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1) Vídeo (https://www.youtube.com/watch?v=QlhsiMWT-eQíde )Em diversos trechos mostram o preconceito linguístico e social relatado em diversas novelas da Rede Globo, desde da região que onde mora até a condição financeira, como na fala da personagem “ ... Não gosto de comida da Paraíba não”, na no vela Avenida Brasil, ano 2012 e na novela guerra do sexo de 2012, na fala da personagem, ela apresenta preconceito da forma errada que a mãe fala.
02 ) ( Notícia)Texto jornalístico:
Durante o Mais Você desta quinta-feira (17/6), a apresentadora Ana Maria Braga reproduziu preconceitos linguísticos e raciais ao “homenagear” os povos do Leste Asiático (China, Japão, Coreia).
Na ocasião do Dia da Imigração Japonesa, que será comemorado nesta sexta (18/6), a apresentadora fez uma suposta homenagem à repórter Ju Massaoka, que apresentava uma reportagem na Liberdade, bairro de São Paulo conhecido pela formação nipo-brasileira.
"Inclusive, antes de você começar aí, eu quero te fazer uma homenagem. Cadê meu samurai predileto?", chamou Ana Maria. 
"Eu quero te fazer uma homenagem e é pra você. Eu tenho um samurai aqui, vestido adequadamente pra combinar com você. E fala como [japonês] é uma coisa fantástica. Fala como samurai, não é?", perguntou.
Em seguida, aparece um rapaz branco chamado William vestindo roupas tradicionais e usando maquiagem. “Bom dia, Ana 'Malia Blaga', tudo bom?", disse, reproduzindo a maneira com que, supostamente, os descendentes de japoneses falariam português.
"Bom dia, Zu, tudo bom? Saudade. Saudade de você, Zu, tá na minha tela. Liberdade?", disse ele, trocando a letra J pela Z desta vez.
Yellowface (cara amarela, em português) é uma forma de maquiagem usada por artistas brancos para “representar” pessoas de etnias asiáticas. Mas, assim como o blackface no caso dos negros, é considerada uma prática racista.
Nas redes sociais, a apresentadora e o programa foram criticados pelos internautas, que apontaram xenofobia, racismo e preconceito linguístico no trecho do programa.
3) Preconceito Linguístico no Romance Cidade de Deus (Marcelo Spalding ) A forma da representação linguística do discurso dos marginalizados da favela,uma representação completamente diferente da que é feita do discurso adonairador:Ao verem os corpos boiando, perguntaram a Miúdo o que estava acontecendo.– Veio fazer pedido, veio fazer pedido? Não tem pedido, não! Não tem pedido, não! Tá de ferro aí? Tá de fero aí? – perguntou Mi údo.– Tamo, mas vinhemos numa de paz.– Paz é o caralho, rapá! Me dá os ferro aí! Me dá os ferro aí!Os dois entreolharam-se, colocaram a m ão direito na parte de trás da cintura, olhavam firmenos olhos de Miúdo, que ao escutar o engatilhar de uma das armas passou fogo nos dois eberrou para Camundongo Russo:– Joga lá no rio, joga l á no rio!(...)A chuva tomou novo impulso, seus pingos ricocheteavam nos telhados como rajada de metralhadora. A água lavou as manchas de sangue na beira do rio, apagou as velas entorno do corpo de César Veneno.– Mas não tem portância se tudo que vem do céu é sagrado! – disse sua mãe depois de rezar um terço e desistir de manter as velas acesas. (LINS, 2002, p. 194)Note que, quando o travessão inaugura o d discurso das personagens, a linguagem culta do narrador dá lugar a uma tentativa de representação metalinguagem falada, mas uma linguagem repleta de “erros” morfológicos sintáticos: “tamo” no lugar de estamos, ainda que se possa considerar uma variação de “tá”, já corrente mesmo na escrita; “vinhemos”, no lugar de viemos;“me dá”, numa já conhecida variação sintática do falar do b brasileiro; “rapá”, ao invés de rapaz; “portância”, numa corruptela do vocábulo “importância”. Por outro lado, o narrador usa termos como “ricocheteavam”, palavra não apenas rara na oralidade como impensável na boca de uma de suas personagens, construções morfológicas e gramaticais como a de “entreolharam-se”, além de“está” e “para” ao invés de “tá” e “prá”.Este tipo de construção filia-se “à tradição que atribui ao domínio da escrita um elemento de distinção social, que é na verdade um elemento de dominação por parte dos letrados sobre os iletrados” (BAGNO, 2001, p. 133). O narrador,conhecedor das normas cultas da gramática normativa, parece ter necessidade de demonstrar todo seu leque linguístico ao usar termos complexos e
construções sintáticas de acordo com a gramática normativa, enquanto as personagens são representadas como falantes, re produzindo assim também sua ordem social. São os sem língua: é claro que eles também falam português, uma variedade de português não-padrão, com sua gramática particular, que, no entanto, não é reconhecida como válida, que é desprestigiada, ridicularizada, alvo de chacota de escárnio por parte dos falantes do português-padrão ou mesmo daqueles que, não falando o português-padrão, o tomam como referência ideal – por isso podemos chamá-los de sem língua. (p. 16-7)

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