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Técnica Operatória – Hemostasia O que é a hemostasia? É uma série de fenômenos biológicos que acontece de imediato após alguma lesão vascular com intuito de deter a hemorragia. Esses fenômenos incluem 3 processos: Hemostasia primária Hemostasia secundária (coagulação) Fibrinólise Esses processos tem a finalidade de manter a fluidez do sangue, sem haver extravasamentos ou obstruções do fluxo, ou seja impede a formação de trombos e perdas hemorrágicas (fica entre a coagulação e a Fibrinólise). Tanto nos pacientes com alterações nos fatores de coagulação quanto nas operações com grandes perdas sanguíneas, pode haver depleção da reserva hemostática do paciente, levando à coagulação intravascular disseminada, complicação gravíssima no paciente cirúrgico. A hemostasia pode ser ESPONTÂNIA/FISIOLÓGICA ou CIRÚRGICA Hemostasia Primária: É o processo inicial da coagulação que acontece devido a lesão vascular. É composta por mecanismos locais que geram vasoconstrição, alteração da permeabilidade vascular e adesão plaquetária. Hemostasia Secundária (Coagulação): Envolve a cascata de coagulação, onde ocorre ativação de diversos fatores de coagulação, gerando conversão de protrombina em trombina que acaba ativando o fibrinogênio (solúvel) convertendo-o em fibrina (insolúvel). Essa fibrina forma uma rede de fibras elásticas que consolida o tampão plaquetário e o transforma em tampão hemostático. Fibrinólise (Sistema fibrinolítico): Fibrinólise é o processo que degrada a fibrina, ocorrendo simultaneamente à sua formação, gerando um equilíbrio dinâmico. Enquanto na coagulação interrompe a perda de sangue, a Fibrinólise remove a fibrina formada em excesso permitindo o fluxo sanguíneo adequado no interior do vaso. Hemostasia cirúrgica: É o conjunto de manobras que tem o objetivo de: Prevenir, diminuir ou deter o sangramento Garantir boa visibilidade do campo operatório O cirurgião não pode negligenciar a hemostasia, pois ela é importantíssima para: Evitar perda de sangue que pode comprometer a saúde e a vida do paciente Manter campo operatório limpo, permitindo reconhecer os elementos anatômicos Manter o êxito operatório, evitando a formação de hematomas e infecção consequente. Para realizar a hemostasia cirúrgica tem algumas manobras como pinçamento e ligadura, diatermia, uso de laser e bisturi harmônico, mas também pode ser realizada com agentes antifibrinolíticos, adesivos de fibrina, etc. Classificação dos MÉTODOS de hemostasia: Hemostasia prévia ou pré-operatória Hemostasia Temporária Hemostasia Definitiva Hemostasia prévia ou pré-operatória É a hemostasia feita antes da intervenção cirúrgica que visa interromper temporariamente o fluxo sanguíneo para o local da incisão, proporcionando campo operatório exangue. Ex: Compressão em massa de membros (Faixa de Esmarch, garrote de borracha, faixa pneumática, torniquete), ligaduras elásticas, compressão digital de artérias e veias, compressão manual da aorta e da veia cava. O protótipo do torniquete pneumático é o manguito do esfignomanômetro, pois gera uma compressão mais uniforme e controlada. Ele pode ser feito isoladamente ou associado ao garroteamento sobre a última volta da faixa de Esmarch. O manômetro do manguito deve marcar um pouco acima da PA sistólica. Hemostasia Temporária: Pode ser realizada mediante a utilização de pinças atraumáticas tipo Potts ou Satinky A compressão deve ser suave para evitar lesão endotelial e formação de trombos. Outra forma é o tamponamento compressivo. Em sangramento hepático o pinçamento do pedículo hepático no ligamento hepatoduodenal com manobra digital ou com pinça vascular (manobra de Pringle) é uma solução momentânea e melhora as condições para a hemostasia definitiva da lesão hepática. Hemostasia Definitiva: É a ligadura do vaso obtida com o isolamento, passagem de dois fios, ligadura à montante e à jusante seguida de secção entre ligaduras. Outra alternativa é o pinçamento do vaso seguido da ligadura, com a utilização de pinças hemostáticas (instrumentos prensores, dotados de travas ou cremalheiras), bem como ligadura com clips metálicos e eletrocoagulação de pequenos vasos. Pinças hemostáticas mais utilizadas: Pinça de Kelly Pinça de Crile Alguns exemplos de quando fazer qual tipo de hemostasia cirúrgica: Para ocluir vasos de grosso e médio calibre: fios e grampos (clips) Hemostasia de vasos de pequeno calibre: agentes físicos como o calor e a eletrocautério ou substâncias químicas Em sangramentos difusos de superfícies ósseas ou áreas de grandes descolamentos: uso de substâncias químicas ou biológicas como a cera de osso, esponjas de gelatina e adesivos de fibrina Como funciona o Bisturi elétrico? O bisturi elétrico provoca hemostasia pela oclusão dos vasos pelo calor. A passagem da corrente elétrica pela ponta do cautério libera energia térmica que provoca queimadura do tecido, seguida de retração e coagulação dos vasos.
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