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Destilação por arraste de vapor Alunos: Disciplina: IQO130 – Química Orgânica Experimental I Professor: André Luís Gemal Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713 Sumário Introdução.............................................................................................................................................2 Teoria do experimento......................................................................................................................2 Objetivo.............................................................................................................................................2 Materiais e métodos.............................................................................................................................2 Materiais utilizados..........................................................................................................................2 Destilação por arraste de vapor.......................................................................................................2 Resultados e discussão..........................................................................................................................3 Conclusão..............................................................................................................................................4 Referências bibliográficas....................................................................................................................5 1 Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713 Introdução Teoria do experimento A destilação por arraste de vapor é uma destilação de misturas imiscíveis de compostos orgânicos e água (vapor). O processo consiste no aquecimento de um recipiente contendo a amostra e o líquido escolhido, que evapora, carregando moléculas do componente desejado. Esse vapor, por sua vez, é forçado a passar por um condensador, volta ao estado líquido e é recolhido. A composição do destilado depende da massa molecular dos componentes e de suas respectivas pressões de vapor e pode ser medida da seguinte forma: moles A moles B = p° A p° B p° A = pressão de vapor da substância A p° B = pressão de vapor da substância B A destilação ocorre, pois, misturas imiscíveis fervem a temperaturas menores do que os pontos de ebulição dos componentes individuais. Logo, uma mistura em que há água, haverá ponto de ebulição constante e menor do que 100ºC. Esse tipo de destilação pode ser utilizado para diversos casos, como: Quando se deseja separar uma substância cujo ponto de ebulição é alto e/ou apresente risco de decomposição. Para separar ou purificar substâncias contaminadas com substâncias resinosas. Para retirar solventes com alto ponto de ebulição, quando em solução existe uma substância não volátil. Para separar substância pouco miscíveis em água cuja pressão de vapor seja próxima a da água a 100˚C, o que é muito importante para as substâncias que se decompõem a essa temperatura. O método é a forma como são obtidos os chamados óleos essenciais (essências, visto que possuem, em sua maioria, aromas fortes). Um óleo essencial é um composto volátil produzidos pelas plantas para a sua sobrevivência podendo ser encontrado nas flores, cascas de frutos, folhas e pequenos grãos, raiz, cascas de árvores, resinas da casca e sementes. Pode ser utilizado em diversos ramos, como na medicina e na fabricação de perfumes ou de produtos utilizados para limpeza. Esses óleos são compostos por uma mistura complexa de ésteres, hidrocarbonetos, alcoóis e compostos carbonílicos, geralmente pertencentes a um grupo de produtos naturais chamados terpenos. Portanto, percebe-se que existe uma grande quantidade de componentes químicos presentes nos óleos essenciais. No caso do cravo-da-índia o eugenol está presente em maior quantidade, cerca de aproximadamente mais de 85%. Além desse pode-se também encontrar o β-cariofileno e o acetato de eugenol. Os óleos essenciais de Syzygium aromaticum costumam possuir de 70 a 85% de eugenol, 15% de acetato de eugenol e de 5 a 12% de β-cariofileno. Para a obtenção do óleo essencial presente no cravo-da-índia é comumente utilizado a destilação por araste de vapor. Ao ser extraído, a água vaporizada e óleo, condensam-se em 2 Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713 condensador resfriado com água e a mistura é separada com funil de decantação, pois o líquido extraído é uma mistura de composto polar e apolar, constituindo assim uma mistura de líquidos imiscíveis. Durante o processo de extração são utilizados solventes para a chamada “lavagem”, ou melhor dizendo para separação e isolamento de substâncias, geralmente é utilizado o diclorometano, mas existem outros como o hexano. No processo de lavagem é escolhido um solvente onde um dos componentes da mistura seja bastante solúvel nele e o outro seja insolúvel ou pouco solúvel. Como no caso da extração por arraste de vapor é utilizado água ela não se mistura ao diclorometano, ou outros solventes orgânicos, permitindo dessa forma a separação das fases aquosa e orgânica. Objetivo O objetivo do experimento foi extrair, por meio de destilação por arraste de vapor, os terpenos presentes em uma amostra de cravo-da-Índia. Materiais e métodos Materiais utilizados Mufas e garras; Suporte universal; Termômetro; Elásticos; Proveta de 50 mL; Placa de aquecimento; Gral e pistilo; Funil de vidro; Erlenmeyer de 125 mL; Vidro de relógio; Óleo; Água; Balão de fundo redondo de 250 mL; Cabeça de destilação; Ampola de adição de líquidos; Adaptador de termômetro; Condensador; Unha; Mangueiras 3 Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713 Destilação por arraste de vapor Uma quantidade apreciável de cravo-da-Índia, aproximadamente 10g, foi moída utilizando grau e pistilo e, sem seguida, transferida para um balão de 250 mL. Ao balão adicionou-se 100 mL de água destilada. O aparato de destilação foi montado com base no exemplo da figura a seguir, substituindo o adaptador de vácuo por uma unha e utilizando uma placa de aquecimento com banho de óleo para aquecer a mistura líquida. Figura 1. Aparato clássico de destilação por arraste de vapor. O destilado foi recolhido em um Erlenmeyer de 125 mL e, em seguida, evaporado em um vidro de relógio. Resultados e discussão Durante o processo de destilação, um líquido branco e turvo foi recolhido no erlenmeyer. Como a turbidez está associada à presença de substâncias imiscíveis/em suspensão, conclui-se que os compostos de interesse estavam de fato sendo extraídos, já que os terpenos são insolúveis em água. Outro indício que confirma a extração dos terpenos é a temperatura registrada pelo termômetro durante o processo de extração, que se manteve fixa em 99 °C. A mistura destilada não é uma solução ideal e, portanto, não segue a Lei de Raoult. A pressão de vapor total de uma mistura de líquidos imiscíveis é igual à soma das pressões de vapor de cada um de seus componentes (Lei de Dalton). A presença dos terpenos forma uma mistura, e as 4 Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713 pressões de vapor combinadas acarretam em um ponto de ebulição menor para a mistura do que para cada componente separadamente. Neste tipo de mistura, a composição do vapor independe das quantidades presentes de cada substância. A composição do vapor permanece constante durante a destilação e, consequentemente, a temperatura registrada pelo termômetro também. Figura 2. Esquema comparativo do comportamento da pressão total de líquidos miscíveis e imiscíveis. (A) Líquidos miscíveis ideais seguem a Lei de Raoult: Pt depende das frações molares e das pressões de vapor de A e B. (B) Líquidos imiscíveis não seguem a Lei de Raoult: Pt só depende das pressões devapor de A e B. O destilado foi transferido para um vidro de relógio. Após a evaporação da maior parte do solvente (água), obteve-se um óleo branco com forte odor característico de cravo-da-Índia. O eugenol é o principal composto responsável por tal odor. Figura 3. Estrutura molecular do eugenol. Conclusão Com o procedimento realizado foi possível extrair e isolar uma pequena quantidade das substâncias desejadas, assim como verificar experimentalmente o comportamento teórico descrito na literatura para destilação com misturas heterogêneas. 5 Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713 Referências bibliográficas PAVIA, D.L.; LAMPMAN, G.M.; KRIZ, G.S.; ENGEL, R.G. Química Orgânica Experimental: Técnicas de escala pequena. 2ª ed. São Paulo: Bookman, 2009 VOGEL, A.I.; TATCHELL, A.R.; FURNIS, B.S.; HANNAFORD, A.J.; SMITH, P.W.G. Vogel's Textbook of Practical Organic Chemistry. 5ª ed. Pearson, 1996 6 Downloaded by Bruna Magalhães (bruna_mpg@hotmail.com) lOMoARcPSD|10953713
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