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• antimicrobianos ou anti-infecciosos são substâncias químicas usadas para combater os microrganismos • Inespecíficos: atuam nos microrganismos em geral, quer sejam patogênicos - Antissépticos (pele e mucosas) e desinfetantes (superfícies e objetos) • Específicos: atuam em microrganismos responsáveis pelas doenças infecciosas - Quimioterápicos (sintéticos) e os antibióticos (produzidos por seres vivos) - Obs: tendência em usar o termo antimicrobiano (síntese laboratorial ou produzidas por seres vivos) • O uso de antimicrobianos em Medicina Veterinária é feito com finalidades mais amplas do que aquelas empregadas em Medicina Humana • antimicrobianos inespecíficos - Desinfetantes em instalações zootécnicas, na desinfecção de equipamentos e materiais que entram em contato com produtos de origem animal na indústria de alimentos e em equipamentos cirúrgicos, etc. • antimicrobianos específicos - Além da terapêutica, profilaxia, metafilaxia e como aditivo zootécnico melhorador do desempenho (promotor do crescimento) - Visam diminuir a mortalidade, melhorar o crescimento e a conversão alimentar FATORES DETERMINANTES NA PRESCRIÇÃO DE ANTIMICROBIANOS • Identificação do agente etiológico • Antibiograma • Características farmacocinéticas e farmacodinâmicas do antimicrobiano • Riscos ligados ao uso do antimicrobiano: toxicidade para o hospedeiro, interações medicamentosas, destruição da flora do hospedeiro, promoção de resistência bacteriana, dano tecidual no local da administração, resíduos em animais produtores de alimento, interferência nos mecanismos de defesa do animal • Custos: do tratamento, valor zootécnico do animal e perda na produção. • As condições do paciente: idade, condições patológicas prévias, prenhez, fatores genéticos, etc. Antimicrobiano Ideal • Destruir o microrganismo (bactericida, fungicida) em vez de inibir o seu desenvolvimento (bacteriostático, fungistático) • Apresentar amplo espectro de ação sobre os microrganismos patogênicos • Ter alto índice terapêutico • Exercer atividade na presença de fluidos do organismo (exsudato, pus etc.) • Não perturbar as defesas do organismo (síntese de anticorpos, migração de células de defesa) • Não produzir reações de sensibilização alérgica • Não favorecer o desenvolvimento de resistência bacteriana • Distribuir-se por todos os tecidos e líquidos do organismo, em concentrações adequadas • Poder ser administrado por diferentes vias (vias oral, parenteral e local) • Ter preço acessível. CAUSAS DO INSUCESSO DA TERAPIA ANTIMICROBIANA • Tratamento de infecções não sensíveis (viroses) • Tratamento de febres de origem desconhecida, em que o agente causal pode não ser infeccioso • Erro na escolha do antimicrobiano e/ou na sua Antimicrobianos • Tratamento iniciado com atraso • Focos infecciosos encistados, pus, tecidos necróticos • Processos infecciosos em tecidos não atingidos pelo antimicrobiano • Resistência bacteriana RESISTÊNCIA MICROBIANA - Devido à evolução e/ou fatores clínicos e ambientais Mecanismos de Resistência - Redução da entrada de antibiótico no patógeno - Alteração de proteínas alvo - Alteração de proteínas microbiana que transformam pró-fármacos para as porções efetivas - Exportação de antibiótico por bombas de efluxo - Liberação de enzimas microbianas que destroem o antibiótico ASSOCIAÇÃO DE ANTIMICROBIANOS • Deve-se evitar - Menos comum: maior disponibilidade de antimicrobianos de largo espectro de ação - Tratamento de infecções mistas - Retardar o aparecimento de resistência na bactéria - Para maior efeito terapêutico. • sinergismo e o antagonismo entre antimicrobianos ANTIMICROBIANOS E PERÍODO DE CARÊNCIA • animais de produção → resíduos presentes nos produtos de origem animal • Período de carência, de retirada, de depleção ou de depuração - Tempo necessário para que o resíduo de preocupação toxicológica atinja concentrações seguras. - Antimicrobianos, antiparasitários (endo e ectoparasiticidas) e anabolizantes. ATIVIDADES BACTERIOSTÁTICA E BACTERICIDA DOS ANTIMICROBIANOS • bacteriostático - Inibe a multiplicação da bactéria, mas não a destrói - Com a suspensão da exposição ao antimicrobiano a bactéria volta a crescer • bactericida - Exerce efeito letal sobre a bactéria, sendo esse efeito irreversível • Atividade bacteriostática e bactericida depende da concentração no local • Inibe o crescimento bacteriano na concentração inibitória mínima (CIM) • Precisa de uma concentração maior para matar o microrganismo – concentração bactericida mínima (CBM) • Quanto maior a distância entre os valores de CIM e CBM – bacteriostático • Quanto menor a distância entre os valores de CIM e CBM – bactericida • Antibacterianos, como todos os antimicrobianos - São direcionados contra alvos exclusivos ausentes nas células de mamíferos • Objetivo: limitar a toxicidade ao hospedeiro e maximizar a atividade quimioterapêutica atingindo apenas os microrganismos invasores TIPOS DE TRATAMENTO Terapia Empírica - Geralmente realizada com ATB de amplo espectro Terapia Definitiva ou “Racional” - Isolamento do microrganismo Terapia Profilática (preventiva) - Profilaxia de microrganismos específicos (pessoa entra em contato com o microrganismo – TB, HIV, meningite - Prevenção de infecção em situações de alto risco (profilaxia pré-cirúrgica, extração dentária, pacientes imunocomprometidos) MECANISMOS DE AÇÃO DOS ANTIACTERIANOS • Inibição da síntese da parede celular - Beta-lactâmicos, glicopeptídicos, bacitracina Antibióticos β-lactâmicos - Penicilinas (> gram +), cefalosporinas (classificadas em 4 gerações), carbapenemase, monobactâmicos - Tempo-dependentes - Resistência: betalactamases (enzimas que quebram o anel betalactâmico) - Inibidores de lactamases: ácido clavulânico, sulbactam e tazobactam - As penicilinas em altas doses podem causar excitação do SNC de equinos • Inibição da síntese proteica - BACTERIOSTÁTICOS 1) Macrolídeos (eritromicina, azitromicina, espiramicina) 2) Lincosamidas (lincomicinas, clindamicina) 3) Tetraciclinas (terramicina, doxiciclina) - Largo espectro: gram +, gram -, micoplasmas (Anaplasma, Ehrlichia, clamídias, riquétsias) - Alimentos no TGI pode prejudicar absorção - Formam quelatos com cálcio, magnésio, zinco, ferro e alumínio - Atravessam a barreira placentária - Secretados na bile 4) Cloranfenicol - BACTERICIDAS 1) Aminoglicosídeos (estreptomicina, neomicina, paramomicina, gentamicina, tobramicina) - Ligam a 30S do ribossomo - Concentração dependente - Potencialmente tóxicos e geradores de resíduos - Usado em infecções graves: bactérias gram – e estafilococos - Sinergismo: betalactâmicos (síntese da parede celular) = facilitam entrada na célula - Nefrotoxicidade: pela necrose tubular aguda - Cães tendem a apresentar toxicidade auditiva e gatos toxicidade vestibular - Administração rápida IV pode causar bradicardia e queda na pressão arterial • Inibição do metabolismo bacteriano - Sulfonamidas, trimetoprima → bacteriostáticos SULFAS - Utilizado na ração para prevenir doenças - Análogo do PABA – base para formação do ácido fólico – que é fundamental na síntese de DNA e RNA bacteriano - Funcionas como um antimetabólito - Evitar uso associados com compostos derivados do PABA (procaína) - Atravessam a barreira hematoencefálica e placentária Absorção: Privação de água e estase ruminal = retardam Diarreia e exercício = aumentam - Não causam alteração na flora ruminal - Infecções crônicas não respondem bem Toxicidade - Ceratoconjuntivite seca em cães: mecanismo desconhecido - Anemia aplástica, trombocitopenia: raro - Aves poedeiras: doses elevadasdiminui a postura e leva a ovos defeituosos - Cristalúria sulfonamídica: precipitação das sulfas nos túbulos renais . ocorre quando a substância se deposita no lúmen tubular renal . queda no pH renal leva a precipitação . Sintomas: diminuição da micção, dor, hematúria e cristalúria . Como evitar: hidratação do paciente; administração de bicarbonato de sódio para > pH urinário; evitar tratamento > que 1 semana TRIMETOPRIM - Efeito sinérgico com as sulfas: atuam em etapas diferentes na formação do ácido necessário a produção de DNA e RNA bacterianos - Sulfa + Trimetoprim = efeito bactericida (diferente do efeito isolado de cada um) - Usos: infecção do sistema respiratório, digestivo e urinário • Inibição da síntese ou atividade do DNA ou RNA - Quinolonas, rifamicinas, nitrofurantoínas, metronidazol → Quinolonas - Inibem a DNA girase = impedem o enrolamento do DNA - Antagonismo: Cloranfenicol e rifamicina - Diminuem o metabolismo hepático de algumas substâncias (AINEs) - Largo espectro de ação Toxicidade: - Danos na cartilagem articular de cães jovens e potros - Efeitos teratogênicos - Precaução em insuficiência renal = eliminação pelos rins - Felinos: degeneração da retina - Tratamento longo em cães: atrofia testicular 1ª geração: Ácido nalidíxico, flumequina, ácido oxonílico 2ª geração: fluorquinolonas – enrofloxacino, orbifloxacino, difloxacino, marbofloxacino (USO VETERINÁRIO), norfloxacino, ciprofloxacino, ofloxacino, lomefloxacino e pefloxacino 3ª geração: levofloxacino, moxicloxacino 4ª geração: trovafloxacino (restrito a hospitais) • Perturbação da integridade da membrana - Polimixina, daptomicinas - Interferem na permeabilidade seletiva da membrana celular - Ligam-se aos fosfolipídios (detergentes) = neurotoxicidade -BACTERICIDAS - Atuam melhor em bactérias gram – - Toxicidade sistêmica = uso tópico - Uso de dose abaixo da terapêutica é indicado na inativação de endotoxinas (ligam-se a elas) - Usadas como aditivo zootécnico - Tem efeito sinérgico com vários antimicrobianos: sulfas e trimetoprinas, rifampina e cefalosporinas CLASSIFICAÇÃO DOS ANTIMICROBIANOS Espectro estreito - Agem em grupos específicos de bactérias (gram (-), gram (+), bactérias anaeróbicas) - Penicilina G, estreptomicina, eritromicina Espectro amplo - Atingem um grande número de microrganismos em doses terapêuticas - Cefepime
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