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Anne Marques – 5º semestre de Medicina na Universidade Salvador • Queixas de “pressão alta” são muito comuns no setor de emergência; Até 25% dos atendimentos; • Todos os pacientes com elevação de PA na emergência estão em crise hipertensiva e todos precisam de intervenção no serviço de emergência? Nem todo paciente que chega com a pressão alta na emergência precisa necessariamente de controle pressórico, mas todo hipertenso precisa controlar a sua pressão; • Urgência hipertensiva: situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da pressão arterial sistólica (PAS) ≥ 180 e/ou diastólica (PAD) ≥ 120 mm Hg sem lesão aguda e progressiva em órgãos-alvo (LOA) e sem risco iminente de morte. Geralmente são tratadas com fármacos orais; • Emergência hipertensiva: situações clínicas sintomáticas em que há elevação acentuada da PA (definida arbitrariamente como PAS ≥ 180 e/ou PAD ≥ 120 mmHg) com LOA aguda e progressiva, com risco iminente de morte. Geralmente são tratadas com fármacos parenterais; 0,4-0,6% dos atendimentos no setor de emergência. • Pseudocrise hipertensiva: elevam PA e não caracterizam UH ou EH e sim pseudocrise hipertensiva (PCH). São causadas por dor, estresse psicológico, síndrome do pânico etc. Ocorrem também em hipertensos não controlados com elevação ASSINTOMÁTICA da PA; Muito comum no serviço de emergência; • Mecanismo não completamente elucidado; • Uma elevação bruta da pressão arterial leva ao estresse e lesão vascular, provocando uma reação inflamatória e, por consequência, isquemia tecidual. Suspeita de emergência hipertensiva: • Aferir PA nos dois braços, eventualmente quatro membros; Ambiente calmo, repetidas vezes, até estabilização; Anamnese dirigida: se HAS prévia, medicamentos e forma de uso, comorbidades, drogas ilícitas, hábitos de vida, alergias; Geralmente, a hipertensão é assintomática e o paciente vem apresentando esse aumento pressórico até o momento da descompensação, quando caracteriza a emergência hipertensiva; • Excluir lesão de órgãos alvo (LOA); Sintomas respiratórios, cardiovasculares, neurológicos, urinários, gravidez (DUM); Exame físico de tais sistemas – fundo de olho; Exames complementares; • Achados sugestivos: • Investigação complementar: Abordagem da Urgência Hipertensiva: • Paciente sintomático, sem LOA; • Muitas vezes não é necessário controle da PA no serviço de emergência; • Checar se o paciente tem acompanhamento médico e adesão; Avaliar aumento de doses; • Se não diagnosticado previamente, iniciar terapia; • Paciente de alto risco cardiovascular, reduzir PA ao longo de horas; Drogas VO (captopril / clonidina / hidralazina); • Orientar acompanhamento ambulatorial. Encefalopatia Hipertensiva Ocorre por uma falência dos mecanismos de autorregulação da perfusão cerebral; Manifestações: • Início insidioso; • Sinais e sintomas de edema cerebral devido a aumento súbito ou elevações súbitas da PA; • Cefaleia, náuseas, vômitos, confusão mental, convulsões, letargia, hiperreflexia e coma; Cefaleia isolada: sugere pseudocrise; Cefaleia com sintomas associados: sugere encefalopatia hipertensiva. • Alterações de campo visual: fotopsia, visão turva, alucinações visuais; Diagnóstico de exclusão: • Doenças do SNC, causas metabólicas e infecciosas; • Imagem de SNC e fundo de olho. Tratamento: • Reduzir a PA de forma lenta - melhora rápida com a redução; 10-15% da PAM na primeira hora (máximo de 25% nas 24h); Evitar hipoperfusão cerebral • Nitroprussiato de sódio EV, em infusão contínua; Vasodilatação arterial e venosa; • Após controle, iniciar drogas VO; Idealmente dentro das primeiras 48 horas. Edema Agudo de Pulmão Hipertensivo • Hipertensão; • Congestão pulmonar; • Insuficiência respiratória aguda; Fisiopatologia: • A elevação de PA resulta no aumento da resistência vascular periférica a qual vai provocar o aumento da pós-carga do ventrículo esquerdo e, por fim, a congestão pulmonar. • Cardiopatias prévias são fatores de risco, mas até 1/3 dos pacientes tem a função sistólica de VE preservada. Manifestações: • Dispneia, intolerância aos esforços, ortopneia, dispneia paroxística noturna, tosse e fadiga; • Pode evoluir ou se manifestar com IRpA; Intervenção imediata; • Estertores crepitantes difusos, estertores bolhosos; • PA elevada, taquipneia, bulhas extra (B3 ou B4); Avaliação complementar: • Rx de tórax; • ECG e marcadores de necrose miocárdica; • BNP; • Ecocardiograma. Tratamento: • Reduzir 25% da PA em 24 horas: reduzir pós- carga; • Nitroglicerina: utilizada em pacientes com hipertensão + angina. Age vasodilatando a coronária; • Nitroprussiato: utilizado em pacientes com EAP puro; • Diurético de alça (furosemida): atua aumentando a capacidade venosa, reduzindo a pressão de enchimento do VE e beneficiando os pacientes com congestão pulmonar; • Avaliar indicação de ventilação não invasiva. Dissecção Aguda de Aorta • Lesão de separação da camada média da aorta; Coluna de sangue ou rompimento do vasa vasorum; • Rara (2,6-3,5/100.000); Mortalidade: 25-30% • HAS – principal fator de risco; Manifestações: • Dor torácica súbita, irradiada para o dorso, de caráter lancinante, como se algo estivesse “rasgando”; • Diaforese, náuseas, vômitos, tonturas e sudorese; • Síncope – pode ser a manifestação inicial; • Sintomas neurológicos; • Déficits de pulso e discrepâncias de PA entre os membros; • Isquemia mesentérica, insuficiência renal, déficit de pulso femoral e isquemia das extremidades inferiores. Diagnóstico diferencial: • Síndrome coronariana aguda; • Pericardite; • Embolia pulmonar; • Acidente vascular encefálico. Diagnóstico: • ECG, marcadores de necrose; • D-dímero; • Imagem torácica; De acordo com estabilidade clínica; Raio-X; Eco transesofágico; Ressonância magnética; Angiotomografia. Tratamento: • Deve ser iniciado mesmo antes da confirmação diagnóstica; Mortalidade > 1%/hora; • Opioides: analgesia e redução de tônus simpático; • Reduzir PA e reduzir pulso arterial: reduzir força de cisalhamento; • Alvos: Pressão arterial sistólica de 100 a 120 mmHg; Frequência cardíaca < 60 BPM; • Beta bloqueador em infusão contínua; • Vasodilatador (Nitroprussiato); Nunca fazer sem o betabloqueador – aumento de FC; • Avaliação da abordagem cirúrgica: Hipertensão Acelerada/Maligna Hipertensão maligna: • Hipertensão em geral grave; • Retinopatia com papiledema; • Com ou sem insuficiência renal e/ou cardíaca; • Necrose fibrinoide de arteríolas renais e endarterite obliterante; • Disfunção de múltiplos órgãos – quadro muito grave; • Pode ocorrer evolução clínica rapidamente progressiva e fatal; Hipertensão acelerada: • Elevação da PA na presença de hemorragias retinianas e exsudatos ao fundo de olho, mas sem papiledema; Manchas algodonosas: sugerem inflamação. Manchas algodonosas e exsudações maculares; Hemorragias retinianas; • Forma devastadora de elevação aguda da PA – lesão vascular; • Quase sempre fatal se não diagnosticada e tratada rápido; Mortalidade de 80% em 2 anos (IC e DRC); Tratamento: • Vasodilatador em infusão contínua (nitroprussiato): ação rápida e meia-vida curta – controle fino da pressão; • Controle rigoroso com acompanhamento com cardiologista; • Tratamento oral associado: diuréticos, bloqueadores do sistema renina-angiotensina, BB, vasodilatadores de ação direta (hidralazina), agonistas adrenérgicos centrais (clonidina e metildopa) e bloqueadores dos canais de cálcio; • Necessidades individuais. Hipertensão com Múltiplos Danos aosÓrgãos-alvo (MDO): • Possui poucas diferenças em relação à hipertensão maligna, no entanto, é mais grave, pois já denota insuficiência de vários órgãos – são tratadas de forma igual; Manifestações: • É o acúmulo de várias emergências hipertensivas - presença concomitante de acometimento de 3 dos 4 sistemas: Renal: rápida deterioração da função renal ou proteinúria significativa; Cardíaco: hipertrofia do ventrículo esquerdo importante ou disfunção sistólica, ou anormalidades da repolarização ventricular, ou aumento de troponina; Neurológico: AVE ou encefalopatia hipertensiva; Hematológico: hemólise microangiopática; • Dispensa a presença de retinopatia • Significado e prognóstico análogos à hipertensão acelerada/maligna - abordada da mesma forma. • A emergência hipertensiva pode se manifestar como um evento cardiovascular, cerebrovascular, renal e com envolvimento de múltiplos órgãos ou também na forma de pré- eclâmpsia com sinal de gravidade/eclampsia; • A elevação da PA sem LOA aguda e progressiva afasta EH; • Hipertensão arterial mal controlada por falta de adesão, hipertensão de difícil controle, urgência hipertensiva e pseudocrise hipertensiva são situações comuns de elevação da PA sem LOA aguda ou progressiva; • A gravidade da condição clínica não é determinada pelo nível absoluto da PA, e, sim, pela magnitude e tempo de sua elevação. A definição numérica serve como um parâmetro, mas não deve ser usada como critério diagnóstico absoluto.
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