimentação boa. E para uma alimentação sadia, equilibrada e adequada a cada indivíduo faz-se necessária uma boa alimentação e cada organismo variam de acordo com idade, sexo, clima, atividade e período fisiológico. (MEZOMO, 2002) 11 6 SEGURANÇA DE ALIMENTOS O alimento é essencial para o bem estar do homem, mas o alimento também pode ser a causa de várias doenças, sendo por excesso de algum produto, pela qualidade do produto ou por falta de higiene na elaboração do produto. Pode-se notar que alimentação e saúde trabalham juntos, a Organização Mundial da Saúde (OMS), define saúde como “o completo estado de bem-estar físico, mental e social, e não simplesmente a ausência de enfermidade.” E nesse contexto para manter uma boa saúde também é necessário ter uma segurança de alimentos. Segundo a Lei nº 11.346/2006 do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (SISAN), todos tem direito a uma alimentação saudável, acessível, de qualidade, em quantidade suficiente e de modo permanente, além disso ela deve ser totalmente baseada em práticas alimentares promotoras da saúde, sem nunca comprometer o acesso a outras necessidades essenciais. Esse é um direito do brasileiro, um direito de se alimentar devidamente, respeitando particularidades e características culturais de cada região. A segurança de alimentos não é um tema tão novo como pensa-se, segundo Hobbs (1998), os israelitas já possuíam leis que continham informações sobre alimentos que eram ingeridos e quando deveriam ser descartados, além disso possuíam métodos de preparos e de limpeza das mãos. Já no livro Leviticus (2000 a.C.) registrava que Moisés também elaborou leis para evitar que seu povo contraísse doenças transmitidas por alimentos, inclusive era citado que as mãos deveriam ser lavadas após o sacrifício dos animais e antes das refeições. Mas somente a partir da 2ª Guerra Mundial esse conceito de segurança de alimentos surgiu com a devastação da Europa e por este motivo impossibilitou a sua própria produção de alimentos. Com isso surgiram 3 aspectos de alimentos seguros que são quantidade, qualidade e regularidade (BELIK, 2003). Para ter uma boa segurança de alimentos é essencial conhecer sobre a higiene alimentar, no qual se precisa de muita atenção dos manipuladores de alimentos, pois este assunto é um tópico muito extenso, a sua aplicação abrange desde dos métodos de produção, preparo e preservação de qualidade. Segundo Hobbs (1998), ela não só abrange a manipulação de alimentos e utensílios usados em seu preparo, mas também os cuidados e o tratamento de alimentos. 12 7 DOENÇAS TRANSMITIDAS POR ALIMENTOS O Ministério da Saúde define Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA), como uma doença que ocorre devido a ingestão de alimentos ou bebidas contaminados. Existem mais de 250 tipos de DTA e a maioria são infecções causadas por bactérias e suas toxinas, vírus e parasitas. Outras doenças são envenenamentos causados por toxinas naturais (ex. cogumelos venenosos, toxinas de algas e peixes) ou por produtos químicos prejudiciais que contaminaram o alimento (ex. chumbo, agrotóxicos). Segundo Gil (2005), alguns dosfatores que contribuem para a contaminação de um alimento, são os fatores químicos, físicos e microbianos. 7.1 Tipos de Contaminações A maior preocupação na área de alimentos é a contaminação que elas podem sofre, por inúmeros contaminantes, não só microbiológico mas por químico e físico. Segundo o Ministério da Saúde demonstra que 45% das contaminações ocorre dentro de casa, onde as pessoas que preparam não tem a informação de como proceder e prevenir todos os tipos de contaminações e riscos que as pode prejudicar. (ANVISA, s.d.) 7.1.1 Contaminação Química As contaminações Químicas podem se dividir em grupos, como as Toxinas naturais que são as ciguatoxinas, toxinas paralisantes, neurotóxicas, amnésicas e diarreicas, entre outras, as microbianas ou micotoxinas que são os metabólitos tóxicos de origem microbiana também conhecidas como histaminas, pesticidas, herbicidas, contaminantes inorgânicos tóxicos, antibióticos, anabolizantes, aditivos e coadjuvantes alimentares tóxicos, lubrificantes, tintas e desinfetantes, entre outros. Elas podem chegar em nossos alimentos por origem natural ou podem ser contaminados durante manipulação, processo e envase do mesmo. E a contaminação podem não vir diretamente ao produto, mais por meio de utensílios, durante a lavagem/desinfecção do utensílio em concentrações muito altas pode contaminar o utensílio e logo o produto. As consequências por uma contaminação desse tipo pode ser a longo prazo como a contaminação do mercúrio e outros tipos 13 de metais, que são acumulativos em nosso organismo por muitos anos, a os agudos que são as de curto prazo. (TEIXEIRA, s.d.) 7.1.2 Contaminação Física As contaminações físicas são qualquer objeto que não deveria estar presente no alimento, onde é classificado como corpo estranho. Esses corpos estranho pode derivar de vários lugares durante qualquer etapa de fabricação, como na colheita onde podemos encontrar pedras e folha no feijão, na desossa da carne onde podemos encontrar pedaços de ossos. Porem todos esses objetos são retirados em alguma faze do processo, agora vidros, farpas de madeira, fios de cabelo (que será também uma contaminação microbiológica, pois um fio de cabelo pode ter mais microrganismos que a população inteira do planeta terra) pode trazer grandes riscos à saúde, pois se uma criança ingerir um produto onde contem pedaços de vidro, pode ter sérios problemas a trazer riscos, não só ferir a boca, mais pode ser ingerida e provocar graves consequências a criança. (TEIXEIRA, s.d.) 7.1.3 Contaminação Microbiológica A mais perigosa das contaminações é a microbiológicas, pois além da ação dos microrganismos em nosso organismo, elas podem produzir toxinas onde não são eliminadas por tratamento de temperatura. A contaminação pode ocorrer quando utilizamos um utensílio em um alimento que ainda não teve nenhum tipo de tratamento térmico, para outro alimento já pronto, com isso geralmente a faca contaminada, contamina o alimento já pronto, esse processo é chamado de Contaminação Cruzada. (EUFIC, 2001) Não só por utensílios mais a maior fonte de contaminação somos nós, onde podemos levar qualquer tipo de contaminante para o alimento, para que isso não ocorra, são realizados os procedimentos determinados pela RDC 216, aplicando as Boa Praticas de Fabricação (BPF) para garantir a segurança do alimento. (ANVISA, s.d.) Alguns Microrganismos se destacam nas doenças transmitidas por alimentos. 14 7.1.3.1 Coliformes Fecais É um grupo de bactérias situada no ser humano e em alguns animais, e a análise da mesma serve para medições microbiológicas, onde com seus resultados obtidos mostram a qualidade do alimento, quanto maior o número de Coliformes fecais, maior o risco de consumir este alimento. Dentre os coliformes existem os Totais, são bactérias Gram Negativas, onde sua temperatura ótima situa de 35°C à 37°C, classificadas anaeróbia ou aeróbias. E se tem a Fecais ou Termotolerantes as mais perigosa, pois tem a capacidade de sobreviver a temperaturas superior a 40°C. Estão situados no trato digestivo dos seres humanos e na maioria dos animais de sangue quente. A maior fonte são as fezes, portanto a execução das Boas Práticas de Fabricação é muito importante para a prevenção desse tipo de contaminação nos alimentos. (ARAÚJO, 20-?) 7.1.3.2 Salmonela Conhecida por estar presente em vários alimentos e principalmente no ovo e frangos, pode ser transmitida pelo próprio ovo e frango, mais também pode vir de alimentos contaminados pela má aplicação das Boa Praticas de Fabricação, falha no processamento de tratamento térmico para a eliminação da mesma, onde gera grandes riscos para a pessoa que a consumir. (ARAÚJO, 20-?) 7.1.3.3 Staphylococcus aureus Esta bactéria está presente em nosso corpo em equilíbrio, porem em determinados lugares como pele, boca, nariz, intestino, que não causam doença, porem em contato com o alimento podem se multiplicar e contaminar o alimento, deixando o produto altamente perigoso para o consumo. 15 7.2 Tipos de doenças transmitidas por alimentos O Ministério da Saúde informou que os sintomas mais comuns são a falta de apetite, náuseas, vômitos, diarreia, dores abdominais e febre. Podem ocorrer também afecções extra intestinais em diferentes órgãos e sistemas como no fígado (hepatite A), terminações nervosas periféricas (botulismo), má formação congênita (toxoplasmose) dentre outros. Segundo Lima (2014), as Doenças Transmitidas por Alimentos podem surgir por diversas formas, dentre elas as infecções, toxinfecções ou intoxicações. 7.2.1 Infecções São causados por agentes virais, parasitários ou algumas bactérias que quando são ingeridas causam a infecção, alguns agentes podem causar toxinas mas não são elas que causam a infecção e sim o próprio microrganismo ingerido, como por exemplo Salmonella spp. e Escherichia coli (LIMA, 2014). 7.2.2 Toxinfecção A toxinfecção ocorre quando consume-se um alimento com grande quantidade de microrganismos patogênicos e no intestino ocorre a esporulação e a liberação de toxinas desses microrganismos, assim causando sintomas como diarreia profusa, dor e grande produção de gases como é o caso dos microrganismos patogênicos Clostridium perfringens, Bacillus cereus (LIMA, 2014). 7.2.3 Intoxicação Segundo Lima (2014), são doenças causadas por toxina liberada pelo microrganismo durante intensa proliferação no alimento ou substâncias químicas, como pesticidas, resíduos de drogas veterinárias, metais, mico toxinas (Aspergillus flavus) , etc. 16 7.3 Doenças Transmitidas por Alimentos (DTA) na atualidade Apesar de um tema antigo, ainda há uma grande dificuldade para evitar as DTA e desta forma são feitos vários esforços para diminuir a incidência de Doenças Transmitidas por Alimentos, segundo dados preliminares da Organização Mundial de Saúde (2015), só em 2010 estima-se que houve 582 milhões de casos de alimentos contaminados, dentre eles 351 mil mortes. No Brasil de 1999 a 2004, o Mistério da Saúde informou que houve a ocorrência de 3.410.048 internações por DTA e ainda de acordo com o Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), ocorreram 25.281 óbitos por DTA, dos casos investigados as residências possuem 48,5% dos casos de surtos seguido de 23,9% de locais que não souberam informar, como mostra a figura 3. Figura 3 - Lugares com maior incidência de surtos de DTA (Fonte: Ministério da Saúde, 2004). Foi feito uma pesquisa sobre surtos de toxinfecções alimentares ocorridos em 2011 em 10 municípios de Minas Gerais, dentre eles Poços de Caldas, no qual foram registrados 2.379 pessoas envolvidas no qual 465 adoeceram e 21 foram internadas. Neste estudo, a cidade de Poços de Caldas registrou 476 casos de surtos no qual 81 adoeceram e 21 foraminternados (BLANES; PEIXOTO; PYRRHO, 2011). Dentre as 10 cidades Poços de Caldas ficou em segundo lugar como é mostrado na figura 4. 17 Figura 4 - Casos de Toxinfecção em 10 Municípios de Minas Gerais (BLANES; PEIXOTO; PYRRHO, 2011). Vale ressaltar que todos os dados registrados foram de casos de DTA registrados, ou seja, o número de casos de DTA pode ser ainda maior. Além de mal-estar e nos casos mais graves causar a morte, as DTA tem causado grande impacto econômico, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (2015). Em 2011 o surto na Alemanha provocado pela bactéria E.coli teria causado um prejuízo de U$1,3 bilhões em perdas para agricultores e industrias, além disso houve um gasto de U$ 236 milhões em ajudas de emergências a 22 países da União Europeia. Pode se pode ver nos dados apresentados, que a segurança de alimentos é uma questão universal, que exige não só a participação dos responsáveis pela saúde, mas também da agricultura, comercios, industrias, na educação, restaurantes e da população em geral. 18 8 CODEX ALIMENTARIUS Criado em 1962, tendo como objetivo a segurança de alimentos da população, onde tem parceria com a Organização das Nações Unidas da Agricultura e a Alimentação (Food and Agriculture Organization, FAO) e a Organização Mundial da Saúde (OMS). As suas normas podem ser gerais ou especificas, fomo veremos adiante (ANVISA, s.d.) O Codex teve a responsabilidade de determinar normas para milhares tipos de alimentos, algumas gerais e outras especificas para o produto, não só na segurança de alimentos, assim como rotulagem, resíduos de pesticidas e medicamentos veterinários, sistemas de controlo e certificação de importações e exportações, métodos de análise e amostragem, aditivos, contaminantes, nutrição e alimentos destinados à utilização dietética específica. Incluem em seu repertorio frutas, vegetais, congelados e processados, cereais, legumes, pescados, cárneos, leites e derivados, cacau e derivados e gordura. (EUFIC, 2004) O Comitê do Codex Alimentarius do Brasil (CCAB). Tem a responsabilidade de observar as normas Codex como referência para a elaboração e atualização da legislação e regulamentação nacional de alimentos, sendo ela executada pela ANVISA. 19 9 ANVISA A história da Vigilância Sanitária vem bem antes que podemos imaginar, onde seu início é dado a partir da colonização, pois com a vinda dos colonizadores, também trouxeram doenças com eles. Há relatos em que em 1789 no Rio de janeiro havia apenas 4 médicos para toda a sua população. (MORAES, 2002) Com a necessidade de um órgão responsável para fiscalizar as condições não só de estabelecimentos mais também como hospitais e redes de saneamento de Agua da cidade o estado tomou iniciativa somente no dia 28 de janeiro de 1808 com a chegada da corte portuguesa foi iniciado a criação de instituições voltadas para a área da saúde onde tinham como objetivos o controle sanitário de estabelecimentos de alimentação, combate a doenças e epidemias, problemas de saneamentos e fiscalizar órgão da saúde. A partir desta data foi se aperfeiçoando a fiscalização e a regularização dos estabelecimentos. (MORAES, 2002) Em 1902 o médico Oswaldo Crus foi nomeado como Diretor Geral de Saúde Pública no Rio de Janeiro, onde seus maiores desafios foi combater a peste bubônica, varíola e a febre amarela. Como estratégias de combate a peste bubônica declarou a caça de ratos, pois as pulgas presentes no animal eram os responsáveis pela proliferação da doença. Para a extinção da febre amarela foi realizado a desinfecção de casa em casa, brigadas de "mata-mosquito" e utilização de petróleo em áreas alagadas para o combate do mosquito transmissor da doença, em 1903 foram 469 mortos, 1904 teve 39 , em 1905 houve o alimento para 42 mortes e em 1906 a doença esteve extinta. (MORAES, 2002) Após essas datas o governo veio se aperfeiçoando em questão a saúde publica, onde em 1990 foi criada a Lei 8080 de 19 de setembro de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde e que definiu a VISA como parte integrante do Sistema Único de Saúde (SUS), e após isso a Lei 8078 de 11 de Setembro de 1990 que estabeleceu Código de Defesa do Consumidor, e Lei 9782 de 26 de janeiro de 1999, com a criação do Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e da ANVISA. (MORAES, 2002) Após a Criação da ANVISA, o controle da Saúde pública vem tendo grande avanço, pois o estado tem o dever de guardar e promover os direitos do consumidor e condições de saúde da população. (ANVISA, s.d.) 20 Umas das normas mais usadas na segurança em alimentos é a Resolução RDC nº216 de 15 de setembro de 2004, no qual através dela foi obtido toda base de conhecimento para obter um produto final de qualidade e segurança. 9.1 Resolução – RDC ANVISA nº216/04 Ainda que existam códigos municipais e estaduais para a fiscalização de alimentos e serviços de alimentações coletivas, há a necessidade de definir um padrão de uniformidade em âmbito nacional, tanto dos procedimentos de preparo quanto os de fiscalização. A resolução e resultado de uma discussão de um ano de duração, coordenadas pela ANVISA entre os diversos setores envolvidos, como associação de empresas, entidades de defesas do consumidor, instituições da área de educação e saúde, e órgãos municipais e estaduais de vigilância sanitária. (ANVISA; s.d.) Possuindo regras claras e objetivas, norteando os comerciantes a proceder de maneira adequada e segura na manipulação, preparo, acondicionamento, transporte e exposição a venda dos alimentos. Tem como objetivo as melhorias das condições higiênicas – sanitárias dos alimentos preparados em padarias, lanchonetes, cantinas, bufês, confeitarias, restaurantes, comissárias, cozinhas industriais e institucionais. (ANVISA; s.d.) Adotando a estratégia de regulamentar as formas de Boas Práticas de Fabricação, na forma de regulamentos técnicos gerais, aplicáveis em todos os estabelecimentos alimentícios, e aplicáveis a todos os processos de fabricação que sejam identificados como de maior risco para saúde publica, os POP – Pontos Operacionais Padronizados. (ANVISA; s.d.) A ANVISA disponibiliza em seu site uma cartilha gratuita onde se encontra todas as regras e explicação de como implementar o programa as Boas Práticas de Fabricação. 9.2 Manual De Boas Práticas (MBPF) De acordo com a ANVISA na RDC (Resolução de diretoria colegiada) 275 de 21/10/2002, e a RDC 216 de 15/09/2004 toda empresa voltada pra área de serviços de alimentação coletiva ou que envolva alimentos como matéria prima, é obrigatória 21 a existência de POP’S (Pontos operacionais padronizados), e um Manual de Boas Práticas de Fabricação, assim como outros documentos que poder ser associados como, por exemplo, IT (Instrução de trabalho), planilhas de monitoramento ou registro de controle e listas de verificação (check – list). (BERTIN; MENDES; 2011) De acordo com as exigências legais, é obrigatório que a empresa tenha um Manual de Boas Práticas de Fabricação (MBPF), o mesmo pode ser elaborado pelo próprio dono do estabelecimento ou fabrica assim como por funcionários da empresa ou profissional especializado terceirizado. O Manual tem como função em um só lugar descrever todos os procedimentos e documentos referentes a comercialização e produção de produtos seguros, dever ser assinado pelos proprietários depois de revisado e aprovado pelo setor responsável. (BERTIN; MENDES; 2011) Um bom Manual deve conter informações que descrevam a rotina da empresa e não como deveria ser, de forma direta descrevendo todos os pontos críticos da produção e estrutura física de uma maneira de fácil entendimento, para que não haja duvidas. O MBPF deve ser atualizado sempre que houver mudanças no procedimento defabricação ou estrutura física do estabelecimento, deve conter fichas e roteiros de como tudo é realizado desde sua higienização até a etapa final do que estiver sendo descrito. (BERTIN; MENDES; 2011) Sempre que houver empresas terceirizadas envolvidas em alguma etapa do processo, a mesma devem emitir certificados para a comprovação do uso das Boas Práticas. (BERTIN; MENDES; 2011) O não cumprimento das Boas pratica, pode levar a multas e até mesmo o fechamento da empresa, já o cumprimento eleva o nível de uma empresa, demonstrando qualidade, consequentemente, confiança e fidelização dos clientes. (BERTIN; MENDES; 2011) 22 10 A INSTITUIÇÃO A instituição é uma chácara que atende dependentes químicos em Poços de Caldas, município do Sul de Minas Gerais. A Chácara atua no setor de assistência social há 14 anos e está localizada na Estrada da Cachoeirinha. A instituição é conveniada da Secretaria Municipal de Promoção Social e, atualmente, atende 25 dependentes químicos. Eles recebem doações de alimentos e também existem as empresas parceiras que auxiliam no trabalho prestado pela Chácara Santa Clara. O local é constituído de uma cozinha, dormitórios, secretaria, quatro banheiros, área de lazer, enfermaria, roupeiro, hortufrúti, sala de treinamentos, refeitório, lavanderia, depósito de materiais de limpeza e depósitos de alimentos. O motivo desta consultoria foi decorrente de um laudo da vigilância sanitária. Segundo o relatório técnico de inspeção SS 32/2014 emitido pela vigilância sanitária, a inspeção foi em decorrência de uma denúncia do disque direitos humanos. A Assistente social que acompanhava a autoridade sanitária, observou que o local era um local agradável, e que conversou com internos e que eles informaram que “O Coordenador é exigente, bravo mas não seria louco de agredi-los.” Quanto a área física e instalações, a instituição terá que se regulamentar para adquirir o alvará sanitário. 10.1 Alimentação na instituição de recuperação dependentes químicos Como já foi abordado, para ter um alimento seguro e evitar doenças transmitidas por alimentos, devemos ter cuidados na manipulação de alimentos, adotando as boas práticas de manipulação de alimentos. Porém, deve-se tomar muito cuidado quando se preparam alimentos para pessoas com saúde debilitada, o que é o caso da instituição. Os manipuladores em cozinhas de instituições no qual se encontram pessoas com a saúde debilitada, devem ser treinados em segurança de alimentos. Neste caso é necessários padrões mais altos de higiene para preparação de alimentos destinado a doentes. 23 11 RESULTADOS E DISCUSSÃO Diante dos problemas apresentados, a equipe buscou através dos conhecimentos técnicos implantar o plano de ações para adequação das exigências e falhas existentes, com base na legislação brasileira. Assim, estão apresentados a seguir os resultados da consultoria dirigida a instituição. 11.1 Depósito de Material de Limpeza (DML) No depósito foi verificado muitos objetos em desuso, não pertencentes ao DML, como é o caso de um motor, panelas e copos descartáveis, no qual estavam estocados de forma inadequada como pode-se ver nas figuras 5 e 6. Figura 5 - Na Imagem 1, pode-se notar objetos guardados sem organização; na imagem 2, panelas no depósito de DML; na imagem 3 e 4, grande quantidade de objetos amontoados e sem utilidade. 24 Figura 6 - Utensílios de cozinha, bengalas e latas de tintas armazenadas no DML. Segundo a resolução RDC nº 216/2004 todos os produtos devem ser identificados, este ato é necessário porque se não feitos, podem gerar graves acidentes ao serem usados sem conhecimento sobre os produtos. Entretanto muitos estavam sem identificação, como mostra a figura 7. Figura 7 - Galões brancos sem identificação. 25 Outros produtos estavam com o prazo de validade vencidos e alguns produtos em caixas de papelão e sacolas plásticas, podendo atrair pragas e vetores, como é mostrado na figura 8. Figura 8 - Estante enferrujada e produtos guardados em sacolas plásticas e papelão. Foi verificado que as 2 estantes de metal estavam oxidadas como mostra a figura 8, sendo que uma das estantes foi necessário o descarte e a outra lixada e pintada. A estante de madeira estava caindo, com a queda poderia gerar um acidente grave, tanto físico, quanto químico, devido aos produtos na estante, como pode ser visto nas figuras 9 e 10. 26 Figura 9 - Estante caindo, sendo sustentada por um arame. Figura 10 - Estante branca em situação precária, correndo o risco de queda. 27 Verificou que a fiação e a lâmpada se encontrava exposta, gerando um alto risco de incêndios e explosões, como mostra a figura 11. Figura 11 - Fiação exposta Informou-se que após o uso dos produtos as embalagens são reaproveitadas, ou seja, são levadas de volta ao fornecedor dos produtos de limpeza e são enchidos novamente. O coordenador foi notificado que segundo a resolução da RDC nº 216/2004 as embalagens não podem ser reaproveitadas, porém o mesmo nos informou que ficaria muito caro trocar toda a vez os galões e por ser tratar de uma instituição dependente de doações acaba sendo inviável, por isso solicitamos ao responsável de receber os produtos que atualize as etiquetas de produto (figura 2). Após o termino da organização do DML, todos os objetos que não pertenciam ao DML foram direcionados para seus respectivos lugares, a estante foi pintada, produtos identificados e elaborou novas planilhas para controle de estoque. Esse processo acabou gerando espaço, maior controle do estoque e a segurança dos funcionários que entram no DML, como mostra a figura 12. 28 Figura 12 - Imagens antes e depois do Depósito de Material de Limpeza. 29 11.2 Treinamento 5S Foi necessário o treinamento de 5S pois esta ferramenta tem a função de cuidar do ambiente, equipamentos, materiais, métodos, medidas, e, especialmente, pessoas. Esta ferramenta foi essencial para organização do DML, depósitos de alimentos e cozinha. Foi solicitado a participação de todos os funcionários da instituição e não somente os responsáveis pelo serviço de manipulação de alimentos, como se pode ver na figura 13. Este treinamento teve a duração de 30 minutos. Figura 13 - Treinamento 5S para funcionários da instituição. 11.3 Depósitos de alimentos Foi necessário a organização do primeiro depósito pois o objetivo era dividir os produtos entre o primeiro e segundo depósito. Essa divisão ocorreu da seguinte forma, alimentos básicos que é o caso do arroz, feijão, açúcar e macarrão, ficaram em um depósito e outros produtos em geral no primeiro depósito. No primeiro depósito possuía estantes mais frágeis, muito espaço vago, produtos vencidos, embalagens estragadas, alimentos que nunca seriam usados pela instituição, uma geladeira desligada, produtos sem identificação e um ventilador, como mostra a figura 14. 30 Figura 14 - Na imagem 1, possui produtos armazenados aleatóriamente e margarinas sem refrigeração; na imagem 2 e 3, produtos armazenados aleatóriamente e caixas de papelão com alimentos; na imagem 4, muitos espaços vazios desorganizados e alguns produtos sem identificação; imagem 5, latas de vegetais em conservas enferrujadas e amassadas e ventilador com risco de cair; na imagem 6, uma geladeira desativada. 31 No segundo depósito as estantes de madeiras são resistentes e esse foi o principal motivo de colocar os produtos mais pesados no segundo depósito. Porém antes foi necessário a organização pois o depósito estava sobrecarregado de alimentos, com muitos produtos vencidos e sem identificação, embalagens deterioradas, desorganização, muitos alimentos em caixas de papelão ou em fardos fechados, o que de acordo com a vigilância não é permitido.Esses fatores poderiam causar o surgimento vetores e pragas, contaminação alimentar e risco de acidentes em decorrência da sobrecarga de produtos. Isso pode ser verificado na figura 15. Figura 15 - Na Imagem 1, pode-se ver óleos em cima de bancos, caixas de papelão; na imagem 2 desorganização e fardos arroz, sacola plástica penduradas, fita adesiva e papel toalha espalhado no depósito; imagem 3 e 4 desorganização, caixas de papelão; na imagem 4 ainda é possível ver mais latas amassadas e enferrujadas. Em uma conversa com o coordenador da instituição, o mesmo informou que eles recebem doações quase que semanalmente, e muitas dessas doações possuem produtos deteriorados e com data de validade expirados. 32 Ele informou também que muitos produtos que são doados em quantidade, não são usados com frequência pela instituição. Porém notou-se que muitos produtos tinham vencido por falta de organização da instituição, isto resultava que o responsável pelo depósito, pegava qualquer produto sem se importar com a validade. Também notificaram que as cozinheiras prezavam pela "marca" do produto, com isso pegavam produtos que iriam demorar para vencer e acabavam não pegando os que iriam vencer recentemente. Durante o processo de organização do depósito foram encontrados vários tipos de produtos vencidos. Produtos vencidos podem causar contaminação por microrganismos, toxinas ou micotoxinas. Os que mais chamaram atenção foram os que saíram em maior quantidade, como foi o caso do Arroz, feijão, latas de vegetais em conserva, farinha e o óleo. Na tabela 1 pode-se ver a quantidade de produtos vencidos e nas figuras 16, 17 18 e 19 alguns dos produtos vencidos. Tabela 1 - Quantidade de produtos vencidos Produtos Quantidade de produtos vencidos Farinha de Trigo 60 Kg Feijão 62 Kg Vegetais em conserva 96 latas Arroz 211Kg Óleo 334,2 Litros 33 Figura 16 - Farinha de trigo e biscoitos descartados. Figura 17- Pacotes de feijão descartados e macarrão com carunchos e prazos de validade expirados. 34 Figura 18 - Pacotes de arroz descartados. Figura 19- Grande quantidade de caixas de óleos ainda lacradas separadas. Todos os alimentos deteriorados e com validade expirada, com exceção do óleo, foram descartados. No caso do óleo, foi indicado que o mesmo fosse vendido para uma instituição que realiza a compra de óleo para fabricação de biodiesel, a sugestão foi aceita pela instituição e fez-se a venda dos 334,2 litros de óleo. A farinha de trigo não é usada na instituição, foi feito uma parceria em que a instituição fornece farinha de trigo para uma padaria e a padaria retorna com os pães. 35 Durante o processo de organização, foi encontrada uma batata totalmente germinada, o que mostra que o depósito não era limpo adequadamente, como se pode ver na figura 20. Figura 20 - Batata em estado de germinação. Durante o processo de organização foram encontrados vários produtos com a embalagens deterioradas, fezes e urina, como se pode ver na figura 21, o que supomos que pudessem ter roedores no depósito. Isso em decorrência da má organização, caixas de papelão e a sobrecarga de produtos no estoque, além disso a janela não possuía telas de proteção. Os alimentos danificados, com urina ou fezes, traz um alto risco a saúde de quem os consome, os ratos tem a capacidade de transmitir várias doenças e muitas delas fatais. 36 Figura 21 - Pacote de biscoito deteriorado e com fezes pela ação de roedores. Com a organização do local foi visto uma movimentação suspeita e verificou que era um rato, imediatamente começou-se uma busca pela toca do roedor, ao encontrá-lo efetuou-se a captura do roedor como mostrado na figura 22. Figura 22- Roedor capturado dentro do depósito de alimentos. 37 Em decorrência disso foi exigido aos responsáveis para adquirir métodos para o controle de pragas. A instituição tomou as providências exigidas e conseguiu efetuar a captura de mais dois roedores através de uma empresa especializada. Todos os alimentos primeiramente foram divididos nos dois depósitos por tipo e foram identificados corretamente em suas prateleiras usando a etiqueta mostrada na figura 1, alguns produtos que não possuíam etiquetas foram identificados com a etiqueta padrão mostrada na figura 2 e retirou-se os alimentos de caixas de papelão e sacos plásticos. Essa atitude, traz uma agilidade na hora de selecionar o produto e controle das datas de validade de cada produto, tornando um ambiente agradável, não causando a perda de alimentos e não atraindo vetores e pragas. Por fim o responsável do depósito foi instruído a fazer a organização do depósito assim que adoções chegarem e sempre organizando por validade. Para maior controle do depósito todos os produtos devem ser anotados nas Planilhas de Chegada de Produtos, Inspeção de estoque e saída de produtos mostrada nos apêndice F, assim a instituição tem um maior controle sobre a chegada e saída de alimentos. Com este processo a instituição ganhou espaço, segurança dos alimentos e controle de estoque, como pode ser visto na figura 23. 38 Figura 23 - Imagens antes e depois dos Depósitos de alimentos 39 11.4 Área de manipulação (cozinha) Nos freezers foram verificados que havia excesso de carnes em somente um freezer e a instituição não efetuava a higienização dos mesmo, isso causa excesso de gelo no freezer e gelo em excesso prejudica o funcionamento do equipamento e também a manutenção da qualidade dos alimentos. As carnes foram transferidas a outro freezer temporariamente e realizou-se a limpeza do freezer de acordo com a especificação do fabricante. Também foi verificado que em outros freezers existia carnes misturadas com vegetais congelados, ou seja, um alto risco de contaminação a vegetais que não passam por um tratamento adequado de temperatura. Após higienização, cada freezer foi designado a armazenar um tipo de produto, o primeiro freezer, produtos derivados de aves, o segundo freezer, produtos derivados de porco, o terceiro freezer, produtos não cárneos e o quarto freezer foi designado para colocar as carnes que já estavam disponíveis aos funcionários. Foi verificado que nenhuma das carnes de porco estavam identificadas. Em conversa com o coordenador da instituição, ele informou que o abate dos animais era feito na própria Chácara. Através dessa informação foi solicitado o dia de abate dos animais para identificar as carnes com as etiquetas mostrada na figura 2. Usou-se como base para data de validade a recomendação dos fabricantes do freezer, que no equipamento informava que carnes de porco tinham validade de 3 a 6 meses, como não se sabe a condição do abate e nem se a temperatura de -18ºC foi mantida até o momento, resolveu-se que seria definido o prazo de validade de 3 meses. Todos os produtos congelados foram identificados e recolocados nos freezers, como mostra a figura 24. 40 Figura 24 - Carnes identificadas. A cozinha em si, não foi necessário realizar drásticas mudanças, pois se encontrava em condições adequadas como é mostrada na figura 25. Figura 25 - Cozinha industrial da instituição. Durante a inspeção constatou-se que havia vários utensílios de madeira, como tabuas de cortes e colheres, foram recolhidos todos os utensílios e solicitado ao coordenado que efetuasse a substituição por utensílios de polietileno, plástico ou inox. A madeira são mais propensas à proliferação de diversos tipos de bactérias. Essas bactérias poderiam se acumular nas ranhuras da madeira e mesmo após a lavagem da tábua, poderiam haver meios de contaminar outros alimentos. 41 Após a retirada dos utensílios de madeira, foi feita a verificação das panelas e utensílios restantes, no qual foram descartados panelas deterioradas(com rachaduras) e utensílios desnecessários na cozinha. Verificou que as portas não possuíam fechamento automático, contribuindo para entrada de pragas e vetores. Informaram que o local era quente e que não dava para manter a porta fechada, por isso foi solicitado ao coordenador que providenciasse portas com tela, assim, melhoraria a ventilação e evitaria a entrada de pragas e vetores, como é mostrado na figura 26. Figura 26 - Porta com tela e fechamento automático. A iluminação da área de manipulação também estava precária, além de não possuir proteção, a iluminação não era suficiente para a cozinha inteira, o coordenador da instituição se encarregou de solicitar lâmpadas fluorescentes tubulares com proteção para a cozinha, assim como pode-se se ver na figura 27 obteve uma melhoria significativa. 42 Figura 27 - Lâmpadas fluorescentes tubulares instaladas na cozinha. Um outro problema grave é que as cozinheiras não sanitizavam as mãos. Foi questionado o porquê desta atitude e foi informado que era proibido a utilização de álcool líquido e em gel na instituição. A proibição ocorria porque os internos pegavam o produto e consumiam ambos. Devido a este problema foi verificado na RDC nº 216/2004 que podia se usar o Sabonete líquido com antisséptico, com isso solicitamos aos responsáveis a compra do produto. Além desses problemas haviam tomadas e interruptores que estavam sem proteção e muitos objetos desnecessários na cozinha. A geladeira branca mostrada na figura 25, estava com a borracha deteriorada, por opção do coordenador, houve a desativação da geladeira. Durante a conversa com o coordenador, foi comentado que um Técnico em alimentos e uma Nutricionista já passaram pela instituição e os mesmo não obtiveram resultados positivos. E durante a organização foram encontrado guardados, instruções deixadas por um deles, onde uma instrução seria de como fazer a solução de cloro para desinfecção dos alimentos e outra a preparar um álcool 70% através do 90%, como pode ser visto na figura 28, solicitamos que colocasse as instruções em lugares adequados. 43 Figura 28 - Instruções de preparação de solução clorada e preparo do álcool 70%. Durante o procedimento de organização, foi visto que outros funcionários que não pertenciam a área de manipulação, entravam na cozinha para se servirem no horário de almoço, que além de ser altamente perigoso, acabavam atrapalhando e atrasando os serviços das cozinheiras, que tinham que aguardar até os funcionários se servirem para que elas servissem os internos, além de uma grande movimentação na cozinha. Dentre os funcionários que entravam na cozinha, tinha uma enfermeira e um médico, no qual tinham contato direto com internos com saúde deteriorada, isso poderia gerar uma contaminação cruzada. Para resolver este problema, foi solicitado que as cozinheiras colocassem o alimento em cubas para que os funcionários se servissem na área externa da cozinha. Através desta atitude, trouxe segurança dos alimentos e rapidez na hora de servir os internos, assim não atrasando o serviço das cozinheiras. Na cozinha possuía um banheiro desativado, juntamente com os instrutores foi decidido que o mesmo se transformaria em um terceiro depósito, assim as cozinheiras evitariam de pegar os alimentos no depósito externo da cozinha e evitando a contaminação cruzada, a figura 29 pode-se ver esta modificação. 44 Figura 29 - Depósito de uso exclusivo das cozinheiras. Foi solicitado que arranjasse um armário para que os manipuladores de alimentos pudessem guardar seus pertences, mas até o final deste relatório o coordenador ainda não havia disponibilizado um armário. Por fim, a cozinha foi identificada por vários avisos, pelo Manual de Boas Práticas e Procedimentos Operacionais Padrão, como pode ser vista na figura 30. Figura 30 - Avisos colocados na área de manipulação de alimentos. 45 A cozinha se tornou um ambiente agradável, bem iluminado e com os utensílios adequados, quanto a fiação exposta até o final deste relatório já estavam providenciando através dos alunos de elétrica do SENAI-João Moreira Salles / Poços de Caldas. 11.5 Outras irregularidades A instituição possui um local de armazenamento de vegetais, o local estava adequado, somente necessitava de pintura nova, pois a tinta estava descascando, como mostra a figura 31. Figura 31 - Área de armazenamento de vegetais Além de todas os problemas encontrados, houve algumas áreas que foram necessário ajustes, perto dos fogões a lenha, havia muito entulho, sendo propício ao surgimento de pragas e vetores, foi solicitado a limpeza como mostra a figura 32. 46 Figura 32 - Entulho no fogão de lenha. O local possuía muitos ralos sem fechamento automático, como pode-se ver a figura 33, o coordenador realizou a troca de todos. Figura 33 – Antes, Ralo aberto e com vãos; Depois, ralo com fechamento e vãos tampados. Nos banheiros, possuíam muitas toalhas, não possuíam saboneteiras e porta papel toalha, não possuíam instruções para higienização das mãos e as roupas dos funcionários estavam sendo armazenadas no próprio banheiro. Todos esses itens foram resolvidos. 47 11.6 Treinamento de boas práticas de manipulação de alimentos. Foi feito um treinamento com duração de 4 horas, dividindo-se em 1 hora por semana para 4 funcionários do serviço de alimentação. Este treinamento teve o objetivo de solucionar problemas já citados anteriormente e orientar da correta manipulação dos alimentos como é mostrada na figura 34. Durante o treinamento foram passado vários tópico como mostrado no apêndice do certificado de conclusão dos funcionários da instituição (apêndice G). Figura 34 - Treinamento de Boas Práticas de Manipulação de Alimentos. Durante o treinamento, todos os funcionários demonstraram reações de interesse e espanto, isso em decorrência a manipularem o alimento de forma errada, também ouve várias perguntas feitas aos ministradores do treinamento, no qual todas foram respondidas sem haver dificuldades. Somente uma senhora que trabalha a 15 anos na empresa demonstrou um pouco de resistência as mudanças, isso porque ela afirmava já ter feito o treinamento e a filha dela era Técnica em Alimentos, porém não efetuava a correta manipulação de alimento porque acreditava que não iria dar certo na instituição. Mas como pode ser visto, a consultoria estava dando resultados e com o passar do tempo está senhora foi se adaptando as novas normas da instituição. Chegando ao final do processo de regulamentação, foi perguntado aos funcionários o que acharam das mudanças feitas para regulamentar o local, segundo os funcionários, apesar de no começo ter que se habituar as novas regras da instituição sobre as boas práticas de manipulação, todos gostaram das mudanças e agora sabem que o alimentos que vão consumir é seguro e de qualidade. 48 11.7 Inspeção da vigilância sanitária Após todo o processo de regulamentação da instituição, todos os documentos referentes ao serviço de alimentação foram entregues a autoridade de vigilância sanitária, que até o final deste relatório não compareceu ao local para realizar o laudo. Mesmo sem o laudo final é necessário manter a regulamentação do local em um trabalho continuo, buscando manter a instituição um local agradável, seguro e regulamentada. 49 12 CONCLUSÃO Todos os objetivos citados foram realizados com êxito. A implementação de BPF’s trazem muitos resultados positivos como segurança e qualidade alimentar. Neste caso houve muitas dificuldades físicas e pessoais, mas foi possível chegar a um resultado satisfatório. Mas as BPF’s só são eficientes quando se tem o empenho dos responsáveisdo local, dos funcionários e dos Técnicos em Alimentos. Buscando sempre a melhoria contínua de todos os responsáveis 50 APÊNDICE A – Mapa Conceitual 51 APÊNDICE B – Cronograma de atividades 52 APÊNDICE C – Manual de Boas Práticas Manual de Boas Práticas de Fabricação MBPF Poços de calda – MG – 2015 53 Manual de Boas Práticas de Fabricação Elaborado por: Kellyson L. J. Brunório Verificado por: Aprovado por: Data:10/04/2015 54 Sumario Identificação da empresa..........................................................................................4 Objetivo .....................................................................................................................5 Campo de aplicação..................................................................................................6 Documentos complementares ................................................................................7 Introdução .................................................................................................................8 Edificações, Instalações, Equipamentos, Moveis e Utensílios.............................9 Higienização e manutenção de equipamento e utensílios ...................................9 Controle integrado de vetores e pragas...............................................................10 Abastecimento de água .........................................................................................10 Manejo de resíduos ................................................................................................11 Manipuladores.........................................................................................................11 Matéria prima, embalagem e estoque...................................................................11 Anexo ......................................................................................................................13 55 1. Identificação da empresa Razão social: Associação xxxxxxxxxxx CNPJ: xxxxxxxxxxxxxx Endereço: xxxxxxxxxxxxxx – Bairro Cachoeirinha – Zona rural Nome fantasia: Associação xxxxxxxxxxxxxx Número do alvará sanitário: .... Responsável legal: xxxxxxxxxxxxx Telefone: (35) xxxxx-xxxxxx 56 2. Objetivo Este manual tem como objetivo especificar padrões no recebimento, estoque e preparação dos alimentos produzidos dentro das instalações da Chácara Santa Clara. Este manual não deve sair das dependências da Chácara Santa Clara, e deve ser de livre acesso a quais quer colaborador e órgão de inspeção credenciado. 57 3. Campo de aplicação Todas as áreas de recebimento de mantimentos, preparação dos alimentos e descarte de resíduos. No recebimento de mantimentos, na forma de separação e higienização para o consumo. No estoque em questão da logística a fim de evitar o mínimo de desperdício. Na preparação dos alimentos, garantindo uma melhor qualidade. 58 4. Documentos complementares Em anexo POP1 - Limpeza e manutenção de caixa de água POP2–Higiene e saúde pessoal. POP3–Manejo de resíduos POP4–Seleção de matéria prima POP5–Higienização de bancadas e utensílios da cozinha POP6–Higienização de Verduras, ovos e legumes. Tabelas de logística de recebimento e estoque 59 5. Introdução As Boas Práticas de Fabricação são essenciais para implantação da segurança na produção alimentícia. Tem o objetivo de especificar e garantir a qualidade da alimentação de colaboradores e internos residentes na Chácara Santa Clara. Como quase todo alimento consumido na chácara é provido de doação, deve se ter um cuidado maior com produtos in natura, observando suas condições físicas e sensórias, com os produtos industrializados, suas validades e integridades de suas embalagens. 60 6. Edificações, Instalações, Equipamentos, Moveis e Utensílios Todas as instalações da chácara são feitas de alvenaria A cozinha é toda azulejada, possui um fogão industrial bancada de aço inox, armários de madeira envernizada, três pias para lavagem de louças e higienização de alimentos a serem preparadas, portas e janelas com telas a fim de proteger de agentes externos, iluminação adequada para o local. O lado externo possui uma pia para limpeza de panelas e equipamentos, bancadas de alvenaria, onde é feito o descasque e limpeza previa dos alimentos a serem preparados, assim como a seleção de matéria prima após seu recebimento. Em um cômodo ao lado da cozinha se encontra os freezers, que são um total de quatro freezers com carnes e outros produtos a serem mantidos refrigerados e congelados. Duas geladeiras onde se encontram produtos já processados ou esperando para serem processados Possui um DML (Deposito de Material de Limpeza)l afastado da cozinha onde se encontra todos os materiais de limpeza, possui janelas bem arejadas para não haver acumulo de gases. Possui dois quartos para estocagem de alimentos industrializados doados, onde se encontrões separados e organizados de forma fácil e simples identificação, facilitando assim a orientação de quem entram no local. Possui janelas protegidas por tela e portas fechadas e bem arejado para evitar acumulo de umidade. Possui um estoque especifico e separado para produtos in natura, protegido por janelas e portas de tela, bem arejado e bem limpo. Toda parte elétrica foi atualizada e protegida para minimizar os riscos, possuem proteção ao seu redor de material não inflamável. 61 7. Higienização e manutenção de equipamento e utensílios Todos os utensílios e equipamentos devem ser higienizados periodicamente, seguindo a instruções descritas no POP5 em anexo. O fogão industrial deve ser higienizado todos os dias após expediente, sua manutenção deve ser feita por pessoal especializado, verificar suas mangueiras e válvulas a fim de evitar acidentes, fazer a troca dos mesmos sempre que estiver para alcançar suas respectivas datas de validade, o mesmo se aplica as válvulas que saem da estação de gás da cozinha encontrada do lado externo. Os freezers devem ser descongelados a cada 15 dias e serem higienizados como descrito no POP5. Assim como as geladeiras que se encontrarem dentro da área da cozinha. Todas as pias e bancadas devem passar pelo mesmo procedimento descrito no POP5, assim eliminando todas as sujidades que possam a vir ficar aderidas em suas superfícies. 8. Controle integrado de vetores e pragas Tem como objetivo mantar o ambiente de preparo e suas áreas adjacentes livres de pragas (insetos, roedores, etc.), Todo o procedimento efeito por uma empresa terceirizada e especialista na área atuante. A prestadora de serviço devera deixar em mãos dos dirigentes da chácara um laudo contendo o serviço realizado com data de validade. 62 9. Abastecimento de água O abastecimento de água é realizado pela empresa DMAE da cidade de Poços de Caldas, a mesma deve fornecer um laudo de potabilidade da água para os dirigentes da chácara. O laudo garantira a chácara sua confiabilidade, a mesma água será utilizada paralimpeza e abastecimento de toda a área de produção e recebimento de mercadorias. A limpeza de caixas de água ficara por conta de uma empresa terceirizada especializada, a mesma devera deixar um laudo de garantia de serviço prestado e com data de validade. Segue também junto a este manual o POP1, para o caso de a própria chácara desejara realizar o procedimento. 10. Manejo de resíduos Tem como objetivo prevenir a contaminação cruzada dentro da área de produção e recebimento de mercadorias. Essa etapa deve ser seguida conforme descrita no POP3 e seguida da realização do POP2. O lixo deve ser depositado em um local de fácil acesso para o recolhimento do mesmo, para seu descarte final em local apropriado. O local de deposito não deve se encontrar em local perto das áreas de recebimento e produção. 63 11. Manipuladores Devem ser realizados exames periódicos em todos os manipuladores estes documentos devem ficar em mão do da parte administrativa da chácara. Cada manipulador recebeu um curso de manipulação e higiene ocupacional com uma carga horaria de 4h e cm certificado. Os procedimentos descritos no POP2 devem ser levados para dentro e fora do local de trabalho, garantindo não apenas a saúde do manipulador em seu local de trabalho como em casa, o procedimento descrito deve ser realizado todos os dias sem exceção. 12. Matéria prima, embalagem e estoque Quase toda matéria prima que chega a chácara e provida de doação oque requer uma atenção maior dos manipuladores no momento de seleção. Os alimentos in natura devem ser selecionados separando os que estiverem com ferimentos dos sem, observar se a formação de bolores e observar também seu odor e textura, após toda a inspeção dever se fazer a higienização conforme descrito no POP6, e armazena-lo na despensa de hort.-frut. Toda matéria prima industrializada, deve ser selecionada seguindo critérios estipulados no POP4, deve se observar atentamente data de validade, condição física da embalagem no caso de latas muitas chegam já amaçadas, assim deve se selecionar as menos amaçadas e ao abrir a lata observar se não ouve nenhuma alteração dentro do produto. Separa-los e estoca-los de modo que se use as datas mais próximas de vencimento, com isso diminuir a perda de produtos. O estoque deve ser mantido limpo e arejado com proteção de telas e com o controle de pragas e vetores sempre em dia, sem obstrução de passagem, facilitando a locomoção e procura dos alimentos. Todas as mercadorias deveram ser anotadas em planilhas que extaram disponíveis na secretaria e nos estoques, sua funcionalidade foi passada durante o treinamento de Boas 64 Praticas e se necessário atualizar será realizado uma nova parte no treinamento. Planilhas se encontram em anexo Freezers e geladeiras devem ter suas temperaturas monitoradas através de termômetros e anotações nas planilhas 65 APÊNDICE D – Procedimentos Operacionais Padrão POP. - Procedimento Operacional Padrão Versão: 01 – 01/04/2015 Validade: 01/10/2015 POP1 - Limpeza e manutenção de caixa de água Objetivo Manutenção da higiene e potabilidade da água que será utilizada em todos os ambientes da chácara, particularmente na região de preparo dos alimentos para o estabelecimento, podendo manter sua integridade para que não haja contaminação no local. Referencias :Portaria – 2914 – Ministério da suade – http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Portaria_MS_2914-11.pdf Materiais e equipamentos Jaleco Branco Rede de cabelo descartável Luva de látex descartável Escova ou bucha de material sintético Solução clorada a 50ppm para desinfecção Balde plástico Procedimento Prepara a solução clorada ou pegar já pronta Esvaziar a caixa d’água do nível superior Esfregar as paredes e fundo da caixa d’água com a escova e um pouco de água Enxaguar bem Aplicar a solução clorada a 50ppm por 20 minutos Liberar a vazão do reservatório inferior até esvaziar Repetir a higienização no reservatório inferior Aplicação O procedimento deve ser realizado no período de cada 06 meses em todas as caixas de água. Controle de aprovação http://www.cvs.saude.sp.gov.br/zip/Portaria_MS_2914-11.pdf 66 Nome: Kellyson Brunório Ocupação/função: Tec. em Alimentos Assinatura: POP. - Procedimento Operacional Padrão Versão: 01 – 01/04/2015 Validade: 01/10/2015 POP2–Higiene e saúde pessoal. Objetivo Manutenção da higiene de cada funcionário que diretamente estar em contato com o alimento processado, afim de que não haja de forma alguma contaminação externa, podendo levar prejuízos à saúde do colaborador ou interno. Referencias: RDC 216– Ministério da suade – http://portal.anvisa.gov.br/ Materiais e equipamentos Jaleco Branco Rede de cabelo descartável Água potável Sabão Antisséptico Papel toalha não reciclado Procedimento Molhar as mãos Aplicar sabão antisséptico Ensaboa e esfregar as mãos por no mínimo 20 segundos Enxaguar em agua corrente Secar com papel toalha não reciclado Tomar banho diariamente e secar com toalha limpa Manter unhas cortadas Homens devem manter a barba feita Mulheres não devem usar adornos (brinco, corrente, Anéis) Mulheres não podem usar maquiagem muito carregada e esmalte nas unhas Não usar perfumes Exames periódicos em dia Aplicação Todos os dias em casa e no local de trabalho, e sempre que se fizer necessário. Controle de aprovação Nome: Ocupação/função: Assinatura: 67 Kellyson Brunório Tec. em Alimentos POP. - Procedimento Operacional Padrão Versão: 01 – 01/04/2015 Validade: 01/10/2015 POP3–Manejo de resíduos Objetivo Descartar todo resíduo produzido pela manipulação de alimentos e limpeza das áreas de produção, a fim de evitar contaminação cruzada. Referencias NBR 9191/01 Materiais e equipamentos Jaleco Branco Rede de cabelo descartável Luvas de látex descartável Recipientes próprios para lixo Local de descarte apropriado e separado da área de produção ou recebimento Procedimento O lixo deve ser ensacado em sacos plásticos resistente Levar ate a área de armazenamento ate o momento da coleta As lixeiras não devem ficar lotadas, evitando vazamentos. Manter em local fechado e isolado Aplicação Todos os dias, em horários determinados pela empresa, ou sempre que necessário, o deslocamento de ver ser feito seguindo todas as regras e em seguida a aplicação do POP 2. Controle de aprovação Nome: Ocupação/função: Assinatura: 68 POP. - Procedimento Operacional Padrão Versão: 01 – 01/04/2015 Validade: 01/10/2015 POP4–Seleção de matéria prima Objetivo Separação da matéria prima boa para consumo humano. Referencias RDC 216– Ministério da suade – http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/4a3b680040bf8cdd8e5dbf1b0133 649b/RESOLU%C3%87%C3%83O- RDC+N+216+DE+15+DE+SETEMBRO+DE+2004.pdf?MOD=AJPERES Materiais e equipamentos Jaleco branco Rede de cabelo descartável Procedimento Matéria prima processada o Separar por data de validade o Separar refrigerados e secos o Todos devem se encontrar em bom estado de embalagem Matéria prima in natura o Separação da matéria por suas condições físicas (machucados e danos estruturais, que possam vir a trazer contaminação) o Lavara a fim de retirar todas as sujidades o Estocar em local seco e arejado com proteção de telas. Aplicação Sempre que houver recebimento de mercadorias. Controle de aprovação Nome: Kellyson Brunório Ocupação/função: Tec. em Alimentos Assinatura: 69 POP.
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