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Emergências psiquiátricas - Revisão pra prova

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1 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
 
 
 
 
 
 
 
Emergências psiquiátricas 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Medicina – 8º semestre 
 
2 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
INTRODUÇÃO – CONCEITOS 
• Emergência psiquiátrica X urgência: 
Em medicina, emergência é aquela situação que pode 
levar ao risco de morte ou de lesão do órgão alvo 
em até 24 horas. Urgência é uma situação grave, 
mas que não tem esse risco tão concreto nesse 
período, ou seja, dá pra esperar um pouco. Na 
psiquiatria não é muito feita essa diferenciação, 
porque uma urgência pode virar uma emergência e 
vice versa. 
Exemplo: paciente ansioso na emergência pra ser 
atendido e alguém fala que no hospital só tem doido. 
Neste caso, a tendência é que o paciente fique ainda 
mais ansioso e com um sofrimento mais intenso. Em 
psiquiatria, é usado basicamente o termo emergência. 
Exemplos: tentativas de suicídio, agitação 
psicomotora - APM (paciente muito agitado, 
acelerado, que sai quebrando tudo, batendo nas 
pessoas), crises de ansiedade, episódios psicóticos 
(fuga da realidade, alucinações), hipomania e mania 
(episódios de elevação do humor em que a pessoa está 
tão eufórica que se expõe a determinados riscos, 
como exposição na internet, abuso sexual, abuso 
de drogas, situações de vulnerabilidade). 
• Agressividade autodirigida (a si próprio; 
exemplo: mutilação) X heterodirigida (dirigida 
pra outras pessoas); 
• Violência (conceito ¨psiquiátrico¨ X OMS): 
Segundo a OMS, violência é qualquer situação 
em que uma pessoa causa danos a outra, seja 
físico, psíquico ou material. Na psiquiatria, 
violência é só a parte física mesmo e, fora a 
parte física, tudo é agressividade. Agressividade 
física é a violência. 
OBJETIVOS NA EMERGÊNCIA 
• Estabilizar o quadro (¨acalmar¨ o paciente): 
aliviar o sofrimento do paciente. O propósito não 
é sedar o paciente, mas se for preciso, é feito. 
• Afastar causas orgânicas (incluindo uso de 
Substâncias Psicoativas – SPAs): afastar outros 
transtornos. 
Exemplo: senhora que nunca teve transtorno mental 
na vida e com 50-60 anos começa a apresentar 
queixas de ansiedade. Exame físico: bócio. Neste 
caso, é importante pensar em hipotireoidismo, 
hipertireoidismo, tireoidite de Hashimoto. 
Outra coisa que precisa ser afastada é o uso de 
drogas. Às vezes o paciente usou muita cocaína e foi 
parar na emergência, apresentando intoxicação 
aguda. 
• ¨Levantar¨ hipóteses diagnósticas: não é 
preciso fechar a suspeita diagnóstica, mas é 
importante sugerir. 
• Orientações (prescrição, encaminhamento, 
mudanças): Avaliar se o medicamento precisa ser 
feito no momento ou se pode ser feito em casa. 
Encaminha quando necessário. Importante: MEV 
– mudança no estilo de vida - atividade física, 
alimentação balanceada, exercício de 
respiração. 
CONDUTA INICIAL 
• Conhecer a unidade: equipe (enfermagem, 
psicólogo), exames em geral (toxicológico, ureia, 
lipemia), rotas de fuga (muito importante na 
psiquiatria), pendências do plantão anterior ... 
• Observar a sala de espera: verificar se tem 
alguém agitado, inquieto, gritando. Se tiver, 
tenta adiantar um pouco o atendimento dela. 
• Estimar risco de agressividade. Quais são os 
pacientes que tem maior risco de ser agressivo? 
ESTRUTURA DA SALA DE ATENDIMENTO 
 
Introdução e Conceitos 
 
3 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
É de extrema importância a presença de uma porta 
que abra pra fora atrás do médico, caso tenha a 
necessidade de fuga. 
RISCO DE AGRESSIVIDADE 
• Punhos cerrados: paciente com a mão fechada ou 
pra cima ou pra baixo. 
• Tom de voz elevado: gritos, elevação da voz. 
• História de agressividade: exemplo: paciente 
nervoso, que arranha os pais. 
• Sexo masculino; 
• Idade: 15-24 anos; 
• Abuso de álcool e outras SPAs: pessoa 
alcoolizada, que usou drogas. A gente tem que 
saber reconhecer no rosto ou nas atitudes do 
paciente coisas que sugiram o motivo. Dente 
preto → será que fumou crack? Sangramento 
nasal → será que usa cocaína? 
• Inquietação/mudança frequente de postura: 
pode ser um nervosismo de ansiedade ou de 
agressividade. 
• Comportamento provocativo: xingamentos. 
CONDUTA NA CONSULTA 
• Estar a uma distância segura do paciente; 
• Estabelecer vínculo com o paciente: Se a gente 
fala diretamente com o paciente, ele entende 
que a gente está ali pra ajudar. Se fala com a 
família, possivelmente, dê a entender que está 
contra. 
• Entender o objetivo do paciente em estar ali: 
qual é o motivo que levou o paciente ao hospital? 
EVITAR 
• Confrontar o paciente agressivo; 
• Movimentos bruscos: sempre avisar o que está 
fazendo e não fazer de forma repentina. 
• Anotações; 
• Se ¨contaminar¨ com emoções negativas do 
paciente: os pacientes chegam chorosos e tristes 
e o médico tem que saber lidar com as emoções. 
• Fazer relatórios para INSS e outras situações. 
É um direito do paciente, porém é feito da forma 
que o médico quer. Exemplo: paciente foi 
atendido dia tal, com quadro tal, suspeita tal, 
tratamento tal. Salvador, dia 04/08, Chico. 
ANAMNESE NA EMERGÊNCIA 
• Com quem o paciente compareceu? Colocar nome 
• Queixa: o que o levou à emergência NAQUELE 
dia/momento? Por que não veio ontem e por que 
não esperou amanhã? Hoje tá pior? 
• HMA: uso de medicamentos (medicamento, 
dose, posologia, momento do uso – 
peculiaridade, há quanto tempo, efeitos 
colaterais ou terapêuticos). Pra tomar 
fluoxetina tem que estar com o estômago cheio. 
• AM: tentativas de suicídio ou homicídio. Evitar 
falar ¨cometer suicídio¨. Cometer tem relação 
com cometer crime/assassinato. Perguntar se o 
paciente já matou alguém não faz parte da 
anamnese na emergência. 
EXAME PSÍQUICO NA EMERGÊNCIA 
• Nível de consciência: acordado, alerta, 
sonolento, torporoso? Na emergência, 
geralmente o paciente está alerta, no máximo, 
sonolento. 
• Aparência (inclui odor): O paciente se cuida? 
CID-10 → R46 – aparência pessoal bizarra. 
• Atitude: calmo, ansioso, colaborativo, conversa 
recusada, emotivo? 
• Psicomotricidade: movimentação. O paciente 
está inquieto, agitado, parado - catatônico? 
• Sensopercepção: alucinações, vozes, solilóquio, 
muscitação - sussuro? 
• Humor: Eutímico (humor normal), eufórico, 
desinibido, humor diminuído? 
• Orientação: mais avaliado em paciente idoso, 
paciente demenciando, com retardo, depressão 
grave. Ex. Que lugar é esse que você está? 
• Pensamento: organizado, conteúdo delirante ou 
não, curso acelerado? 
EXAME FÍSICO NA EMERGÊNCIA 
• Devemos fazer? Literatura: Sim! Na prática, 
ninguém faz! 
• Inspeção geral; 
• Exame neurológico; 
• Tireoide; 
• ACV; AR; 
• Abdome; 
• Extremidades. 
 
4 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
EXAMES LABORATORIAIS 
Nos hospitais psiquiátricos não tem esses exames. 
Sempre analisar comorbidades, idade ... 
• Hemograma; 
• Função renal. 
• Função e lesão hepáticas; 
• Glicemia; 
• Eletrólitos. 
• Exame toxicológico (via urinária, sanguínea, via 
bulbo capilar). 
Esses são os exames que mais podem apontar alguma 
alteração orgânica, ou seja, alguma alteração física 
que está levando a uma alteração psíquica. 
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS 
• Uso ou abstinência de SPAs: uso ou abstinência. 
• Infecções (SNC ou sepse); 
Lembrar do delirium, que é um quadro orgânico em 
que o paciente tem uma doença física que leva a 
alteração de eletrólitos, glicemia. Pode haver 
delirium, alucinação, alteração de atenção. Acontece 
mais em idosos. 
• Hipóxia, hipoglicemia; 
• Encefalopatias; 
• Neoplasias; 
• Demências; 
• AVC; 
• TCE. 
CARACTERÍSTICAS – ORGANICIDADE 
Coisas que sugerem que a doença mental do paciente 
é física/orgânica: 
• Alucinações visuais ou táteis: exemplo: sentir 
umas baratinhas subindo no pé é a cara da 
organicidade. 
•Primeiro episódio: avaliar o paciente por 
completo. Análise da tireoide, exames clínicos ... 
• Idade avançada (>40 anos): Doença mental é 
doença de jovem. 
• Doença clínica preexistente: exemplo: 
conhecimento da doença renal, hipertensão, 
diabetes. É mais fácil que isso tenha 
descompensando do que ter surgido um novo 
quadro psíquico. 
• Sinais e sintomas neurológicos; 
• Rebaixamento do nível de consciência (RNC): 
Doença mental não causa rebaixamento do nível 
de consciência. O que pode causar é a 
narcolepsia, mas no geral não causam. 
• História de trauma recente: o paciente caiu, 
bateu a cabeça? 
MEDICAMENTOS 
• Antipsicóticos típicos; 
• Antipsicóticos atípicos: Olanzapina. É um 
remédio muito bom que alivia bastante na 
emergência. 
• Benzodiazepínicos – ansiolíticos: clonazepam, 
diazepam e alprazolam. 
❖ Rivotril = Clonazepam = benzodiazepínico. 
Antidepressivo e estabilizador de humor não é 
usado na emergência, pois não resolve na hora. Quem 
resolve na hora são os antipsicóticos típicos e 
atípicos e os benzodiazepínicos (acalma), mas não 
servem a longo prazo. 
Rivotril é comum dar efeito rebote e levar a 
abstinência (quando suspenso de vez). 
Ps: Risperidona 1g/mg é o xarope! 
CONTENÇÃO MECÂNICA 
Quando é feita a contenção do paciente fisicamente 
no leito/maca. 
• Avisar a equipe antes se percepção de risco de 
APM; 
• 5 pontos: 4 membros + compressão torácica. 
Posição das ataduras para contenção. Na região do 
tórax usar lençol de preferência. Só usar contenção 
em tórax em caso de extrema necessidade. 
 
INDICAÇÕES DE INTERNAÇÃO 
• Ideação suicida; 
• Comportamento persistentemente violento; 
 
5 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
• Autonegligência grave (desnutrição, 
desidratação, má higiene); 
• Desinibição importante: exposição. 
TIPOS DE INTERNAÇÃO 
• Voluntária: O paciente quer internar. 
• Involuntária: O paciente não quer internar. 
• Compulsória: O juiz mandou internar. 
ENCAMINHAMENTO 
• Ideação suicida: NÃO DAR ALTA PARA O 
PACIENTE SOZINHO SEM AVALIAÇÃO COM 
PSIQUIATRA. 
• Solicitar exames se necessário; 
• Ambulatórios/CAPS/consultórios (inclusive para 
clínico, endocrinologista ou neurologista). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
INTRODUÇÃO 
Tem uma grande incidência na emergência pública, 
na particular é menos. Em clínicas particulares os 
quadros mais comuns são os de ansiedade, 
depressivos, crise de pânico. Entretanto, na 
emergência pública é mais a agitação psicomotora 
mesmo, é o paciente que quebra tudo. 
• Psicose: rompimento com a realidade X 
• Neurose: realidade. 
• Esquizofrenia: é a principal doença que cursa 
com psicose. 
• ¨Surto¨ psicótico: pra psiquiatria, surto é 
esquizofrenia. Se não for, pode se usar o termo 
crise. 
SINTOMAS 
• Delírios: ¨ideias¨, ¨pensamentos¨ fora da 
realidade; Exemplos: ¨minha família quer me 
matar¨, ¨ meu vizinho está me vigiando com um 
drone¨. 
• Alucinações: percepções sensoriais sem 
estímulo; Exemplos: ¨ouço vozes¨, ¨vejo vultos¨. 
CASO CLÍNICO 
• ID: Robnelson, sexo masculino, 21 anos. 
• Paciente sem história prévia de adoecimento 
psíquico até os 21 anos, começou a apresentar 
mudança de comportamento nesta idade, com 
introspecção, sensação de ¨estranheza¨ do 
mundo e de si próprio, e risos imotivados. 
Despersonalização (¨eu não me conheço mais¨) e 
desrealização (¨eu não conheço mais esse lugar¨). 
• Iniciou acompanhamento num CAPS, onde foi 
diagnosticado com uma SÍNDROME 
PSICÓTICA; 
• Após alguns meses, Robnelson evoluiu com 
solilóquios e episódios de mutismo. Depois, 
começou a ficar mais desconfiado, mais 
introspectivo, irritado e reativo. 
Quais podem ser as causas do adoecimento de 
Robnelson? 
❖ Esquizofrenia; 
❖ Uso de substâncias psicoativas; 
❖ Causas orgânicas (AVC, LES, neurossífilis, 
meningite, encefalite, hipovitaminoses, 
alterações renais e hepáticas); 
❖ Depressão psicótica; 
❖ Neoplasias; 
❖ Doenças tireoidianas. 
Obs. A depressão, a rigor, é um problema neurótico. 
A pessoa está em sã consciência, mas pode se agravar 
em delírios e alucinações. 
ESQUIZOFRENIA 
• Doença CRÔNICA caracterizada por quebra do 
senso de realidade (psicose); 
• Se inicia, normalmente, na JUVENTUDE; 
• Prevalência: menos de 1% da população em geral; 
• Sintomas psicóticos (delírios, alucinações ...). 
CAUSAS 
• Doenças mentais: endógenas: são causas da 
mente do paciente, do psiquismo (ex. depressão); 
exógenas: fora da mente e não do corpo 
(hipotireoidismo, tumor do SNC); primárias. 
• Fator genético; 
• Fatores hormonais; 
• Doenças orgânicas (hipovitaminose – C,D ...); 
• ¨Traumas psicológicos¨: trauma físico (TCE) e 
trauma psicológico (a pessoa pode ter, também, 
dissociação – psicotiza e sofre alucinações. Um 
exemplo disso é em uma pessoa que sofreu abuso 
sexual na infância, que é uma situação 
extremamente grave, dolorosa, que marca a 
pessoa, e depois disso a pessoa rompe com a 
realidade, ela desenvolve uma esquizofrenia e 
não volta mais); 
• TCDE (Traumatismo Crânioencefálico); 
• Uso de substâncias psicoativas (SPAs); 
O cannabis tem estudos que dizem que o gatilho é de 
6x para desenvolver a doença, mas CHICO, acha que 
a droga CAUSA DOENÇA e não só gatilho. 
• Uso de medicamentos (corticoides, roacutan). 
Psicose e agitação psicomotora 
 
7 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
Normalmente, as dissociações são momentâneas – 
algumas horas, alguns dias... 
SURTO PSICÓTICO/APM 
Agitação psicomotora, ou seja, estamos falando de 
psicomotricidade, que é a movimentação do paciente, 
é a função psíquica que interage. O psiquismo com a 
movimentação. Então a pessoa pode está catatônica 
super paradona, ou inquieta ou acelerada. 
• Delírios/alucinações motivando comportamentos 
de: 
❖ Heteroagressividade: agressividade dirigida aos 
outros. 
❖ Frangofilia: ¨tornar tudo em frangalhos¨: quebra 
tudo. 
❖ Aceleração extrema da psicomotricidade: 
pessoa MUITO agitada, às vezes parece uma 
crise convulsiva. 
❖ ¨Sair correndo¨. 
A APM e a impregnação medicamentosas são coisas 
diferentes. Na impregnação, o paciente vai tremer 
bastante, o corpo vai estar todo travado, rígido, 
salivando bastante; a impregnação pode cursar com 
inquietação (acatisia → paciente fica marchando no 
mesmo lugar ou ela tem a sensação subjetiva de 
inquietação, fica andando). Na agitação a pessoa está 
realmente agitada; se mexe mais, quebra as coisas, 
grita ... 
APM não necessita ser motivada por delírio ou 
alucinação. Às vezes um estresse, a pessoa tem 
transtorno de personalidade Borderline, aquela 
instabilidade emocional, e acontece alguma coisa e a 
pessoa sair quebrando tudo, sem psicotizar. 
CASO CLÍNICO 2 
• Robneide, 32 anos, chega na emergência contida 
com cordas, trazida por familiares (genitora, 
irmão Robnelson – e primo). Grita com eles, a todo 
momento: ¨vocês querem me matar! Mas vocês 
não vão conseguir, eu vou matar vocês primeiro¨. 
Genitora chorando, traz relatório do CAPS, 
informando diagnóstico prévio de esquizofrenia. 
• Paciente se soltando da contenção. 
• Ao exame, paciente agitada, alerta, contida em 
mãos e pés, aparência mal cuidada, odor ruim, 
vestes sujas, pouco abordável, muito irritada 
e ameaçadora. Hipervigil (tensa, olhando para o 
ambiente o tempo todo), hipotenaz (não consegue 
manter a atenção). Sem comportamento 
alucinatório no momento. 
• Pensamento: organizado (as ideias estão 
concatenadas, ou seja, está associando uma coisa 
com a outra), acelerado e delirante (delírio 
persecutória que a família quer matá-la). 
Questão: Qual é a primeira conduta? 
a) Medicar a paciente. 
b) Colher história completa da paciente. 
c)Afastar família do paciente. 
d) Saber histórico medicamentoso de Robneide. 
e) Chamar a equipe para conter a paciente na maca. 
Antes de medicar a paciente, o mínimo que tem que 
ser feito é colher o histórico medicamentoso de 
Robnoide. Na emergência não é o melhor lugar pra 
colher a história da paciente. É necessário afastar a 
família do paciente. Pra medicar Robnoide, é preciso 
uma contenção adequada. 
Sobre o caso: 
Dados concretos: Robneide está agressiva, vem 
contida, porém está se soltando da contenção, logo 
não se deve confiar nessa contenção, além de possuir 
indicação de ser medicada. 
a) Não se deve medicar Robneide antes de saber o 
histórico medicamentoso dela. Ela pode ter alguma 
alergia a fenergan (existe alergia a antialérgico). Ela 
pode ser sensível a haldol. Por isso, não se deve 
medicar a paciente sem antes, no mínimo, saber um 
histórico breve da medicação da mesma. É uma 
emergência psiquiátrica que pode virar uma 
emergência clínica. 
b) Em uma emergência, Robneide atacadíssima, 
dizendo que vai matar as pessoas, esse não é o 
momento de colher a história completa dela. Precisa 
sim ser feito, mas não nesse momento. 
c) Ela acha que a família quer matá-la. É necessário 
sim ter um afastamento dos membros da família 
nesse momento, porém – primeiramente – as condutas 
podem ser simultâneas (enquanto o médico chama a 
equipe para melhorar a contenção, ao mesmo tempo, 
ou com pouco tempo, o mesmo médico pode tirar 
momentaneamente a família daquele ambiente). 
 
8 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
Dessa forma, a conduta C e E podem ser feitas de 
forma simultânea. 
d) Também muito importante colher, mas em um 
momento posterior. 
SEQUÊNCIA DO QUE FAZER 
1. Chamar a equipe pra conter a paciente na 
maca; 
2. Afastar a família da paciente; 
3. Saber histórico medicamentoso; 
4. Exames físico (inspeção) e psíquico BREVES do 
paciente; 
5. Medicar a paciente; 
6. Colher história completa da paciente. 
(1) Como ela está se soltando da contenção, a primeira 
coisa a fazer com Robneide é conter de uma forma 
correta. Para medicá-la, é preciso fazer uma 
contenção segura, pois uma contenção frouxa pode 
quebrar a agulha no momento da aplicação do 
medicamento, por exemplo. (2) O afastamento da 
família ocorre de maneira simultânea com a 
contenção na maca (lembrando que se a família 
acolhe e a paciente está delirando com outra coisa, 
não precisa afastar a família). (3) O histórico 
medicamentoso pode ser colhido fora do ambiente em 
que a paciente está contida; o médico pergunta para 
a família se a paciente tem alguma alergia, se já usou 
determinadas medicações ... 
4 – Exames físico e psíquico BREVES do paciente): 
O exame psíquico já vai sendo feito assim que o 
paciente chega na unidade; o exame físico é uma 
inspeção muito rápida, breve, objetivando ver 
algum sangramento, alguma alteração nos olhos, 
nariz (pode ter cheirado cocaína) etc. O exame físico 
pode sim mudar a conduta, por exemplo, se o paciente 
tem hálito etílico, não se deve usar Rivotril. Por 
exemplo, às vezes na unidade de emergência é feito 
2H1F1M (Duas ampolas de Haldol, uma de Fenergan e 
uma de Midazolam); o midazolam é um 
benzodiazepínico, o que resulta em uma diminuição da 
frequência respiratória; se for usado junto com 
álcool, pode causar uma depressão respiratória, 
levando até ao óbito. 
Pergunta: se a paciente chegasse sozinha, como 
medicar? 
Resp.: existe a zona de conforto. Para isso, utiliza-se 
de haldol e fenergan. O haldol é um dos 
medicamentos mais seguros para se usar. Porém, se 
o paciente está agitado, quebrando tudo, 
provavelmente ele será trazido por alguém, visto que 
se o paciente tem a ideia “minha família quer me 
matar”, ele sozinho não terá intenção de ir em um 
hospital psiquiátrico. Mas, considerando que não tem 
nenhuma informação da paciente, pode usar o haldol. 
Pode dar ruim? Sim, a paciente pode ter alergia, pode 
ficar impregnada, mas se ela tem indicação de ser 
medicada, deve-se usar o que é menos pior. 
Exemplo: chegou um paciente, uma criança de 5 anos, 
estava indo para escola, caiu da rua, se machucou, 
está sangrando, alguém tratou essa criança na rua e 
levou para o HGE, a criança está com dor, não saberá 
se ela tem alergia, vai medicar com uma medicação 
mais segura. No caso psiquiátrico, a medicação mais 
segura é o Haldol, até se o paciente impregnar tem 
a solução para isso, que é o Fenergan ou o biperideno. 
Espera-se uma APM numa emergência mais para 
drogas estimuladoras (cocaína, craque), mas a canabis 
também pode cursar com isso. 
O midazolam é usado juntamente com o haldol e o 
fenergan (2H1F1M) caso precise que o paciente 
melhore mais rápido. 
TRATAMENTO FARMACOLÓGICO 
HALOPERIDOL (HALDOL) 
• Antipsicótico TÍPICO, antagonista da DA. 
• Formulações: comprimido 1mg, comprimido 5mg, 
ampola 5mg (1 ml), solução 2mg/ml. 
• Vias: VO, IM, EV (evitar EV, devido ao risco de 
arritmias). 
Os típicos são mais antigos, também chamados de 
antipsicóticos de 1ª geração, são antipsicóticos que 
possuem um mecanismo dopaminérgico, são 
antagonistas dopaminérgicos, derrubando a 
dopamina do paciente. O problema disso é que não 
reduz apenas a via principal, reduz em todas as vias, 
quando faz isso gera os efeitos colaterais, que é a 
impregnação (tremor, rigidez articular, marcha em 
bloco, hipersialorreia, acatisia/ distonia aguda - o 
pescoço do paciente fica parecendo com tétano, 
contração muscular da musculatura cervical/ algum 
tipo de crise/ acatisia - o paciente fica marchando no 
 
9 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
mesmo lugar), é chamado de pseudoparkinsonismo 
(Parkinson falso - uma condição causada por uma 
medicação). 
Na psiquiatria evita-se medicação venosa pela 
dificuldade do paciente psiquiátrico seguir os 
comandos, a não ser que o paciente já esteja 
internado com acesso venoso já instalado. 
O haldol venoso tem risco de arritmia (torsades de 
points), até 10 mg o livro diz que é seguro, no entanto, 
para prevenir, melhor fazer IM ou oral. Faz venoso 
se estiver dando muita medicação IM no idoso, chega 
um momento que ele não tem mais musculatura para 
absorver, fazendo, então, venoso. 
O haldol solução acaba sendo mais aceito porque o 
paciente associa a xarope ser para tosse, não tem 
gosto forte, podendo colocar no chá, no suco, que o 
paciente nem percebe, caso ele recuse o tratamento. 
Normalmente na emergência usa 5-10mg VO ou IM 
e a cada 30-45min pode repetir 5mg caso o paciente 
ainda esteja agitado. 
Haldol decanoato: medicação de depósito. É uma 
ampola que tem 50mg de haldol e vai ser liberado aos 
poucos. Caso um paciente internado não faça a 
adesão ao tratamento essa medicação é uma ótima 
escolha, sendo liberado de 20 a 30 dias no organismo, 
normalmente 20 dias, garantindo que mesmo que o 
paciente não tome o remédio, essa injeção seja 
liberada aos poucos, garantindo alguma melhora do 
quadro, quando acabar, o paciente deve voltar e 
tomar outro. 
Não são medicamentos que precisam ter desmame. 
Precisa fazer esse haldol decanoato depois de fazer 
o haldol rápido VO ou IM, porque deve saber se essa 
medicação vai fazer mal para o paciente, já que será 
liberado por tanto tempo. Isso se aplica também para 
o flufenan depot, paliperidona (invega sustena), ou 
seja, todos os de depósito. 
Esse haldol decanoato não resolve na emergência, 
deve ser utilizado nesse caso o haldol normal 
(rápido). 
Os sintomas negativos são causados pela 
hipoestimulação da via mesocortical. 
 
 
PROMETAZINA (FENERGAN) 
• Antihistamínico, anticolinérgico, usado para 
evitar SEP dos antipsicóticos e acalmar o 
paciente. 
Ele ajuda a combater os efeitos extrapiramidais dos 
antipsicóticos típicos, ou seja, quando o paciente está 
tremendo, está salivando demais, está todo duro. 
Ele nãoé o melhor para combater isso, mas às vezes 
é usado. O melhor é o biperideno. 
Frequentemente usamos junto com haldol. Inclusive 
pode misturar na mesma seringa. 
• Formulações: comprimido: 25mg, ampola 50mg 
(2ml), solução (lenda). 
A ampola dele é 25mg por mL, mas como são 2mL tem-
se 50mg 
• Vias: VO, IM (NÃO SE FAZ EV). 
Normalmente fazemos a ampola inteira 
intramuscular. 
Na teoria existe o fenergan gotas que seria mais 
utilizado na infância e adolescência, porém na pratica 
não é usado nem nisso. 
• Não faz sentido ser usado sozinho para 
PSIQUIATRIA. 
CLORPROMAZINA (AMPLICTIL) 
• Antipsicótico TÍPICO, porém fraco, grande ação 
sedativa. 
Ele não é tão bom, mas essa ação sedativa é boa. Às 
vezes tratamos insônia com amplictil, às vezes o 
paciente ainda acorda de manhã meio sedado. Nesses 
casos, cabe ao paciente perceber isso e avisar ao 
médico do efeito indesejado do medicamento, 
perguntando se pode mudar ou reduzir a dose. Mas, 
na teoria, a menor dose terapêutica do clorpromazina 
são 25 a 100 mg; em doses baixas, o efeito é mais 
insônia, um pouco de sedação, às vezes é um paciente 
que é muito agitado durante o dia. Nesses casos, é 
feito Clorpromazina (25 mg) 1-1-2, ou seja, um 
comprimido de manhã, um comprimido durante a 
tarde e dois comprimidos durante a noite; a 
concentração maior durante a noite se deve ao 
fato de o psiquiatra querer que o paciente durma 
mais durante a noite; de forma geral, medicamentos 
 
10 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
mais sedativos são usados em doses mais 
concentradas durante a noite. 
• Formulações: comprimido: 25mg, comprimido 
100mg, ampola com 25mg (5ml), solução 40 
mg/mL. 
É um antipsicótico típico, também tem o mesmo 
mecanismo de ação dopaminérgico. Para se conseguir 
efeito antipsicótico, é usado – no mínimo – 600 mg; 
menos que isso não tem efeito antipsicótico. Existem 
os comprimidos de 25 mg e o de 100 mg (os dois são 
usados na emergência). A ampola são 25 mg diluídos 
em 5 mL, ou seja, são 5 mg/mL. Já a solução (gotas) 
são 40 mg/mL, ou seja, 40 mg em 20 gotas, ou seja, 
uma gota possui 2 mg. 
• Vias: VO, IM (risco de hipotensão). 
*Obs.: o gosto é bastante ruim. Se você quiser 
medicar um paciente sem ele saber, não é 
recomendado o Amplictil por conta do alto teor 
amargo. Pode ser colocado em alimentos amargos ou 
azedos (café ou suco de limão) para disfarçar mais o 
gosto. Muitas pessoas acreditam que por ter o gosto 
ruim é veneno. 
As vias de administração são oral (tanto em 
comprimidos, como em gotas) e intramuscular. No 
caso de IM, existe um risco sério de hipotensão, 
precisando às vezes fazer soro ou precisando 
hidratar o tempo todo via oral. O professor fala que 
evita ao máximo, usando muito mais o Haldol, o 
Fenergan (lembrando que o fenergan não substitui o 
amplictil e o fenergan não deve ser usado sozinho) e 
o Midazolam IM (será citado posteriormente). 
QUETIAPINA 
• Antipsicótico ATÍPICO, ação serotoninérgica 
(5HT-2A); 
• Formulações: comprimido de 25 mg, 100 mg, 50 
mg (XR), 200 mg (XR), 300 mg (XR); 
• Via oral. 
*Importante frisar que todos os remédios citados 
nessa transcrição são usados na emergência, porém 
como o professor vai falar sobre a Quetiapina, ele vai 
comentar sobre o uso no contexto da emergência e 
do uso em casa a longo prazo usado diariamente. 
A quetiapina é um antipsicótico atípico, logo sua ação 
é serotoninérgica. Existe uma ação dopaminérgica 
indireta. Existem várias formulações da quetiapina; 
os medicamentos XR – ou LP – são os medicamentos 
de liberação prolongada (eXtended Release). Existem 
os comprimidos de 25 e 100 mg, com liberação rápida 
normal (muito usado na emergência). 
Uma característica interessante da quetiapina é 
possuir uma ação ansiolítica, porém não é um 
benzodiazepínico. Dessa forma, um paciente que não 
pode usar benzodiazepínico, pode ser substituído 
pela quetiapina. Pacientes em delirium (lembrar do 
público idoso → não se faz benzodiazepínico em idoso 
por conta da grande chance de delirium nesse público 
→ idoso ansioso se faz quetiapina. Lembrando que 
a quetiapina vai tratar a ansiedade no momento, não 
funcionando como antidepressivo; tem uma ação de 
potencializar o antidepressivo, mas sozinha não tem 
como tratar a ansiedade, assim como Rivotril, 
Diazepam, entre outros não tratariam). Pacientes 
hepatopatas – utiliza o lorazepam, que é um 
benzodiazepínico que pode ser usado em hepatopatas 
por não possuir metabolização hepática. Paciente 
com abuso de álcool não se utiliza benzodiazepínico, 
dando vez para a quetiapina. Gestantes é outro 
público que se evita ao máximo o uso de 
benzodiazepínico com meia vida mais longa, pois o 
bebê vai receber essa substância e quando nascer vai 
ter uma abstinência por benzodiazepínico. 
A dose diária é de 25 até 800 mg. Pode até fazer 
mais que isso, mas os ganhos serão apenas na parte 
da sedação. Efeito ansiolítico, hipnótico e sedativo é 
conseguido com doses de 25 até 100 mg. Já entre 200 
até 400 mg, é um excelente potencializador de 
antidepressivo, por exemplo, paciente ansioso em uso 
de fluoxetina 20 mg 0-2-0 (dois comprimidos depois 
do almoço → melhor com estômago cheio para evitar 
azia (pode ser usado depois do café da manhã 
também, mas nunca de noite porque pode tirar o sono 
do paciente), mas não está conseguindo o efeito 
desejado; nessa circunstância o psiquiatra pode 
combinar com quetiapina de 100 mg, por exemplo, 
1-0-2 para potencializar essa fluoxetina. A 
prescrição não deve começar já com uma dose de 
300mg/dia, pois o paciente só vai dormir, sendo o 
correto começar aos poucos até chegar nessa dose de 
200-400 mg para potencializar algum antidepressivo. 
De 400 até 800 mg ela funciona como estabilizador 
do humor; ela veio como antipsicótico atípico, mas foi 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
descoberto que até sozinha funciona na estabilidade 
do humor. Em dose alta, de 600 até 800 mg, funciona 
como antipsicótico, porém um antipsicótico fraco, 
não sendo um remédio usado para esse fim. 
*Lembrando que benzodiazepínico pode causar 
depressão respiratório. Dessa forma, se o paciente 
já estiver com uma depressão respiratória, só se 
deve fazer benzodiazepínico se a intenção for 
intubação. 
Outro fator importante para destacar é que por ser 
uma medicação de administração oral, o paciente 
precisa estar aceitando a medicação. 
OLANZAPINA 
• Antipsicótico atípico, ação serotoninérgica 
(5HT-2A); 
• Formulações: comprimido de 2,5 mg, 5 mg, 10 mg; 
• Via oral. 
Também é um antipsicótico atípico, muito bom e 
potente. O seu grande problema é causar ganho de 
peso, nível de 10kg em um mês; para a emergência é 
muito bom, pois tem um efeito antipsicótico e 
sedativo bastante satisfatório, porém para uso 
diário não é legal para todo mundo. No caso de um 
idoso que está psicótico e emagreceu, olanzapina é 
uma boa pedida, pois vai tirar o idoso da psicose, 
deixando mais calmo e com um ganho de peso. 
Na emergência é usado, normalmente, de 5 a 10 mg, 
um comprimido via oral. 
Olanzapina 10mg 02 comprimidos VO (a partir desse 
semestre deve escrever e falar assim). 
O ideal é até 20-30mg, que é a dose que faz 
diariamente, normalmente. Ao perceber que um 
remédio não está fazendo efeito, normalmente, muda 
a substância e não continua aumentando a dose (pode 
ser feito olanza com midazolan, olanza com fenergan). 
MIDAZOLAM (DORMONID) 
• Benzodiazepínico (ansiolítico). 
• Formulações: comprimido 15mg, ampola de 15mg 
(15mg em 3mL, ou seja, 5mg/mL, disse não ter 
certeza). 
• Via: oral, IM, EV (porém não se faz medicação 
EV na psiquiatria). 
É um remédio bom, tem uma potência boa e faz efeito 
muito rápido. Um paciente muito grande que está 
quebrando tudo: haldol + fenergan + midazolam 
também, que vai fazê-lo sedar rápido (5min).Normalmente faz IM, se for venoso, faz depressão 
respiratória. Se for fazer venoso, tem que ser muito 
devagar e diluído, como o Diazepam para epilepsia. 
Age rápido, mas também o efeito passa rápido, em 2-
3h o paciente já acorda. Usa o Dormonid também para 
insônia, paciente ansioso a noite, com insônia inicial, 
ou seja, aquela pessoa que a dificuldade é apenas 
pegar no sono. 
Pode causar dependência por ser benzodiazepínico, 
mas como a meia vida é curta, normalmente não 
causa. O ideal é que passe para a pessoa, já pensando 
em tirar, normalmente usa Dormonid apenas 1 mês. 
Na emergência é tranquilo, pode fazer. 
Zolpidem (ansiolítico) é um bom indutor do sono, não 
é bom para manter, a vantagem dele é que não é 
benzodiazepínico. As desvantagens são: ao tomar, 
deve deitar, se não manda mensagem para ex 
namorado, fala besteira, é uma confusão. O zolpidem 
não relaxa, só apaga, ou seja, se o paciente estiver 
ansioso, só apaga, usando então, para pessoas que não 
estão ansiosas, se estiver ansioso, é melhor 
benzodiazepínico. 
CASO CLÍNICO – ROBNEIDE 
Robneide, 32 anos, chega na emergência contida com 
cordas, trazida por familiares (genitora, irmão – 
Robnelson – e primo). Grita com eles, a todo momento: 
“vocês querem me matar! Mas vocês não vão 
conseguir, eu vou matar vocês primeiro”. Genitora 
chorando, traz relatório do CAPS, informando 
diagnóstico prévio de esquizofrenia. 
Paciente se soltando da contenção. 
Ao exame, paciente agitada, alerta, contida em mãos 
e pés, aparência mal-cuidada, odor ruim, vestes sujas, 
pouco abordável, muito irritada e ameaçadora. 
Hipervigil (tensa, olhando para o ambiente o tempo 
todo), hipotenaz (nós estamos normotenaz, ela não, 
está viajando sem conseguir manter a atenção), sem 
comportamento alucinatório no momento. 
Pensamento: organizado (ela fala que os familiares 
querem matar ela, mas ela vai matar eles antes. Não 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
se deve analisar o conteúdo nesse momento, apenas a 
organização. As ideias dela estão concatenadas, ou 
seja, está associando uma coisa com a outra, está 
tudo articulado), acelerado, delirante (delírio 
persecutório que a família quer matá-la). 
• Qual a conduta “definitiva” no caso de Robneide? 
• Qual abordagem? 
• Qual medicação? 
• Qual via? 
• Internação? 
• Quais orientações? 
Robineide nunca tomou nenhum remédio, logo, não se 
sabe os possíveis efeitos colaterais. 
Nesse caso dela, o ideal é fazer de outra forma que 
não VO, já que ela está muito inquieta. 
• Haldol 5mg (2 ampolas IM) + fenergan 50mg (01 
ampola IM) 
Caso não possa fazer haldol (sensibilidade) e 
fenergan (alérgica): 
• Midazolam 15mg (01 ampola IM) ou amplictil 
25mg (01 ampola IM) 
Se for via oral: 
Olanzapina 10mg (02 comp VO). 
Inicialmente vamos tentar uma abordagem não 
coercitiva: Robneide, me conte, o que está 
acontecendo? Provavelmente ela vai “tocar o terror” 
e será necessária uma abordagem mais incisiva, 
coercitiva, fazendo medicação, provavelmente IM 
porque ela não vai aceitar VO. 
Internação: se ela melhorar depois da medicação, 
pode-se pensar em dar alta para ela, revendo a 
prescrição. Mas, se a mãe prefere que ela continue 
internada alegando que ela está querendo quebrar 
tudo todos os dias, será necessário o internamento. 
Não mantém a dose como se fosse para casa, porque 
na internação, tem-se maior controle em relação aos 
efeitos colaterais dela, sendo possível utilizar doses 
mais elevadas, porque se ela sedar, ter qualquer 
efeito colateral, é possível controlar, pegando mais 
pesado na internação. 
 
 
 
CURIOSIDADE: CASA DE ROBNEIDE 
 
 
Prestar atenção na sujeira, bagunça, acúmulo. Tem 
um berço, sendo que Robineide tinha 50 anos e não 
tinha filho, logo, provavelmente tinha um delírio. 
• Antipsicóticos típicos: haldol, trifluoperazina 
(stelazine), clorpromazina, levomepromazina 
(neozine). 
• Antipsicóticos atípicos: quetiapina, olanzapina, 
risperidona, aripiprazol. 
• Antipsicóticos de depósito: haldol decanoato, 
flufenan depot, invega sustenna. 
ORIENTAÇÕES 
• Atividades físicas regulares (30 min, 3-5 vezes 
por semana). 
• Exposição ao sol (10-20min por dia). 
• Lazer. 
• Higiene do sono. 
• Hábitos alimentares saudáveis. 
• Exercícios de respiração. 
 
 
 
 
 
 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
CONCEITO LEIGO DE ¨BIPOLARIDADE¨ 
 
Isso é ciclotimia e não transtorno do humor bipolar. 
CONCEITO – THB 
• Doença CRÔNICA; 
• Se inicia na juventude; 
• Cursa com episódios de ELEVAÇÃO ou 
REBAIXAMENTO e elevação do humor; tem que 
ter elevação. 
• Impacto enorme na qualidade de vida do 
indivíduo: questão da exposição, desinibição 
sexual, possibilidade maior de gravidez, 
dívidas. 
Se o humor subiu em algum momento, é bipolar! 
Exemplo: se a pessoa teve mil episódios depressivos 
na vida e 1 episódio de mania, ela é bipolar. O 
diagnóstico de transtorno bipolar se sobrepõe a 
depressão! Um episódio de hipomania também 
configura transtorno bipolar, não precisa ser mania. 
TIPOS DE EPISÓDIOS 
• Mania (elevação extrema do humor); 
• Hipomanina: elevação do humor menor do que a 
mania (¨fulano é meio soltinho¨); 
• Episódio depressivo: rebaixamento do humor; 
• Episódio misto: sintoma de elevação junto com 
sintomas de perda do humor. 
QUADRO CLÍNICO 
• Mania: euforia (felicidade excessiva, exagerada) 
/disforia (agitação), psicose, desinibição 
sexual, gastos excessivos, agitação 
psicomotora, logorreia – fala rápida (mente 
acelerada - perde o sentido do que tá falando – 
uma ideia não tem nada a ver com a outra); se tem 
psicose, é mania. 
• Hipomania: inadequação, inquietação, 
loquacidade (pensamento acelerado, porém 
organizado – mantém uma linha), tom de voz 
elevado; não existe hipomania com psicose. 
• Episódio depressivo: humor deprimido, anedonia. 
Alterações de apetite, sono, vontade. 
• Episódio misto: oscilações de humor, 
reatividade + sintomas de elevação ou 
rebaixamento do humor. 
Importante: O transtorno esquizoafetivo 
(característica da esquizofrenia e ados transtornos 
afetivos) tem episódios de mania (elevação do 
humor), episódios depressivos e psicose pura – 
delírios, alucinações (sem alterações do humor). Na 
psicose maníaca, a psicose é secundária a 
alterações do humor. 
• Deliroide → parece delírio, mas não é 
exatamente. Humor altera → pensamento altera 
(mania). 
• Delírio: é uma alteração do pensamento. 
• Alucinação: é alteração da sensopercepção. 
CASO CLÍNICO 1 
Paciente diz: ¨Sou My Little Pony¨. 
Principal suspeita diagnóstica: 
a) Esquizofrenia. 
b) Hipomania. 
c) Mania. 
d) Retardo mental. 
Sou My Little Pony → delírio (alteração do 
pensamento), aparência extravagante (no carnaval, 
seria normal). Se tem delírio ou alucinação, tem 
psicose, e por isso, não pode ser hipomania, e sim 
mania. Normalmente, o paciente com transtorno de 
personalidade histriônico quer seduzir, chamar 
atenção através da beleza, provavelmente não se 
vestindo assim, mas poderia ser. 
Mania e THB na emergência 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
Como descartar esquizofrenia nesse caso? Nas 
esquizo, o afeto da pessoa é mais 
fechado/distanciado ou embotado (em casos mais 
graves), normalmente usa roupas mais escuras. 
APARÊNCIA 
• Mania: ¨exuberante¨, roupas e maquiagem 
coloridas, extravagantes e sobrepostas; 
• Depressão: roupas escuras, manga comprida. 
*Relatar caso o paciente esteja com odor 
etílico/alcoolizado, queimado de sol, emagrecido, 
desidratado. É importante observar também os pés, 
que quando machucados, pode significar que a pessoa 
está andando muito de um lugar para o outro. Pode se 
encaixar em mania. 
EXAME PSÍQUICO (MANIA) 
• Aparência extravagante (detalhar): muita 
roupa? Maquiagem extravagante? 
• Atitude: comunicativo;• Eufórico ou irritado; 
• Logorreico ou loquaz, falando alto: a linguagem 
pode estar tão acelerada que perde o sentido. 
• Atenção: hipotenaz (possivelmente): o 
pensamento tá tão acelerado que o paciente 
não presta atenção no que tá sendo perguntado 
pra ele. 
• Afeto sintônico: afeto exagerado. 
• Psicomotricidade acelerada; 
• Pensamento: acelerado, delirante, 
desorganizado (possivelmente); deliroide – por 
conta da alteração do humor. 
• Pode apresentar alterações de sensopercepção: 
paciente em mania pode ouvir ¨você é um Deus¨, 
ou seja, alucinações auditivas, por exemplo. 
CASO CLÍNICO II 
AGHBS, paciente do sexo feminino, 28 anos, chega à 
emergência trazida por familiares (trazendo seu gato 
de estimação, chamado ¨Tenebroso¨, vulgo Tetê), 
devido a quadro de irritabilidade, logorreia, 
desorganização do pensamento, apragmatismo 
(fazer coisas sem sentido). Tem diagnóstico de THB, 
e está em uso de lítio 300mg 1-1-1 e quetiapina 
100 mg 1-0-3. 
Ao exame, AGHBS se encontra abordável, porém 
desinteressada na consulta, algo irritada, 
acelerada, inquieta, falando muito com discurso 
desorganizado, rindo muito (afeto inadequado). Diz 
que é ¨bonita demais para estar num hospital tão 
feio¨, e que quer ir embora imediatamente, com Tetê. 
Primeira conduta: 
a) Medicar a paciente (VO). 
b) Contenção mecânica. 
c) Estreitar relação com AGHBS. 
d) Medicar a paciente (IM). 
Quando vai tentar medicar o paciente, tenta primeiro 
via oral, mas a paciente não está oferecendo risco ao 
ponto de ter que fazer isso logo. Neste caso, pode 
tentar estreitar relação com a paciente, mostrando 
que estar do lado dela e que está ali pra ajudar. 
Depois disso, faz a medicação. 
Após tentativa de estreitar relação com AGHBS, ela 
se mostrou mais irritada, chegando a gritar na 
consulta. Qual a conduta ideal neste momento? 
a) Medicar a paciente (tentar VO). 
b) Contenção mecânica. 
c) Estreitar relação com AGHBS (tentar 
novamente). 
d) Medicar a paciente (IM). 
Estreitar a relação não será possível, porque já foi 
tentado uma vez e não deu certo, e isso pode deixá-
la mais irritada ainda. Contenção mecânica é quando 
o paciente está agressivo. Neste caso, a paciente 
está não-abordável e não colaborativa, mas não 
está agressiva. Pode tentar fazer uma medicação via 
oral, pois essa oportunidade ainda não foi dada. 
Apesar de irritada, AGHB aceitou ser medicada via 
oral. Baseado APENAS nas informações anteriores, 
qual a melhor opção? 
a) Amplictil 25 mg -1 comprimido. 
b) Haldol 5 mg 02 comprimidos + fenergan 25 mg 01 
comprimido. 
c) Quetiapina 100 mg 02 comprimidos. 
d) Fenergan 25 mg 02 comprimidos. 
Sobre o histório medicamentoso, a paciente diz que 
faz uso de lítio e quetiapina, medicações que podem 
ser feitas pra paciente agora. A opção mais segura 
é quetiapina, pois a paciente já fez uso dessa 
medicação e não teve efeito colateral. Ela faz uso 
 
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Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
da quetiapina 1-0-3 (dose mais concentrada a noite), 
efeito sedativo. Como ela está na emergência, pode 
usar 2 ou 3 (dormir) comprimidos. Na emergência, o 
objetivo é acalmar o paciente e não fazê-lo dormir. 
As alternativas A e B não estariam errada, a única 
alternativa que não faz sentido é a letra D. 
Pra casa, se colocasse um antipsicótico típico, como 
por exemplo, haldol ou amplictil, o humor da paciente 
poderia cair, causando uma virada depressiva. Então, 
neste caso, para uso contínuo, seria melhor deixar 
com o antipsicótico atípico (quetiapina), o qual ela já 
estava em uso. 
PARTE FORA DA AULA 
Euforia + 3 sintomas ou disforia + 4 sintomas 
1. Autoestima inflada ou grandiosidade; 
2. Redução da necessidade de sono; 
3. Loquacidade maior que o habitual ou pressão 
para continuar falando; 
4. Fuga de ideias ou percepção subjetiva de que 
os pensamentos estão acelerados; 
5. Distratibilidade, conforme relatado ou 
observado; 
6. Aumento da atividade dirigida a objetivos (seja 
socialmente, no trabalho ou na escola, seja 
sexualmente) ou da agitação psicomotora (i.e., 
atividade sem propósito não dirigida a objetivos); 
7. Envolvimento excessivo em atividades com 
elevado potencial para consequências dolorosas 
(p. ex., envolvimento em surtos desenfreados de 
compras, indiscrições sexuais ou investimentos 
financeiros insensatos). 
Se tiver psicose, reforça o diagnóstico, mas a psicose 
não é necessária. 
Euforia → patologicamente alegre além da conta. 
Disforia → humor irritado. 
Medicamentos já vistos: haloperidol, prometazina 
(fenergan), amplictil, quetiapina, olanzapina, 
midazolam. 
Medicamentos que serão vistos na próxima aula: 
risperidona, clonazepam (rivotril), diazepam, 
levomepromazina (neozine) e trifluoperazina 
(stelazine). 
 
 
REVISÃO DOS MEDICAMENTOS 
HALOPERIDOL (HALDOL) 
• O mais usado é o comprimido de 5mg, mas tem o 
intramuscular também, que usa bastante. 
Vantagem: mais seguro, não tem muita interação 
medicamentosa, pode usar na mesma ampola com o 
Fenergan. Então, ao mesmo tempo que vai tirar o 
paciente da psicose (antipsicótico), também acalma 
um pouco. Junto faz o fenergan, que é anti-
histamínico que não tem nada a ver com a psiquiatria, 
mas também tem um efeito interessante, pois vai 
acalmar um pouco o paciente. Pode sedar e causar 
muita sonolência e esse não é o nosso objetivo. O 
objetivo é tirar o paciente daquela angústia e 
daquele momento de tensão e de preocupação 
maior. Porém, para alguns pacientes, se isso 
acontecer, isso não é um problema. Estamos mais 
seguros se isso acontecer do que se tivéssemos feito 
uma dose menor e o paciente ainda tivesse correndo 
algum risco de agitar, agredir a equipe ou se 
machucar. Então se ele dormir não é um problema não. 
PROMETAZINA (FENERGAN) 
Fenergan além do que já foi dito, ele combate alguns 
efeitos extrapiramidais do Haldol. Lembram que os 
antipsicóticos típicos causam tremor, rigidez 
articular, hipersialorreia, marcha em bloco (a 
pessoa fica parecendo um robozinho, toda travada, 
não consegue virar o pescoço normalmente). 
Distonia aguda: complicação aguda dos 
antipsicóticos, quando a pessoa fica toda travada. 
Paciente chega parecendo que está tendo um avc, 
todo duro, parecendo que está com tétano. Causa 
rigidez muscular muito intensa, geralmente da 
musculatura cervical, e é uma condição bem 
dolorosa. Paciente chega com o pescoço todo 
travado, duro. Dói e limita muito a atividade, o que 
acaba sendo uma emergência psiquiátrica também. O 
bom é que se resolve facilmente. O fenergan ajuda 
só um pouquinho a tratar, a resolver, a dificultar que 
isso aconteça. Porém temos o Biperideno, um 
medicamento que pode ser feito via oral e 
intramuscular que ajuda bastante nisso, resolve em 
15 min. 
 
16 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
Exemplo: paciente chegou com suspeita de AVC, toda 
dura. A ver a prescrição, o caso era típico de 
distonia aguda, com contração muscular, 
principalmente cervical, bem intensa e dolorosa e 
estava em uso de antipsicótico. Foi feito uso de 
Biperideno intramuscular e em 15 minutos a 
paciente melhorou. É uma emergência psiquiátrica 
que pode trazer um grande prejuízo para o 
paciente, principalmente pelo desconforto da dor, 
mas não é um caso tão grave e resolve facilmente. 
AMPLICTIL (CLORPROMAZINA) 
• Antipsicótico típico, porém tem uma ação como 
antipsicótica muito fraca. Ele é bom para 
sedação. Causa bastante sonolência. 
• Via oral e via intramuscular. 
• Intramuscular: causa hipotensão. Evita em 
algumas situações. 
QUETIAPINA E OLANZAPINA 
• Antipsicóticos atípicos. 
• Tem uma ação sedativa legal. 
• Olanzapina tem uma ação antipsicótica muito 
boa. 
• Quetiapina não tem uma ação antipsicótica tão 
boa quanto a Olanza. É usado pela sedação e 
pelos outros efeitos, como estabilizar o humor, 
insônia, bom paramanter o sono. Medicamento 
seguro em idoso. Prescreve bastante inclusive na 
emergência psiquiátrica. 
• Diferença principal da Olanza e Quetiapina: as 
duas ajudam a induzir o sono, ajudam a manter, 
são ansiolíticas, funcionam como estabilizadores 
de humor, vão dar uma sedação ao paciente, 
porém a Olanzapina é um antipsicótico melhor e 
a Quetiapina é um antipsicótico fraco, mesmo 
em dose alta. 
• O chato dessas medicações é que só tem 
comprimido, então só tem via oral. 
MIDAZOLAM 
• Benzodiazepínico. 
• Meia vida ultra curta. 
• Bom para induzir o sono, acalmar o paciente 
rápido. 
• Problema: como a meia vida é ultra curta, de 2-3 
horas esse efeito tende a passar. 
• Para iniciar ele é bom! 
• Comprimido e via intramuscular (ampola). 
• Lembrando que na psiquiatria se evita o uso de 
medicação venosa. Faz mais intramuscular. 
MEDICAMENTOS PARTE II 
OBS: os mais importantes são a risperidona, 
clonazepam e Diazepam. Levomepromazina e 
trifluoperazina é só para saber que existe. 
RISPERIDONA 
• Antipsicótico atípico (só que em doses mais altas 
- a partir de 4-6mg por dia, ele começa a ter uma 
ação de típico). 
• Em dose baixa, ela vai atingir os receptores 
serotoninérgicos e em dose alta vai começar a 
atingir também os receptores dopaminérgicos. 
• Risperidona é um atípico que pode ter um efeito 
colateral semelhante ao típico. Então, pode 
causar impregnação, hiperprolactinemia, 
hipersialorreia, galactorreia, ginecomastia 
(homens), alteração no ciclo menstrual 
(mulheres). Pode afetar a parte hormonal. 
• Comprimido de 1,2 e 3 mg. No SUS normalmente 
tem de 1 e 3 mg, não tem o de 2mg, o que não 
tem o menor problema. Ex: Risperidona 2mg 1-
0-1, podemos mudar para Risperidona 1mg 1-0-
3, ou Risperidona de 3mg ½-0-1. 
• Temos também a solução de 1mg/mL. 1 ml = 20 
gotas. 20 gotas contêm 1mg. Quero fazer 2mg 
de manhã e 3mg a noite = Risperidona 1mg/ml, 40 
gotas-00-60gotas. (40 gotas de manhã, não toma 
nada a tarde e 60 gotas de noite). 
• Idoso = star low, go slow. Começa em dose baixa 
e aumenta devagar. Com o idoso, podemos 
começar 0,5mg pela manhã e 1 mg a noite. Se o 
idoso impregnar, evita biperideno e fenergan. 
Reduz a dose da risperidona ou troca por outra 
substância. Pode trocar a risperidona pela 
Olanzapina. Evitar fazer anti-histamínico, 
anticolinérgico, pois podem precipitar quadro de 
delirium. 
• OBS: OLANZAPINA além de engordar, pode 
aumentar colesterol e risco de DAC. O ideal é 
que seja um idoso magrinho e que se faça um 
acompanhamento com exames - perfil lipídico, 
 
17 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
glicemia (pode causar também resistência 
periférica a insulina). 
• Se for uma pessoa com sobrepeso, obesidade, 
idosos gordinhos, faz Aripiprazol ou Lurasidona. 
São antipsicóticos atípicos que podem ser usados 
em pessoas com ganho de peso, glicemia alta, 
colesterol alto. São atípicos que não afetam 
normalmente o metabolismo. 
• Normalmente antipsicóticos atípicos engordam, 
geram resistência periférica a insulina, 
dislipidemia. O aripiprazol e lurasidona não 
causam esses efeitos, porém são muito mais 
caros, o aripiprazol é em torno de 180mg 10mg. 
• A Paliperidona não é usada na emergência. 
CLONAZEPAM (RIVOTRIL) 
• Benzodiazepínico (ansiolítico, agonista GABA de 
meia vida longa (12-18h). 
O clonazepam pode ser muito bom para uma coisa, 
mas pode ser péssimo para outras. Ele é muito bom 
quando usado para efeito ansiolítico, pois é muito 
rápido, atua no momento que o paciente está 
ansioso e em momentos de crises, podendo cessar 
ou diminuir os efeitos. 
• O Rivotril NÃO TRATA, só tapa buracos. 
A parte ruim do Rivotril, como qualquer benzo, é que 
acelera processos demenciais, causa dependência, 
causa tolerância com o uso diário (a mesma dose vai 
perdendo efeito com o tempo), em doses altas pode 
acelerar a psicomotricidade (o paciente fica 
tropega, se for idoso tem risco de queda). 
• Lembrete: não se usa benzo em idoso. 
• Formulações: comprimidos de 0,25mg, 0,5mg, 
2mg, solução (gotas) 2,5 mg/ml. 
É usado 2,5mg/mL. 
Efeito do GABA → Inibitório 
Efeito do Glutamato → Excitatório 
Os benzo são agonistas gaba (por isso deixa o 
paciente tranquilo e sonolento). 
• Vias: VO ou SL (sublingual comprimido 0,25mg). 
DIAZEPAM 
• Benzodiazepínico (ansiolítico, agonista GABA) 
de meia vida longa (12-18h). 
Ele é muito parecido com o clonazepam, mesmo 
mecanismo de ação e função ansiolítica, 
anticonvulsivante, hipnótico, relaxante muscular e 
amnésico. 
• Formulações: comprimidos de 5mg e 10mg, ampola 
com 10mg (5mg/ml, 2ml). 
O comprimido de diazepam de 10 mg equivale ao 
rivotril de 2mg, então o diazepam para desmame não 
é muito bom. O desmame do Rivotril é melhor 
porque utiliza a fórmula em gotas para diminuir a 
dose. Na prática, pode diminuir 1/4 da dose de 
benzo por semana, porém muitos pacientes não 
toleram essa redução. 
Paciente que usava 6mg de Rivotril por dia, e iniciou o 
processo de desmame: Continua com 4mg de 
comprimido, as 2mg que faltam muda para a solução 
de gotas e vai reduzindo uma a duas gotas por semana. 
O uso do Rivotril se torna melhor que o Diazepam 
por conta das formulações, Diazepam só tem 5mg ou 
10mg, enquanto que o Rivotril possui mais 
formulações. 
• Via ORAL ou EV (raramente se faz EV na psiq.). 
EV é muito usado para crises convulsivas, grande mal, 
epilepsia, crises convulsivas refratárias. Porém, na 
psiquiatria não faz! Quando é feito tem que ser bem 
diluído e devagar, para o paciente não rebaixar. 
• Não fazer IM, absorção errática: Existe a 
ampola com 10 mg, mas o paciente pode absorver 
tudo de vez e rebaixar ou não absorver nada e 
ter efeito nenhum. 
LEVOMEPROMAZINA (NEOZINE) 
• Antipsicótico Típico: 
Tem a mesma ação dos outros, porém, tem uma ação 
sedativa muito grande. Então, antes de melhorar a 
psicose, ele seda. É mais usado para insônia 
principalmente em gestantes e puérperas. É um 
medicamento um pouco mais seguro, em poucas gotas 
o paciente dorme bem. Já para ter efeito 
antipsicótico teria que ser uma dose alta, mas acaba 
que o paciente não tolera. 
• Formulações: cp de 25mg, cp de 100mg, solução a 
1% (10mg/ml), solução a 4% (40mg/ml) 
• Via oral. 
 
18 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
OBS: psicose é contraindicação absoluta de 
amamentação. Paciente que se encontra somente 
ansiosa, sem psicose pode amamentar e usar o 
Neozine em baixa dose. 
TRIFLUOPERAZINA (STELAZINE) 
• Antipsicótico Típico (pouco usado). 
Ele é muito parecido com o Haldol (preferência - mais 
barato e de fácil acesso). 
• Formulações: cp de 5mg*, cp de 2mg. 
• Via Oral. 
CASO CLÍNICO II 
AGHBS cuspiu a medição VO. Qual seria a conduta 
medicamentosa, via IM, mais adequada? (Altura: 
1,52m, peso: 48kg, IMC: 20, 8, PA: 90 X 70mmHg, 
glicemia capilar: 88). 
A) Amplictil 25mg 01 ampola. Causa hipotensão, e a 
pressão da paciente já está baixa. Se a pressão 
estivesse normal poderia fazer. 
B) Diazepam 10mg 01ampola. Embora o Diazepam 
possa ser administrado sozinho, IM leva a absorção 
errática. Se fosse oral estaria certa. 
C) Haldol 5mg 01 ampola IM + Fenergan 50mg 
ampola IM. Vai ser uma ampola de cada e não duas 
ampolas de cada porque a paciente é pequena e 
magrinha. 1H1F, poderia ser 2H1F, porém a conduta 
seria mais pesadinha para a paciente. 
D) Fenergan 50mg 01 ampola. Não faz sozinho. 
Detalhes do caso: Paciente chegou na emergência 
acompanhada de familiares com TT? E carregando 
uma CPU (computador) na mão (apragmatismo), 
irritada, falando muito, perdendo conteúdo do que 
estava falando e desorganizada. Foi tentado fazer 
uma abordagem não coercitiva, e a paciente ficou 
mais irritada. Foi decidido fazer medição VO, mas 
paciente cuspiu. Assim, é necessário fazer uma 
medição IM.19 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
CONCEITO - DEPRESSÃO 
• Doença CRÔNICA: geralmente, quando o quadro 
se inicia, a pessoa vai manter durante um período 
longo. Pode ter só um quadro depressivo na vida, 
mas isso é a exceção, não a regra. 
• Se inicia, normalmente, na juventude: até os 
25 anos. 
• Cursa com rebaixamento do HUMOR (humor 
deprimido): triste, pra baixo, chorosa. 
• Impacto enorme na qualidade de vida do 
indivíduo: tem que ser tratada, pois pode evoluir 
para um desfecho grave – suicídio. 
• Tristeza X Depressão: a tristeza é um estado 
natural da vivência humana, porém, quando está 
muito intensa e/ou crônica, começa a afetar a 
qualidade de vida do paciente, não sendo mais 
fisiológica, o que sugere um quadro depressivo. 
CAUSAS 
• Fator genético: se a pessoa teve pai e/ou mãe 
com depressão, a chance é maior. 
• Fatores hormonais: principalmente as oscilações, 
justificando talvez, o fato das mulheres serem 
mais propensas que os homens. 
• Doenças orgânicas (hipovitaminose – C, D ...): 
hipotireoidismo, neoplasia, doenças renais 
crônicas, doenças hepáticas, desnutrição (a 
própria depressão pode levar a esse quadro). Tem 
pessoas que morrem na depressão por inanição. 
• ¨Traumas psicológicos¨: lembrar tanto do 
trauma psicológico quando físico. Exemplos: 
abuso, assédio, opressão. 
• TCE (traumatismo cranioencefálico); 
• Uso de substâncias psicoativas (SPAs): 
Importante ressaltar que Cannabis não é de ¨de 
boa¨. O canabiol é ilegal, mas o THC (uma das 
substâncias que tem no Cannabis) pode causar 
muitos sintomas psíquicos. 
• Uso de medicamentos: corticoides, roacutan, 
sibutramina ... 
• Gestação: não seria a causa, mas as alterações 
hormonais que a mulher tem na gestação e no 
puerpério podem ser gatilho para os quadros. 
Observação: depressão psicogênico é depressão 
causada por trauma. 
QUADRO CLÍNICO 
 Sintomas maiores: 
• Humor deprimido; 
• Anedonia: ausência do prazer. Exemplo: a pessoa 
gostava de estudar e agora não gosta mais. 
Tem que ter pelo menos um dos dois (humor 
deprimido ou anedonia) pra fechar um episódio 
depressivo. 
• Alterações do sono (* inversão do ciclo sono-
vigília); 
• Alterações do apetite e peso; 
• Anergia/prostração; 
• Hipobulia/avolição. 
• Humor irritado; 
• Choro fácil; 
• Oscilações de humor; 
• Sentimento de inutilidade/menos-valia; 
• Prejuízos de atenção, memória e pensamento; 
• Pensamento de morte/suicida. 
Quando se trata de doenças psiquiátricas, não se fala 
de cura. Se a pessoa tem uma depressão que não 
melhora com nada, ela pode melhorar com 
eletroconvulsoterapia, psicoterapia. Nestes casos, 
outra coisa importante, é mudar a terapia 
medicamentosa, ao invés de usar só antidepressivo, 
coloca também um estabilizador de humos. Às veze, o 
paciente tem uma depressão bipolar, e como o humor 
nunca subiu, não levanta essa suspeita. Pode-se fazer 
o teste de lítio com olanzapina, e se a pessoa 
melhorar, entende-se que ela era bipolar, e na 
verdade, não precisava de um antidepressivo, e sim 
de um estabilizador do humor. 
Diferença entre luto e depressão: No luto normal, a 
pessoa sofre/chora, pode ter dificuldade no 
trabalho, dependendo da pessoa que a pessoa perdeu 
(exemplo: pais e filhos podem ser pior). Se a pessoa 
tá sofrendo demais, perdendo peso, com pensamentos 
de ¨quero morrer também¨ já não é um luto normal. 
Hoje, não existe mais um critério temporal em 
relação ao luto (antes era de pelo menos 6 meses). 
Transtornos Depressivos na Emergência 
 
20 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
DO SOFRIMENTO AO SUICÍDIO 
Lembrar que a pessoa não se mata do nada! Ela vem 
com um sofrimento crônico, até que não aguenta mais. 
• Sofrimento; 
• Pensamento de morte: ¨se eu morresse, meu 
sofrimento acabava¨; é mais grave do que o 
sofrimento propriamente dito. 
• Ideação suicida: ̈ eu poderia fazer alguma coisa 
pra morrer e aliviar o sofrimento¨; 
• Planejamento suicida: ¨já sei o que fazer para 
morrer¨. 
• Tentativa de suicídio: quando a pessoa de fato 
faz alguma coisa. 
• Suicídio ativo/suicídio passivo: Ativo → quando 
a pessoa faz alguma coisa. Passivo → quando ela 
se expõe ao risco de morte, como por exemplo, 
atravessar a rua sem olhar para os lados. 
Observação: os antidepressivos com menor impacto 
na vida sexual (libido, disfunção erétil) do homem são: 
bupropriona, mirtazapina, desvenlafaxina, 
fluvoxamina. 
DEPRESSÃO NA EMERGÊNCIA 
• Sofrimento psíquico intenso (pode incluir 
psicose): a pessoa deprimida vai na emergência 
por estar em um sofrimento psíquico muito 
intenso, o qual pode incluir psicose. 
• Crises de choro; 
• Pensamentos de morte: se a família pode ter uma 
vigilância em cima do indivíduo, os psiquiatras 
ficam mais tranquilos pra não internar. Mas, de 
forma geral, é um fator que pesa muito na hora 
da internação, sendo um critério, mas não o único. 
Existem fatores que dão segurança para o médico, 
como por exemplo: paciente que faz uso adequado da 
medicação (se necessário), família orientada, contato 
com emergência, mecanismos que dificultem a ação. 
• Ideação suicida. 
CASO CLÍNICO – SORAIA 
Soraia, gênero feminino, 62 anos, chega à emergência 
trazida pela filha, devido a crises de choro intensas 
e relato de que quer morrer. Tem diagnóstico de 
depressão há muitos anos, em tratamento com 
desvenlafaxina 100 mg 1-0-0 e quetiapina 100 mg 0-
0-1. Já tentou suicídio com ingestão de 
medicamentos, há cerca de 3 anos. 
Ao exame, paciente bastante chorosa, deprimida, 
angustiada. Alerta, aparência bem cuidada, 
inquieta, hipovigil e hipotenaz (prejuízo na atenção), 
pensamento lógico, sem alterações de curso, 
conteúdo melancólico, de desvalia, pensamentos de 
morte. Afeto sintônico (concordante). 
Das medicações estudadas previamente, qual a 
melhor opção para Soraia, no momento? 
a) Fenergan 25 mg 01 comprimido VO. 
b) Haldol 5 mg 1 ampola + fenergan 50 mg 1 ampola 
IM. 
c) Clonazepam 0,25 mg 02 comprimidos sublingual. 
d) Amplictil 100 mg 01 comprimido via oral. 
Resumo do caso: Soraia é uma senhora, 62 anos, 
chegou na emergência querendo morrer, chorando 
muito. Então, ela precisa melhorar rapidamente dessa 
situação. Para melhora rápida, as melhores vias de 
administração são IM e sublingual. 
Fenergan sozinho não se faz, pois é antialérgico. O 
amplictil VO seria uma opção, mas a paciente precisa 
de melhora rápida e a via oral vai demorar de ser 
absorvida, metabolizada, demorando pra ter o 
efeito desejado. Além disso, ela está ansiosa e 
angustiada, mas não está psicótica. O haldol e o 
fenergan IM até poderia dar um efeito rápido, mas 
além de ser invasivo, o haldol não é exatamente um 
ansiolótico. Ansiolítico é Clonazepam. 
O Clonazepam tem como vantagem ser sublingual. 
Poderia ser Diazepam via oral, mas o clonazepam 
sublingual tem efeito mais rápido. Poderia ser Rivotril 
gotas. Haldol e fenegan seriam úteis se fosse uma 
depressão mais atípica, se a paciente tivesse um 
pouca mais irritada, agitada (alteração da 
psicomotricidade é também um dos critérios para 
depressão). 
ALPRAZOLAM 
• Benzodiazepínico de meia-vida intermediária: 6 
(normalmente)-20 h (mais em idosos); 
• Formulações: 0,25mg, 0,5 mg, 1 mg, 2 mg; 
• Via oral. 
Existia a versão sublingual, que era o Frontal SL, 
porém não existe mais no mercado. Por isso, agora só 
 
21 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
tem via oral, o que é péssimo, pois se o indivíduo não 
se dá bem com Rivotril sublingual, só vai ter 
medicação oral. 
Assim como o Bromazepam, eles possuem uma meia-
vida mais curta. Dessa forma, em paciente que tem 
algum problema no metabolismo renal, pode-se optar 
por essas duas opções. O paciente não fica sedado 
muito tempo. Se fosse o Rivotril (clonazepam) ou 
Diazepam, ele provavelmente teria um riscomaior de 
quedas, de se machucar nos lugares. 
BROMAZEPAM 
• Benzodiazepínico de meia-vida intermediária: 
8-20h; 
• Formulações: 3 e 6mg; 
• Via oral. 
LORAZEPAM – LORAX 
• Benzodiazepínico de meia-vida curta: 6-12 
horas: normalmente, a meia-vida ainda é mais 
curta que a referência, chegando a ser 4-8 horas. 
• Formulações: 2 mg; 
• Via oral; 
• PODE seu usado em hepatopatas. 
Lembrar que muitos pacientes alcoólatras 
desenvolvem cirrose; alguns continuam bebendo, 
outros não. Na hora que eles param de beber, deve-
se tratar a abstinência, para não evoluir para um 
delirium tremens. Nesses casos, pode usar o 
Lorazepam, sendo essa a sua principal indicação 
(pacientes com doença hepática, principalmente, 
cirrose). A desvantagem é que, por ter sua 
meia0vida ultracurta, faz-se ao menos 3 ou 4 
vezes ao dia. 
O tratamento de abstinência alcóolica em pacientes 
hepatopatas é feito de 6/6 horas, às vezes até de 
4/4h. Em idosos, pode fazer, mas tem um risco no 
momento. No início tem que ser um benzo (de 
preferência lorazepam) e depois pode trocar por 
quetiapina. Os efeitos colaterais são os mesmos para 
qualquer benzodiazepínico: risco de queda, de 
dependência, sedação excessiva, tolerância, 
aceleração de processos demenciais em quem já 
tem uma tendência. 
 
TABELA DE EQUIVALÊNCIA 
 
CASO CLÍNICO - SORAIA 
1 hora após Soraia ser medicada com clonazepam 
0,25mg 02 cp SL, você passa na sala de observação, 
onde ela está com a filha, e pergunta como Soraia 
está. Ela, menos chorosa, diz: mais ou menos. Você 
ouve gritos na sala de espera, e descobre que um 
paciente está agitado. Qual a melhor conduta 
INICIAL? 
a) Medicar Soraia novamente. 
b) Dar alta para Soraia. 
c) Ir para a sala de espera, ver o paciente 
agitado. 
d) Conversar melhor com Soraia. 
A alta pra Soraia tá meio precoce sem antes 
conversar com calma. Possivelmente, será necessário 
medicar Soraia novamente, no entanto, se tem um 
paciente agitado, não pode deixar que ele agite os 
outros. 
CASO CLÍNICO II 
Após ouvir gritos, você vai para a sala de espera e 
encontra um paciente francamente psicótico, 
alucinando e dizendo que os demônios estão atrás 
dele. O paciente está nervoso, agitado. Qual a 
melhor conduta? 
a) Perguntar para a família sobre história breve e 
medicamentos do paciente, para já medicá-lo ali 
mesmo. 
b) Voltar para medicar Soraia. 
c) Pedir para família e equipe trazerem o paciente 
para a sala de medicação/observação. 
 
22 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
d) Abordar o paciente e questionar o motivo de ele 
ter ido à emergência. 
É preciso ser rápido, mas não pode medicar o 
paciente na sala de espera. Neste caso, Soraia vai 
ficar chateada, mas é preciso pegar o paciente e 
colocar dentro do hospital, na sala de medicação, para 
que então seja ofertado os medicamentos. 
Quando o paciente é trazido à sala de medicação, 
gritando, Soraia fica muito assustada, nervosa. 
Soraia diz que está tendo falta de ar, e que vai 
morrer (está com medo). Qual a melhor conduta 
para ela, neste momento? 
a) Medicar Soraia novamente. 
b) Auscultar a paciente. 
c) Chamar o SAMU para avaliar a paciente e 
transferi-la para unidade clínica. 
d) Conversar melhor com Soraia. 
Neste caso, Soraia está apresentando uma crise de 
pânico, que não resolve com ¨calma, fique tranquila¨, 
sendo necessária a medicação. Depois do comprimido, 
pode conversar. 
Qual a melhor medicação para Soraia neste 
momento? 
a) Haldol 5 mg 02 ampolas. IM + Fenergan 50 mg 01 
ampl. IM. 
b) Clonazepam solução 2,5 mg/ml 10 gotas VO. 
c) Midazolam 15 mg uma ampola IM. 
d) Haldol 5 mg 02 comprimidos VO> 
Não tá psicótica neste momento, então não seria 
necessário nem o Haldol nem o Fenergan. 1 ampola de 
midazolam para uma senhora de 62 anos é muito, 
devendo ser ½ ou 1/3 da ampola. Lembrar do *Start 
Low go Slow¨... começou o Rivotril em dose baixa e 
agora vai aumentar um pouco mais, otimizando a dose 
do medicamento já feito. 
Fenergan não é bom para idoso, porque pode 
precipitar quadros de delirium. Haldol 10mg pra uma 
idosa é muito, seria melhor 5mg. O clonazepam é 
mais seguro e mais rápido nessa situação. 
 
 
 
 
FRASES QUE NÃO DEVEM SER FALADAS PARA 
ALGUÉM COM DEPRESSÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
23 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
INTRODUÇÃO 
• A ansiedade é uma experiência fisiológica, 
natural da vida. 
• Medo, antecipação e preocupação. 
• Fisiológica X patológica: a diferença entre a 
ansiedade fisiológica e a patológica é o 
sofrimento. 
Naturalmente, a ansiedade deve nos motivar, porém 
a ansiedade patológica pode levar a paralisação da 
pessoa. 
• Pode levar a sintomas físicas, como taquicardia, 
tremor, entre outros. 
Normalmente, são pessoas que tem tendência a ter 
vários medos. 
 
TRANSTORNOS ANSIOSOS 
• Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG). 
• Síndrome do Pânico (SP). 
• Síndrome do Estresse Pós-Traumático (TEPT). 
• Transtorno de Ansiedade Social (TAS). 
• Fobias Específicas. 
Transtorno Obsessivo Compulsivo NÃO é mais um 
transtorno ansioso, mas será abordado nesta aula por 
cursar com crises de angústia/ansiedade. O TOC 
cursa com sintomas ansiosos, mas desde a CID-10 é 
considerado um transtorno de controle dos impulsos. 
QUADRO CLÍNICO 
• Medo, antecipação, preocupação excessiva: é 
desproporcional ao evento. 
• Inquietação ou sensação de nervosismo. 
• Fatigabilidade: tendência a se cansar. 
• Dificuldade em concentra-se: não há momento 
de retenção de informação. 
• Irritabilidade. 
• Alteração do sono: dificuldade em conciliar ou 
manter o sono, ou sono insatisfatório e inquieto. 
Exemplo: paciente ansioso que faz uso de Zolpidem 
para insônia. O Zolpidem não é ansiolítico, é só um 
hipnótico, ou seja, apenas induz o sono. Se a pessoa 
está ansiosa e dorme, ela irá dormir de maneira 
ansiosa, e mesmo dormindo, estará com a FC mais 
alta, agitada, se mexe muito. Então, é importante 
lembrar que Zolpidem não é bom para insônia em 
ansiosos. Então, nesses casos, os benzodiazepínicos 
são uma boa escolha, pois além de induzir o sono 
irão acalmar o paciente. 
O Patz é o Zolpidem SL de ação muito rápida, o 
problema é que causa tolerância, dependência, e se a 
pessoa está acelerada, esse medicamento não vai 
“desacelerar”, ela continuará agitada. 
O Zolpidem tem uma meia vida curta, mas temos o 
Stilnox CR, que é um Zolpidem de liberação 
prolongada, então ele ajuda a induzir e a manter o 
sono, mas a substância em si (Zolpidem) não é boa 
para manter isso. 
NENHUM ZOLPIDEM É BOM PARA ANSIEDADE. 
INSÔNIA NO ANSIOSO → ansiolíticos ou 
quetiapina. 
Sinais e sintomas físicos: 
• Tremores. 
• Dispneia. 
• Sudorese. 
• Taquicardia. 
• Náusea/vômitos. 
• Parestesias. 
• ¨Bolo na garganta¨. 
• Tensão muscular → cefaleia occipital. 
CASO CLÍNICO I 
João, 52 anos, chega à emergência de um hospital 
geral acompanhado da esposa, apresentando dor 
torácica que irradia para o queixo há 30 minutos 
(intensidade: 8/10), ¨aperto no peito¨, angústia 
intensa, palpitações, náuseas e tonturas. Não tem 
história prévia de adoecimento clínico ou psíquico. 
Transtornos Ansiosos na Emergência 
 
24 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
Ao exame, João está com fáceis de dor 
intensa/aguda, extremamente angustiado, com a 
mão fechada no tórax, leve cianose em 
extremidades (1+/4+), anictérico, hidratado, suando 
muito, taquipneico (26ipm), taquicárdio (128 bpm) e 
com pressão arterial de 170/130 mmHg e 
saturação de oxigênio 88%. 
Questão 1: Qual a primeira hipótese diagnóstica que 
deve ser afastada no caso de João? 
a) Asma. 
b) Infarto Agudo do Miocárdio. 
c) Crise de pânico. 
d) Crise de ansiedade inespecífica. 
Neste caso, o paciente teve cianose e queda da 
saturação, ou seja, observa-se clinicamenteque está 
havendo uma repercussão. A pressão pode e 
aumenta no paciente ansioso, assim como a 
frequência cardíaca e respiratória, portanto, se não 
houvessem os dados de cianose e queda da 
saturação, poderia deixar mais na dúvida, podendo 
ser um caso de crise de pânico. Porém, é um paciente 
de 52 anos que chegou na emergência e não tem 
história prévia de adoecimento clínico ou psíquico, 
então, deve-se ir pelo mais grave, que pode matar o 
paciente, sendo IAM nesse caso. Além do médico 
precisa ser rápido, deve levar em consideração 
primeiro a hipótese mais grave; e não for infarto e 
ele está ansioso, faz algum medicamento adequado, 
avaliando as possibilidades. 
Lembrar que a crise de pânico pode cursar com 
sintomas iguais aos do infarto, inclusive o punho 
cerrado no peito. 
Questão 2: Qual a primeira medicação que deve ser 
feita para João, mesmo antes de sabermos os 
resultados dos exames? 
a) Berotec inalatório. 
b) AAS sublingual. 
c) Clonazepam sublingual. 
d) Diazepam IM. 
Se o paciente pode estar infartando, o protocolo é 
usar AAS. O clonazepam sublingual não é errado, 
mas o principal é o AAS. 
CRISES/ATAQUES DE PÂNICO (4 OU + SINTOMAS) 
• Palpitações, coração acelerado, taquicardia. 
• Sudorese. 
• Tremores ou abalos. 
• Sensações de falta de ar ou sufocamento. 
• Sensações de asfixia. 
• Dor ou desconforto torácico. 
• Náusea ou desconforto abdominal. 
• Sensação de tontura, instabilidade, vertigem 
ou desmaio. 
• Calafrios ou ondas de calor. 
• Parestesias (anestesia ou sensações de 
formigamento). 
• Desrealização (sensações de irrealidade) ou 
despersonalização (sensação de estar 
distanciando de si mesmo/ser outra pessoa). 
• Medo de perder o controle ou ¨enlouquecer¨. 
• Medo de morrer. 
SOBRE O CASO CLÍNICO 1 – 
INTERPRETAÇÃO PARA CRISE DE PÂNICO 
João, 52 anos, chega à emergência de um 
hospital geral acompanhado da esposa, 
apresentando dor torácica que irradia para o 
queixo há 30 minutos (intensidade: 8/10), 
“aperto no peito”, angústia intensa, palpitações, 
náuseas e tonturas. Não tem história prévia de 
adoecimento clínico ou psíquico. 
Ao exame, João está com fácies de dor 
intensa/aguda, extremamente angustiado, com a 
mão fechada no tórax, leve cianose em 
extremidades (1+/4+), anictérico, hidratado, 
suando muito, taquipneico(26irpm), 
taquicárdico (128 bpm) e com pressão arterial 
de 170/130 mmHg e saturação de oxigênio de 
88%. 
Resumo: o paciente apresenta 6 critérios para 
crise do pânico. 
Aspectos que diminuem chances de ser uma crise 
de pânico: 
• Primeiro episódio aos 52 anos: lembrar que as 
doenças mentais são doenças de jovens. 
• Cianose. 
• Saturação: 88%. 
A hipocondria é um sintoma ansioso, mas pode ser 
também um transtorno (TAG, TOC, hipocondria ...). 
 
 
25 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
CASO CLÍNICO 2 
Joanne, 19 anos, chega à emergência trazida pela 
genitora devido a quadro de angústia intensa, 
¨aperto no peito¨, falta de ar, medo de morrer. 
Segundo a paciente, apresenta o quadro há 3 meses, 
desde que viu seu namorado ser assassinado. 
Genitora relata início do quadro há mais tempo (mais 
de 6 meses), desde que Joanne começou o 
relacionamento com esse namorado, que era 
traficante. 
Genitora também relata que Joanne anda muito 
irritada, e passa longos períodos fora de casa. 
Ao exame, Joanne está muito chorosa, apresentando 
tremores, taquipneia, taquicardia, sudorese. FC: 
140 bpm, FR: 24 ipm, TA: 140X85mmHg, Sat O2: 
98%. 
Questão 1: Qual a melhor opção medicamentosa, 
sabendo que Joanne nunca fez uso de 
medicamentos psicotrópicos? 
a) Alprazolam 0,5mg 01 cp SL. 
b) Haldol 5mg 02 amp. EV. 
c) Clonazepam 2 mg 01 comprimido VO a cada 20 
minutos, até melhora do quadro. 
d) Fenergan 50 mg 02 ampolas IM. 
O medicamento SL age mais rápido, e como o 
Alprazolam é benzodiazepínico, vai ajudar no caso, 
porque a paciente está angustiada. Existe outra 
opção de benzo, que é o clonazepam, que na dose de 
2mg é muito polêmico. Lembrar que Joanne nunca 
usou medicamentos psicotrópicos, então, esse 2mg 
iam derrubá-la, e a possibilidade de repetir a cada 20 
minutos é mais pesada ainda. 
Questão 2: Quais outras possíveis causas para o 
adoecimento de Joanne? 
Namora um traficante, mudou o comportamento 
(irritada, passa longos períodos fora de casa e 
apresenta sintomas desde que começou o namoro → 
Intoxicação aguda por drogas? 
Pra ser TEPT, Joanne teria que ter crise de 
revivência (achar que está vivenciando novamente). 
Joanne tem uma vida turbulenta. Começou a namorar 
um traficante e passar muito tempo fora de casa. 
Será que ela não está se envolvendo com drogas? 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
Beatriz Machado de Almeida 
Emergências psiquiátricas – 8º semestre 
INTRODUÇÃO 
O delirium é diferente do delírio. O delirium é um 
quadro confusional AGUDO (normalmente abre de 
forma mais abrupta), secundário a CAUSAS 
ORGÂNICAS (ocorre mais em idosos - doença 
hepática, renal, neoplasia, infecção (muito comum); 
pode ser logo após uma cirurgia), de CURSO 
FLUTUANTE (oscilação que pode ocorrer no mesmo 
dia), caracterizado por alterações de: 
• Nível de consciência; 
• Atenção; 
• Pensamento; 
• Sensopercepção – ver coisas, ouvir vozes; 
• Cognição; 
• Orientação; 
• Psicomotricidade – motricidade pode estar mais 
acelerada ou mais lentificada. 
OBS.: no delirium (quadro completo citado acima) 
pode ter delírio. 
Quando a pessoa delira por drogas (zolpidem ou 
LSD) não é delirium. O zolpidem estreita o nível de 
consciência, então é como se a pessoa estivesse meio 
dormindo, meio acordada e o LSD também não, é um 
efeito agudo da droga. 
EPIDEMIOLOGIA 
• Muito mais incidente em IDOSO, com doenças 
crônicas (nefropatias, hepatopatias, neoplasias, 
AIDS, imunodeficiências em geral); 
Obs.: foi dito AIDS, não HIV, pois se trata da 
síndrome mesmo e não da infecção. Pode-se ter a 
infecção e estar tratando direitinho com o coquetel 
e aí estará tanto assintomático, quanto sem 
transmitir o vírus. Então clinicamente será uma 
pessoa imunocompetente. 
• Pode acometer mais de 50% de idosos 
internados, chegando a 70-80% deles em UTI; 
É uma incidência muito alta. 
• Taxa de mortalidade em pacientes internados: 
pode chegar a 22-76% (idosos/não-idosos). 
É um quadro frequentemente letal, e até por 
acontecer mais em idoso, a taxa de mortalidade já 
seja mais alta também. Idosos são pessoas que tem 
muitas doenças crônicas e quanto mais doenças 
crônicas mais chance de ter um desfecho ruim. 
GRAVIDADE 
• Quadro letal; 
• Maiores taxas de mortalidade – o paciente 
tende a ter uma taxa de mortalidade maior do que 
a pessoa que nunca teve delirium; 
• Prolonga tempo de hospitalização: é um dos 
motivos do delirium aumentar a taxa de 
mortalidade. 
• Maiores taxas de institucionalização: 
Institucionalização é basicamente tornar o 
paciente daquela instituição, não é só internar. É 
uma internação prolongada, por exemplo, 6 
meses, 2 anos ou até mesmo pro resto da vida, 
até o paciente falecer. 
Lembrar que em hospitais, principalmente clínico, tem 
muita infecção/contaminação. Além disso, por serem 
menos observados, os idosos tem mais meios e maior 
êxito no suicídio. 
Então, o delirium tende a maiores taxas de 
institucionalização porque leva não só aquela quebra 
do convívio dele com a sociedade, mas também a 
novos transtornos e episódios. Quanto mais tempo o 
paciente está internado, mais complicação clínica ele 
tem. 
FISIOPATOLOGIA 
• Indefinida; 
• Mais aceita: mecanismo anticolinérgico; 
Então, o biperideno, por exemplo, é um 
anticolinérgico que é usado para tratar síndrome 
extrapiramidal e pra tratar impregnação em 
pacientes. VO ou IM (melhora rápida). 
O problema é que idoso impregnado não se faz o uso 
de nada para desimpregnar.

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