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Lysa Laura Figueiredo PELE: 15% do peso corporal. 0,5 – 4mm de espessura. Plasticidade: resistência e flexibilidade. Capacidade de reparação e renovação. Embriologia: Ectoderme: estruturas epiteliais (epiderme, unhas, pelos e glândulas) e neurais (melanócitos e nervos). Mesoderme: derme e hipoderme. Funções: Homeostasia: termorregulação (vasoconstrição ou vasodilatação), controle hemodinâmico, produção e excreção de metabólitos. Ex: síntese e metabolização da vitamina D. Sensorial: neurorreceptores cutâneos. Defesa/proteção: Queratinização, manto lipídico e sistema imunológico (células de Langerhans, macrófagos, linfócitos e mastócitos). Melanina: neutralizar as radiações ultravioleta e ionizantes. Físico-química: pH ácido (5,4-5,6). Epiderme: tecido epitelial estratificado queratinizado. Queratinócitos, melanócitos, células de Langerhans, células de Meckel, células dendríticas. Camada basal: manutenção da junção dermoepidérmica. Queratinócitos: células germinativas (colunares, citoplasma e basófilo). Camada espinhosa: células espinhosas ou de Malpighi (poligonais, muitos desmossomos e citoplasma acidófilo). Camada granulosa: células repletas de grânulos basofílicos de cerato-hialina. Barreira lipídica: relativa impermeabilidade à água e substâncias polares. Camada córnea: células achatadas, anucleadas. Células especiais da pele: Melanócitos: derivadas da crista neural e produtores de melanina. Absorção e difusão da radiação UV e camada basal da pele. Células de Langerhans: reconhecimento, internalização, processamento e apresentação de antígenos, camada basal à granulosa. Célula de Merkel: rara, camada basal e mecanorreceptor de adaptação lenta. Folículo piloso: projeção de queratinócitos modificados para a derme. Produção de pelos. Fase anágena (85-90%): atividade mitótica plena; Fase catágena (1%): apoptose e interrupção das mitoses; Fase telógena ou repouso (13%): DERME: Fibroblastos, histócitos, células dendríticas e mastócitos (superficial ou papilar, profunda ou reticular). Inervação: corpúsculos. Vatter-Paccini (pressão); Meissner (sensações táteis); Krause (frio); Ruffini (calor); Discos de Merkel (tato e pressão). HIPODERME: Lóbulos de lipócitos delimitados por septos de colágeno, vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Panículo adiposo: proteção térmica, traumas, permite mobilidade da pele e modela o corpo. Lysa Laura Figueiredo FERIDAS: Perda da integridade da pele. Avaliação das feridas: Localização; Extensão: comprimento x largura; Profundidade; Deslocamento: redução ou aumento da ferida; Dor; Tipo de tecido: vitalizado, desvitalizado ou misto; Presença de exsudato: características como sanguinolento, seroso, purulento ou misto. ENXERTOS E RETALHOS: O uso de enxertos e retalhos é muito relevante para a preservação da função, recuperação estética e para diminuir a estigmatização dos pacientes vitimas de lesões. Cicatrização por segunda intenção é a contração da ferida e sua deformação. Indicação: Reparação de queimaduras profundas (2° grau profundo e 3° grau), feridas cirúrgicas e perdas de pele (pós-traumáticas, pós infecciosas), diminuir o tempo de cicatrização da ferida, prevenir a formação de cicatrizes patológicas. ENXERTO: é um pedaço de pele retirada de uma área corpórea (área doadora) e transferida para outra área (receptora) sem nenhum pedículo de comunicação entre elas. Tipos: quanto a origem do enxerto. Autoenxerto: quando o doador e o receptor são o mesmo indivíduo. Homoenxerto ou aloenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém da mesma espécie. Ex: curativo biológico (utilizado de forma temporária). Isoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos diferentes, porém, geneticamente idênticos. Ex: gêmeos univitelinos. Xenoenxerto: quando o doador e o receptor são indivíduos de espécies diferentes. Ex: curativo biológico (pele de porco utilizada em seres humanos). Tipos: Enxertos simples: Livre de pele parcial: engloba epiderme ou algumas camadas da derme. É o tipo mais utilizado em procedimentos de fechamento de feridas que não foram possíveis pela aproximação das bordas. Ele contém quantidades variáveis de derme, de forma que preserva a derme na área doadora e permite a sua reepitelização. Pode ser classificado conforme a espessura: Enxerto de pele parcial fino: 0,2 a 0,3 mm; Enxerto de pele parcial médio: 0,3 a 0,45 mm; Enxerto de pele parcial grosso: 0,45 a 0,75 mm. Lysa Laura Figueiredo Livre de pele total: engloba todas as camadas da derme. O enxerto de pele total é mais utilizado em pequenas lesões, principalmente em áreas como a face e as mãos. Compostos: consistem em uma porção intacta contendo toda epiderme e a derme, com um componente adicional de gordura ou cartilagem. Enxerto condrocutâneo (pele conectada a uma das faces da cartilagem); Enxerto condrobicutâneo (pele conectada a ambas a face da cartilagem); Enxerto dermogorduroso (derme com tecido gorduroso). ENXERTO DE MESH: Melhor drenagem de sangue e exsudato. Mais adaptável a contornos irregulares. Os enxertos em lâmina são cosmeticamente superiores aos enxertos em mesh. Lysa Laura Figueiredo Fases de integração do enxerto: Embebição: responsável pela sobrevivência do enxerto nas primeiras 48 horas. Inosculação (anastomose): 2-6 dias. Começam conexões vasculares entre o enxerto e o leito. Neovascularização: após 6 dias. Formação de novos capilares por angiogênese. Maturação: o enxerto e tecidos ao seu redor se remodelam e sofrem retração. Enxertos de pele levam pelo menos 1 ano para completar maturação. Maturação dos enxertos de pele: Contração primária: diz respeito à contração que ocorre quando o enxerto é retirado, ocorre devido a ação da elastina da derme. Quanto mais espesso o enxerto, maior a contração primária. Contração secundária: refere-se à contração da cicatriz do enxerto de pele. Provavelmente o resultado da contração no leito da lesão pela ação dos miofibroblastos. Enxertos grossos parecem ter um efeito inibitório sobre os miofibroblastos e contração da ferida. Cuidados técnicos: Assepsia, vascularização, adesão, hemostasia e imobilização. Aspectos estéticos: coloração da pele (pelos). Material necessário: dermátomo elétrico, faca de Blair, Mesh-maker, fios de sutura (nylon, monocryl), material de curativo (rayon, gaze, algodão hidrófilo, ataduras). Curativo: manter imobilização. Complicações: Forças de cisalhamento, hematoma, infecção. Os enxertos de pele possuem grande importância no tratamento de feridas, tanto em aspectos clínicos, quanto estéticos e psicológicos do paciente. Deve-se assegurar a funcionalidade pelo correto fechamento da ferida, minimizar cicatrizes e diferenças entre as peles das áreas doadora e receptora. Lysa Laura Figueiredo RETALHO: é o segmento da pele e subcutâneo com suprimento vascular próprio, que será movido de uma área (doadora) para outra (receptora), com a finalidade de preencher uma ferida cirúrgica. Existe uma comunicação do retalho com a área doadora por meio de um pedículo, o que garantirá sua sobrevivência. Composição: Simples (apenas um tipo de tecido é transportado): pele (epiderme, derme e subcutâneo), fáscia, músculo, osso. Compostos (estruturas diferentes são transportadas juntas): retalhos miocutâneos (pele + músculos), retalhos osteomiocutâneos (pele + músculo + osso) e retalhos osteomusculares (músculo + osso). Localização: Retalhos livres: a área doadora e a área receptora são distantes e existe uma necessidade de anastomose microcirúrgicados vasos do retalho com os vasos da área receptora. Retalhos locais e regionais: o pedículo vascular mantém-se ligado à área doadora, podendo ser seccionado após a integração do retalho à vascularização da área receptora (neovascularização). Mecanismo de transferência: AVANÇO, ROTAÇÃO E TRANSPOSIÇÃO. Embora limitado em seu alcance, o retalho de padrão aleatório pode ser elevado e rodado para proporcionar uma pele viável e tecido subcutâneo para cobrir uma ferida ou lesão adjacente. Retalhos comuns baseados no plexo subdérmico incluem: Avanço. Interpolação: o pedículo passa sobre um segmento de pele sadia. Depois libera o pedículo em um segundo tempo cirúrgico. Rotação (pivot). Transposição. Bipediculado. Bilobado. AVANÇO: avança sobre a área do defeito, aproveitamos a elasticidade que existe na base dele. ROTAÇÃO: gira em direção ao defeito. Lysa Laura Figueiredo TRANSPOSIÇÃO: Zetaplastia. PEDÍCULO VASCULAR (VASCULARIZAÇÃO): Axial: retalho de padrão axial é adquirido ao longo do eixo de um vaso sanguíneo anatomicamente reconhecido. Randômico: carecem de um suprimento sanguíneo mais privilegiado e são supridos por uma rede aleatória de pequenos vasos sanguíneos. Suprimento sanguíneo: Retalho cutâneo ao acaso: é suprido por artérias musculocutâneas que entram pela base do retalho e é composto de pele e TCSC. Retalhos miocutâneos: são supridos por perfurantes miocutâneos que entram pelo músculo abaixo do retalho. Retalhos septocutâneos: é nutrido por vasos axiais achados no septo que divide os músculos. O comprimento de tal retalho pode ser aumentado pela incorporação da fáscia (retalho fasciocutaneo). DRENAGEM VENOSA: TIPO I: tem um único território venoso que segue uma única direção. TIPO II: 2 territórios venosos drenando em direções opostas. TIPO III: 3 ou mais territórios venosos em direções múltiplas. CLASSIFICAÇÃO DE TAYLOR: TIPO I: o músculo é suprido por um único nervo motor, que se divide após penetrá-lo. Ex: grande dorsal. TIPO II: um único nervo motor supre o músculo, porém ele se divide antes de penetrar no músculo. Ex: deltoide, glúteo máximo. TIPO III: ramificações múltiplas do mesmo tronco de nervo. Ex: gastrocnêmio. TIPO IV: ramificações múltiplas de troncos de nervos diferentes. Ex: reto do abdome. CLASSIFICAÇÃO DE MATHES E NAHAI: TIPO I: irrigado por um único pedículo vascular. Ex: gastrocnêmio. TIPO II: irrigado por uma artéria dominante e vários pedículos segmentados. Esse é o padrão mais comum encontrado na musculatura humana. Ex: grácil, reto femoral e platisma. TIPO III: o músculo irrigado por 2 pedículos dominantes, geralmente situados em posições opostas. Ex: glúteo máximo, reto abdominal. Lysa Laura Figueiredo TIPO IV: irrigado de forma segmentada por várias artérias. Cada pedículo fornece circulação para um segmento de músculo. É o menos indicado para retalhos. Ex: sartório, tibial anterior. TIPO V: irrigado por uma artéria dominante e vários pedículos segmentares confiáveis (diferente do tipo II). Ex: peitoral maior, grande dorsal. RETALHOS MICROCIRÚRGICOS: A utilização de Retalhos Microcirúrgicos, também conhecida como Transplante Autólogo Microvascularizado é o procedimento de escolha na reconstrução de grandes perdas teciduais. Realizado anastomoses entre artérias veias e até nervos para manter a funcionabilidade do órgão. Utilizado em grandes defeitos. Complicações: Hematomas e sangramentos, infecção de feriada operatória e perda de vascularização e necrose. ASPECTOS DA DRENAGEM DE ABSCESSOS E DA EXÉRESE DO CISTO DE INCLUSÃO EPIDÉRMICA: Infecções da pele: Principais micro-organismos: Staphylococcus aureus, Staphylococcus epidermidis e Streptococcus beta-hemolítico do grupo A. Porta de entrada: Implantação direta (p. ex., trauma perfurante com objetos contaminados); Disseminação de uma infecção estabelecida e contígua; Disseminação por via linfática ou hematogênica de um foco distante. Fatores predisponentes: Comprometimento dos mecanismos de defesa do hospedeiro, presença de corpos estranhos, obstrução da drenagem normal, isquemia ou necrose tecidual, hematoma ou acúmulo excessivo de líquidos nos tecidos e trauma. Celulite: infecção aguda da pele, bordas visualmente mal definidas, derme e tecido subcutâneo, eritema, edema, dor e comumente em um membro. Lysa Laura Figueiredo Erisipela: forma específica de celulite, superficial, envolvimento linfático e elevada. Abscesso cutâneo: coleção de pus localizada e circunscrita na pele ou tecido subcutâneo. Locais mais comuns: axila, glúteo, virilhas e extremidades. Diagnóstico: Exame físico: edema, dor, eritema, flutuação. Aspiração com agulha. USG. DRENAGEM DE ABSCESSOS CUTÂNEOS: Drenagem é o tratamento indicado. Antibioticoterapia isolada é inadequada, a maioria não necessita. Cuidado: abscessos grandes, profundos ou áreas difíceis de anestesiar. Palmas, solas, face. Não drenar celulite. Técnica: Preparo: TCLE, lavagem de mãos, EPI. Materiais: antisséptico, gaze, tesoura, pinças, pinça hemostática, porta agulha, lâmina de bisturi, campo estéril, anestésico local, seringas, agulhas, cuba rim, soro fisiológico, dreno penrose e micropore. Posicionar, antissepsia e anestesiar o topo da lesão. Lysa Laura Figueiredo Incisão e drenagem; Incisão no ponto de maior flutuação; Linhas de força; Não aprofundar além da loja; Exploração com pinça (loculações). Linhas de força: Coleta de culturas; Expressão; Lavagem com SF; Locar dreno; Fixar; Curativo. CUIDADOS: Lysa Laura Figueiredo CISTOS DE INCLUSÃO EPIDÉRMICA: Causa mais comum de cistos cutâneos: sinonímia (epidermoide, epidérmico, infundibular, inclusão, queratinico, sebáceo). Nódulos superficiais, todo corpo, mm-cm, estáveis ou com crescimento, suscetíveis a inflamação/infecção, mais comuns em homens 2:1. Fisiopatologia: primário ou secundário. Tratamento: infecção > atb x drenagem. Ressecção do completa do cisto com paredes intactas se possível.
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