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Hérnias e distopias Hérnia – associado a ideia de ruptura · É a protrusão anormal de um órgão ou tecido por um defeito de suas paredes circundantes · Geralmente em áreas de maior fragilidade e por aquela passa uma alça intestinal ou gordura · Hérnia diafragmática · Pode ser adquirida, no adulto, ou congênita, na criança · Um tecido fora da área que deveria ser contida · Redutível: quando o conteúdo do saco herniário pode ser reintroduzido na cavidade abdominal com facilidade · Quando em paciente em decúbito, relaxa e na consegue-se fazer a reintrodução · Encarcerada: não é possível reduzir ou reduz por meio de várias manobras. No adulto, pode acontecer uma hérnia domiciliada, sempre fica para fora, mas não necessariamente é um quadro de urgência · Estrangulada: é quando o conteúdo não pode ser reduzido e aparece comprometimento de irrigação sanguíneo, se não for tratado por evoluir com necrose · Hérnia de deslizamento: quando parte é composta uma víscera abdominal constitui uma das paredes do saco herniário · Nas meninas pode ser o ovário ou trompa · No adulto, pode ser a bexiga o cólon Hérnia inguinal É quando tem a saída de uma víscera ou parte dela da cavidade adbominal para região inguinal por um defeito congênito Acontece por uma persistência do conduto do peritoneovaginal Raramente é por defeito da parede posterior, isso acontece mais em idosos O diagnóstico é SEMPRE clínico Fisiopatologia · É pela persistência do conduto peritoneobvaginal, que é uma pedacinho que se peritônio que se prolonga junto com o testículo, o normal é que esse conduto feche e a criança fique com o testículo e uma parte desse conduto que desse formaria a túnica vaginal do testículo. · Mas quando tem a persistência desse canal, pode ter a hidrocele ou hérnia inguinal. A hérnia inguinal é quando tem a persistência do conduto e por ela entra uma víscera, geralmente uma alça de delgado. Hidrocele é quando tem a persistência, mas não tem nenhum conteúdo dentro, apenas um conteúdo liquido. A anatomia do anel inguinal interno é normal, mas essa persistência do conduto, tem a facilidade de desenvolver a hérnia. Acomete de 1-5% das crianças, sendo mais comum em prematuros porque pode não ter tido o desenvolvimento adequado. Quando meninas, acontece deslizamento de ovário e trompas. Tem um risco alto de encarceramento Condições associadas: · DVP: por hidrocefalia · Fibrose cística · Criptoquirdia · Síndrome de Ehlers danlos · Anomalias da parede abdominal · Luxação congênita do quadril Quadro clínico: · Aumento do volume na região inguinal, principalmente quando tem esforço · Pode ser assintomática até que encarcera · Inspeção: abaulamento inguinal, mas se não for visível fazer a manobra de valsava · Palpação: massa arredondada, móvel, borborigmo, consistência mole e redutível · Sinal da seda de Gross – faz uma palpação do cordão espermático em sua passagem da crista do púbis e consegue sentir a sensação da seda dobrada, indica espessamento do cordão · Na diferença da hérnia para hidrocele é pela transluminação, na presença de hidrocele tem uma imagem bem clarinha Tratamento · Cirurgia é indicada em todos os casos de diagnóstico · Porque tem uma alta incidência de encarceramento e suas implicações · Não acontece o desaparecimento espontâneo da hérnia inguinal · A cirurgia é feita quando for possível, depois de ganhar peso · Herniorrafia: exploração do saco herniário, se reduz o saco · O cirurgião avalia o testículo porque pode estar numa posição mais superficial · Se necessári por fazer fixação na bolsa escrotal Complicações · Recidiva · Infecção · Lesão do ducto deferente · Edema · Hematoma · Criptoquirdia iatrogênica · Hipotrofia testicular em hérnia encarcerada · Ressecção de alça intestinal em hérnias encarcerada - evoluindo com necrose Encarceramento · Quadro clinico: abaulamento súbito na região inguinal, doloroso, polo superior identificável, pode ter hiperemia, tem edema e sinais de inflamação · Criança chorosa, vômito, distensão abdominal · Prematuridade e baixa idade são fatores de risco para o encarceramento · Abdome agudo obstrutivo · Diagnóstico · História + exame físico · RX da região inguinal: evidencia níveis hidroaéreos · RX abdominal: vê distensão de alça · Lactente: toque retal e palpação do anel inguinal interno · Diagnóstico diferencial: torção de testículo · Tratamento · Redução manual · Só não tenta se já tiver sangue nas fezes que indica isquemia ou quadro de gravidade, como irritação peritoneal · Pneumoperitoneo é indicação para cirúrgica · Dieta zero · Sonda nasogastrica para diminuir a pressão intrabadominal · Sedação porque o bebê relaxa e pode reduzir por si só · Monitorização em UTI Hérnia umbilical É um defeito do fechamento da aponeurose do anel umbilical. É mais comum em negros, principalmente em menores de 6 e prematuros. A maioria fecha espontaneamente até 8 anos. A hérnia inguinal tem indicação cirúrgica e a umbilical, a gente observa até 8 anos e se tiver sinal que vai piorar, então pode ter intervenção cirúrgica Fatores predisponentes: · Negros: porque tem um cordão umbilical mais espesso · Prematuro · Desnutridos · Hipotireoidismo · Gêmeos · GIG · Infecção neonatal do umbigo · Aumento da pressão abdominal: ascite ou tumor · Predisposição familar Quadro clínico: · A maioria das crianças não tem sintomas, mas tem a protusão redutível e as vezes tem o borborigmo · Aumenta aos esforços Complicações: encarceramento, estrangulamento e perfuração com evisceração e dor abdominal Tratamento · Fechamento espontâneo · É contraindicado o uso de faixas, ataduras porque inibe o estímulo de maturação anatômica · Se não fechar até 8 anos ou crianças > 5 anos com anel > 1,5cm ou umbigo em aspecto de probóscide ou tiver complicações em qualquer idade: encarceramento · Incisão · Localiza · Reduz o saco herniário ou resseção · Fecha a fáscia · Fecha a pele · No umbigo, se tenta colocar a cicatriz para dentro do umbigo e faz um curativo com fita de 5 a 7 dias Hérnia epigástrica É um feito na região da linha alba do apêndice xifoide até cicatriz umbilical É 4% das hérnias, sendo que 30% estão presentes logo ao nascimento Quadro clinico: · Dor local e tumoração herniária · Exame: manobra de valsava · Palpação: sente nodulação e abaulamento na região Não fecha espontaneamente e a cirurgia é indicada quando a criança tem 2 a 3 anos · Tem essa indicação porque muitas se tornam sintomáticas Distopia testicular · Criptoquidia: um testículo que teve um aparada da migração embriológica no trajeto normal de descida fora da bolsa escrotal · Intra-abdominal: dentro do anel inguinal interno · Canlicular · Emergente: saindo pelo anel · Supra escrotal · Ectopia testicular: testículo fora do trajeto de descida, pode estar perineal · Retrátil: hipercontratilidade do cremaster – não tem indicação cirúrgica · Monorquia: ausência de um testículo · Anorquia: ausência de ambos testículos: ou por não por não formação ou torção uterina Mais comum nos prematuros. Complicações: · Infertilidade: quando o testículo está na região inguinal e intra-abdominal tem uma temperatura aumentada – alterando as células germinativas · O ideal é que tenha essa correção até 1 ano de idade · Mais sujeito a trauma · Risco maior de malignidade Quadro clinico · Tumoração na região inguinal, crural e perineal – mas nem sempre tem isso, as vezes tem realmente a falta de um testículo · Exame: · Em ambiente aquecido · Reflexo cremastérico fraco ou ausente nos primeiros 3m ajudando na determinação da presença ou ausência do testículo · Determinar a presença ou ausência do testículo · Manobra de ordenha se o testículo for identificado na palpação do abdome inferior, sendo deslocado Diagnóstico · Avaliação clinica pela anamnese e exame físico · Podem ser feitos exames de imagem · US doppler · TC e RM não são muito bons porque o testículo é pequeno · Nos casos de dúvida faz laparoscopia · Se ainda assim houver dúvida, dosar FSH e LH – se estiverem acima 3 desviosacima da média · Pode ser feita uma estimulação com hormônios Tratamento hormonal: é contraverso Tratamento cirúrgico · Antes de 1 anos de idade para evitar infertilidade · Orquidopexia ou orquiectomia – retirada do testículo Complicações · Lesão de vasos espermáticos com atrofia testicular · Torção dos elementos do cordão ao fixar a bolsa · Infecção de FO · Lesão do ducto deferente: a criança pode ter infertilidade · Retração do testículo na região inguinal Fimose É a estenose anatômica fixa do orifício prepucial impossibilitando a retração do prepúcio sobre a glande. Balanite xerótica obliterante é uma doença infiltrariva da pela formando um prepúcio distal esclerótico e esbranquiçado, podendo acometer o meato. As crianças tem uma fimose fisiológica. Quando a criança persiste com a estenose, com dificuldade de urinar e balanoposrite redicivante · Indicado de postectomia Complicações: · Hemorragia: por isso precisa de hemostasia adequada · Infecção · Aderência peniana · Remoção inadequada do prepúcio · Fimose secundaria · Edema linfático · Necrose de glande · Fístula uretral Outros tratamentos 1. Retração forcada não é indicada 2. Corticoide tópico: dexametasona 0,1 de 3 a 4x/dia de 4 a 8 semanas Parafimose é quando a criança retrai o prepúcio, mas como tem o anel constrito, faz uma pressão ao redor da glande e ela fica com dificuldade de circulação. · Constrição dolorosa da glande · Obstrução linfática · Edema · Comprometimento do fluxo sanguíneo · Redução manual ou cirúrgica · Manual: aplica pomadas anestésicas e faz a tração, preciosando a glande para traz e o prepúcio para frente · Depois tem que fazer a correção definitiva Escroto agudo É a dor escrotal aguda em crianças, que pode ser por torção testicular, torção de apêndices testiculares e orquipididimite. · Mais frequente é a torção de apêndices Achados patognomônicos são infrequentes Algumas características nos fazem pensar como testículo edemaciado e com dor. O dano espermatogênicos costuma ocorrer em 6 a 24h Torção testicular É ocorre a torção de estruturas do cordão espermático em torno de sua base com fixação incompleta ou anômala · Leva a oclusão da irrigação testicular · Prognostico depende da duração dos sintomas, numero de voltas e intensidade da compressão · 20% após 12h são viáveis e depois de 24h < 10% · Pico de incidência quando aumento de tamanho · Torção extravaginal – acontece em RN · Torção intravaginal: acontece na maioria dos casos e quase sempre após 2 anos de vida, as vezes perto da puberdade · Mais comum do lado esquerdo, principalmente porque o cordão espermático esquerdo é mais longo · Também pode ser bilateral · Quadro clínico · Dor abrupta mas também pode ser gradual · Na bolsa escrotal, coxa, região inguinal, flanco ou até abdominal · Pode ter associação com história prévia de trauma ou esforço físico · Bolsa escrotal edemaciada e hiperemiada · Pode ter hidrocele reacional · Quando o paciente chega, tem um testículo tão edemaciado que não é possível diferenciar se é uma torção de testículo, apêndice ou processo inflamatório infeccioso · Diagnóstico · Anamnese + exame físico: histórico de trauma, as vezes inicio da dor durante o sono. Testículo edemaciando, elevado. · Leucocitose em 1/3 dos casos · US + doppler · Tem 90% sensibilidade · Sinal do spiral twits: cordão torcido · Fluxo arterial diminuído ou ausente · Se não tiver como fazer, faz exploração cirúrgica – porque o ideal é que se opera a criança antes de 6h para que ele não perca o testículo · A cintilografia pode ser feita só que na maioria das vezes não faz · Tratamento: é cirurgia de urgência · Se não tiver nas primeiras 24h sinais patognomonicos de torção de apêndice testicular · Técnica: · Incisão na rafe mediana · Abre as túnicas até chegar no testículo · Redução manual da torção após localizá-la · Distorce e avalia · Se ainda for viável, faz só a ficção – vê me melhora a coloração · Se houver necrose, faz a retirada do testículo · Sempre fazer a fixação do testículo contralateral Torção de apêndice testicular e epidídimo São restos embrionários que se mantem na região do testículo ou epidídimo. Não se sabe porque eles torcem, mas pode acontecer. A maioria das vezes é do apêndice testicular. Tem pico de incidência entre 10 a 12 anos Quadro clínico · Dor súbita ou gradual de leve a moderada intensidade – menos intensa que a torção do testículo · História previa de dor testicular associada · No exame físico: tem nódulo esférico endurecido, doloroso, móvel, 5 a 10 mm, localizado no pólo superior do testículo ou entre testículo epidídimo · O apêndice torcido em fartado pode ser visualizado como nódulo paratesticular azulado pela pele escrotal – blue dos sing · Transiluminação mostra nódulo esculo – black dot sign · Tem hidrocele reacional · Náuseas, vomito e febre são ausentes Diagnóstico: pela anamnese e exame físico · US: nódulo hipo, iso ou hiperecoico extra testicular, adjacente ao polo superior do testículo e cabeça do epidídimo, hidrocele reacional · A hidrocele pode dificulta a realização da US · US com doppler: massa avascular separada do testículo e epidídimo, testículo com vascularização normal Tratamento · Conservador: orienta a evitar atividade física, evitar analgésico e aines · Não pode ter duvida diagnóstica · Se tiver duvida é exploração cirúrgica · Dor forte ou incapacitante · Dor recorrente e prolongada Orquiepididimite Inflamação do testículo e do epidídimo, geralmente causado por vírus ou bactéria. Pode ser causando por sarampo, varicela, coxsackie, Escherichia coli, hemófilos, clamídia Pode estar associado a doenças sistêmicas, como sarcoidose e doença de Kawasaki Comum em crianças acima de 10 anos Vias de contaminação · Hematogênica · Fluxo retrógrado de urina · Cistoscopia, sondagem, cateterismo Quadro clinico · Dor escrotal gradual · Náuseas e vômitos · Queixas urinarias: disúria, piuria · Febre · Edema e hiperemia da bolsa escrotal · Hidrocele reacional · Aumento doloroso do epidídimo para o testículo · Melhora da dor ao elevação da bolsa escrota – sinal de Prehn · Ausência do reflexo cremastérico Diagnóstico · Anamnese e exame físico · EAS e urocultura · US: aumento do epidídimo e ou testículo com hipoecogenicidade · Doppler com aumento da vascularização · Investigar anormalidade do trato geniturinário com US abdominal ou uretrecistografia Tratamento · Repouso · AINES · ATB (amoxicilina/ sulfametoxazol-trimetoprim) · Elevação da bolsa escrotal Cirurgia pediátrica Sabiston
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