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1 entrevista psiquiátrica



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Rochelle Andrade 
 
 
 
• A anamnese é o único instrumento que se tem para fazer o diagnóstico na psiquiatria 
• Principais instrumentos do psiquiatra: entrevista e observação do paciente à 
• Para fazer o diagnóstico: saber o máximo possível acerca de quem é o paciente, sua dinâmica afetiva, sua história 
• A percepção dos sintomas e a expressão dos sintomas e as síndromes que se constroem auxiliam nesse diagnóstico 
• Sinais: observados 
• Sintomas relatados 
• Existem sintomas e sinais que sai semelhantes a vivencias normais – pacientes com depressão que demonstram tristeza, que é um sintoma normal, 
estresse à fenômenos semelhantes que podem ser normais ou patológicas 
• Fenômenos inéditos, só aparecem quando ocorre um adoecimento – passam a ser um pouco mais facilmente indicativo de transtorno em si – exemplo: 
delírio/ alucinação 
• Nos sintomas semelhantes, quando passam de um nível que prejudica o funcionamento do individuo e que traz um nível de sofrimento maior, passa a 
ser um fenômeno do meio 
• Na psiquiatria não chamamos de doença, e sim de transtorno fetal 
• Diagnóstico essencialmente clínico, sem sintomas patognomôniicos 
• Nem todo paciente que tem alucinação é esquizofrênico ou sofre de uma psicose, paciente com depressão pode ter uma alucinação auditiva – nunca 
puxar uma ideia de diagnóstico de transtorno psiquiátrico 
• Nunca determinar o diagnóstico por mecanismos que você elencou – exemplo: deve estar deprimido por que perdeu o pai 
• Existem casos em que o diagnóstico só é feito com acompanhamento – transtorno bipolar à começa tratando o paciente com depressão maior, 
depois do acompanhamento esse diagnóstico muda, é um diagnóstico mutável 
• Alguns diagnósticos em psiquiatria exigem um tempo de 3 a 6 meses – esse diagnóstico sempre é uma hipótese diagnóstica 
• Como a entrevista é o único instrumento de diagnóstico, ela deve ser o mais minuciosa possível 
• Sempre comparar o funcionamento atual do paciente com o funcionamento anterior dele próprio 
• Transfundo: modo como o paciente exibe o sintoma que é igual para todos, mas a vivência do paciente é diferente 
• Quando o paciente padece de algum sintoma psiquiátrico, ele passa a ser mal visto ou até esquecido por outros médicos de outras especialidades 
clínicas 
• A avaliação psiquiátrica começa antes mesmo do início da entrevista: observação da expressão facial do paciente, trajes, movimentos, maneira de 
se apresentar 
• O esforço inicial do entrevistador deve ser o de criar um ambiente em que o paciente sinta-se a vontade para expor suas dificuldades 
• Exame psíquico (ou mental) – descrição do seu encontro com o paciente 
• Súmula psicopatológica – tópicos, onde cada tópico é uma função mental 
 
SÚMULA PSICOPATOLÓGICA 
I. Aspecto geral: 
II. Atitude: 
III. Consciência: 
IV. Atenção: 
V. Orientação: 
VI. Linguagem: 
 
Avaliação do Paciente 
Rochelle Andrade 
VII. Pensamento 
a. Curso: 
b. Forma: 
c. Conteúdo: 
d. Juízo de realidade: 
VIII. Sensopercepção: 
IX. Afetividade 
a. Humor: 
b. Afeto: 
X. Volição: 
XI. Pragmatismo: 
XII. Psicomotricidade: 
XIII. Memória 
a. Imediata: b. Recente: c. Remota: 
XIV. Insight: 
XV. Diagnóstico Sindrômico: 
 
 
 
- Começar a diminuir o sofrimento e aumentar a qualidade de vida dele, conseguimos tratar o paciente mesmo sem fechar o diagnóstico por que 
estamos diante de uma sintomatologia expressa e essa sintomatologia é expressa em várias categorias diagnósticas 
- 4 tarefas: 
1. Construir uma aliança terapêutico 
2. 2. Obter a base de dados psiquiátricos 
3. Elaborar uma hipótese diagnóstica 
4. Negociar um plano de tratamento e informá-lo ao paciente 
• Não existe técnica específica para uma boa anamnese – cada pessoa tem seu estilo 
• Pesquisadores concluíram que há necessidade de uma mínima demonstração de sensibilidade, cortesia e afetividade 
• Fazer afirmações empáticas ou simpáticas, mas sem exageros para não soar artificial ou falso – “você me parece estar sofrendo” 
• Fazer perguntas diretas sobre sentimentos 
• Fazer afirmações reflexivas, mas com parcimônia para não parecer que você está dizendo o óbvio – “isso de ser difícil para você” 
• Importante obter informações e a partir dessas informações fazer alguma coisa com elas - 
• Correr = surtar 
• Muro = quintal 
 
 
• Estabelecer “rapport” tão logo seja possível na entrevista – contato 
• Determinar a queixa principal do paciente – cerca de 2 a 3 minutos do início da consulta à cuidado para não bloquear o paciente! 
• A partir da queixa estabelecer diagnósticos diferenciais provisórios 
• Selecionar as várias possibilidades diagnósticas mediante perguntas 
• Persistir bastante nas respostas vagas ou obscuras até determinar corretamente a resposta ao que perguntou 
• Deixar o paciente falar “livremente” 
• Usar uma mistura de perguntas abertas e fechadas 
• Não temer indagar sobre questões constrangedoras para ambos 
• Perguntar diretamente sobre pensamentos suicidas se o paciente der qualquer pista – de maneira indireta 
• Dar ao paciente no final um espaço para ele perguntar o que deseja 
• Concluir a entrevista inicial transmitindo um senso de confiança e se possível de esperança - cuidado com esperanças para paciente e familiares 
Objetivo da Entrevista 
Na entrevista... 
Rochelle Andrade 
 
 
• Período crucial para aliança 
• Já se faz uma hipótese inicial que norteia a entrevista 
• Tente diminuir a estranheza da situação clínica: cumprimente com naturalidade, pergunte como o paciente quer ser chamado e use esse nome, inicie 
com informações gerais sobre o paciente 
• Perceba seu paciente: pode-se usar um tópico geral inicial, como o clima para iniciar o vínculo, se ele está em óbvio sofrimento ou psicótico isso talvez 
não seja adequado 
• Dê a primeira fala! 
• Proporcione uma inicial fala livre antes das perguntas especificas, porém com flexibilidade 
• Período de reconhecimento – estudo feito com médico, os pacientes tinham oportunidade de completar as próprias frases a respeito de suas queixas 
e apenas 23% dos casos, consequência = informações importantes nunca põem chegar a sair da boca do paciente 
• Apresente-se e explique o motivo da entrevista 
• Discuta as projeções do paciente – ex: pode ser difícil revelar isso a uma pessoa estranha 
à mas estou aqui para tentar entender e ajudar! 
• Qual a importância dos dados demográficos iniciais? Ajudar no direcionamento de hipóteses 
diagnósticas 
 
 
• O entrevistador ajuda o paciente a contar sua história o mais espontaneamente possível 
• Ele escuta e não interrompe mais do que o necessário para manter a história fluindo 
• Esclarecido o fator precipitante, tentar entendê-lo com base na história passada 
• Por exemplo: esposa inicia trabalho fora de casa – paciente com história passada de abandono materno (passado/presente) 
• Mecanismos de defesas envolvidos 
• Ilustre perguntas com exemplos 
• Use linguagem familiar para o paciente 
 
 
 
- Técnicas para abordar tópicos perigosos 
1. Normalização 
• Introduzir a pergunta com uma afirmação normalizadora daquele comportamento 
• A normalização é utilizada tanto para pacientes que agem de forma violenta como pacientes 
que são usuários 
• A normalização pode ser utilizada com redução da culpa 
 
 
 
Início da Entrevista – Fase de Abertura (5-10 minutos) 
Corpo da Entrevista – 30 a 40 minutos 
Técnicas de Abordagem 
Rochelle Andrade 
2. Expectativa/exagero de sintomas 
• Formule frases de modo a sugerir que você pressupõe que o paciente já apresenta tal comportamento e 
você não se sentirá ofendido por uma resposta positiva/sugerir uma frequência mais alta do que a 
esperada para um comportamento problemático, para que o paciente perceba que o real não é tão ruim 
3. Redução da culpa 
• Útil para descobrir história de violência ou outros comportamentos antissociais 
 
 
 
 
à Técnicas para mudar de assunto 
• Transição suave: use algo que o paciente acaba de dizer para introduzir um tópico novo – odeio meu filho, mas falando em família ... 
•Transição referida: use algo que o paciente disse antes para fazer referência – estava tomando esse remédio, mas não serve. Ah antes você falou 
que não sabia se iria continuar aguentando essa situação, já passou pela sua cabeça alguma ideia de morrer ou sumir? 
• Transição anunciada: avise sobre o assunto que você vai abordar a seguir – agora queria falar sobre ... 
 
à Técnicas para o paciente que não fala 
• Perguntas e comandos abertos (para aumentar o fluxo de informação) – o que você está sentindo? Que tipo de coisas você faz quando está em 
crise? Conte-me o que aconteceu 
• Técnicas de continuação – sim, continue/é mesmo? /nossa! / hum-hunm/linguagem corporal como acenos de cabeça, reações faciais 
• Terreno neutro: outra técnica importante para pacientes relutantes: fale sobre coisas do dia a dia, atividade de lazer, assuntos não psiquiátricos, 
técnica boa para adolescentes, utilize a transição suave para os sintomas psiquiátricos – falar sobre coisas que não fazem parte da doença! 
 
à Técnicas para o paciente que fala demais 
• Use a interrupção educada 
1. Interrupção empática 
2. Interrupção de adiantamento 
3. Interrupção educativa (última escolha) 
• Use perguntas fechadas ou de múltipla escolha 
 
 
- Reconheça indícios de simulação 
• A história é perfeita demais, de livro 
• Não conduza a história pelos sintomas, mantenha perguntas sempre abertas. Tente testar o paciente – exemplo: seu pai ou mãe tinha esses sintomas 
de estresse pós-traumático? Sim, lembro que eles tinham – Que estranho, na minha experiência é incomum que os pauis de alguém com TEPT também 
tenham a doença 
• História vaga demais – para não incorrer em erros, alguns pacientes recorrem a respostas tão vagas que é impossível errar. Use perguntas fechadas 
para encurralá-los ou sugira sintomas, e se a resposta for positiva o indício de simulação é alto 
Rochelle Andrade 
 
- Paciente Hostil 
• Tente estabelecer a causa da hostilidade, para direcionar sua intervenção de acordo com ela (delírios paranoides)? Irritabilidade por depressão? 
Transtorno de personalidade? 
• Use simplicidade e modéstia de forma bem-humorada, sem tentar convencê-lo diretamente que você não faz parte de alguma conspiração 
• Seja curioso, interessado e afetuoso 
• Faça interrupções diretas – você parece estar com muita raiva, mas acho que há tristeza por baixo dessa raiva 
 
- Paciente Choroso 
• Não agir com intimidade ou como um amigo 
• Não pré-julgue as lagrimas – o choro de uma separação conjugal não necessariamente é o choro da falta do companheiro – pode ser alívio, dificuldade 
financeira, sensação de fracasso, raiva 
• Deixe chorar por algum tempo, ofereça lenço de papel e pergunte: 
1. O que é tão doloroso nisso que você estaca dizendo? 
2. Estou vendo que você está emocionado. Por que estas lágrimas agora? 
3. O que passa pela sua cabeça agora? 
4. Tem chorado muito por causa disso? 
 
 
• Discussão sobre a avaliação 
• Negociar plano de tratamento ou seguimento 
• Proponha o plano de tratamento quando o paciente tem um novel de consciência – quando o paciente não tem, chamar um acompanhante, não 
devemos deixar um paciente neste estado solto 
Fechamento – 5 a 10 minutos