Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Doze Homens e Uma Sentença Em 1957 lançava nos Estados Unidos, o filme Doze Homens e Uma Sentença. Uma obra, que embora tenha sido desenvolvida em apenas um único cenário, trouxe diversas reflexões acerca do comportamento humano, seja ele explícito ou implícito. Tendo o seu início em um tribunal, o enredo é desenvolvido através do julgamento de um jovem rapaz, acusado de matar a facadas o seu próprio pai. Passados seis dias, o júri é levado a uma sala, para discutir sobre a condenação do réu, ou seja, para votar se o mesmo seria culpado ou inocente. Sem qualquer discussão prévia ou um debate acerca da decisão, os jurados dão início a votação, onde inicialmente, onze são favoráveis à culpabilidade do acusado e apenas um se manifesta ao contrário dessa decisão. O que sucede nesse momento, são inúmeras cenas de argumentos e contra-argumentos, que nos leva a um lado crítico da obra, seja no que diz respeito ao comportamento dos jurados, ou às suas falácias em relação ao acontecido e ao réu. Pontos como dominância de persuasão, fatores internos e pessoais como influenciadores da culpa do acusado, tal como o preconceito instalado na fala dos júris, podem ser claramente perceptíveis durante o filme. Decorre daí, características de suma importância para a análise e leitura de crimes cometidos, seja do ponto de vista social ou pessoal. Por exemplo, o primeiro homem a contrariar todos os outros, traz consigo, o princípio da inocência, mesmo que de forma implícita, ele deixa evidente, que o réu não pode ser considerado nem culpado, tão pouco, inocente. O que gera uma onda de argumentos e releitura de tudo o que foi ouvido durante os seis dias que antecederam a este. Os dozes integrantes do júri, começam a debater entre si, o que os leva a indagações cada vez maiores e mais fomentadas, e não apenas a olhares superficiais em falas que não possuem sequer, um argumento sólido. Parte daí então, a necessidade e a importância da visualização do contexto alheio, para que julgamentos não tenham como pilar, um motivo pessoal, tão pouco um preconceito fundado no modo de vida do outro, pois em diversas vezes, é possível notar na fala dos homens presentes naquela sala, o preconceito existente em relação ao cortiço em que o rapaz acusado nasceu e viveu. Preconceito este, que se tornou base para torná-lo culpado. Esse olhar ao contexto do outro, é ausente por exemplo, na fala e comportamento de um dos integrantes que na ânsia de assistir ao seu jogo de beisebol, opta por julgar o réu como culpado, para que assim ele possa “se livrar” rapidamente do júri, e ir ao encontro do seu jogo. De todo modo, a dúvida razoável apresentada pelo primeiro homem que não condenou o acusado como culpado, faz toda uma reviravolta na decisão. Usando argumentos corporais, físicos e vocais para persuadir os demais, o homem consegue fazer com que os outros integrantes, despertem uma perspectiva diferente da que obtinham no início, além de fazer com que eles abandonem as questões pessoais e o preconceito que possuíam no começo, para que possam julgar o réu num âmbito jurídico, e não mais como apenas um “julgamento qualquer”. Logo, é possível notar com essa obra de 1957, a relevância do contexto de tudo o que ocorre na esfera do Direito, além de trazer pontos importantes para exercer qualquer atividade nesse ramo, tais como a persuasão, imparcialidade, capacidade de empatia e o uso de princípios para condenar ou não alguém. O filme, embora seja um tanto quanto antigo, nos traz ensinamentos presentes, como citado anteriormente, o princípio da inocência, que em nossa Constituição, se encontra no inciso LVII, do art 5°, conhecido como “O Princípio da Presunção da Inocência”. Dentre outros aspectos importantes de serem analisados e absorvidos para a nossa vida jurídica.
Compartilhar