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QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESCLEROSE MÚLTIPLA E NEUROMIELITE ÓPTICA? ESCLEROSE MÚLTIPLA E OUTRAS DOENÇAS DESMIELINIZANTES IDIOPÁTICAS DO SNC VINHETA DE ABERTURA VINHETA DE ABERTURA A DOENÇA DESMIELINIZANTE Inflamação na bainha de mielina Secundária a outra causa ou primariamente autoimune Prejuízo da condução de sinais nos nervos afetados, causando sintomas na sensação, nos movimentos, cognição e outras funções Secundária a outra causa ou primariamente autoimune. Núcleo Mielina Células de Schwann ESCLEROSE MÚLTIPLA EPIDEMIOLOGIA Tem etiologia multifatorial e maior prevalência em áreas de menor exposição solar Acomete principalmente mulheres 3 : 1 Faixa etária dos 10 aos 50 anos (20-40) 2/100.000 países tropicais e 15/100.000 países nórdicos CAI NA PROVA #CAI NA PROVA Predisposição genética: taxa de recidiva familiar 20%/ Associação entre a EM e os alelos do MHC DR15 e DQ6 Efeito protetor como o HLADRB1 POSSÍVEIS ASSOCIAÇÕES Fatores ambientais: ੦ Infecções virais (Epistain Barr) ੦ Baixa exposição ao sol: níveis baixos de vitamina D ੦ Tabagismo e obesidade na adolescência ੦ Contato com solventes orgânicos (Neurology em 2018) TIPOS DE EM Remitente-Recorrente (EM-RR) Primariamente Progressiva (EM- PP) Primariamente Progressiva com surto (EM-PP com surto) Secundariamente Progressiva (EMSP) TIPOS DE EM A forma mais comum é a EM-RR, representando 85% no início da apresentação A forma EM-SP é uma evolução natural da forma EM-RR em 50% após 10 anos do diagnóstico As formas EM-PP e EM-PP com surto perfazem 10%-15% CAI NA PROVA #CAI NA PROVA Surtos ou ataques agudos, podendo entrar em remissão de forma espontânea ou com o uso de corticosteroides (pulsoterapia) Os sintomas mais comuns: neurite óptica, paresia ou parestesia de membros, disfunções da coordenação e equilíbrio, mielites, disfunções esfincterianas e disfunções cognitivo- comportamentais, de forma isolada ou em combinação Atentar para os sintomas cognitivos como manifestação de surto da doença MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS Comprometimento de tratos longos (motor e cerebelar): 80% dos pacientes com alterações piramidais Fraqueza (mielopatia): MMII – tetraparesia EMSR: início com sintomas sensitivos e neurite óptica Fase progressiva tanto na PP quanto na SP é um processo degenerativo idade-dependente Clínica Número de lesões com evidencia clínica Necessidade de complemento ≥ 2 surtos ≥ 2 não ≥ 2 surtos 1 (com evidência de clínica anterior em local diferente) não ≥ 2 surtos 1 Disseminação no espaço demonstrado por um surto demonstrado em liquor ou REMA 1 surto ≥ 2 Disseminação no espaço demonstrado por um surto com BOC no Liquor ou REMA 1 surto 1 Disseminação no espaço demonstrado por um surto demonstrado em liquor ou REMA e Disseminação em tempo demonstrada por surto ou BOC no líquor ou REMA PEGADINHA #PEGADINHA As lesões medulares costumam ser de extensão menor do que 3 corpos vertebrais Lesões extensas medulares falam contra esse diagnóstico As principais causas de mielopatia longitudinal extensa são: infecciosas, neuromielite óptica e deficiência de vitamina B12 DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Idade mais frequente de apresentação EM (entre 20 e 40 anos), quadro de localização multifocal, com disseminação no espaço e no tempo Infecção ੦ pode acometer o cérebro difusamente ou formar abscessos discretos. A imagem típica de neurotoxoplasmose é um padrão de captação anelar de contraste e edema perilesional acometendo os gânglios da base AVC ੦ descrição de uma paciente sem fatores de risco anteriores para doenças cerebrovasculares com quadros de surto- remissão não é compatível com quadro de AVC Tumor SNC ੦ um quadro de progressão da lesão tumoral não evolui com remissão espontânea de sintomas DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL Neuromielite Óptica Deficiência de vitamina B12 COMORBIDADES PSIQUIÁTRICAS NA EM 50% dos portadores de esclerose múltipla apresentam alterações psiquiátricas A mais prevalente é depressão Outras: psicoses e transtornos do humor Degeneração cortical que ocorre ao longo do tempo, associada às sequelas provenientes dos surtos e ao estigma psicossocial sobrejacente (?) O acompanhamento psicológico do portador de EM deve ser sempre objetivado TRATAMENTO EM Drogas Modificadoras da Doença ੦ avaliar adaptação do paciente à medicação ੦ avaliar progressão da doença ੦ avaliar teste de incapacidade funcional Sempre escolher a medicação que esteja adequada ao potencial de progressão IMPORTANTE #IMPORTANTE SURTO DA ESCLEROSE MÚLTIPLA Considera-se surto em Esclerose Múltipla (EM), o aparecimento de sinais e sintomas neurológicos que duram mais de 24 horas ੦ não indicam agravamento da doença. Manifestações clínicas podem aparecer periodicamente e não serem surtos. ੦ fadiga, crises espásticas, parestesias, dor, fenômeno de Uhthoff e incontinência esfincteriana. ੦ variações do metabolismo ou meio externo podem precipitar o aparecimento: calor, febre, exercícios físicos, tabagismo ੦ infecções sistêmicas, infecções do trato urinário, distúrbios metabólicos e distúrbios circulatórios podem ocorrer no curso da EM, por vez mimetizando um novo surto. CAI NA PROVA #CAI NA PROVA NEUROMIELITE ÓPTICA Doença de Devic ੦ desmielinização em seguimentos MEDULARES e NERVO ÓPTICO ੦ necrose com cavitação e perda axonal em substância branca e cinzenta ੦ lesões em atividade: edema em medula espinal e nervo óptico (aspecto tumoral) ੦ anticorpo IgG que se liga ao canal aquaporina-4 é o responsável ੦ genética: DRBP1 0501 (5x > brasileiros e japoneses com NMO NEUROMIELITE ÓPTICA CLÍNICA Mais frequente em mulheres e NÃO caucasianos Início entre 30 e 40 anos Primeiros sintomas: NO ou mielites, simultâneos ou não. Pode apresentar sintomas de tronco como oftalmoparesia, vômitos e soluços com duração de dias a semanas Curso remitente/recorrente ou doença monofásica NEUROMIELITE ÓPTICA EXAMES COMPLEMENTARES RNM medula espinal 3 ou mais níveis vertebrais, localização central na medula, edema com tumefação e captação intensa de contraste Anormalidades na RNM de crânio não compatíveis com EM NEUROMIELITE ÓPTICA LCR ੦ > 50 células/mm³ ੦ bandas oligoclonais em apenas 30% NMO-IgG no sangue ੦ o anticorpo NMO-IgG liga-se ao canal AQP-4 presente nos pés astrocitários que compõem a barreira hematocefálica, presentes na medula espinal, tronco, quiasma óptico, hipotálamo, regiões periaquedutais e perimesencefálicas ੦ especificidade 91% e sensibilidade 73% NEUROMIELITE ÓPTICA CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS (2006) Critérios absolutos ੦ NO ੦ mielite aguda ੦ não há limite de tempo entre a NO e a mielite Critérios de suporte ੦ lesão medular > 3 níveis ੦ RNM encéfalo sem critério para EM ੦ NMO-IgG positivo DIAGNÓSTICO NMO: critérios absolutos + 2 de suporte NEUROMIELITE ÓPTICA TRATAMENTO Surto ੦ Solu-Medrol® 1g/dia 3 a 5 dias (pulsoterapia) seguido de plasmaférese, 6 a 8 ciclos ou imunoglobulina 0,4/kg 5 dias Manutenção ੦ azatioprina 2 a 3 mg/kg + prednisona oral 0,5 a 1 mg/kg ou micofenolato 750 a 3.000 mg Em casos refratários: rituximabe, plasmaférese ou imunoglobulina SÍNDROME CLÍNICA ISOLADA (CIS) Primeiro episódio de sintomas neurológicos com duração de pelo menos 24 horas Pode representar o início da EM (30% a 70%) Quanto mais áreas de dano forem observadas em uma ressonância magnética, maior o risco Causada por danos no revestimento dos nervos do Sistema Nervoso Central (SNC) O dano pode ocorrer em: ੦ um lugar resultando em um único sintoma ੦ em mais de um lugar, o que pode levar a sintomas diferentes CAI NA PROVA #CAI NA PROVA SÍNDROME CLÍNICA ISOLADA O tratamento precoce com drogas modificadoras da doença pode atrasar a conversão para EM, se o paciente apresentar alto risco para conversão Considerar o uso de betainterferonaou acetato de glatirâmer ou cladribina ou teriflunomida para pessoas dentro de 12 meses de CIS, quando exames de ressonância magnética sugerem alto risco DEFICIÊNCIA VITAMINA B12 Comprometimento do funículo posterior (grácil e cuneiforme) ੦ responsável pela sensibilidade profunda Comprometimento do funículo lateral ੦ responsável pela via piramidal motora Exame Neurológico: ੦ sinal de Romberg: lesão da via da sensibilidade profunda (propriocepção) ੦ sinal de Babinski: lesão do neurônio motor superior QUAL A DIFERENÇA ENTRE ESCLEROSE MÚLTIPLA E NEUROMIELITE ÓPTICA?
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