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Psicologia Escolar UNIDADE II

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Psicologia Escolar 
 
Prof. Me. João Paulo Araújo Lessa 
 
 
 
 
 
Prof. Guilherme Bernardes Filho 
Diretor Presidente 
Prof. Aderbal Alfredo Calderari Bernardes 
Diretor Tesoureiro 
Prof. Frederico Ribeiro Simões 
Reitor 
 
UNISEPE – EaD 
Prof.ª M.ª Caroline das Neves Mendes Nunes 
Prof. Claudio Augusto Marques 
Prof. Me. Fernando Henrique Ignácio Dos Santos 
Prof. Me. Igor Gabriel Lima 
Prof. Dr. José Luís Izidoro 
Prof. Dr. Jozeildo Kleberson Barbosa 
Prof. Me. Leonardo José Tenório Mourão Torres 
Prof. Me. Ricardo Nakamura 
 
Material Didático – EaD 
Equipe editorial: 
Fernanda Pereira de Castro - CRB-8/10395 
Isis Gabriel Alves 
Laura Lemmi Di Natale 
Pedro Ken-Iti Torres Omuro 
Prof. Dr. Renato de Araújo Cruz – Editor Responsável 
Apoio técnico: 
Alexandre Meanda Neves 
Anderson Francisco de Oliveira 
Gustavo Batista Bardusco 
Matheus Eduardo Souza Pedroso 
Vinícius Capela de Souza 
 
Revisão: Flávia Cristina Carrara 
 
Diagramação: Lianna Cavalcante Ribeiro 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ÍCONES são elementos gráficos utilizados para ampliar as formas de linguagem 
e facilitar a organização e a leitura hipertextual. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SOBRE O AUTOR 
João Paulo Araújo Lessa. Psicólogo (2013). Mestre e doutorando do Programa de Pós-Graduação 
Stricto Sensu em Psicologia da Universidade São Francisco — Campinas, área de concentração em 
Avaliação Psicológica. Foi responsável técnico da Momento Ser Psicologia de 2013 a 2017 e 
psicólogo perito do Tribunal de Justiça de Alagoas entre 2015 e 2017. Atualmente é consultor 
acadêmico e pesquisador assistente do EduLab21 (Laboratório para Ciências da Educação do 
Século 21) do Instituto Ayrton Senna e professor do Centro Universitário Amparense. Professor 
convidado em pós-graduação em diferentes instituições no país. Tem participado de eventos 
científicos nacionais e internacionais, com apresentação de trabalhos e mesas redondas com ênfase 
em Psicometria, Psicologia aplicada à Gestão e Educação, Personalidade, Psicologia Positiva, 
Fundamentos e Medidas em Psicologia, Intervenções Psicológicas, Testes de Autorrelato e Métodos 
Projetivos. Publicações e objetos de estudos têm seguido essas mesmas áreas. Membro da 
Associação Brasileira de Psicologia Positiva (ABP+), do Instituto Brasileiro de Avaliação Psicológica 
(IBAP) e da Comissão Internacional de Testagem e Avaliação Psicológica e Educacional (ITC). 
 
SOBRE A DISCIPLINA: 
A presente disciplina busca instigar os principais tópicos presentes na área da Psicologia Escolar, 
de forma a capacitar o aluno na compreensão do papel profissional que é esperado pelo profissional 
atuante da área. Certamente, a área educacional é uma das mais abrangentes da Psicologia e requer 
um trabalho em conjunto com diversos profissionais das mais diferentes áreas, no intuito de 
aprofundar o conhecimento e aprimorar o debate na educação. Assim, espera-se que ao final da 
disciplina seja possibilitado aos/às alunos(as) dialogar com as diversas práxis que norteiam a prática 
da Psicologia Escolar e Educacional. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
UNIDADE II......................................................................................................05 
 
3º Sobre o fracasso escolar e a Psicologia Escolar: A crítica e a 
contribuição de Maria Helena Souza Patto...........................................05 
4º O compromisso e a prática no contexto educacional......................14 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
 
 
UNIDADE II 
CAPÍTULO 3 - SOBRE O FRACASSO ESCOLAR E A PSICOLOGIA 
ESCOLAR: A CRÍTICA E A CONTRIBUIÇÃO DE MARIA HELENA 
SOUZA PATTO 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 
✓ A condição histórica da Psicologia na educação e sua relação com o fracasso escolar; 
✓ A crítica do modelo clínico da Psicologia na escola 
✓ A contribuição da Profa. Dra. Maria Helena Souza Patto 
Introdução: 
A relação da Psicologia com a educação é tão antiga quanto a própria história. Filósofos da 
Antiguidade, como Platão e Aristóteles, para citar os mais famosos, são marcados por sua 
contribuição ao desenvolvimento de um pensamento que pudesse realizar uma educação mais 
crítica quanto à sociedade, ao mesmo tempo em que buscavam compreender como as diferenças 
individuais poderiam contemplar o processo de ensino e fazer com que as pessoas pudessem ter 
melhores condições de aprendizagem. Diferentemente da educação ou da Filosofia, contudo, a 
Psicologia é uma ciência relativamente nova, que apenas começou a ganhar forma no final do século 
XIX, com Wilhelm Wundt, em seu laboratório de Psicologia Experimental e Comparada, em Leipzig. 
Devido a isso, percebeu-se que muitas das práticas já existentes em diversas áreas, em 
especial na educação, estariam mais relacionadas ao campo da Psicologia, pois como uma ciência 
que surgia para explicar o comportamento humano, e as primeiras tentativas se davam no campo da 
preparação e seleção das pessoas mais bem desenvolvidas para ocupar certos lugares e atividades 
(seja numa perspectiva da Psicologia Industrial ou na seleção de pessoas para ocupar cargos no 
Exército para guerras e combates), a Psicologia poderia contribuir na educação ao conseguir 
selecionar os melhores alunos para ficarem juntos em uma mesma sala de aula, bem como buscar 
avaliar e tratar aqueles que não conseguiam se desenvolver plenamente — por esse 
desenvolvimento “pleno” entenda-se de acordo com o esperado para suprir as necessidades 
escolares impostas por uma determinada instituição. 
Assim, apenas no século XX uma leitura crítica acerca da prática da Psicologia possibilitou 
repensar todo esse fazer científico, social e político, em especial na Psicologia Escolar. 
3.1 Fracasso escolar 
Lembre-se de que o ser humano está em um processo de contínuo desenvolvimento e aprendizado; 
independentemente dos aspectos relacionados à carreira, vida pessoal ou escolar, os erros devem 
ser considerados fenômenos naturais. No entanto, quem detém o poder dentro e fora do 
estabelecimento escolar, ou seja, da instituição escolar, detém também o poder de avaliação dos 
erros, principalmente os erros cometidos nos trabalhos escolares, que são publicamente expostos e 
 
6 
 
 
 
considerados como inaceitáveis. Pessoas que cometem erros são simbolicamente excluídas da 
escola e, muitas vezes, privadas do direito de usufruir de objetos culturais e materiais produzidos por 
humanos. Normalmente, esse erro está relacionado a alunos considerados de baixa participação, 
falta de concentração, abnegação e preguiça, sendo essas características gradativamente 
absorvidas por eles. Com isso, consolidamos a prática da correção autoritária, estimulando a 
rejeição, o fracasso e a insuficiente capacidade de aprendizagem, o que repercute na autoestima do 
aluno. Essa forma de incompreensão gerou sobremaneira a rejeição e o isolamento da escola, pois 
o aluno fugia das normas estabelecidas pela instituição (PINTO, 1999). 
Teixeira e Nunes (2008) apontam que os erros nem sempre indicam falta de conhecimento 
ou domínio de certas informações. Para o autor, o erro pode se configurar como um poderoso sinal 
para que o aluno rastreie sua trajetória na tentativa de sanar suas dúvidas e avançar no aprendizado 
e no desenvolvimento. Nas palavras das autoras, o erro seria um sinalizador da aprendizagem e do 
movimento vivenciado pelos alunos durante esse processo, podendo, daí, iniciar as aprendizagens 
já realizadas, os saberes consolidados e, também, construir novos saberes, tendo o espaço da sala 
de aula como lócus privilegiado para intervenções e mediações pedagógicas. (TEIXEIRA; NUNES, 
2008, p. 78) 
Dessa forma, os erros podem revelar aspectos relevantes do ensino. É necessário, no 
entanto, reexaminar as obras dos alunos para compreendê-los, não apenas para julgar sua 
incompetência. Perrenoud (2010) apontou quenão há necessidade de lidar com os erros, mas uma 
vez compreendidos os erros passíveis de superação, eles devem ser apontados novamente. 
Mas não era assim que se entendiam os erros e o processo de ensino–aprendizagem até 
meados de 1980 no Brasil. Inicialmente, a Psicologia ajuda a construir uma lógica que entende as 
dificuldades dos alunos como coisas biológicas ou que podem ser explicadas como pobreza, 
desnutrição e “desestruturação familiar”, dentre outros motivos. De modo geral, os professores têm 
pouco ou nenhum entendimento da relação entre ensino e aprendizagem, deixam de avaliar seus 
próprios resultados práticos e acusam alunos, famílias ou qualquer coisa fora de seu ambiente 
escolar ou próprio (PATTO, 1997). Por volta da década de 1930, o início da prática da psicologia 
relacionava-se à psicologia clínica e, por se originar do cuidado a crianças com problemas de 
aprendizagem, é propícia para o enraizamento da Psicologia na realidade da educação (PROENÇA, 
2000). 
A característica da Psicologia na educação, até então, era da “psicologia” dos problemas 
educacionais, permitindo a prática individualizada com o objetivo de “ajustamento”. O objetivo era 
enfatizar os conceitos da biomedicina e da biologia no processo de ensino e propor soluções 
puramente medicamentosas para resolver os problemas. As crianças tinham dificuldade em ir à 
escola. No entanto, principalmente a partir da década de 1980, muitas críticas foram feitas ao 
trabalho clínico dos psicólogos nas escolas (GOULART, 1997; PATTO, 1997). 
3.2 Contribuições da Profa. Dra. Maria Helena Souza Patto a partir da sua crítica 
Patto (1997) estudou as raízes históricas do fracasso escolar e apontou como a explicação do 
fracasso escolar está diretamente relacionada à compreensão capitalista da realidade e como esse 
discurso retém o domínio das famílias mais pobres. Lança luz sobre as questões políticas envolvidas 
na resolução de problemas escolares, nas quais o interesse e a manipulação da classe dominante 
 
7 
 
 
 
são evidentes. Nos primórdios do ensino público, a relação entre as altas taxas de reprovação e as 
taxas de evasão levou Maria Helena Souza Patto a avaliar a produção profissional desde o início do 
século 18 até a publicação de seu livro. O objetivo desse resgate é estabelecer um quadro de 
referência (histórico e social) para refletir a natureza das noções prevalecentes sobre o fracasso 
acadêmico social de classe naquela época. 
Esse caminho possibilita compreender a sociedade industrial capitalista, o advento do 
sistema nacional de ensino e as ciências humanas, com ênfase na Psicologia. Essa trajetória nos 
permite expor a hegemonia do liberalismo e a ascensão da burguesia, pois existem discursos de 
crenças sobre a possibilidade de uma sociedade igualitária e democrática. As escolas são 
consideradas ferramentas de promoção e prestígio social. Nessas circunstâncias, o uso de métodos 
de produção capitalistas para explicar a desigualdade social tornou-se o foco da Sociologia e da 
Psicologia. Nas palavras de Patto (1997), os novos alunos de pedagogia e psicologia científica vêm 
com espírito de liberalismo, em que, desde o início, eles se propuseram a identificar e promover os 
mais talentosos, independentemente de sua raça e sociedade. Isso é muito difícil, porque a escola 
mantém a seletividade social. É preciso, no entanto, destacar que, embora esses ideais sejam 
deliberadamente subvertidos, esse tipo de ciência está repleto das mesmas ideologias que 
fortalecem os ideais franceses. 
Ao investigar as dificuldades de aprendizagem na escola, a psicologia é fortemente 
influenciada pelo conceito de organicismo da competência humana (cheio de elitismo e suposições 
racistas) e pelo conceito de considerar as influências ambientais. Desse modo, expõe os motivos do 
fracasso escolar carregados de ambiguidades, sendo esse discurso a base da teoria da falta de 
cultura e do fracasso escolar nos países capitalistas ao longo do século XX (PATTO, 1997). Ao 
analisar ideologicamente essa teoria, o autora elencou três motivos para as dificuldades de 
aprendizagem das crianças de classe baixa, a saber: as condições de vida das crianças, a falta de 
capacidade para trabalhar com esses alunos na escola pública e a estatura do professor, que 
evidenciam a falta de sensibilidade e conhecimento da realidade devido ao distanciamento cultural 
entre os alunos. Infelizmente, a escola adotou essas teorias e pregou o discurso da educação igual. 
A responsabilidade pelo fracasso escolar, no entanto, passa a ser atribuída aos alunos ou às suas 
próprias deficiências no sistema ou a fatores externos (PATTO, 1997). 
Patto (1997) apontou que é necessário questionar o fato de o fracasso ser culpa dos alunos 
ou de suas famílias e despertar nossa atenção: na ocorrência do fracasso escolar, a proporção dos 
determinantes institucionais e sociais é maior do que a da emoção, da organização e da sociedade. 
Maior. Portanto, devido aos pontos de vista neurológicos, falta de cultura e dificuldades de 
aprendizagem, o sistema nervoso é destruído. Lahire (1997) opôs-se a fazer um discurso sobre os 
motivos que podem levar ao fracasso escolar e realizou um estudo que analisou diferentes estruturas 
familiares e fatores que podem estar diretamente relacionados ao problema. A autora relata casos 
de sucesso, a saber, crianças que vivem em um ambiente com habilidades intelectuais insuficientes 
devido à pobreza e insucessos de crianças que vivem em um ambiente considerado favorável ao 
seu desenvolvimento e aprendizagem. Com base nos resultados inusitados encontrados em sua 
pesquisa, o autor apresenta um argumento contrário à única causa do fracasso escolar: 
De certo modo, essas diferentes hipóteses procuram centrar a interpretação das 
situações improváveis de “êxito” sobre um fator explicativo dominante, sobre um 
primum móbile, enquanto as configurações familiares efetivas deixam claras 
combinações sempre específicas de certos traços pertinentes. (…) Esses diferentes 
 
8 
 
 
 
modelos implícitos ou explícitos de “sucesso” (que cada pesquisador, segundo sua 
própria trajetória social, tem tendência a universalizar) tendem a fazer esquecer que 
as combinações entre as dimensões moral, econômica, política e religiosa podem ser 
múltiplas e que os graus de “êxito” comparáveis sob o ângulo dos desempenhos e 
dos resultados podem esconder, às vezes, estilos de sucesso diferentes (LAHIRE, 
1997). 
Posto isso, Patto disse que para não fugir aos equívocos relacionados com o conceito de 
fracasso escolar, especialmente os relacionados com a pobreza, é necessário reconsiderar a 
problemática desse método, pois a produção científica na área apresenta dificuldades e impasses 
metodológicos. O referencial teórico metodológico utilizado baseia-se nas ideias da pensadora 
marxista húngara Agnes Heller, que em sua reflexão enfatizou questões pessoais e discutiu suas 
atividades de sobrevivência. O indivíduo e seu cotidiano são o ponto de partida para analisar sua 
interação, perceber sua alienação e superar essa situação. 
A pesquisa de Maria Helena Souza Patto sobre o fracasso escolar, sua impressão do local 
de estudo, o impacto teórico desse fenômeno, distorções na literatura, condições históricas e 
desenvolvimento estão registrados sob uma perspectiva do impacto na educação ao longo dos anos. 
A autora promove um avanço na análise de causa histórica em como a escola falhou. Enraizado 
nisso, apresenta vários fatores ocultos na teoria há muitos anos e considera o fracasso da escola um 
produto histórico e social (PATTO, 1997). 
Percebe-se que o conhecimento construído para a prática do psicólogo educacional está 
alicerçado nas relações sociais fora e dentro da escola, o que possibilita a inserção dos indivíduos 
nessa situação, não só os alunos, mas também outros educadores, tais como pais/responsáveis 
legais, administradores escolares e outros cidadãos,como pessoas ativas. Isso faz com que o papel 
do psicólogo busque compreender a raiz da problematização em relação à defasagem do processo 
ensino–aprendizagem, construindo pontes com outros saberes da Psicologia, assim como de 
distintas áreas, como a Pedagogia, Filosofia, Sociologia, dentre outras. É papel fundamental do 
psicólogo educacional buscar prover o debate, numa perspectiva crítica, dentre todos os envolvidos 
nesse processo (MEIRA, 2003; PATTO, 1997). 
O pensamento proposto constitui um esboço de alguns desdobramentos possíveis nas 
pesquisas sobre o tema, constituindo-se em apontamentos históricos e sociais reproduzidos no 
ambiente escolar há décadas. Uma delas está mais especificamente relacionada à explicação do 
fracasso escolar, que está relacionada às condições sociais e culturais da disciplina em 
desenvolvimento; e a outra está relacionada a erros no cotidiano da escola e geralmente é entendida 
apenas como aluno com sinais de fracasso. Questões relacionadas ao desafio de compreender o 
fracasso escolar precisam ser discutidas coletivamente nas instituições de ensino e órgãos 
governamentais sobre o tema para aprofundar ainda mais a discussão, apontar a possibilidade de 
superação e organização das ações, de forma que seja possível representar e estabelecer o sucesso 
no campo da educação. Nessa análise, o fracasso escolar é entendido como um fenômeno que 
expressa a complexidade da sociedade atual e é causado por múltiplas decisões. 
Esses apontamentos são alguns de muitos que permeiam o processo educacional e 
nos fazem, enquanto pesquisadores, repensar tais concepções de maneira crítica 
com vistas a contribuir para a construção de um novo conhecimento acerca do que 
já está posto. Nesse sentido, é possível pensar na escola enquanto espaço de 
reflexão acerca dos problemas educacionais almejando, então, o rompimento de 
práticas cristalizadoras que rotulam e estigmatizam as crianças pobres. Posto isso, 
 
9 
 
 
 
devemos caminhar no sentido de superar as concepções que culpabilizam e/ou 
patologizam os alunos isoladamente pelo seu fracasso sem considerar o contexto 
social, político e econômico no qual estão inseridos, passando a olhar com mais 
atenção para seu cotidiano e as interações que esses sujeitos estabelecem com seus 
pares (JESUS, 2015, p. 24–25). 
Refletir sobre os erros da escola na sociedade contemporânea é repensar os rumos das 
pessoas no mundo, reconfigurar o tempo e o espaço de aprender e ensinar e remodelar a cultura 
pessoal e profissional. Tendo em vista esses objetivos, aumentar a resiliência no ambiente escolar é 
essencial para superar as adversidades que os alunos cometem aos erros escolares, construindo 
atitudes sociais positivas e vínculos comportamentais, reafirmando valores e os evitando, ou seja, o 
isolamento social acarreta outros problemas graves. Problemas como violência e discriminação. Se 
os professores compreenderem a importância de se desenvolver estratégias e mecanismos que 
aumentem a capacidade dos alunos de lidar com as dificuldades, o ambiente escolar pode ser 
flexível. 
Considerações finais 
Maria Helena Souza Patto discutiu como reproduzir teorias e/ou ideias europeias ao descrever as 
características do assunto, ganhando espaço entre os escritores brasileiros, mais para naturalizar a 
desigualdade social do que para esclarecer o fracasso das escolas. A teoria da raça é uma das 
ideologias compatível com o ambiente de conhecimento do país. É a teoria da raça em que a 
desigualdade social se justifica com base nas condições raciais. Durante décadas, sem uma 
consciência pública real, os objetivos sociais e econômicos dessa escola brasileira foram claros: 
como um mecanismo seletivo inicial pode tornar a ideologia do elitismo individual legal na sociedade. 
A experiência escolar, portanto, confere aos poucos que obtiveram essa oportunidade uma honra 
social, e essa honra geralmente se transforma em privilégio econômico. À medida que o escopo de 
seus serviços se expandia para quase toda a população, sua capacidade de diferenciar os serviços 
e seu "significado" (na verdade, "fim", porque as pessoas o viam mais como um "meio" para atingir 
um fim) desapareceram. 
A democratização de seus direitos de acesso pode significar a ampliação da experiência 
simbólica potencialmente rica, levando à manutenção de um "meio" para o qual já não existe um 
"propósito" claro. Se não entendermos mais o "propósito" da aprendizagem escolar, não seremos 
capazes de dar "sentido" à experiência escolar. Vislumbre um tipo de política, cultura e significado 
formativo. É essa escola que rompeu com seu papel político, com seus costumes culturais e os pais 
e alunos que mais precisam dela, desta dignidade, não conseguem obtê-la, como encontramos nas 
páginas da obra da Profa. Dra. Maria Helena de Souza Patto. No entanto, ao mesmo tempo, 
descobrimos que todos os esforços dos alunos em um ambiente que realmente não se preocupa 
com eles não são engolidos pela popularização, pela regulamentação dos procedimentos 
disciplinares e restringidos pela máquina estatal que nada tem a ver com compromissos públicos 
para que se provem as suas existências. 
 
 
10 
 
 
 
 
Desde os tempos antigos, os conceitos psicológicos tornaram-se preocupações humanas. A Filosofia é a 
primeira forma de pensamento racional, ou seja, quando uma pessoa tem uma atitude filosófica de se 
perguntar, ela pergunta o que pensa e pergunta como o conhecimento é dado. Portanto, naquela época, 
nasceu o que chamamos de pensamento psicológico. Antes, na chamada sociedade primitiva, o que existia 
era a forma de pensamento mitológico, que se estabelecia por meio de crenças, portanto a origem do homem 
e do mundo era compreendida por meio de forças sobrenaturais e amparada pela revelação não racional. Não 
podemos, contudo, ignorar os seguintes fatos: a Psicologia é uma ciência e profissão, portanto a Psicologia 
Escolar e Educacional como campo de investigação/conhecimento e atuação psicológica nasceu e se 
desenvolveu num determinado momento histórico e social: a criação e consolidação do capitalismo. Ainda, de 
acordo com Patto (2015), a Psicologia é uma ciência que atende à burguesia. 
 
Para Patto (2015), a Psicologia da segunda metade do século XIX, quando surgiu a indústria, garantiu o seu 
estatuto de ciência europeia, tendo-se constituído a partir do enfrentamento das necessidades de “selecionar, 
orientar, adaptar e racionalizar, visando, em última instância, a um aumento da produtividade” (p. 87). Isso 
acontece principalmente na Psicologia do Trabalho e na Psicologia Escolar, esta última relacionada à origem 
da Psicologia Científica. Em outras palavras, a Psicologia Escolar passou a adotar a mesma lógica, visando a 
aumentar a produtividade do trabalhador na produção industrial em contexto educacional. Da mesma forma, 
visa a aumentar a eficiência e aumentar o rendimento escolar. Desse modo, "a Psicologia traz a marca das 
necessidades: a Psicologia que fornece conceitos ‘científicos’ e instrumentos de mensuração que garantem 
que os indivíduos se adaptem à nova ordem social” (Patto, 2015, p.96). 
 
Dessa forma, a lição maior que a Profa. Maria Helena de Souza Patto deixa é que a Psicologia Escolar assume 
um compromisso crítico com a sociedade, em que seu principal objetivo não é apenas o indivíduo ou o processo 
educacional, mas sim realizar, por meio de todas as possibilidades possíveis e existentes, um encontro entre 
o sujeito humano, ator de sua historicidade e obra, com a educação, que deve ser libertadora e crítica.
 
 
 
 
As necessidades de gerar alunos que reproduzam o discurso capitalista levou a um sistema educacional que 
prioriza o conteúdo lógico, reducionista, àquele que leva a geração de um sujeito livre, crítico e ator de sua 
própria história. 
 
 
 
 
Pensar o insucesso escolar como produzido unicamente pelo sujeito ou como sendo consequência do contexto 
sociocultural em que ele seinsere, atribuindo-lhe, acriticamente, a responsabilidade em relação a um fenômeno 
psicossocial de natureza complexa (fracasso escolar), significa subverter a ordem das coisas, recorrendo a 
subterfúgios ideológicos e reducionistas para legitimar as desigualdades no âmbito social. 
 
 
 
11 
 
 
 
 
 
Desde 1980, repensar a Psicologia Escolar tem sido um desafio para a Psicologia, seja na produção científica, 
seja na atuação profissional e até mesmo na busca de inserção desse campo na Educação. 
 
 
 
 
De que maneira o fracasso escolar é encarado por educadores, familiares e alunos? 
 
 
 
 
Este artigo retrata um pouco sobre a vida e obra na Psicologia da Professora Maria Helena de Souza Patto. 
https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/mnemosine/article/download/41570/pdf_251 
 
 
 
 
Com relação às atividades da Psicologia, no início do século XX, o que marcava sua atuação na área escolar? 
 
a) Utilizavam-se de vasto conhecimento técnico para permitir que alunos, pais e educadores fossem 
integrados nos processos educacionais. 
b) Tinham uma função clínica, para identificar alunos com dificuldades de aprendizagem. 
c) Buscavam potencializar o rendimento dos alunos sem esquecer sua história de vida 
d) Relacionavam-se com estudos da área de Filosofia, Sociologia, Antropologia e demais áreas correlatas 
para compreender o processo ensino–aprendizagem. 
e) Buscavam selecionar apenas os alunos ruins para retirá-los da escola. 
 
Resposta correta: B 
 
 
 
 
 
12 
 
 
 
 
 
De que maneira a crítica da Profa. Maria Helena Souza Patto contribuiu para a Psicologia Escolar? 
 
 
 
 
De que forma os estudos nas áreas de Sociologia, Filosofia, Pedagogia e áreas correlatas contribuíram para o 
desenvolvimento da Psicologia Educacional? 
 
a) Não contribuíram, pois o foco da Psicologia Educacional continua sendo diagnosticar alunos com 
dificuldades de aprendizagem. 
b) Tiveram pouca contribuição, pois os objetos de estudo são distintos. 
c) Mesmo com objetos e foco de estudos distintos, a Psicologia Educacional buscou integrar esses 
conhecimentos, mas isso tem sido motivo de muito debate e controvérsias pela condição 
epistemológica dessas ciências. 
d) Essas áreas contribuíram para o desenvolvimento atual da perspectiva na Psicologia Educacional, pois 
ajudam a compreender o aluno em todo seu processo interativo e relacional. 
e) Desenvolveram métodos de pesquisas distintos que, posteriormente, foram justapostos na Psicologia. 
 
 
 
 
O livro A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia, escrito pela psicóloga e doutora em 
Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP), Maria Helena Souza 
Patto, reeditado (4ª edição revista e ampliada) pela Editora Intermeios, foi lançado pela primeira vez em 1990. 
A obra produziu grande impacto nas discussões sobre o tema, suscitando interesse e servindo de referência 
para pesquisadores em educação, psicólogos escolares, professores e diretores, dentre outros. Na presente 
obra, Patto desenvolve reflexões conceituais importantes que nos ajudam a compreender o fracasso escolar 
sob outra perspectiva. (disponível em http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rnufen/v11n1/a16.pdf). 
 
 
 
 
As pesquisas e publicações da autora referem-se ao chamado “fracasso escolar” das crianças pertencentes 
aos segmentos mais explorados das classes populares brasileiras e a situação atual do sistema escolar 
fundamental e médio brasileiro. Essa linha de investigação gerou a necessidade de incursão em áreas do 
conhecimento, como a Filosofia, a História do Ocidente e a História da Educação na modernidade e na 
contemporaneidade, em geral, e no Brasil, em particular. A epistemologia das Ciências Humanas e a história 
 
13 
 
 
 
social das ideias sobre o povo e sobre as diferenças sociais nas sociedades em que predomina o modo 
capitalista de produção; a história da Psicologia, em geral, e das explicações oficiais para os altos índices de 
reprovação e evasão escolar presentes entre essas crianças, em particular, reflexão que converge para a 
investigação mais aprofundada de duas questões fundamentais ao entendimento dessa questão: o preconceito 
racial e social e seu papel econômico, social e político; a relação entre Ciência e Ideologia. (disponível em: 
http://www.ip.usp.br/site/maria-helena-de-souza-patto/). 
 
 
 
 
Jesus, T. D. S. (2015). A produção do fracasso escolar: Apontamentos acerca do erro e resiliência no 
contexto educacional. Anais da Semana de Educação da Universidade Estadual de Londrina. Disponível em 
http://www.uel.br/eventos/semanadaeducacao/pages/anais/2015.php 
 
Meira, M. E. M. (2003). Construindo uma concepção crítica de Psicologia Escolar: Contribuições da 
Pedagogia Histórico-Crítica e da Psicologia Sócio-Histórica. In: Meira, M.; Antunes, M. A. M. (Orgs.) Psicologia 
escolar: teorias críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo 
 
Patto, M. H. S. (1997). Introdução à psicologia escolar (3a ed.). São Paulo: Casa do Psicólogo 
 
Patto, M. H. S. (2015). A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia (4ª ed.). São 
Paulo: Casa do Psicólogo. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
 
UNIDADE II 
CAPÍTULO 4 – O COMPROMISSO E A PRÁTICA NO CONTEXTO 
EDUCACIONAL 
No término deste capítulo, você deverá saber: 
 
✓ A concepção de como a prática em Psicologia Escolar é concebida pelas entidades 
profissionais e científicas; 
✓ A relação teórica e crítica do compromisso da Psicologia com a sociedade, em especial no 
contexto educacional e escolar; 
✓ A práxis psicológica em ambiente escolar. 
 
Introdução 
Os capítulos anteriores trataram sobre alguns pontos cruciais para o fazer psicológico em contexto 
escolar. Inicialmente, versou-se sobre o que caracteriza a Psicologia Escolar e seus aspectos 
históricos e metodológicos, perpassando sobre as diferenciações desta área da Psicologia em 
detrimento das outras especialidades. Ainda, mesmo que de maneira breve, as atribuições da 
psicóloga escolar foram apresentadas no primeiro capítulo – atribuições que foram construídas ao 
longo dos últimos anos. A partir do Capítulo 2, nomes de interesse e contribuição para a educação, 
bem como para a Psicologia, foram trazidos e apresentados no material, como o patrono da 
educação brasileira Paulo Freire e o psicólogo Dante Moreira Leite, na sua análise da literatura 
infantil para compreender como discursos de hegemonia da elite, perpassando situações de racismo 
e manutenção do status quo, influenciam na percepção do papel social na educação. Em seguida, 
no capítulo 3, as contribuições da crítica em Psicologia Escolar de Maria Helena Souza Patto 
nortearam a discussão sobre qual papel a Psicologia desenvolvia na educação e no contexto 
educacional no Brasil, a partir de modelos importados da Europa, e como era necessário repensar a 
produção intelectual e a prática profissional no contexto brasileiro. Desta forma, o presente capítulo 
buscará fazer a releitura dos pontos trabalhados no Capítulo 1, detalhando como a contribuição 
destes nomes enfatizaram a concepção da Psicologia Escolar que temos hoje – em seus 
fundamentos epistemológicos, embasamento teórico e direcionamentos para uma práxis 
compromissada com a realidade nacional. 
 
4.1 Do século XIX aos questionamentos atuais: Qual o compromisso da Psicologia 
Escolar? 
É um verdadeiro desafio analisar as várias possibilidades que uma determinada associação científica 
ou profissional pode expressar o seu compromisso com a realidade social. Ao se ter como exemplo 
a Psicologia Escolar e os psicólogos que atuam em ambientes educacionais, o compromisso deles 
com a educação brasileira pode ser visto de diferentes maneiras, ainda que seu direcionamento seja 
com o compromisso do psicólogo com a melhoria da qualidade da educação no país, com a 
 
15 
 
 
 
transformação do processo educacional e a implementação das mudanças necessárias. Mas por que 
falarem “compromisso”? 
Analise a entrada da Psicologia no contexto educacional, inicialmente. No início do século 
XX, com o rápido desenvolvimento da psicologia, as pesquisas de Freud em psicanálise mudaram a 
visão sobre a origem das diferenças interpessoais. No processo de elaboração desta teoria , 
considera-se a relação entre o indivíduo e o grupo familiar como determinantes da personalidade, 
relação esta que se forma durante todo o processo de desenvolvimento e, a seguir, explora como a 
pessoa se posiciona no mundo, dando forças para uma concepção inatista das capacidades do aluno 
e que, para o seu desenvolvimento, esta compreensão seria necessária para saber o que esperar 
dele e de que maneira projetos pedagógicos poderiam ser construídos (LIMA, 2005). 
É importante salientar que, no Brasil, mesmo com a adoção da teoria psicanalítica 
como base teórica para explicação dos problemas de aprendizagem, muitos foram 
os estudos que continuaram utilizando os parâmetros de normalidade para classificar 
as crianças. O que temos de novo é que as crianças anteriormente classificadas 
como anormais são, a partir de agora, denominadas crianças problema (...) o 
neurologista americano Strauss, em 1918, “lança a hipótese de que os distúrbios de 
comportamento (...) e os de aprendizagem poderiam ser consequentes de uma lesão 
cerebral mínima”. Teoria que só se legitimou efetivamente a partir da década de 60 
do séc. XX e que, até hoje, além de influenciar as práticas psicológicas e 
educacionais que pretendem classificar crianças como normais e anormais, continua 
dando margens a pesquisas. (LIMA, 2005, p. 20). 
Desta forma, as primeiras atuações no campo da educação para profissionais da Psicologia 
estavam voltadas para uma mera reprodução de colocação de alunos com e sem capacidades em 
grupos e/ou turmas que poderiam ir mais adiante ou ficar em um platô. Como visto nos capítulos 2 e 
3, isto alimentava os interesses da hegemonia elitista que buscava uma mão de obra não qualificada 
e, para isto, era necessário deixar que alunos mais desfavorecidos não avançassem em sua 
educação (PATTO, 1997). 
São as argumentações de Paulo Freire sobre o fazer pedagógico da liberdade, do opressor, 
contra uma educação bancária, que começam a trazer uma reflexão sobre a necessidade de se 
repensar os currículos pedagógicos, e o papel dos educadores – de forma que os psicólogos não 
pudessem ser marginalizados desta discussão, ainda que o imaginário social sobre esta atuação 
estivesse repleta de uma condição medicalizante e de “ajustar os desajustados”. Com isso, os 
estudos de Dante Moreira Leite e Maria Helena Souza Patto trazem a crítica para uma questão que 
ainda perdura: qual o compromisso da Psicologia? E por que o compromisso é social, e não com a 
própria Psicologia (MARTINEZ, 2009)? 
(...) o compromisso dos psicólogos com as necessárias transformações da educação 
passa necessariamente pela reflexão aprofundada sobre a própria prática científico-
profissional e pela contínua transformação desta visando sua atualização e 
adequação às demandas que a concretização de processos educativos mais sólidos 
e efetivos lhe impõem. No país se apreciam mudanças graduais na atuação dos 
psicólogos vinculados ao sistema educativo as que têm sido influídas pelo debate 
crítico iniciado na década de oitenta em relação às formas de atuação orientadas por 
um modelo clinico – terapêutico que não corresponde às demandas que a realidade 
social coloca à Psicologia, assim como pela crescente sensibilização dos psicólogos 
com as transformações sociais que o país demanda. (MARTINEZ, 2009) 
 
16 
 
 
 
Em suma, as discussões acerca do compromisso da Psicologia não se enquadram em um 
aspecto meramente prático-científico, mas no campo ideológico-político, para que as transformações 
necessárias ocorram com os agentes, educadores, alunos em detrimento a uma sociedade que 
necessita avançar – e para isto, precisa conhecer suas fraquezas, sua história e sua formação social 
e cultural. 
 
4.2 A homogeneidade da educação apesar da sua característica plural 
Na década de 1990, com as profundas mudanças nos campos econômico, social, cultural e do 
sistema político e a natureza das relações entre esses diferentes campos, a América Latina deu início 
às reformas educacionais. Não visavam apenas expandir o escopo do ensino, mas também 
objetivavam adaptarem-se à educação pública. Em quase todos os países, essas reformas são, em 
grande parte, o resultado de um processo de incentivo externo, consistente com as políticas das 
instituições internacionais de crédito na região. A necessidade de reforma se justifica com a 
publicação de estudo que destaca os sucessos e deficiências do sistema educacional, pois no âmbito 
da nova ordem, a reorganização do setor produtivo e do sistema que muda a estrutura do Estado e 
das relações sociais transformaram o mundo. 
O diagnóstico e as mudanças propostas para a educação na América Latina no 
período foram elaborados a partir das necessidades de reformulação do caráter 
regulador do Estado e da forte crítica às funções dos Estados nacionais de modelo 
keynesiano, no marco de um novo estágio do capitalismo. Passados dez anos da 
implementação da reforma, as pesquisas efetuadas pelos especialistas nos 
diferentes países mostram o fracasso das promessas que seus ideólogos fizeram à 
sociedade. Também fica claro, nesses estudos, que a uniformidade das políticas de 
educação, em escala global, está vinculada ao crescente peso das agências 
internacionais e da liderança do Banco Mundial no desenho e na execução da 
reforma educacional nos países em desenvolvimento (LIMA, 2005, p. 20). 
A implementação das reformas educacionais na América Latina permitiu o desenvolvimento 
de conhecimentos relevantes e importantes, que são utilizados especificamente para entender a 
situação atual da educação na região. Essas análises mostram que na década de 1990, por meio da 
política de descentralização, a relação entre o Estado e a sociedade substituiu seu papel de provedor 
direto de bens e serviços e o controle centralizado de uma série de atividades sociais, por função. 
Coordenação e leis e regulamentos, dos quais a educação é relevante. 
Com o estabelecimento de uma nova hegemonia, os países configuraram de forma específica 
o processo de reformas induzidas externamente, iniciado no início dos anos 1990, de acordo com os 
conflitos políticos nacionais, o que se refletiu nas novas normas da política educacional nos dez anos 
seguintes. Esses conflitos revelaram expectativas e interesses diversos no cenário nacional de 
mobilização da sociedade até o início dos anos 1990, quando, sob o domínio de algumas secretarias, 
constatou-se que a educação política decidiu centralizar-se no âmbito governamental, limitando sua 
negociação a certos setores nacionais e internacionais. 
Portanto, a multiescola é um projeto aberto, e a sua aposta moral será vivenciar a dinâmica 
da composição material das instituições ordinárias. O sistema pretende usar a democracia, a 
autonomia e apostar no valor da diferença como princípios materiais, nos quais será ministrada a 
formação. Quem souber utilizar o conhecimento adquirido passa a “ler” o mundo, a aceitar ativamente 
 
17 
 
 
 
as diferenças e a tratar com respeito diante da diversidade. Desenvolverá autonomia de pesquisa, 
se interessará pelos problemas que afligem nossa sociedade e seguirá se desenvolvendo cliente 
potencial. Saber desenvolver seus próprios projetos (empreendedores e cidadãos democráticos) é 
um desafio para a educação. 
 
4.3 Psicologia Escolar: campo do saber, estudos acadêmicos e os atendimentos 
A partir da década de 1980, foi realizada uma campanha de análise crítica da atuação do psicólogo 
escolar para que se pudesse considerar o processo de desenvolvimento das instituições escolares. 
O “problema de aprendizagem” é considerado um fenômeno complexo e constituído pela sociedade,e sua análise deve abranger aspectos históricos, econômicos, políticos e sociais. Nessa perspectiva, 
o ser humano é considerado uma espécie de existência, baseada no suporte biológico que o 
constitui, e com o passar do tempo, as relações sociais humanas participam da possibilidade de 
construção junto com outras pessoas. Assim, fora possível estabelecer um método para atender as 
necessidades deste sujeito, os alunos, em uma relação dialética (KRAWCZYK; VIEIRA, 2006). 
A educação, mais especificamente, a educação escolar é entendida como instância básica 
no processo de socialização dos saberes produzidos pelo ser humano. Portanto, a relação entre 
escola e sociedade deve ser um “pensamento contraditório”, ou seja, se o fato da educação é um 
comportamento político e social, então toda situação política e social determina que a educação seja 
realmente um fato. 
Segundo Ragonesi (1997), quebrar o padrão de comportamento clínico significa quebrar a 
separação entre as atividades de ensino, esta é a separação entre a responsabilidade do professor 
e o comportamento do aluno, e o comportamento do aluno é psicológico. Desta forma, poderá situar 
de forma mais completa o processo psicológico no processo de ensino, e a partir da reflexão da 
posição da psicologia na educação, para garantir a particularidade da nossa atuação, sem nos 
reduzirmos. 
O que se deve fazer agora é criar um espaço de reflexão para todos os grupos da escola, 
famílias e alunos, professores, educadores, funcionários e comunidade, considerando a realidade da 
escola como um todo, pesquisando temas relacionados aos participantes, estabelecendo parcerias 
com outros profissionais que tenha foco na educação. Sabe-se que não existe um manual para a 
psicologia crítica; Souza (2000) destacou que o momento de discussão é, e sempre será, o agora. A 
construção-desconstrução da teoria e da prática da Psicologia Escolar será contínua e dialética 
(KRAWCZYK; VIEIRA, 2006). 
Segundo Patto (1997), o papel do psicólogo escolar ainda é indefinido, e discussões 
aprofundadas levam a discussões sobre sua própria formação. Meira (2000) alertou que na formação 
do psicólogo escolar deve ser sempre questionada: Qual deve ser o compromisso político-moral dos 
psicólogos que se busca formar? Quanto aos lugares ocupados pelos psicólogos escolares, 
Ragonesi (1997) diz que “para os psicólogos, os melhores lugares são os lugares possíveis, seja 
dentro ou fora da instituição”. Mais importante ainda, ele necessita assumir que tem um compromisso 
teórico e prático com as questões escolares, então seu foco deve ser a educação. Na construção da 
psicologia que elege a educação como objeto de reflexão e ação, importantes subsídios teórico-
 
18 
 
 
 
práticos são necessários para possibilitar a consolidação de um sistema de conhecimento mais 
sólido, promovendo, assim, a compreensão do conhecimento no campo da psicologia. O processo 
de construção social pessoal permite que a educação estabeleça novas práticas de ensino (MEIRA, 
2003; PATTO, 1997; RAGONESI, 1997). 
Em relação à realidade do sistema educacional brasileiro, percebe-se que ainda há muito 
progresso para o profissional da psicologia incrementar na escola pública, e quase todas as crianças 
do país estão aprendendo. Devido à falta de políticas públicas para o ingresso do psicólogo na rede 
pública de ensino, observou-se um preparo insuficiente nos cursos de capacitação. O resultado 
dessas lacunas transforma as dificuldades em realidade, de forma que a psicologia escolar pode ser 
utilizada como uma ferramenta para promover o desenvolvimento de crianças e adolescentes 
(PENTEADO; GUZZO, 2010). Igualmente importante, destacou-se que a resposta neoliberal na 
educação, além de exacerbar a lacuna entre a educação pública e a privada, difunde a noção de que 
a igualdade de oportunidades e o esforço pessoal são adequados, algo que está longe da realidade 
brasileira. 
Essa ideologia pode promover uma competição muito acirrada entre os alunos, nos locais de 
atendimento e prática do psicólogo escolar, o que pode gerar posturas agressivas ou exageradas 
entre os alunos que precisam de atenção naquele contexto. É preciso chegar a um consenso de que 
o século XXI está ansioso para adotar intervenções. Essas intervenções não só auxiliam no uso do 
saber erudito, mas também o processo de ensino e aprendizagem está além do âmbito da 
racionalidade, podendo atingir o nível de educação emancipatória preconizado por Freire (1999). 
Nesse sentido, a experiência tecida e compartilhada constitui uma nova perspectiva de ação. 
 
Considerações finais 
Percebe-se que a trajetória da psicologia escolar está principalmente relacionada ao conceito 
reminiscente de classificação desde o início, que viveu uma crise de atuação e buscou uma 
representação da identidade do psicólogo escolar por meio das demandas sociais, o que se expressa 
um diagrama de metodologia teórica caracterizado pelas características culturais, econômicas e 
políticas específicas de cada época. 
Esse fato mostra que é necessário redefinir histórica e periodicamente as ações defendidas 
e as ações tomadas. O ambiente atual se configura como um novo momento na psicologia escolar. 
Após a fase mais grave da crise, novas opções de ação começaram a surgir, e o papel dos psicólogos 
escolares e clínicos foi compreendido de forma totalmente independente, ou seja, identidades 
específicas começaram a se consolidar. Buscando redefinir os conceitos e práticas de intervenção 
do psicólogo escolar, no sentido de prestar um serviço que não se dedique mais a compensar as 
dificuldades de aprendizagem, mas sim à reflexão, contribuindo para a transformação do espaço 
escolar em espaço educativo, em que valorizar as pessoas e responder perguntas podem amenizar 
o desconforto causados pelo estranhamento existente nas necessidades destes alunos. Entretanto, 
abre espaço a novos desafios e propõe a continuação da tessitura da história da psicologia escolar. 
A expansão do sistema de ensino na década de 1970 levou à expansão da escolaridade 
obrigatória e do ensino gratuito, o que causou grandes mudanças no ambiente escolar. O aumento 
 
19 
 
 
 
do número de alunos das mais diversas realidades sociais e culturais tem dificultado a adaptação do 
sistema às novas realidades, tanto em termos de infraestruturas escolares como de conceitos e 
métodos de aprendizagem que se adaptem à nova situação educacional. Portanto, a quantidade de 
alunos com dificuldades de aprendizagem tem aumentado para além da compreensão e intervenção 
pedagógica de professores que se adaptaram ao antigo ambiente. Diante dessa situação, as pessoas 
recorrem à psicologia e seu quadro clínico para auxiliar o sistema de ensino na compreensão das 
queixas escolares. Em virtude de uma dita neutralidade necessária da atuação profissional, os 
critérios de quantificação e classificação destas dificuldades estavam em linha com as 
recomendações dos positivistas amplamente utilizadas na época, de forma que estas atividades 
direcionadas aos psicólogos receberam respaldo científico. 
 
 
As discussões que cerceiam o compromisso da Psicologia não se enquadram em um aspecto meramente 
prático, científico, ainda que estes locais sejam de extrema importância e relevância para o desenvolvimento 
profissional emancipado. Neste sentido, atenta-se que as discussões sobre o fazer profissional estão também 
ligadas a outros campos, a saber, o campo ideológico e político. Isto acontece, pois são nesses locais em que 
existe possibilidades de ações para que as transformações necessárias ocorram com os agentes 
públicos/gestores, educadores, alunos, bem como a família, em detrimento a uma sociedade que necessita 
avançar – e para isto, precisa conhecer suas fraquezas, sua história e sua formação social e cultural. 
 
Esta situação gerou uma heterogeneidade nos sistemas educacionais, isto pôde ser observado, 
especialmente,na América Latina por volta dos anos 80, com ações acontecendo a partir dos anos 90, com 
reformulação dos currículos e diversificação dos cuidados acerca dos níveis educacionais. Esta transição foi 
caracterizada com muitas críticas, o que pode ser considerado normal, já que as práticas educacionais também 
estavam sendo criticadas como um todo – e, neste sentido, não fugiu à psicologia Escolar esta crítica ao 
repensar sobre seu fazer tanto prático quanto científico. 
 
A relação entre educação e psicologia é marcada por muitas trajetórias históricas polêmicas e sua base é muito 
diferente. Considerando que a psicologia nasceu e se desenvolveu em uma sociedade capitalista, por meio do 
conflito ideológico de paradigmas inconciliáveis, é importante buscar uma compreensão crítica de como essa 
relação afeta o cotidiano nos diferentes espaços. Portanto, ao longo da história, é necessário avaliar sua 
contribuição ou papel na interpretação de propostas e planos de intervenção em diferentes espaços sociais. 
 
Como resultado, a psicologia nasceu para atender às necessidades da sociedade em que nasceu, e para 
propor formas de escolher, adaptar, controlar e prever comportamentos que afetam a produtividade. Com esse 
conteúdo, a psicologia entrou na escola. Embora tenha havido algumas mudanças na relação entre psicologia 
e educação ao longo da história, a expectativa da escola em relação aos profissionais da psicologia é que eles 
resolvam os problemas das crianças que não estão aprendendo, motivadas e indisciplinadas. Assim, por não 
haver psicólogo na escola, as crianças com problemas são encaminhadas para a rede de saúde, que é 
baseada em profissionais que atuam na rede pública de saúde. 
 
 
 
“Hoje os psicólogos escolares e educacionais trabalham em múltiplos espaços 
educativos, nos quais realizam diversas e importantes tarefas: casas, abrigos, 
programas de educação comunitária, penitenciárias, meios de difusão massiva, 
 
20 
 
 
 
universidades, coorporativas, entre outros. No entanto, sua contribuição às 
mudanças requeridas na educação brasileira, se dá essencialmente, no seu trabalho 
compromissado no sistema educativo, o qual constitui o eixo central da estruturação 
da educação como prática social no país e um dos principais lócus onde os sérios 
problemas da educação brasileira são gerados.” (Martinez, 2009) 
 
 
 
A Psicologia Escolar é um campo de atuação em que o profissional necessita se utilizar de um conhecimento 
produzido no campo epistemológico/científico para embasar suas práticas. Já a Psicologia Educacional é o 
campo em que as discussões teóricas acontecem e tomam forma. Desta maneira, não se deve falar em 
Psicologia Escolar e Educacional como especialidades distintas, mas complementares. 
 
 
 
A compreensão entre a prática do profissional da Psicologia Escolar e a realidade da educação, bem como de 
todo o sistema educacional do país, faz com que se torne cada vez mais necessário a implementação de uma 
rede de profissionais, de diversas áreas do conhecimento, em um trabalho interdisciplinar. 
 
 
 
Como a prática da Psicologia Escolar pode ser compreendida em relação ao compromisso com o 
desenvolvimento da sociedade? Que tipo de desenvolvimento é este? 
 
 
 
Neste link você encontrará a resenha do livro “A Psicologia Escolar Crítica e seu compromisso social”. 
[http://www.uel.br/revistas//uel/index.php/eip/article/viewFile/32041/26651]. 
 
 
 
Por Compromisso social, deve-se entender que: 
 
 
21 
 
 
 
A) é a realização de um acordo entre a Psicologia, em especial a atuação do psicólogo escolar, para 
firmar as ideologias que devem ser debatidas ou não em sala de aula, junto com a formação docente 
e discente. 
B) é uma mera formalidade, não impactando a prática do profissional. 
C) não possui bases científicas ou teóricas para sair do campo das ideias. 
D) é uma atitude que pauta não somente a prática, mas também a construção de um campo do saber da 
Psicologia, em especial à Psicologia Escolar, para que haja a transformação da sociedade – foco do 
trabalho do psicólogo. 
E) é apenas uma forma de se realizar um discurso. 
 
Resposta correta: D 
 
 
 
Descreva o que você entende por ‘compromisso social da Psicologia’. 
 
Sugestão de Resposta: O compromisso dos psicólogos com as mudanças que a educação brasileira 
demanda como sendo seu compromisso essencial é sua participação consciente, ativa e compromissada na 
promoção e efetivação de transformações nos lugares onde exerce sua ação científico-profissional. Isto leva o 
seu trabalho a promover uma significativa melhoria concreta da qualidade do trabalho docente e educativo em 
uma escola, constituindo expressões do compromisso com as mudanças almejadas. 
 
 
 
Assinale a alternativa que é incorreta em relação à atuação do psicólogo escolar. 
 
A) O trabalho do psicólogo escolar pode promover a ampliação do diálogo entre escola e comunidade. 
B) Psicólogos escolares podem desenvolver planos de intervenção para trazer informações para a 
comunidade. 
C) Invariavelmente, a comunidade é resistente às ações interventivas do psicólogo escolar, mesmo esse 
trabalho ocorrendo de forma interdisciplinar. 
D) A atuação do psicólogo escolar com a comunidade permite a compreensão da inter-relação 
pais/escola/aluno/meio. 
E) A comunidade pode ser parceira da escola, e o psicólogo escolar pode ser o promotor dessa parceria. 
 
Resposta correta: D 
 
 
 
 
O livro “Psicologia e psicologia escolar no Brasil: formação acadêmica, práxis e compromisso com as 
demandas sociais”, de Vivina do C. Rios Balbino discute a formação acadêmica e profissional do psicólogo 
escolar, reafirmando seu papel de agente de transformação social. A autora fala, ainda, da importância de 
difundir a psicologia para a maioria da população, disseminando conhecimentos que possam contribuir com a 
cidadania. O livro está dividido em quatro partes. A primeira faz reflexões sobre a formação do psicólogo 
 
22 
 
 
 
escolar, apontando problemas e soluções. A segunda, por sua vez, mostra como a "letargia" acadêmica pode 
ser suplantada com trabalho árduo e persistência. Na terceira parte, Vivina explica como a psicologia pode ir 
ao encontro das demandas sociais brasileiras, especialmente no que se refere à valorização dos direitos 
humanos. E, na quarta parte, a autora busca popularizar conhecimentos da psicologia, discutindo numa 
linguagem clara e direta diversos problemas que afligem a sociedade, como a violência, a delinquência juvenil 
e o uso de drogas. 
 
 
 
A Escola Plural tem sido tema de debate e busca criar formas de trazer a pluralidade do país para dentro das 
salas de aula. Nesta resenha, é possível perceber as justificativas e os esforços existentes para que este 
projeto chegue ao sistema educacional. Veja em: 
 
[https://meuartigo.brasilescola.uol.com.br/educacao/proposta-para-uma-escola-plural.htm].
 
 
 
FREIRE, P. Educação como prática da liberdade. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999. 
 
KRAWCZYK, N. R, & VIEIRA, V. L. Homogeneidade e heterogeneidade nos sistemas educacionais: 
Argentina, Brasil, Chile e México. Cadernos de Pesquisa, 36(129), 673-704, 2006. Disponível em: 
[ https://doi.org/10.1590/S0100-15742006000300009]. 
 
MARTINEZ, Albertina Mitjáns. Psicologia Escolar e Educacional: compromissos com a educação 
brasileira. Psicologia Escolar e Educacional, 13(1), 169-177, 2009. Disponível em: 
[http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-85572009000100020&lng=pt&tlng=pt´]. 
 
MEIRA, M. E. M. Construindo uma concepção crítica de Psicologia Escolar: Contribuições da Pedagogia 
Histórico-Crítica e da Psicologia Sócio-Histórica. In: MEIRA, M.; ANTUNES, M. A. M. (Orgs.) Psicologia escolar: 
teorias críticas. São Paulo: Casa do Psicólogo, 2003. 
 
PATTO, M. H. S. Introdução à psicologia escolar (3a ed.). São Paulo: Casa do Psicólogo, 1997. 
 
PENTEADO, T. C. Z, & GUZZO, R. S. L. Educação e psicologia: a construção de um projeto político-
pedagógico emancipador.Psicologia & Sociedade, 22(3), 569-577, 2010. Disponível 
em: [https://dx.doi.org/10.1590/S0102-71822010000300017]. 
 
RAGONESI, M. E. M. M. Psicologia Escolar: Pensamento crítico e práticas profissionais. Tese de Doutorado 
Não Publicada. Instituto de Psicologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, 1997.

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