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TIPO B-1PROVA GERAL - P • 2 - ALFA NÚMERONOME ANGLO VESTIBULARES INSTRUÇÕES PARA REALIZAÇÃO DA PROVA LEIA COM MUITA ATENÇÃO 1. Esta prova contém 105 questões, cada uma com 5 alternativas, das quais so- mente uma é correta. ATENÇÃO: As questões 1 a 6 são relativas à Literatura – Obras Fuvest e Literatura – Alfa. Você deverá responder somente a um dos tipos e assinalar no cartão de respostas a opção escolhida. As questões 91 a 105 são relativas às Disciplinas Complementares. Essas ques- tões somente deverão ser respondidas caso o material tenha sido trabalhado em sala de aula. 2. O cartão de respostas será entregue com o caderno de questões. Ele deve ser preenchido e devolvido ao examinador ao término da prova. 3. Será anulada a questão em que for assinalada mais de uma alternativa ou que estiver em branco. 4. Assinale a resposta preenchendo totalmente, com caneta preta, o respectivo alvéolo, com o cuidado de não ultrapassar o limite dele. 5. Não assina le as respostas com “X”, pois essa sinalização não será considerada. EXEMPLO DE PREENCHIMENTO 6. Preencha os campos “nome” e “número” cuidadosamente para não ultrapassá-los. 7. Não rasure, não dobre nem amasse a folha de respostas. 8. Não escreva nada no cartão de respostas fora dos campos reservados. 9. É terminantemente proibido retirar-se do local da prova antes de decorridos 90 minutos (1 h e 30 min) após o início, qualquer que seja o motivo. P2-B1-2020.indd 1 15/01/20 14:13 C LA S S IF IC A Ç Ã O P E R IÓ D IC A D O S E LE M E N TO S (I U P A C *. 2 8. 11 .2 01 6. ) 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 1 H h id ro g ên io 1, 00 8 3 Li lítio 6,9 4 4 B e b er íli o 9, 01 22 11 N a só d io 22 ,9 90 19 K p o tá ss io 39 ,0 98 37 R b ru b íd io 85 ,4 68 55 C s cé si o 13 2, 91 12 M g m ag n és io 24 ,3 05 20 C a cá lc io 40 ,0 78 (4 ) 38 S r es tr ô n ci o 87 ,6 2 56 B a b ár io 13 7, 33 88 R a rá d io [2 26 ] 87 Fr fr ân ci o [2 23 ] 21 S c es câ n d io 44 ,9 56 22 T i ti tâ n io 47 ,8 67 40 Z r zi rc ô n io 91 ,2 24 (2 ) 72 H f h áf n io 17 8, 49 (2 ) 10 4 R f ru th er fó rd io [2 67 ] 23 V va n ád io 50 ,9 42 41 N b n ió b io 92 ,9 06 73 Ta tân ta lo 18 0, 95 10 5 D b d ú b n io [2 68 ] 24 C r cr ô m io 51 ,9 96 42 M o m o lib d ên io 95 ,9 5 74 W tu n g st ên io 18 3, 84 10 6 S g se ab ó rg io [2 69 ] 25 M n m an ga n ês 54 ,9 38 43 T c te cn éc io [9 8] 75 R e rê n io 18 6, 21 10 7 B h b ó h ri o [2 70 ] 26 Fe fer ro 55 ,8 45 (2 ) 44 R u ru tê n io 10 1, 07 (2 ) 76 O s ó sm io 19 0, 23 (3 ) 10 8 H s h ás si o [2 69 ] 27 C o co b al to 58 ,9 33 45 R h ró d io 10 2, 91 77 Ir iríd io 19 2, 22 10 9 M t m ei tn ér io [2 78 ] 28 N i n íq u el 58 ,9 63 46 P d p al ád io 10 6, 42 78 P t p la ti n a 19 5, 08 11 0 D s d ar m st ád ti o [2 81 ] 29 C u co b re 63 ,5 46 (3 ) 47 A g p ra ta 10 7, 87 79 A u o u ro 19 6, 97 11 1 R g ro en tg ên io [2 81 ] 30 Z n zi n co 65 ,3 8( 2) 48 C d cá d m io 11 2, 41 80 H g m er cú ri o 20 0, 59 11 2 C n co p er n íc io [2 85 ] 11 3 N h n ih ô n io [2 86 ] 11 4 F � er óv io [2 89 ] 11 5 M c m o sc óv io [2 88 ] 11 6 Lv liv er m ó ri o [2 93 ] 11 7 T s te n es si n o [2 94 ] 11 8 O g o ga n es sô n io [2 94 ] 39 Y ítri o 88 ,9 06 57 a 7 1 89 a 1 03 5 B bo ro 10 ,8 1 13 A al u m ín io 26 ,9 82 31 G a gá lio 69 ,7 23 49 In índ io 11 4, 82 81 T tá lio 20 4, 38 6 C ca rb o n o 12 ,0 11 14 S i si líc io 28 ,0 85 32 G e g er m ân io 72 ,6 30 (8 ) 50 S n es ta n h o 11 8, 71 82 P b ch u m b o 20 7, 2 7 N n it ro g ên io 14 ,0 07 15 P fó sf o ro 30 ,9 74 33 A s ar sê n io 74 ,9 22 51 S b an ti m ô n io 12 1, 76 83 B i b is m u to 20 8, 98 8 O ox ig ên io 15 ,9 99 16 S en xo fr e 32 ,0 6 34 S e se lê n io 78 ,9 71 (8 ) 52 Te telú ri o 12 7, 60 (3 ) 84 Po p o lô n io [2 09 ] 9 F �ú o r 18 ,9 98 17 C cl o ro 35 ,4 5 35 B r b ro m o 79 ,9 04 53 I iod o 12 6, 90 85 A t as ta to [2 10 ] 10 N e n eô n io 20 ,1 80 2 H e h él io 4, 0 18 A r ar g ô n io 39 ,9 48 36 K r cr ip tô n io 83 ,7 98 (2 ) 54 X e xe n ô n io 13 1, 29 86 R n ra d ô n io [2 22 ] 57 La la n tâ n io 13 8, 91 N ú m er o A tô m ic o S ím b o lo N o m e M as sa A tô m ic a ( ) = n º- d e m as sa d o is ó to p o m ai s es tá ve l 58 C e cé ri o 14 0, 12 59 Pr p ra se o d ím io 14 0, 91 60 N d n eo d ím io 14 4, 24 61 P m p ro m éc io [1 45 ] 62 S m sa m ár io 15 0, 36 (2 ) 63 E u eu ró p io 15 1, 96 64 G d ga d o lín io 15 7, 25 (3 ) 65 T b té rb io 15 8, 93 66 D y d is p ró si o 16 2, 50 67 H o h ó lm io 16 4, 93 68 E r ér b io 16 7, 26 69 T m tú lio 16 8, 93 70 Y b it ér b io 17 3, 05 71 Lu lut éc io 17 4, 97 89 A c ac tí n io [2 27 ] 90 T h tó ri o 23 2, 04 91 Pa p ro ta ct ín io 23 1, 04 92 U u râ n io 23 8, 03 93 N p n et ú n io [2 37 ] 94 Pu p lu tô n io [2 44 ] 95 A m am er íc io [2 43 ] 96 C m cú ri o [2 47 ] 97 B k b er q u él io [2 47 ] 98 C f ca lif ó rn io [2 51 ] 99 E s ei n st ên io [2 52 ] 10 0 Fm fér m io [2 57 ] 10 1 M d m en d el év io [2 58 ] 10 2 N o n o b él io [2 59 ] 10 3 Lr la u rê n ci o [2 62 ] * V al o re s d e M as sa A tô m ic a ar re d o n d ad o s P2-B1-2020.indd 2 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 3 – LITERATURA – OBRAS FUVEST 1. Posta à janela, dali a meia hora, Sofia contempla- va as ondas que vinham morrer defronte, e, ao longe, as que se levantavam e desfaziam à entrada da barra. A imaginosa dama perguntava a si mesma se aquilo era a valsa das águas, e deixava-se ir por essa torrente abaixo, sem velas nem remos. Deu consigo olhando para a rua, ao pé do mar, como procurando os sinais do homem que ali estivera, na antevéspera, alta noite... Não juro, mas cuido que achou os sinais. Ao menos, é certo que cotejou o achado com o texto da conversação: “A noite era clara; fiquei cerca de uma hora, entre o mar e a sua casa. A senhora aposto que nem sonhava co- migo. Entretanto, eu quase que ouvia a sua respiração. O mar batia com força, é verdade, mas o meu coração não batia menos rijamente; com esta diferença que o mar é estúpido, bate sem saber por quê, e o meu coração sabe que batia pela senhora.” Sofia teve um calafrio, procurou esquecer o texto, mas o texto ia se repetindo: “A noite era clara.” ASSIS, Machado de. Quincas Borba. São Paulo: Moderna, 2016. p. 132-133. O comportamento de Sofia no trecho destoa de suas ati- tudes costumeiras porque ela se mostra como A) uma personagem trágica, temente a intuições e pres- ságios. B) uma personagem clássica, associada à tradição das elites cariocas. C) uma personagem romântica, apegada a devaneios e a idealizações. D) uma personagem idealizada, incapaz de enfrentar problemas concretos. E) uma personagem naturalista, inclinada à frieza e ao cálculo nas atitudes. 2. A uma dama dormindo junto a uma fonte À margem de uma fonte, que corria Lira doce dos pássaros cantores A bela ocasião das minhas dores Dormindo estava ao despertar do dia. Mas como dorme Sílvia, não vestia O Céu seus horizontes de mil cores; Dominava o silêncio sobre as flores, Calava o mar, e rio não se ouvia. Não dão o parabém à bela Aurora Flores canoras, pássaros fragrantes, Nem seu âmbar respira a rica Flora. Porém abrindo Sílvia os dois diamantes, Tudo à Sílvia festeja, e tudo a adora Aves cheirosas, flores ressonantes. MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 235. Na maneira como relacionao sono da dama com a natu- reza, o enunciador se vale de típicos recursos barrocos, tais como A) o tom de censura em relação à vaidade. B) a reflexão pessimista sobre a brevidade da vida. C) a religiosidade contrarreformista evocada na referên- cia mitológica. D) a caracterização preconceituosa da mulher dotada de autonomia frente à natureza. E) o ornamentalismo de feição cultista observado na as- sociação da mulher com elementos da natureza. 3. TEXTO I Ganimedes: Herói troiano, considerado “o mais belo dos mortais”. [...] Pastoreava os rebanhos do pai quan- do Júpiter o viu e, encantado com a sua beleza, raptou- -o e levou-o para o Olimpo. Variantes da lenda contam que o deus teria enviado uma águia, ou teria se trans- formado ele próprio nessa ave, para raptar o jovem. Co- mo compensação pelo rapto, Júpiter ofereceu ao pai de Ganimedes cavalos divinos e uma videira de ouro con- feccionada por Vulcano. No Olimpo, Ganimedes conquis- tou a imortalidade; tinha como função servir o néctar nas assembleias dos deuses, substituindo Hebe nessa tarefa. Dicionário de mitologia greco-romana. São Paulo: Abril Cultural, s/d. p. 80. TEXTO II Rapto Se uma águia fende os ares e arrebata esse que é forma pura e que é suspiro de terrenas delícias combinadas; e se essa forma pura, degradando-se, mais perfeita se eleva, pois atinge a tortura do embate, no arremate de uma exaustão suavíssima, tributo com que se paga o voo mais cortante; se, por amor de uma ave, ei-la recusa o pasto natural aberto aos homens, e pela via hermética e defesa vai demandando o cândido alimento que a alma faminta implora até o extremo; se esses raptos terríveis se repetem já nos campos e já pelas noturnas portas de pérola dúbia das boates; e se há no beijo estéril um soluço esquivo e refolhado, cinza em núpcias, e tudo é triste sob o céu flamante (que o pecado cristão, ora jungido ao mistério pagão, mais o alanceia), baixemos nossos olhos ao desígnio da natureza ambígua e reticente: ela tece, dobrando-lhe o amargor, outra forma de amar no acerbo amor. ANDRADE, Carlos Drummond de. Claro enigma. São Paulo: Companhia das Letras, 2012, p. 50. Considerando a relação entre os textos, observe as afir- mações: I. Embora o poeta modernista inspire-se em um tema clássico, ele não explora, no poema, uma estrutura métrica tradicional. II. O poema sutilmente aborda formas de amor conde- nadas pela moral religiosa. III. Segundo o poema, o rapto mitológico não encontra relação com dimensões reais da vivência amorosa das pessoas. Está correto apenas o que se afirma em: A) I, somente. B) II, somente. C) I e III. D) II e III. E) I, II e III. P2-B1-2020.indd 3 15/01/20 14:13 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 4 – 4. Romance XLVIII ou do jogo de cartas Grandes jogos são jogados entre a terra e o firmamento: longas partidas sombrias, por anos, meses e dias, independentes do tempo... Soldados e marinheiros, camponeses e fidalgos, ministros, gente da Igreja, não há mais ninguém que esteja fora dos vastos baralhos. Batem as cartas na mesa, na curva mesa da terra. Partida sobre partida, perde-se renome ou vida: mas a perdição é certa. Lá vêm corações em sangue, lá vêm tenebrosos chuços: defrontam-se ouros e espadas, saltam coroas quebradas, morrem culpados e justos. Batem as cartas na mesa... Cruzam-se naipes e pontos: não se avista quem baralha esta confusa batalha de enigmas, quedas e assombros. Grandes jogos são jogados. E os silenciosos parceiros não sabem, a cada lance, que o jogo, fora de alcance, pertence a dedos alheios. Mesas de Queluz cobertas de ouros, paus, espadas, copas... (Minas, sangue, sofrimento...) No baralho bate o vento e o jogo segue outras voltas. MEIRELES, Cecília. Romanceiro da inconfidência. São Paulo: Global, 2015. p. 141-142. Explorando o contexto histórico da Inconfidência Minei- ra, o poema ressalta A) o caráter elitista dos participantes do movimento polí- tico. B) a revolta dos jogadores contra as derrotas no jogo de cartas. C) o vício do jogo como uma das causas do malogro da inconfidência. D) os destinos humanos, que são marcados pelo caráter imponderável. E) o poder da metrópole em determinar até o caráter im- ponderável do destino dos habitantes da colônia. 5. De todo aquele romance as particularidades que melhor guardei na memória foram os montes de cisco, a água empapando a terra, o cheiro dos monturos, uru- bus nos galhos da mangueira farejando ratos em decom- posição no lixo. Tão morno, tão chato! Nesse ambiente empestado Marina continuava a oferecer-se negaceando. Conservava-me preso, fazendo gatimanhos, esticando a saia estreita que lhe mostrava bem as coxas e as nádegas. RAMOS, Graciliano. Angústia. Rio de Janeiro: Record, 2000. p. 87 No texto, Graciliano Ramos, escritor modernista da cha- mada “geração de 1930” do romance brasileiro: A) Idealiza a figura feminina e engaja-se na denúncia so- cial da miséria. B) Emprega o detalhismo e o preciosismo verbal típicos dos romances oitocentistas. C) Demonstra influência romântica ao descrever animais em seus habitats urbanos. D) Cria um personagem psicologicamente complexo em uma ambientação de molde naturalista. E) Descreve cenários degradados das periferias cariocas e busca chocar com uma cena de forte conteúdo erótico. 6. Eu fui para o meu quarto, fechei-me lá, a tremer, sen- tindo ainda, regeladas e ameaçadoras, as palavras da Titi, para quem os homens “acabavam quando se metiam com saias”. Também eu me metera com saias, em Coimbra, no Terreiro da Erva! Ali, no meu baú, tinha eu documentos do meu pecado, a fotografia da Teresa dos Quinze, uma fita de seda, e uma carta dela, a mais doce, em que me chamava “único afeto da sua alma” e me pedia dezoito tostões! Eu cosera essas relíquias dentro do forro de um colete de pano, receando as incessantes rebuscas da Titi, por entre a minha roupa íntima. Mas lá estavam, no baú de que ela guardava a chave, dentro do colete, fazendo uma dureza de cartão que qualquer dia poderiam palpar os seus dedos desconfiados... E eu acabava logo para Titi! QUEIRÓS, Eça de. A relíquia. São Paulo: Ateliê Editorial. p. 71. Sobre o trecho de A relíquia, é correto afirmar: A) O tom confessional do narrador prova o arrependi- mento e a busca por perdão. B) A expressividade estética do texto reside no uso con- tido de figuras de linguagem. C) O caráter dramático da cena é expressão do senti- mentalismo romântico do autor. D) As ações caricatas do narrador mostram como ele não se deixava levar pelas emoções. E) A ambiguidade das declarações de Teresa dos Quinze carrega a cena de humor irônico. P2-B1-2020.indd 4 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 5 – LITERATURA – ALFA 1. Caetano de Almeida. Sem título (1999). A fotomontagem sobre papel, do artista paulista Caetano de Almeida, revela elementos relacionados à A) inspiração na religiosidade afro-brasileira. B) influência da arte abstrata nas grandes cidades. C) crítica à impessoalidade das relações humanas na metrópole. D) sobreposição de temporalidades e formas de expres- são convergentes. E) apropriação paródica de elementos da arte urbana, como o grafite. 2. TEXTO I Maçã Por um lado te vejo como um seio murcho Pelo outro como um ventre cujo umbigo pende ainda o [cordão placentário És vermelha como o amor divino Dentro de ti em pequenas pevides Palpita a vida prodigiosa Infinitamente E quedas tão simples Ao lado de um talher Num quarto pobre de hotel. BANDEIRA, Manuel. Estrela da vida inteira. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, s/d. p. 168-169. TEXTO II Ela povoa o imaginário popular e aparece em histó- rias diversas. É chamada de fruto proibido e já represen- tou o pecado, sendo apontada como o motivo da expul- são de Adão e Eva do paraíso. Conta-se que os galhos da macieira serviam para fazer as varinhas dos druidas, os sábios celtas. Branca de Neve se deixou seduzir pela beleza do alimento. Também, reza a lenda, teria sido a fonte de inspiração para o cientistainglês Isaac Newton (1643-1727) bolar a lei da gravidade. Muito além de narrativas fantásticas, a maçã com- bina com uma vida equilibrada. Ela oferece quercetina, antioxidante que blinda nossas células e previne o en- velhecimento precoce. O mesmo ingrediente dificulta o acúmulo de gordura nas artérias. Claro que a fruta não se faz só de quercetina. Tanto a polpa quanto a casca guardam a pectina, um tipo de fibra que, não bastasse atuar em prol do coração, cola- bora para a saúde intestinal. Há evidências de que ajude inclusive a reduzir o risco de tumores no intestino. Pra completar, o vegetal entrega nutrientes que vão do potássio, mineral conhecido por abaixar a pressão ar- (C ) E D O U A R D F R A IP O N T /C O R T E S IA D O A R T IS T A E G A LE R IA L U IS A S T R IN A terial, até a badalada vitamina C, que favorece a beleza da pele, contribuindo no combate à flacidez. São os moti- vos que justificam um velho ditado estrangeiro: “Comer uma maçã por dia afasta o médico”! Disponível em: http://www.saude.abril.com.br. Acesso em: 2 nov. 2019. Os textos tratam da mesma fruta. Uma das diferenças que se estabelece entre eles é que A) o caráter fantástico e hiperbólico do poema contrasta com a sobriedade acadêmica do texto jornalístico. B) o texto poético explora uma série de metáforas para denunciar a miséria dos quartos de hotel das grandes cidades. C) o poema não hesita em apresentar traços negativos da fruta, enquanto o texto jornalístico elogia franca- mente a maçã. D) a linguagem poética, no Texto I, associa imagens inu- sitadas à fruta, enquanto a linguagem, no Texto II, busca informar e envolver o leitor. E) o poema, em seus versos metrificados, explora a lin- guagem estética, enquanto o texto jornalístico vale-se de exatidão inspirada na literatura científica sobre o assunto. 3. JOÃO GRILO Falta de respeito nada, rapaz! Isso é o versinho de Canário Pardo que minha mãe cantava pra eu dormir. Is- so tem nada de falta de respeito! Já fui barco, fui navio, Mas hoje sou escaler. Já fui menino, fui homem, Só me falta ser mulher. Valha-me Nossa Senhora, Mãe de Deus de Nazaré. Cena igual à da aparição de Nosso Senhor, e Nossa Senhora, A Compadecida, entra. ENCOURADO, com raiva surda Lá vem a compadecida! Mulher em tudo se mete! JOÃO GRILO Falta de respeito foi isso agora, viu? A senhora se zangou com o verso que eu recitei? A COMPADECIDA Não, João, por que eu iria me zangar? Aquele é o versinho que Canário Pardo escreveu para mim e que eu agradeço. Não deixa de ser uma oração, uma invocação. Tem umas graças, mas isso até a torna alegre e foi coi- sa de que eu sempre gostei. Quem gosta de tristeza é o diabo. JOÃO GRILO É porque esse camarada aí, tudo o que se diz ele enrasca a gente, dizendo que é falta de respeito. A COMPADECIDA É máscara dele, João. Como todo fariseu, o diabo é muito apegado às formas exteriores. É um fariseu con- sumado. ENCOURADO Protesto. SUASSUNA, Ariano. Auto da compadecida. São Paulo: Editora Nova Fronteira, 1984. p. 75. Fortemente vinculada ao folclore e à poesia nordestina, a peça de Ariano Suassuna liga-se à literatura ibérica me- dieval A) pelo caráter revolucionário de sua temática. B) por meio de seu humor simples, popular e religioso. C) pelo racionalismo com que critica o comportamento dos poderosos. D) pela expressão literária que se vale de métricas popu- lares, como a redondilha menor. E) pelo conservadorismo em afirmar valores sociais liga- dos a antigas tradições religiosas. P2-B1-2020.indd 5 15/01/20 14:13 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 6 – 4. Julga-me a gente toda por perdido, vendo-me, tão entregue a meu cuidado, andar sempre dos homens apartado, e dos tratos humanos esquecido. Mas eu, que tenho o mundo conhecido, e quase que sobre ele ando dobrado, tenho por baixo, rústico, enganado, quem não é com meu mal engrandecido. Vão revolvendo a terra, o mar e o vento, busquem riquezas, honras a outra gente, vencendo ferro, fogo, frio e calma; que eu só, em humilde estado, me contento, de trazer esculpido eternamente vosso fermoso gesto dentro n'alma. CAMÕES, Luís de. Sonetos. Cotia: Ateliê Editorial, 1998. p. 115. O Classicismo valorizou estéticas e formas de pensamen- to da antiguidade greco-latina. Considerando o soneto de Luís de Camões, pode-se afirmar que a presença do chamado “neoplatonismo” é A) negado na primeira estrofe, uma vez que o enuncia- dor se mostra arredio no trato social. B) afirmado no último terceto, na resolução do enuncia- dor em valorizar intelectualmente a memória do ser amado. C) contrariado na segunda estrofe, pois o enunciador opta por dedicar sua atenção a elementos concretos da existência. D) confirmado na terceira estrofe, já que o enunciador atribui a si próprio grande experiência nas questões mundanas. E) afirmado no primeiro terceto, em que o enunciador vivencia de maneira intensa e prazerosa os aspectos sensoriais da paisagem em que se insere. 5. Os meios e os fins da catequese, da educação, do ensino e da instrução das faculdades da memória, da vontade e da inteligência, que então definem a humani- dade da pessoa, realizam a “política católica” portugue- sa como um conjunto de normas. Estas definem saberes a serem ensinados e condutas a serem inculcadas em crianças, jovens e adultos indígenas, mamelucos e portu- gueses. Representam também um conjunto de práticas, que permitem a transmissão desses saberes e a incorpo- ração de comportamentos, normas e práticas. HANSEN, João Adolfo; NÓBREGA, Manuel da. Recife: Fundação Joaquim Nabuco/Ed. Massangana, 2010. p. 12. O texto crítico a respeito das ações colonizadoras portu- guesas na América permite afirmar que A) os colonizadores portugueses não consideravam que os índios fossem plenamente humanos. B) os colonizadores atuaram no sentido de educar os indí- genas para que eles pudessem frequentar faculdades. C) a ação pedagógica no Brasil do século XVI buscava transmitir valores admitidos pela tradição letrada e religiosa. D) os indígenas tinham mais facilidade do que os portu- gueses em incorporar valores morais e religiosos do continente europeu. E) os saberes inculcados pelos colonizadores europeus eram recebidos com superficialidade e desconfiança pelos indígenas. 6. Benze-se o poeta de várias ações que observa na sua pátria Destes que campam no mundo sem ter engenho profundo, e entre gabos dos amigos, os vemos em papa-figos sem tempestade, nem vento: Anjo Bento. De quem com letras secretas tudo o que alcança é por tretas, baculejando sem pejo por matar o seu desejo desde a manhã té a tarde: Deus me guarde. Do que passeia farfante muito prezado de amante, por fora luvas, galões, insígnias, armas, bastões, por dentro pão bolorento: Anjo Bento. Destes beatos fingidos cabisbaixos, encolhidos, por dentro fatais maganos, sendo nas caras uns Janos, que fazem do vício alarde: Deus me guarde. [...] MATOS, Gregório de. Poemas escolhidos de Gregório de Matos. São Paulo: Companhia das Letras, 2010. p. 65-66. A poesia de Gregório de Matos traz valores e formas de expressão correntes na sociedade baiana do século XVII. O excerto acima permite identificar o(a) A) ironia crítica voltada contra os mais diversos estratos da sociedade de seu tempo. B) patriotismo com que o enunciador exaltava tipos so- ciais de destaque na época. C) devoção religiosa que, confirmando o título, exalta a ação catequética na Bahia. D) uso de versos livres, atestado na variação métrica do poema e no uso de rimas irregulares. E) crítica social que poupa apenas os letrados, na medi- da em que o próprio enunciador se identificava com eles. P2-B1-2020.indd 6 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 7 – DISCIPLINAS DE NÚCLEO COMUM Leia o fragmento da crônica “Cuidado com os sabichões” para responder às questões 7 a 12. Acho que a pessoa só deve botar reparo gramatical na língua dos outros, e mesmo assim com pudor, quan- do lhe pedirem ouquando tiver mandato profissional (ou afetivo, vá lá) para tanto. Vejo apenas duas exceções. A primeira envolve o interesse público, quando o erro é sintoma de um mal maior e tem efeito multiplicador devido ao poder de quem o comete. Para ficar num exemplo absurdo, vamos imaginar que o ministro da Educação fosse um inepto capaz de escrever gato com jota. Nesse caso, denunciar seus erros seria obrigatório. A outra exceção é o combate ao sabichonismo. Tan- to quanto a autoridade ignorante, o sabichão deve ser corrigido sempre que vier a público dedurar os erros fic- tícios que fabrica. Para quem não o conhece, o sabichão é aquele pa- trulheiro que adora corrigir até o que não está errado. Em troca do prazer de comprar com notas falsas a vitória sobre o interlocutor desavisado, espalha confusão. Bom, não é como se, em matéria de língua, precisas- se de mais confusão um país em que milhões de letrados matam a crase na canela, confere? O sabichonismo é uma doença oportunista que de- bilita mais um pouco nossa já fracote autoestima linguís- tica. Combater o sabichonismo tem o mérito adicional de contribuir para a guerra maior contra a desinformação, praga antiga que ganhou proporções monstruosas no mundo das redes sociais. Por exemplo, a tese cascateira de que a forma certa do ditado é “Quem tem boca vaia Roma”, em referência aos apupos que os súditos reservariam aos césares, ja- mais teve fumaça de sustentação histórica ou mesmo de verossimilhança. Pensando bem, é ridícula. E convenceu. RODRIGUES, Sérgio. Cuidado com os sabichões!. Folha de S.Paulo. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/ colunas/sergio-rodrigues/2019/10/cuidado-com-os-sabichoes. shtml?loggedpaywall. Acesso em: 18 out. 2019. (Fragmento adaptado.) 7. Os “sabichões” a que se refere o texto são A) especialistas em teoria gramatical que rechaçam va- riedades populares em favor da norma culta. B) falantes não especializados que, como autodidatas, dominam a variedade culta e exigem respeito a ela. C) professores tradicionalistas que consideram a descri- ção linguística como prioritária na formação escolar básica. D) usuários cultos da língua que reconhecem o uso da norma-padrão como único critério de correção lin- guística. E) falantes supostamente eruditos que propõem como corretas variantes linguísticas sem lastro na tradição gramatical. 8. Sobre os usos linguísticos adotados no fragmento, pode- -se afirmar que A) refletem uma opção consciente pela informalidade, como se vê em “vá lá” e “inepto”. B) ocorrem casos próprios de variedades eruditas popu- lares, como “sabichão” e “na canela”. C) há marcas de oralidade que simulam interação face a face, como “bom” e “confere?”. D) predominam variantes linguísticas que revelam erudi- ção, como “debilita” e “mérito”. E) revelam falta de domínio pleno da variedade culta, como “fracote” e “monstruosas”. 9. Quando nomeiam ações, qualidades ou sentimentos, os substantivos assumem significados abstratos. No frag- mento, é exemplo disso o vocábulo A) absurdo. B) autoridade. C) sabichão. D) súditos. E) sustentação. 10. As frases abaixo foram extraídas de gramáticas e obras acadêmicas. Entre elas, a mais aderente ao discurso que embasa o fragmento lido é a seguinte: A) Todas as variedades linguísticas são estruturadas, e correspondem a sistemas e subsistemas adequados às necessidades dos seus usuários (Celso Cunha). B) No plano de norma coletiva é natural que distingamos entre o que é comum a toda uma nação (idioma) e o que é peculiar às diversas regiões (dialetos) (Celso Luft). C) Falar é como andar. Acontece naturalmente, da mes- ma forma, nas mesmas faixas etárias, em qualquer parte do planeta Terra, independentemente de raça, de cultura, de cor, de gênero e de ensino formal (Mar- ta Scherre). D) Se todos os mapas e livros de geografia trazem a for- ma Antártida, que autoridade tem Sacconi para dizer que isso é “lamentável” e que a forma “certa” é “An- tártica”? (Marcos Bagno). E) As diferenças linguísticas entre os vários dialetos não são estanques, pois os usos populares podem ser in- corporados à norma culta (Marli Quadros Leite). 11. Tomando por base a versão correta do ditado “Quem tem boca vaia Roma”, pode-se dizer que a “tese casca- teira” nasce de uma A) homofonia, que, no entanto, produz um sentido inve- rossímil. B) ironia, que considera a fala uma distorção da norma- -padrão da língua. C) ambiguidade sintática, que provoca um significado ridículo. D) intertextualidade programada entre o ditado e sua pa- ródia. E) falta de repertório, pois os césares convenciam multi- dões. 12. Para o enunciador, a desinformação A) nasce do “reparo gramatical” na língua dos outros. B) é a origem de todas as confusões linguísticas midiáti- cas. C) sempre existiu, embora não atingisse questões lin- guísticas. D) se intensificou recentemente no universo das redes sociais. E) deve ser combatida apenas quando diz respeito ao in- teresse público. P2-B1-2020.indd 7 10/09/2020 13:04 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 8 – Texto para as questões 13 a 16 Era uma galinha de domingo. Ainda viva porque não passava de nove horas da manhã. Parecia calma. Desde sábado encolhera-se num canto da cozinha. Não olhava para ninguém, ninguém olhava para ela. Mesmo quando a escolheram, apalpan- do sua intimidade com indiferença, não souberam dizer se era gorda ou magra. Nunca se adivinharia nela um anseio 1. Foi pois uma surpresa quando a viram abrir as asas de curto voo 2, inchar o peito e, em dois ou três lances, alcançar a murada do terraço. Um instante ainda vaci- lou — o tempo da cozinheira dar um grito — e em bre- ve estava no terraço do vizinho, de onde, em outro voo desajeitado, alcançou um telhado. Lá ficou em adorno 3 deslocado, hesitando ora num, ora noutro pé. A família foi chamada com urgência e consternada viu o almoço 4 junto de uma chaminé. O dono da casa, lembrando-se da dupla necessidade de fazer esporadicamente algum es- porte e de almoçar, vestiu radiante um calção de banho e resolveu seguir o itinerário 5 da galinha: em pulos caute- losos alcançou o telhado onde esta, hesitante e trêmula, escolhia com urgência outro rumo 6. A perseguição 7 tor- nou-se mais intensa. De telhado a telhado foi percorrido mais de um quarteirão da rua. Pouco afeita a uma luta 8 mais selvagem pela vida, a galinha tinha que decidir por si mesma os caminhos 9 a tomar, sem nenhum auxílio de sua raça. O rapaz, porém, era um caçador adormecido. E por mais ínfima que fosse a presa 10 o grito de conquista havia soado. LISPECTOR, Clarice. Uma galinha. In: ______. Todos os contos. Rio de Janeiro: Rocco, 2016. p. 156. 13. O conto sugere diferentes perspectivas sobre a galinha, protagonista da narrativa. Essa variedade de visões pode ser apontada no uso dos termos A) anseio (ref. 1) e almoço (ref. 4). B) voo (ref. 2) e adorno (ref. 3). C) itinerário (ref. 5) e perseguição (ref. 7). D) rumo (ref. 6) e luta (ref. 8). E) caminhos (ref. 9) e presa (ref. 10). 14. Sobre sua forma de composição, pode-se afirmar que o fragmento é A) exclusivamente narrativo, porque a tentativa de fuga da galinha figura como tema essencial. B) predominantemente narrativo, pois os eventos se su- cedem temporalmente, embora permeados pela des- crição. C) exclusivamente descritivo, visto que se concentra em apresentar as personagens do enredo de forma pro- gressiva. D) predominantemente descritivo, já que a temporali- dade dos eventos dá lugar à subjetividade das per- sonagens. E) predominantemente dissertativo, pois a narratividade do fragmento está a serviço da defesa de uma tese sobre a realidade. 15. Os dois primeiros períodos do texto sugerem que A) a galinha só estava viva porque tinha conseguido fu- gir. B) galinhas de domingo costumam ser mortas para o al- moço. C) as refeições de domingo sempre tinham um prato de carne. D) as galinhas não eram vigiadas nos domingos pela manhã. E) a galinha mantinha a calma por desconhecerseu des- tino. 16. De acordo com o texto, o dono da casa seguiu a galinha A) impulsionado somente pela curiosidade. B) em razão de suas habilidades esportivas. C) por causa da fome que assolava toda a família. D) estimulado pela destreza motora do animal. E) por dois motivos, diferentes e complementares. Texto para as questões 17 e 18 Rep and Roll SP ZL, minha região A rua chama, Urbana minha Legião Armas pra revolução eles não dão Televisão, damas de Biquíni Cavadão Rigoroso nos traje, atitude Invadindo sua praia, a Plebe é Rude Nossa juventude tem potencial Mas falta o Capital Inicial Polícia para quem precisa, Ira É us tira roubando a brisa, mira Pretos, são alvos do algoz Preto longe das Blitz, Nenhum de Nós O Tempo não para, ponteiro correndo Hey! Pode vir quente que eu estou fervendo No olhar do mais sóbrio a tristeza Por isso que eu sou um Maluco Beleza Mandaram me perguntar qual é a minha intenção Fazer o dinheiro girar e um pouco de subversão Um salve pros irmão de cor isso Faz Parte do Meu Show Pra muitos é uma confusão porque eu sou... Rep and Roll SAPIÊNCIA, Rincon. Rep and Roll. Disponível em: https://www.letras.mus.br/rincon-sapiencia/rep-and-roll/. Acesso em: 28 nov. 2019. 17. O rapper Rincon Sapiência, em Rep and Roll, utiliza uma forma de registro que se aproxima A) do erudito, numa variante padrão, como se percebe por meio das referências a bandas utilizadas. B) da fala, numa variante informal, como se percebe por meio das contrações e de expressões como “um salve”. C) da escrita, numa variante padrão, como se percebe no uso de palavras como “sóbrio” e “subversão”, pouco utilizadas em registros orais. D) da arte, numa variante histórica, como se percebe na retomada de temáticas críticas em relação à comuni- dade negra e periférica da Zona Leste. E) do descuido, numa variante informal, como se perce- be na incorreção de concordância em “um salve pros irmão” em lugar de “um salve para os irmãos”. 18. A respeito da interdiscursividade promovida na canção, nota-se que A) para compreender o título, é necessário associar as referências a bandas e músicas de rock brasileiras ao gênero musical do qual a letra faz parte. B) as inversões realizadas em relação a alguns nomes de bandas, como em relação à “Legião Urbana” no segundo verso, descaracterizam a intertextualidade. C) o uso de letras maiúsculas para marcar nomes pró- prios em meio aos versos não é eficiente, porque acontece também de forma aleatória, como em rela- ção ao termo “blitz”. D) para compreender corretamente a canção, é necessá- rio conhecer o contexto de criação de cada uma das bandas a que se faz referência, pois ele se associa ao tema de negritude proposto. E) o domínio de Rincon Sapiência da história do rock brasileiro o associa ao gênero musical rock e o distan- cia do universo do rap, como se afirma em “pra mui- tos é uma confusão”, o que reduz as possibilidades de interpretação musical. P2-B1-2020.indd 8 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 9 – 19. A etapa fotoquímica da fotossíntese, conhecida como “reação de claro”, é assim chamada por ocorrer somente na presença de luz. A reação da fotossíntese pode ser representada simplifi- cadamente por: 6 CO2(g) 1 6 H2O(v) → C6H12O6(s) 1 6 O2(g) Considerando as informações e os átomos 11H; 16 8O; 12 6C, são feitas as seguintes afirmações: I. O número total de prótons presentes nos reagentes é igual ao número total de prótons presentes nos produtos. II. O número total de nêutrons presentes nos reagentes é igual ao número total de nêutrons presentes nos produtos. III. O número total de moléculas presentes nos reagen- tes é igual ao número total de moléculas presentes nos produtos. IV. A razão entre o número total de átomos dos reagen- tes e dos produtos é menor que 1. São corretas somente as afirmações: A) I e II. B) III e IV. C) I, II e III. D) II, III e IV. E) II e IV. 20. No início dos anos de 1970, foram dados os primeiros passos nos estudos sobre as baterias de lítio. Os cientis- tas John B. Goodenough, M. Stanley Whittingham e Akira Yoshino criaram o “mundo recarregável”, e seu prêmio foi mais do que merecido. As primeiras baterias de lítio/ iodo foram utilizadas em marca-passos. Atual mente, al- gumas baterias de celulares são constituídas de íon-lítio ou lítio polímero. O lítio é um elemento químico de sím- bolo Li e número atômico 3. Na natureza são encontrados dois isótopos de lítio: lítio-7 (92,5%) e lítio-6 (7,5%). Dado: Constante de Avogadro 5 6,0 ? 1023 mol21 Com base nessas informações, foram feitas as seguintes afirmações: I. A massa atômica do elemento lítio é igual a 6,925 u. II. O isótopo menos abundante apresenta menor núme- ro de prótons. III. Uma amostra de 7,0 g do átomo do isótopo mais abundante apresenta 1,8 ? 1024 elétrons. São corretas as afirmações: A) I e II. B) II e III. C) I e III. D) Somente II. E) Somente I. 21. Um ramo muito popular da Medicina é a Fitoterapia (do grego: phyton 5 vegetal; terapia 5 tratamento). A produção de pomadas, tinturas, extratos e cápsulas a partir de vegetais envolve diversas operações e equipa- mentos de laboratório. Processos: I. Trituração. II. Secagem. III. Medidas de líquidos. IV. Filtração comum. V. Filtração a vácuo. Equipamentos: a) Estufa. b) Funil de Büchner. c) Almofariz e pistilo. d) Provetas e pipetas. e) Funil e papel de filtro. A alternativa que associa, corretamente, as operações aos equipamentos listados é: A) I-c; II-a; III-d; IV-b; V-e. B) I-b; II-c; III-d; IV-a; V-e. C) I-c; II-a; III-d; IV-e; V-b. D) I-c; II-b; III-d; IV-e; V-a. E) I-b; II-d; III-c; IV-e; V-a. 22. A adição de cloreto de sódio à água reduz o seu ponto de congelamento. A presença de 23,3% de NaCl(s) na água pode reduzir o seu ponto de congelamento a 221,1 ºC, devido à formação de uma mistura eutética. Se NaCl(s) for adicionado ao gelo acima dessa temperatura, parte desse gelo se fundirá, e ocorrerá a dissolução do sal adi- cionado. Se mais sal for adicionado, o gelo continuará a fundir. Essa é uma prática comum, utilizada para remo- ver o gelo das ruas das cidades em que neva no inverno. Assinale a alternativa na qual a curva de aquecimento da mistura eutética citada no texto está corretamente repre- sentada. Legenda: S 5 Sólido; L 5 Líquido; G 5 Gasoso. A) S L t (min) T ( ºC ) G B) S L t (min) T ( ºC ) G C) S t (min) T ( ºC ) G D) S L t (min) T ( ºC ) G E) S L t (min) T ( ºC ) G P2-B1-2020.indd 9 15/01/20 14:13 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 10 – 23. Aproximadamente 70% de nosso corpo é constituído por água, fundamental para nosso metabolismo e para a manutenção da vida. Por esse motivo, é muito importante a qualidade da água consumida. O esquema de uma estação de tratamento de água está representado a seguir. Com base nas informações apresentadas e nos conhecimentos sobre processos de tratamento da água, podemos afirmar que: A) a floculação facilita o processo de decantação. B) a fluoretação é necessária para termos água potável. C) na decantação, temos agitação do sistema para facilitar a filtração. D) o processo de filtração serve para eliminar os germes patogênicos. E) após o tratamento da água, temos no reservatório uma substância pura. 24. A vitamina E tem sido relacionada à prevenção do câncer de próstata, além de atuar como antioxidante para prevenir o enve- lhecimento precoce. A dose diária recomendada para uma pessoa acima de 19 anos é de 15 mg. Considerando que em alguns suplementos alimentares existam 10,5 ? 1018 moléculas de vitamina E por comprimido, o número de comprimidos que deve ser consumido em um mês (30 dias) para manter a dose recomendada diária é cerca de Note e adote: Constante de Avogadro 5 6,0 ? 1023 mol21 Fórmula molecular da vitamina E 5 C29H50O2 A) 30 comprimidos. B) 45 comprimidos. C) 60 comprimidos. D) 75 comprimidos. E) 90 comprimidos. 25. O estudo dos átomos e das partículas subatômicas norteoumuitos estudos da Química e da Física. Há 130 anos nascia, em Co- penhague, o cientista dinamarquês Niels Henrick Davis Bohr, cujos trabalhos contribuíram decisivamente para a compreensão da estrutura atômica e da Física Quântica. A respeito do modelo atômico de Bohr, assinale a alternativa correta. A) Os átomos são, na verdade, grandes espaços vazios constituídos por duas regiões distintas: uma com núcleo pequeno, positivo e denso e outra com elétrons se movimentando livremente ao redor do núcleo. B) Os elétrons que circundam o núcleo atômico têm energia quantizada, podendo assumir quaisquer valores. C) É considerado o modelo atômico vigente e o mais aceito pela comunidade científica. D) Os saltos quânticos decorrentes da interação fóton-núcleo são previstos nessa teoria, explicando a emissão de cores quan- do certos elementos metálicos são postos em uma chama (excitação térmica). E) Os átomos são estruturas compostas por um núcleo pequeno e carregado positivamente, cercado por elétrons alocados em órbitas circulares. 26. A condutibilidade elétrica de sistemas envolve a movimentação ordenada de partículas dotadas de cargas elétricas diante de uma diferença de potencial. Essas cargas podem ser os próprios elétrons, como ocorre em uma barra de cobre ou grafite, ou ainda podem ser íons que apresentem livre movimentação. Sobre esse assunto, um estudante fez três afirmações: I. Em uma solução aquosa de cloreto de hidrogênio há íons livres devido a um processo químico de ionização desse com- posto e, portanto, essa solução é eletrolítica. II. Em uma solução aquosa de cloreto de potássio há íons livres devido a um processo físico de dissociação iônica desse composto e, portanto, essa solução é eletrolítica. III. Em uma solução aquosa de sacarose não há íons livres, pois as moléculas apenas se dissolvem em água sem que ocorra qualquer tipo de reação de ionização e, portanto, o sistema não é eletrolítico. A(s) afirmação(ões) correta(s) é(são): A) Apenas I e II. B) Apenas I e III. C) Apenas II e III. D) Apenas III. E) I, II, III. Reservatório elevado Rede de distribuição Cloro e úor �ltrada Adutora Carvão ativado Areia Cascalho Reservatório de água tratada Canal de água Sulfato de Alumínio, Cal, Cloro Adutora de captação Represa Floculação Decantação Filtração P2-B1-2020.indd 10 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 11 – 27. Os fermentos utilizados na indústria alimentícia podem ser de origem biológica ou química. Nos fermentos bio- lógicos, microrganismos (geralmente Saccharomyces cerevisiae) consomem matéria orgânica produzindo um gás que faz a massa crescer (gás carbônico). Já nos fermentos químicos, esse mesmo gás é gerado em rea- ções químicas envolvendo substâncias presentes no fer- mento. Muitos deles são preparados pela mistura de di- hidrogenof osfato com bicarbonato. A reação desses íons produz hidrogenofosfato e ácido carbônico, que por sua vez se decompõem gerando água e dióxido de carbono. As fórmulas químicas de todas as substâncias menciona- das no texto, na ordem de citação, são, respectivamente: A) CO2, H2PO4 22, HCO3 2, HPO4 32, H2CO3, H2O, CO2 B) CO2, H2PO4 2, HCO3 2, HPO4 2, H3CO3, H2O, CO2 C) CO2, H2PO4 2, HCO3 2, HPO4 22, H2CO3, H2O, CO2 D) CO2, H2PO4 2, HCO3 2, HPO4 32, H2CO3, H2O, CO2 E) CO2, H2PO3 2, HCO3 2, HPO3 22, H2CO3, H2O, CO2 28. Amônia é uma das dez substâncias mais produzidas no mundo. Sua obtenção se dá por meio da reação entre ni- trogênio e hidrogênio, de acordo com a equação a seguir: N2(g) 1 3 H2(g) → 2 NH3(g) Do ponto de vista químico, a amônia tem um caráter básico, pois sua solução aquosa colore de rosa uma so- lução incolor de fenolftaleína, e é capaz de neutralizar soluções ácidas. Em um experimento, foram preparadas três soluções de ácidos diferentes, sendo colocado apenas um mol de ca- da ácido em cada frasco, rotulados A, B e C. A quantidade de amônia utilizada para a neutralização total dessas soluções é mostrada na figura a seguir. Com base nessa figura, pode-se afirmar que os ácidos contidos nos frascos A, B e C são, respectivamente: A) Nítrico, fosfórico e sulfúrico. B) Clorídrico, nítrico e fosfórico. C) Nitroso, clórico e clorídrico. D) Clórico, sulfúrico e carbônico. E) Acético, sulfídrico e fosfórico. 29. O ácido cítrico é o principal ácido que confere sabor aze- do às chamadas “frutas cítricas”. Sua fórmula estrutural é apresentada a seguir. Um derivado desse ácido é o citrato de cálcio, que é en- contrado em suplementos alimentares que têm a função de aumentar a quantidade de cálcio na dieta e de facilitar a absorção da vitamina D no organismo. Esse composto pode ser obtido por meio da reação de neutralização entre o ácido citado e uma base adequada. Na equação dessa reação, os menores coeficientes ex- pressos por números inteiros para o ácido, a base, o sal e para a água são, respectivamente: A) 1, 2, 1, 4 B) 2, 1, 1, 4 C) 3, 2, 1, 3 D) 2, 3, 1, 6 E) 1, 2, 1, 2 A 1 mol NH3 B 2 mol NH3 C 3 mol NH3 OH OH HO O O OH O Rascunho P2-B1-2020.indd 11 15/01/20 14:13 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 12 – 30. Existem números racionais a, b, c e d, tais que 4a 5 x, xb 5 y, yc 5 z e zd 5 8, em que x, y e z são números reais positivos. Qual é o valor numérico de abcd? A) 0,8 B) 0,9 C) 1,3 D) 1,5 E) 2,0 31. A figura representa a reta real e os pontos A, B, C, D e E pertencentes a ela. O ponto D representa o número irracional 1 1 √5 2 , conhe- cido como o número áureo. Qual dos pontos dados representa o número 2 21 1 √5 ? A) A B) B C) C D) D E) E 32. Para testar a eficiência do carburador do seu carro velho, Bruno encheu o tanque com 56 litros de gasolina pura que ele havia ganhado de um amigo. Ele andou 80 km e concluiu que o rendimento do motor foi de 10 km/L. Então, ele adicionou 8 litros de etanol puro no tanque e prosseguiu com sua viagem até gastar 14 litros dessa mistura, terminando assim o teste. Note que os volumes gastos de álcool e de gasolina são sempre proporcionais aos volumes desses combustíveis presentes na mistura. Terminado o teste, que volume de gasolina restou no tanque? A) 34 litros B) 35 litros C) 36 litros D) 37 litros E) 38 litros 33. Considere que F, m1, m2 e d sejam variáveis reais po- sitivas, sendo F diretamente proporcional a m1 e m2, e também, inversamente proporcional ao quadrado de d. A tabela anexa mostra alguns valores particulares dessas variáveis. F m1 m2 d z 5 8 x z y 10 5 Nessas condições, qual é o valor de x2 ? y? A) 0,01 B) 1,6 C) 100 D) 200 E) 400 0,5 1,5 2,5 x EDCBA 0,0 1,0 2,0 Rascunho P2-B1-2020.indd 12 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 13 – 34. Na figura abaixo, sabendo que a reta r1 é paralela à reta r2, obtenha a medida do ângulo α a partir dos ângulos fornecidos. A) 137º B) 138º30’ C) 140º D) 141º30’ E) 141º 35. Seja O o centro da circunferência, A, B e C pontos sobre a circunferência, tais que CA 5 CB, e t uma reta tangente à circunferência no ponto B, conforme ilustra a figura. Sabendo que o ângulo BĈA tem medida 130º, qual a me- dida do ângulo α 5 CB̂D? A) 25º B) 35º C) 45º D) 55º E) 65º 36. Na figura a seguir há quatro segmentos de reta, tais que AL 5 AS, LĤE 5 α, AT̂E 5 β e TÊA 5 θ. Qual das seguintes relações é verdadeira? A) α 5 θ 2 β 2 B) α 5 180º 2 θ 2 β C) α 5 θ 2 β D) α 5 θ 2 β 2 E) α 5 θ 1 β 2 90º r1 r2 4θ 3θ 2θ β β γγ α 27º A C O B D α t T E H L A S θ β α Rascunho P2-B1-2020.indd 13 15/01/20 14:13 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 14 – 37. Das siglas abaixo, qual é a única em que todas as letras apresentam algum tipo de simetria? A) FUVEST B) UNESP C) UNIFESP D) UNICAMP E) ENEM 38. A figura abaixo representa o logotipo de uma empresa: A empresa deseja fabricar uma réplica desse logotipo pa- ra decorar a entrada da sede. A peça será fabricada a partir de uma chapa de aço de formato quadrado, com lado me- dindo 1,306 m, fazendo-se nela quatro cortes de formato também quadrado,cada um de lado medindo 0,353 m. Após os cortes, um dos lados da peça deverá ser tratado com um verniz especial, de custo bastante elevado. As- sim, é necessário estimar com precisão a área de metal que será tratada por esse verniz. Essa área é de exatamente: A) 1,2000 m2 B) 1,2100 m2 C) 1,2096 m2 D) 1,2072 m2 E) 1,2102 m2 39. Considere a seguinte inequação na incógnita x, com x ∈®: Mx 1 4M > Nx 1 4N sendo M e N números reais tais que M Þ N. O conjunto solução dessa inequação é dado por: A) {x ∈® / x > 24}, para quaisquer valores reais de M e N. B) {x ∈® / x < 24}, para quaisquer valores reais de M e N. C) {x ∈® / x < 24}, se M > N, ou {x ∈® / x > 24}, se M < N. D) {x ∈® / x > 24}, se M > N, ou {x ∈® / x < 24}, se M < N. E) {x ∈® / x > 4}, para quaisquer valores reais de M e N. 40. Existem apenas dois números reais tais que, se somar- mos cada um deles ao seu quadrado, obtemos 1 002 co- mo resultado em cada uma das somas. A soma desses dois números resulta em A) 1 002 B) 21 C) 2 D) 21 002 E) 2501 41. Seja a seguinte equação na incógnita real x: x2 2 2x 2x 2 4 5 3 Seu conjunto solução é A) {22,6} B) {22,26} C) {2,6} D) {2} E) {6} Rascunho P2-B1-2020.indd 14 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 15 – 42. As pesquisas biológicas dos últimos anos evidenciaram a existência de um novo tipo de participação nos ecos- sistemas de diversas espécies microscópicas de am- bientes aquáticos, denominadas mixotrofos. O modelo a seguir representa a participação de algumas dessas espécies: A partir desse modelo, pode-se inferir que os mixotrofos A) são organismos anaeróbios. B) competem com bactérias. C) consomem restos orgânicos. D) podem ocupar dois níveis tróficos. E) atuam como decompositores. 43. Trinta anos de ninhos de Dermochelys coriacea em tartaruga-de-couro no Espírito Santo, 1988-2017: biologia e conservação da reprodução Cientistas estudaram as áreas de desova da espécie no litoral norte do estado do Espírito Santo – o único sí- tio de desova regular da espécie conhecido no Oceano Atlântico Sudoeste. Os dados desta pequena população de tartarugas-de-couro mostram que entre 1988 e 2017, o número médio de ninhos por ano aumentou de 25.6 nos primeiros cinco anos do estudo para 89.9 nos cinco anos mais recentes. [...] Nosso estudo também revelou que houve um de- créscimo significativo no tamanho médio das fêmeas que vêm desovar nas praias do Espírito Santo ao longo dos anos, o que sugere que novas fêmeas estão fazendo parte da população reprodutivamente ativa de tartarugas. [...] Os resultados são muito positivos, no entanto, esta população tem uma distribuição geográfica restrita e é superpequena – menos de 20 fêmeas desovam nas praias do Espírito Santo por ano, cada uma depositando múltiplos ninhos por temporada – o que torna essa popu- lação ainda criticamente ameaçada. Disponível em: https://www.tamar.org.br/noticia1.php?cod=917. Adaptado da revista Endangered Species Research, com o título: Thirty years of leatherback turtle Dermochelys coriacea nesting in Espírito Santo, Brazil, 1988-2017: reproductive biology and conservation. Luz Fitoplâncton Restos orgânicos Bactérias Material inorgânico dissolvido Matéria orgânica Mixotrofos Luz As informações fornecidas pelo texto, se forem associa- das ao gráfico com curvas de crescimento populacional, levam à conclusão de que essa população está: A) em estágio intermediário da curva B. B) prestes a atingir o valor A. C) crescendo conforme a curva C. D) sendo favorecida pelos fatores referentes à área D. E) em estágio anterior ao início das curvas B e C. 44. Os pandas (Ailuropoda melanoleuca) vivem nas florestas das regiões montanhosas do sudeste da China, em ca- vernas e no oco de árvores. Alimentam-se principalmen- te de folhas e brotos de bambu, além de alguns insetos e ovos como fontes de proteínas. Não hibernam durante o inverno, e o acasalamento ocor- re na primavera, sendo que o nascimento dos filhotes ocorre no inverno. A baixa taxa de natalidade e a destrui- ção das florestas onde vivem colocam a espécie, atual- mente, em situação de extinção. A descrição acima sobre o panda diz respeito ao seu A) hábitat. B) ecossistema. C) nivel trófico. D) nicho ecológico. E) bioma. 45. Os corredores [ecológicos] são criados com base em estudos sobre o deslocamento de espécies, sua área de vida e a distribuição de suas populações. A partir das informações obtidas são estabelecidas as regras de uti- lização dessas áreas, a fim de amenizar e ordenar os im- pactos ambientais das atividades humanas. Essas regras farão parte do plano de manejo da Unidade de Conserva- ção à qual o corredor estiver associado. Após os estudos, os corredores ecológicos só se tor- nam oficiais quando ganham reconhecimento do Minis- tério do Meio Ambiente. Disponível em: https://www.oeco.org.br/dicionario- ambiental/28538-o-que-sao-corredores-ecologicos/. Acesso em: 4 out. 2019. Considerando o papel dos corredores ecológicos, é cor- reta afirmar que eles: A) promovem a diminuição da troca de genes entre po- pulações próximas. B) agravam o efeito de borda causado pela fragmenta- ção de hábitats. C) facilitam a dispersão de sementes e a polinização de espécies vegetais. D) favorecem a especiação ao unirem duas áreas próxi- mas. E) evitam a exploração dos recursos do hábitat pela co- munidade daquela área. A B Número de indivíduos Curvas de crescimento populacional Tempo C D P2-B1-2020.indd 15 15/01/20 14:13 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 16 – 46. A figura abaixo ilustra a sequência de surgimento dos processos energéticos dos seres vivos, de acordo com a hipótese de origem da vida de Oparin: Os processos 1, 2, 3 e as substâncias A, B e C são, respectivamente: A) Fotossíntese, respiração, quimiossíntese, O2, CO2, O2. B) Fermentação, quimiossíntese, respiração, CO2, O2, H2O. C) Respiração, fermentação, fotossíntese, glicose, CO2, O2. D) Fermentação, fotossíntese, respiração, CO2, O2, CO2. E) Fotossíntese, respiração, fermentação, O2, H2O, O2. 47. O gráfico abaixo mostra a porcentagem de água em relação à massa corporal em seres humanos. A partir da análise do gráfico e de seus conhecimentos, é correto afirmar que: A) A diminuição da quantidade de água com a idade ocorre pelo aumento da massa muscular na fase adulta. B) O recém-nascido tem maior porcentagem de água porque seus órgãos estão liquefeitos durante o processo de formação. C) Homens adultos apresentam maior porcentagem de água do que as mulheres adultas porque eles têm maior porcentagem de gordura corporal. D) Mulheres adultas têm uma porcentagem menor de água porque esta é perdida no leite produzido na amamentação. E) A porcentagem de água corporal está diretamente relacionada com a atividade metabólica do organismo. 48. Entre as quatro classes de lipídios, existe uma categoria quimicamente bastante complexa, que não contém ácidos graxos e é de grande importância na manutenção de vários processos vitais, participando da estrutura da membrana plasmática da célula animal e da síntese de vitaminas e determinados hormônios. Essa classe de lipídios é constituída pelos A) fosfolipídios. B) cerídeos. C) carotenoides. D) triglicerídeos. E) esteroides. material orgânico energia mar oxigênio livre camada de ozônio 1 atividade energia material orgânico A B C 2 3 100 50 Po rc en ta ge m d a m as sa c o rp o ra l t o ta l Recém-nascido 80% Homem adulto 60% Mulher adulta 50% 0 P2-B1-2020.indd 16 15/01/20 14:13 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 17 – 49. A diferença entre o ovo cru e o ovo cozido ocorre devi- do ao processo de desnaturação proteica, que ocorre em consequência da quebra da(s) A) ligações peptídicas, que acarretam a destruição da es- trutura primária da proteína. B) ligações de hidrogênio, que provocam a separação dos aminoácidos. C) ligações entre os radicais, com a perda da forma espa- cial da proteína. D) estrutura secundária proteica,com a formação de pontes dissulfeto. E) estrutura quaternária, com a divisão dos grupos car- boxila e amina. 50. O grau de parentesco evolutivo entre duas espécies é utilizado atualmente pela taxonomia para classificar os seres vivos. Dessa forma, são evolutivamente mais próximos(as): A) uma lombriga e uma planária, ambas diblásticas. B) uma estrela-do-mar e um tamanduá, ambos deuteros- tômios. C) um inseto e um ouriço-do-mar, ambos protostômios. D) uma água-viva e uma planária, ambas com simetria radial. E) uma anêmona e um caracol, ambos triblásticos. 51. Nos últimos cinco anos, equipes da Superintendên- cia de Controle de Endemias (Sucen) encontraram 135 in- setos transmissores do protozoário causador da doença de Chagas em municípios da Grande São Paulo. Desses, 30,8% estavam infectados. Por enquanto, o risco de con- taminação é pequeno. Disponível em: <https://revistapesquisa.fapesp.br/2019/07/10/ folheie-a-edicao-281/>. Acesso em: 27 dez. 2019. Dentre as diversas formas de contaminação pelo proto- zoário Trypanosoma cruzi, destacam-se a A) contaminação vertical e as transfusões sanguíneas. B) picada do barbeiro e as transfusões sanguíneas. C) contaminação através das fezes contaminadas do bar- beiro e a ingestão de alimentos contendo o T. cruzi. D) ingestão de água contaminada e os alimentos mal la- vados contendo T. cruzi. E) contaminação através das fezes contaminadas do bar- beiro e a contaminação vertical. 52. A partir da análise da imagem, assinale a alternativa correta: S O M M A I/S H U T T E R S T O C K V IP M A N / S H U T T E R S T O C K 1 3 2 água A) A seta 1 indica o pseudoceloma, cavidade gastrovas- cular dos poríferos, a seta 2 indica o cnidoblasto e a seta 3 um poro, local por onde a água filtrada sai da esponja. B) A seta 1 indica o ósculo, a seta 2 o átrio e a seta 3 indica um coanócito. C) A seta 1 indica o átrio, a seta 2 o cnidoblasto e a seta 3 um poro, local por onde a água filtrada é eliminada. D) A seta 1 indica o átrio, a seta 2 o coanócito e a seta 3 um poro, local por onde a água a ser filtrada entra na esponja. E) A seta 1 indica o ósculo, a seta 2 o coanócito e a seta 3 o poro, local por onde a água a ser filtrada entra na esponja. 53. A figura seguinte, fora de escala, mostra uma bola de bilhar branca colidindo com duas outras bolas de bilhar. Nessa figura, o vetor Q representa a quantidade de mo- vimento da bola branca antes da colisão. Sabe-se que |Q| 5 8 kg ? m/s. Suponha que, após a colisão, a bola branca retorne pela mesma trajetória e que as bolas 2 e 8 sigam trajetórias inclinadas, conforme ilustrado a seguir, fora de escala. Nessa figura, os vetores Qb, Q2 e Q8 representam, res- pectivamente, as quantidades de movimento das bolas branca, 2 e 8 depois da colisão. Sabe-se que |Q2| 5 |Q8| 5 4√3 kg ? m/s. Sabendo que Q 5 Qb 1 Q2 1 Q8, assinale a alternativa que indica corretamente o módulo da quantidade Qb da bola branca após a colisão. Note e adote: Caso necessário, utilize a lei dos cossenos, explicitada a seguir: ⇒ a2 5 b2 1 c2 2 2 ? b ? c ? cos α A) 0 kg ? m/s B) 2 kg ? m/s C) 4 kg ? m/s D) 6 kg ? m/s E) 8 kg ? m/s Q 2 8 Qb Q2 α 5 30º α 5 30º Q8 2 8 α c a b P2-B1-2020.indd 17 15/01/20 14:14 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 18 – 54. O sítio Rancho Fundo é atravessado pelo rio Pardo, que o divide em duas partes. Por esse motivo, Zeca, seu pro- prietário, precisa cruzá-lo com o seu barco diversas vezes ao longo de uma semana. Qual é o menor intervalo de tempo possível para Zeca atravessar o rio com seu barco e qual é a distância per- corrida pelo barco em relação à Terra quando ele atra- vessa o rio dessa maneira? Note e adote: • As margens do rio são paralelas entre si e sua largura é igual a 36 m. • A velocidade da correnteza é de 0,9 m/s, constante e idêntica em qualquer ponto do rio. • A velocidade do barco em relação à água é de 1,2 m/s, constante para qualquer situação. A) 30 s; 36 m B) 45 s; 36 m C) 30 s; 45 m D) 40 s; 48 m E) 60 s; 80 m 55. A figura seguinte ilustra um jogador de basquete lançan- do uma bola ao cesto. Considere que, durante o movimento da bola, a resistên- cia do ar, que atua no sentido oposto ao do vetor veloci- dade, não pode ser desprezada. Nessas condições, qual, dentre as alternativas seguintes, melhor indica a resul- tante de todas as forças aplicadas sobre a bola? A) B) C) D) E) 56. Em setembro de 2019 um asteroide batizado de “2019 OK” passou bastante perto do nosso planeta. A menor distância em que ele esteve de nós foi de aproximada- mente 73 mil quilômetros. Só para ter uma ideia, a dis- tância entre a Terra e a Lua é de 384 000 km. O que gerou um certo alarde foi o fato de que o asteroide foi detec- tado pela Nasa pouco antes de se aproximar do nosso planeta. A velocidade média do 2019 OK era de aproximadamente 24 km/s. Qual seria o intervalo de tempo que o asteroide levaria para percorrer a distância entre a Terra e a Lua? A) 16 h B) 16 min C) 1 600 min D) 16 000 h E) 16 000 s 57. Um brinquedo que chama a atenção no parque de di- versões, seja positiva ou negativamente, é a montanha- -russa. Nele, carrinhos percorrem uma pista, realizando curvas fechadas, passando por valetas e lombadas, sem- pre em altas velocidades. As velocidades, bem como as acelerações dos carrinhos, variam ao longo do tempo. As equações a seguir ilustram as funções horárias da ve- locidade e da aceleração de um carrinho de montanha- -russa, em um mesmo trecho de sua trajetória. V(t) 5 1 2 ? t3 1 t2 2 2 ? t 1 5 a(t) 5 3 2 ? t2 1 2 ? t 2 2 Unidades no SI. Pode-se afirmar que no instante 4s: A) O movimento é a favor da orientação da trajetória e acelerado. B) O movimento é contrário ao da orientação da trajetó- ria e acelerado. C) O movimento é a favor da orientação da trajetória e retardado. D) O movimento é contrário ao da orientação da trajetó- ria e retardado. E) O movimento é a favor da orientação da trajetória e uniforme. P2-B1-2020.indd 18 15/01/20 14:14 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 19 – 58. Em uma prova de corrida de F1, dois pilotos, Rafael e Ru- bens, disputam a primeira colocação. Rafael entra na reta dos boxes a uma velocidade de 70 m/s, e, após percorrer uma distância de 60 m, percebe que Rubens entra na reta dos boxes, logo atrás dele. Sabendo-se que a velocidade de Rubens é igual a 85 m/s, e que o comprimento da reta dos boxes é igual a 350 m, pode-se afirmar que: Note e Adote: As velocidades dos pilotos são mantidas constantes ao longo da reta. A) Rubens não consegue ultrapassar Rafael nessa reta, ficando 10 m atrás de Rafael quando este atinge o fi- nal da reta dos boxes. B) Rubens não consegue ultrapassar Rafael nessa reta, ficando 20 m atrás de Rafael quando este atinge o fi- nal da reta dos boxes. C) Rubens emparelha com Rafael no final da reta dos boxes. D) Rubens ultrapassa Rafael 10 m antes do final da reta dos boxes. E) Rubens ultrapassa Rafael 20 m antes do final da reta dos boxes. 59. Um automóvel de 3 metros de comprimento inicia uma ul- trapassagem sobre um caminhão de 22 metros de compri- mento. Por questões de segurança, inicia a manobra quan- do sua dianteira está localizada a 10 metros da traseira do caminhão, e termina quando sua traseira está localizada 10 metros à frente da dianteira do caminhão. Nessas con- dições, a ultrapassagem dura 9 segundos. Sabendo-se que a velocidade do caminhão era igual a 72 km/h e ficou cons- tante durante a manobra, determine a velocidade do au- tomóvel, também mantida constante, durante a manobra. A) 25 km/h B) 45 km/h C) 90 km/h D) 110 km/h E) 120 km/h 60. A figura mostra um trocador de calor, cuja finalidade é propiciar a transferência de calor exclusivamente entre água e óleo, inicialmente a temperaturas diferentes. Nesse trocador de calor, a água, inicialmente a 40 ºC, flui pelo equipamento na razão de 100 L/min e sai à tempe- ratura de 20 ºC. Já o óleo entra no equipamento a50 ºC, flui na razão de 150 L/min e sai a 90 ºC. Considere que o calor específico da água seja 4,2 ? 103 J/(kg ? ºC) e que to- da energia térmica cedida pela água seja absorvida pelo óleo. Nessas condições, o calor específico do óleo vale: Note e adote: Densidade da água: 1 g/cm3 Densidade do óleo: 0,8 g/cm3 A) 1,40 ? 103 J/(kg ? ºC) B) 1,60 ? 103 J/(kg ? ºC) C) 1,75 ? 103 J/(kg ? ºC) D) 1,90 ? 103 J/(kg ? ºC) E) 2,15 ? 103 J/(kg ? ºC) Óleo quente Água quente Cabeçote de saída Tubos Casco Cabeçote de entrada Óleo frio Água fria Rascunho P2-B1-2020.indd 19 15/01/20 14:14 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 20 – 61. Certa substância foi colocada em contato com uma fonte térmica de potência constante. O gráfico registra o com- portamento da temperatura dessa substância, inicial- mente no estado sólido, em função do tempo. Considere que todo calor liberado pela fonte tenha sido absorvido pela substância. Consultando sites específicos, verificou-se que o calor espe- cífico da substância no estado sólido vale 1,2 ? 102 J/(kg ? ºC). Nessa circunstância, a quantidade de calor por unidade de massa usada pela substância em seu processo de fu- são é igual a: A) 4,3 ? 103 J/kg B) 7,2 ? 103 J/kg C) 2,0 ? 102 J/kg D) 2,7 ? 104 J/kg E) 6,4 ? 104 J/kg 62. Em Tóquio, Japão, localiza-se a estátua de bronze Daibutso, com 100 metros de altura, apoiada sobre uma base de alvenaria de 20 m de altura. Inaugurado em 1995, esse monumento representa o corpo de Buda e é a estátua mais alta do Japão. Para se ter uma ideia, o Cristo Redentor, no Rio de Janeiro, possui 38 metros de altura. A posição das mãos de Buda representa a aceitação de todas as raças do mundo. Suponha que, em um dia ensolarado, um dos lados dessa estátua, devido ao recebimento de luz solar, seja aquecido de 20 ºC a 50 ºC, enquanto o lado oposto, mais à sombra, seja submetido a um aquecimento de 20 ºC a 30 ºC. Essa diferença no aquecimento acarreta dilatações tér- micas distintas nos lados da estátua e pode ocasionar possíveis fraturas. Para avaliar essa diferença nas dilatações, considere que o coeficiente de dilatação linear do bronze seja 1,8 ? 1025 ºC21. Nessas condições, a diferença entre as dilatações linea- res no eixo vertical dos dois lados da estátua é igual a: A) 5,40 cm B) 4,32 cm C) 3,60 cm D) 3,24 cm E) 1,80 cm 330 30 0 2,0 4,0 6,0 8,0 t (min) θ (ºC) K R IT S A R O O T U D K W A E /S H U T T E R S T O C K Rascunho P2-B1-2020.indd 20 15/01/20 14:14 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 21 – 63. Um calorímetro, cujo equivalente em água é 600 g, con- tém 1,0 L de água a 10 ºC, ambos em equilíbrio térmico. A seguir, 2,0 kg de gelo a 25 ºC foram inseridos nesse calorímetro, junto a um aquecedor elétrico de potência 3 kW. Após 5 minutos e 15 segundos contados a partir do momento em que o aquecedor foi ligado, o conjunto atingiu a temperatura de 20 ºC. O valor aproximado da porcentagem da energia liberada pelo aquecedor que não foi convertida em energia térmi- ca absorvida pelo conjunto foi de: Note e adote: Densidade da água: 1 g/cm3 Calor específico do gelo: 0,5 cal/(g ? ºC) Calor específico da água: 1,0 cal/(g ? ºC) Calor latente de fusão do gelo: 80 cal/g 1 cal 5 4 J A) 6,5% B) 9,0% C) 22,5% D) 80,0% E) 93,0% 64. No caso [da Câmara Municipal do] Rio de Janeiro, desde as primeiras investidas batavas ao Brasil, passan- do pela conquista que fizeram dos portos de Angola até a sua expulsão definitiva dos dois lados do Atlântico, não raro seus moradores foram conclamados a contribuir pa- ra a defesa de praças e territórios onde não eram "assis- tentes", ou ainda para despesas com armadas destinadas a reconquistar e expulsar os invasores de outros pontos da colônia e do Império. BICALHO, Maria Fernanda. As Câmaras Municipais no Império Português: o exemplo do Rio de Janeiro. Revista Brasileira de História. São Paulo, v.18, n. 36, p. 251-580, 1998. De acordo com a pesquisadora, dentre as funções exer- cidas pelas Câmaras Municipais brasileiras no período colonial, estava o papel de A) deliberar sobre questões e problemas locais. B) arrecadar impostos para auxiliar a ocupação batava. C) apoiar a coroa portuguesa diante de partidos políticos opositores. D) angariar votos para as eleições locais do ouvidor-mor e dos capitães donatários. E) manter a segurança de territórios distantes diante de invasões estrangeiras. 65. Em Pernambuco, como na Bahia e no Rio de Ja- neiro, a importação de escravos africanos e sua dedica- ção à produção de açúcar aumentaram a demanda de alimentos e especialmente a demanda da farinha [de mandioca] que, mais que qualquer outro produto, era facilmente guardada e transportada, e ainda resistia aos atropelos do tempo e do clima. As culturas da cana e da mandioca coexistiram muitas vezes na mesma proprie- dade. A produção do açúcar dependeu da produção de farinha para alimentar escravos e toda a população dos engenhos. SOARES, Mariza de Carvalho. Engenho sim, de açúcar não: o engenho de farinha de Frans Post. Varia História, Belo Horizonte, v. 25, n. 41, jan/jun. 2009. A leitura do texto evidencia uma visão econômica pe- culiar sobre a economia colonial brasileira. Segundo a autora, a A) economia brasileira colonial era caracterizada pela produção exclusiva de cana-de-açúcar. B) compra de escravos por parte da elite colonial visava potencializar a produção de farinha. C) farinha de mandioca era o principal produto de expor- tação brasileiro no período colonial. D) produção de açúcar para exportação estava interliga- da a mecanismos econômicos locais. E) busca por alternativas econômicas à cana tinha como objetivo combater possíveis crises cíclicas de venda de açúcar. 66. Dos quase 11 milhões de africanos introduzidos co- mo escravos nas Américas [...], 45% desembarcaram no Brasil, compondo perto de desafortunados 5 milhões de homens, mulheres e crianças. Nessa conta estavam os cativos destinados à Bahia, mais de 1,5 milhão, que re- presentaram 33% das pessoas traficadas para o território brasileiro, especificamente. Apenas o Rio de Janeiro su- perou a Bahia em número de africanos desembarcados no Brasil, com cerca de 40%. [...] Do Rio partiram navios responsáveis pelo transporte oceânico dos cativos vin- do para o continente americano, e da Bahia, 15%. Assim, 32% dos africanos escravizados nas Américas foram car- regados em navios saídos apenas desses dois portos lu- so-brasileiros. Em seguida vinham Liverpool e Londres. REIS, João José. Ganhadores: a greve negra de 1857 na Bahia. São Paulo: Companhia das Letras, 2019. p. 35-36. O comércio de africanos escravizados movimentou lu- crativas rotas comerciais atlânticas entre os séculos XVI e XIX. Sobre o tráfico negreiro, é possível afirmar que: A) apesar de sua lucratividade, foi combatido pela mari- nha britânica, que permanentemente apreendeu na- vios negreiros. B) gerou fortes disputas entre os mercadores luso-brasi- leiros e os comerciantes africanos, com os primeiros dominando as rotas da costa etíope. C) assegurou que a mão de obra escravizada africana predominasse em todas as atividades econômicas co- loniais brasileiras. D) sofreu constantes interrupções no abastecimento das rotas brasileiras, por conta das guerras entre holande- ses e portugueses na disputa por Angola. E) promoveu redes de comércio diretas entre a América e a África, aproveitando-se das fissuras existentes no exclusivo metropolitano. 67. Em Portugal não foi possível – do século XVI ao XVIII – separar a Igreja da Inquisição, que para os portugueses eram sinônimos. Muitas vezes os homens que ocupavam os mais altos cargos na Igreja eram também inquisido- res. [...] A Inquisição portuguesa, assim como a espanhola, foi uma instituição racista. Era preciso encontrar o here- ge e para isso buscou a origem étnica dos portugueses até a sétima, oitava, nona geração. Judeus, mouros, ín- dios, negros, mulatos, ciganos eram excluídos, por lei, dos serviçospúblicos, da Igreja, das ordens religiosas, dos estudos superiores. NOVINSKY, Anita Waingort. Inquisição: prisioneiros do Brasil, séculos XVI a XIX. São Paulo: Perspectiva, 2009. p. 24-25. Assim como em Portugal, no Brasil Colonial a persegui- ção aos hereges pautou-se também em critérios étnicos. Dessa forma, durante o período colonial brasileiro: A) A liberdade religiosa foi assegurada a todos os cris- tãos, independentemente de serem protestantes ou católicos. B) Somente as irmandades luteranas foram perseguidas no Brasil Colonial, visando o fortalecimento do catoli- cismo. C) Religiosidades indígenas e africanas, assim como protestantes e judaicas, foram combatidas pela Igreja. D) Diferentemente da Inquisição europeia, não houve coi- bição da religião muçulmana na América Portuguesa. E) Apesar da força da Igreja no território colonial, famí- lias judaicas professaram livremente sua fé no Brasil. P2-B1-2020.indd 21 15/01/20 14:14 ANGLO VESTIBULARES ✉ – 22 – 68. As invasões holandesas que ocorreram no século XVII foram o maior conflito político-militar da Colônia brasileira. Embora concentradas no Nordeste, elas não se resumiram a um simples episódio regional. Ao contrá- rio, fizeram parte do quadro das relações internacionais entre os países europeus, revelando a dimensão da luta pelo controle do açúcar e das fontes de suprimento de escravos. FAUSTO, Boris. História do Brasil, 1996. p. 84. A partir do texto sobre as invasões holandesas na Améri- ca Portuguesa, pode-se afirmar que: A) Foi um evento pontual, uma vez que o monopólio co- mercial exercido pelos portugueses era plenamente respeitado e era rara a presença estrangeira na costa brasileira. B) Diferentemente das invasões francesas norteadas pelo mercantilismo, as invasões holandesas privile- giaram as áreas pouco habitadas por portugueses e lograram em estreitar laços com os povos nativos. C) A União Ibérica, o embargo do comércio luso-flamen- go por parte dos Habsburgos espanhóis, além do in- teresse comercial holandês no comércio e refino de açúcar estão entre as suas causas. D) O domínio holandês por um lado foi conveniente, da- dos os empréstimos e obras públicas dos tempos de Nassau; entretanto, por serem predominantemente judeus e protestantes, os holandeses impuseram o seu credo aos colonos. E) O modelo colonial experimentado pela Cia. das Índias Ocidentais na América Portuguesa privilegiava o con- trole dos engenhos e do setor produtivo em detrimen- to do comércio, gerando tensão com a elite colonial. 69. A palavra história é uma palavra antiquíssima [...]. Mesmo permanecendo pacificamente fiel a seu glorioso nome helênico, nossa história não será absolutamente, por isso, aquela que escrevia Hecateu de Mileto; assim como a física de lord Kelvin não é a de Aristóteles. BLOCH, Marc Leopold Benjamin. Apologia da história, ou, o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. p. 51. De acordo com o autor, a história ou o ofício do histo- riador: A) Pouco se alterou nos últimos 2 mil anos, visto que os fatos passados não podem ser alterados e, portanto, a narrativa histórica é o acúmulo de informações. B) Junto das ciências exatas evoluiu muito nos últimos 2 mil anos devido às inovações tecnológicas e novas descobertas, tornando-se muito melhor. C) Tal qual as ciências exatas, é um conhecimento vivo e em constante transformação, devendo, portanto, ig- norar antigas versões para a construção de novas. D) Assemelha-se às ciências exatas por ser um conhe- cimento em constante transformação, mesmo sem negar a importância de historiadores antigos e seus trabalhos. E) Permanece fiel à tradição helênica que enfatiza os fei- tos dos grandes homens, como Hecateu de Mileto e Aristóteles. 70. O Egito, por sua geografia, mergulha na direção da África e se abre para o Mediterrâneo: encontra-se, de fato, quase isolado do restante do conjunto oriental. Essa posição acentua seu particularismo e sua origina- lidade. A Mesopotâmia, em compensação, oferece uma plataforma aberta para duas imensidões, o Oriente e o Ocidente, que lhe eram igualmente acessíveis: ela está exposta a todos os fluxos de circulação. BOTTÉRO, Jean. No começo eram os deuses. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2011. A partir do texto, pode-se afirmar que A) o legado histórico mesopotâmico foi mais significati- vo para o Ocidente que o egípcio, devido à região ter acesso a mais vias de circulação e contato com outros povos. B) Mesopotâmia e Egito acabaram constituindo um con- junto complementar ao mundo europeu antigo, con- quistados pelas grandes potências militares do perío- do, Grécia e Roma. C) o Egito permaneceu fechado a outras civilizações da região oriental, priorizando o mais veloz e estratégico comércio marítimo com as cidades-estados da Fenícia e Magna Grécia. D) tanto o Egito quanto as civilizações da Mesopotâmia fizeram parte da integração histórica articulada atra- vés do Mediterrâneo, processo que envolveu diferen- tes povos. E) ao contrário do que a visão eurocêntrica defende, a produção cultural da Antiguidade foi muito influencia- da pelas civilizações orientais, mais originais e aber- tas que as ocidentais. 71. Leia os textos a seguir sobre a organização das leis na Mesopotâmia e na Grécia Antiga. Quando Anu, o Sublime, [...] e Bel, o senhor dos céus e da terra [...] chamaram por meu nome, Hamurabi, o príncipe exaltado, que temia a deus, para trazer a justiça na terra, destruir os maus e criminosos, para que os for- tes não ferissem os fracos; [...] e trouxesse esclarecimen- to à terra, para assegurar o bem-estar da humanidade. Trecho do prólogo do Código do Hamurabi, da Mesopotâmia. Disponível em: https://jmbrandet.jusbrasil.com.br/artigos/ 441819784/o-codigo-de-hamurabi-a-religiao-no-direito- da-mesopotamia. Acesso em: 31 out. 2019. Orgulhosos de serem cidadãos livres, os atenien- ses talvez ainda sintam mais orgulho de serem cidadãos iguais. [...] A todos assistem os mesmos direitos. Podem entrar na Assembleia para, se assim o quiserem, fazer uso da palavra, e também para votar [...]. GLOTZ, Gustave. A cidade grega. São Paulo: Difel, 1980. p. 108. A comparação entre os textos traz indícios: A) Da presença da isonomia nas sociedades da Mesopo- tâmia, em oposição à Grécia Antiga. B) Das diferenças entre monoteísmo e politeísmo na ar- ticulação do poder político na Antiguidade. C) Do papel da religiosidade e das leis escritas na cons- trução da democracia na Grécia. D) Das diferenças na constituição do poder político e na construção das leis na Mesopotâmia e em Atenas. E) Do papel dos governantes e da religiosidade na cons- trução da identidade cultural. 72. Leia o trecho a seguir sobre os significados da escravi- dão na Antiguidade greco-romana: O homem livre era quem não vivia sob o domínio e trabalhava para outrem. A criação desse homem livre num mundo de baixa tecnologia levou ao estabelecimen- to de uma sociedade escravista. FUNARI, Pedro Paulo. Resenha sobre a Escravidão Antiga. Segundo o texto: A) A existência de um grande contingente de escravos levou à construção do conceito de “homens livres”. B) Os poucos recursos tecnológicos justificariam as guerras de conquista e o desenvolvimento de “ho- mens livres”. C) A criação do “homem livre” explicaria os escassos desenvolvimentos tecnológicos na Antiguidade. D) A existência de uma cultura de “homens livres” expli- caria o desenvolvimento da escravidão. E) A dependência da escravidão foi a responsável pelo baixo desenvolvimento tecnológico. P2-B1-2020.indd 22 15/01/20 14:14 ✉ PROVA GERAL — P-2 TIPO B-1 — 03/2020 – 23 – 73. Leia o trecho abaixo. Muitos adultos se vendiam para não morrer de fome. VEYNE, Paul (org.). História da vida privada, 1: do Império Romano ao ano mil. São Paulo: Companhia das Letras, 2009. Pode-se afirmar que, na Roma antiga, a escravidão foi A) simultânea a outras formas de exploração do trabalho e resultou em escassez permanente
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