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Gestão de cardápio Márcia Sabadin Mendes de Moraes CARDÁPIOS Cardápio é por definição uma lista de preparações culinárias que compõe uma refeição ou todas as refeições de um dia ou um período determinado. Também é chamado de menu, lista ou carta. O planejamento do cardápio tem por objetivo garantir a oferta de alimentação sadia e equilibrada, satisfazer as necessidades nutricionais da clientela e satisfazer as necessidades ou exigências psicossociais/cultural do cliente. Fatores que afetam a elaboração do cardápio Antes de trabalhar a elaboração do cardápio propriamente dita, devemos recordar as funções dos alimentos como o papel psicofísico, estímulo emocional, veículo de nutrientes, estímulo do sistema fome/saciedade Outro fator determinante na elaboração é conhecer as necessidades de calorias dos clientes e adequar a distribuição de macro e micro nutrientes. O PAT – Programa da Alimentação do Trabalhador – determina o mínimo de calorias e nutrientes para atender as necessidades de um adulto sadio em atividade leve, moderada e intensa. Ainda para o sucesso do planejamento do cardápio é necessária a identificação das preferências e costumes dos usuários, objetivando elaborar cardápios que satisfaçam a clientela e sejam condizentes com os outros aspectos já observados. e agregador social. CARDÁPIOS Para a elaboração é imprescindível observar: • clientela: hábito alimentar, idade, atividade física, sexo, estado fisiológico, religião e número de clientes atendidos; • custos; • região geográfica; • nível sócio-econômico; • sazonalidade do alimento; • estrutura da cozinha: área física e equipamentos. Para a programação das preparações são pontos fundamentais que devem ser observados com muito cuidado: • combinação de preparações muito elaboradas e repetição de ingredientes; • frequência de: frituras, molhos, alimentos de baixa aceitação, combinação de alimentos da mesma família; repetição das preparações em curto período de tempo; • safra e estação do ano; • horário da refeição e número de cardápios/preparações a ser elaborados; • não fixar preparações nos dias de semana como ocorre no restaurante comercial. • manutenção do alimento após o preparo; • combinação de cor, sabor, aromas, temperatura e textura; • receituário padrão; • qualificação da mão-de-obra; • utilização do mesmo equipamento ou espaço para o preparo; • gastronomia e datas comemorativas. Tipos de alimentos Para uma melhor definição dos fatores que podem interferir diretamente na elaboração do cardápio, o responsável técnico da unidade deve decidir pelo tipo de alimento a ser utilizado sendo que alguns fatores como safra e variedade de corte, hoje podem ser minimizados pela disponibilidade de tecnologia no mercado. Apresentação do cardápio A apresentação das diferentes partes que compõe o cardápio é extremamente variável no mercado. Recomenda-se atenção quanto à clareza das informações, tipo de letra, organização e padrão no formato em uma UAN. Para compor as principais refeições, almoço e jantar consideramos partes permanentes do cardápio: • entrada: sopa, caldos, consommè, salada crua ou cozida, antepastos. Geralmente é a primeira preparação a ser oferecida ao cliente. • prato principal: preparação responsável pelo aporte protéico da refeição. Geralmente são as carnes. • guarnição: é o acompanhamento quente do prato principal. Pode ser preparado com farináceos e hortaliças nas diferentes formas de preparo. • prato base: no Brasil, é o arroz e feijão ou outra leguminosa. Recomenda-se que na programação de massas seja cancelada a preparação de arroz e feijão. • sobremesa: geralmente doce e/ou fruta, de acordo com o nível do cardápio. Precisamos ficar atentos com a combinação de sabor, consistência e cores mesmo ao programar esta parte do cardápio. • complementos: são opções de bebidas, pães, temperos para entrada ou alimentos complementares específicos para o acompanhamento de uma preparação, como molho de pimenta na programação de feijoada; ainda como complemento entra a programação de café e/ou chás conforme opção da UAN. Abaixo ,um exemplo de formatação de uma semana de cardápio utilizado como modelo em cozinha industrial, ressaltando que a forma de apresentação é extremamente variável no mercado. Esta formatação permite ao cliente a visualização do período de uma semana de cardápio e exige organização da UAN para não haver alterações nas programações estabelecidas. Padrão do cardápio Os cardápios podem ser classificados em três categorias que se diferem pelo número de opções e custo. Categoria básica ou horista: Características: das três categorias é o que envolve menor custo, entretanto nem por isso menor variedade; oferece menor número de opções na mesma refeição. Composição: oferece apenas um tipo de sobremesa, revezando doces e frutas, um tipo de bebida e uma entrada preferencialmente composta; um tipo de prato principal e se houver uma segunda opção normalmente é de custo bem baixo; oferece pão no complemento da refeição, todos os dias. Os temperos para entrada são azeite, vinagre e sal ou molhos também de baixo custo. Categoria intermediária ou mensalista: Característica: cardápio mais elaborado e com maior número de opções do que o básico; pode abusar na combinação de novas preparações. Composição: oferece dois tipos de entradas e quando salada, normalmente é composta de no mínimo dois itens; são programadas duas opções para o prato principal onde o cliente pode optar por uma ou outra; Uma opção de guarnição que combine com as duas opções de prato principal; o prato base pode variar com a programação ou não de feijão devido à harmonia de toda a refeição; o arroz pode ser composto e ao programar massas não oferece arroz e feijão. As sobremesas doces apresentam porções menores, pois junto é oferecida uma opção de fruta; os complementos são bem variados inclusive com a oferta de chás após a refeição. Este tipo de cardápio é bastante utilizado em UAN devido à maior oferta de variedade para o cliente. Categoria superior ou de diretoria Características: recebe esta denominação haja vista ser planejado para atendimento de pequenos grupos dentro de uma empresa que geralmente é a chefia e a direção. A variedade do cardápio é significativa, o que faz com que seja o mais caro quando comparado com as categorias anteriores. Há grande investimento em gastronomia, inclusive internacional. Composição: no mínimo três entradas e pratos principais; três guarnições combinando com os pratos principais; a programação de arroz é variada e o feijão pode ser substituído por outra leguminosa ou não ser programado. Sugere-se o planejamento diário de um tipo de massa ou risoto. As sobremesas são servidas “a la carte” ou em bufê onde o número é bastante variado. Os sucos são naturais; há inclusão de garrafas individuais de água mineral. Café e chá não podem faltar. Este cardápio exige normalmente a presença de garçons para o atendimento e organização do salão.
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