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Relação Professor e Aluno no Processo de Ensino-Aprendizagem

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28
FACULDADE LATINA AMERICANA DE EDUCAÇÃO – FLATED
EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA EM PEDAGOGIA
	
A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO E SUAS INFLUÊNCIAS NO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Barreirinha – AM
2019
PAULO BISMARCK DA SILVA RIBEIRO 
A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO E SUAS INFLUÊNCIAS NO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Trabalho de Conclusão de Curso – TCC, apresentado ao Curso de Extensão Universitária em Pedagogia da Faculdade Latino Americana de Educação – FLATED, para a obtenção do título de Licenciado em Pedagogia. 
Orientadora: Professora MSc. Juciê Maria Butel Tavares. 
Barreirinha – AM
2019
TERMO DE APROVAÇÃO
PAULO BISMARCK DA SILVA RIBEIRO 
A RELAÇÃO PROFESSOR E ALUNO E SUAS INFLUÊNCIAS NO
PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM
Monografia apresentada à Banca Examinadora do Curso de Pedagogia da Faculdade Latina Americana de Educação – FLATED como exigência final, para a obtenção do Título de Licenciatura em Pedagogia. 
Barreirinha – Amazonas, 06 de Fevereiro de 2018. 
BANCA EXAMINADORA
.................................................................................
Prof.
.................................................................................
Prof.
.................................................................................
Prof.
 DEDICATÓRIA
Dedico este Trabalho de Conclusão de Curso, a minha família como: minha esposa e minha mãe, que incentivaram-me, dando-me apoio e compreensão nos momentos mais difíceis dessa caminhada. Sem vocês, nada isso estaria acontecendo, pois os obstáculos foram muito, e nada me fez desistir. Sou vencedor com a ajuda de Deus, só ele é o caminho de qualquer cidadão, por isso sou muito grato por este momento. Foram anos que passei adquirindo conhecimentos e agora este conhecimento eu compartilho com outras pessoas. 
Enfim, sou um vencedor, que luto a cada dia pelos meus objetivos, sempre querendo inovar a prática docente que escolhi para atuar como profissional. 
 
AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de chagar ao meu objetivo;
A Faculdade Latino Americano de Educação (FLATED), por ser uma Faculdades particulares, com Extensão Universitária em Barreirinha, sendo pioneira em trazer o conhecimento cientifico, pois tudo que aprendi como cidadão devo a esta Instituição de Ensino; 
Agradeço a Coordenadora Local, a professora Edila, que lutou pela turma, não deixando ninguém desistir para chegarmos até o final do Curso; 
Agradeço a todos os professores quer compartilharam seus conhecimentos, onde cada um colaborou de forma especial para a qualidade da formação profissional. 
Agradeço de forma muito especial a professora Mestra Juciê Maria Butel Tavares, por dar todas as orientações do Trabalho de Conclusão de Curso, além de não ter deixado nenhum acadêmico desistir de sua missão. 
Agradeço aos colegas, pela união que mantivemos esses longos anos que estivemos juntos. 
Meu muito obrigado a todos, que ajudaram direta ou indiretamente nessa conquista!!!!!! 
“Acredito no sol mesmo quando ele não
Brilha;
Acredito no amor, mesmo quando ele não é
demonstrado;
Acredito em Deus, mesmo quando Ele não
fala”.
Max Lucado
RESUMO
A relação professor e aluno, ligada à afetividade e a cognição, é fator importante na escola, e que vem sendo bastante discutida por autores e estudiosos. O problema em questão gera em torno de se entender que à relação professor e aluno não se restringe aos aspectos cognitivos, mas aos afetivos também. Este estudo foi realizado por meio de pesquisas bibliográficas, e teve como objetivo destacar a influência da relação professor e aluno e suas implicações no processo pedagógico. A pesquisa abordou a afetividade na relação professor e aluno; o professor como mediador; o planejamento; a avaliação e pesquisa sobre afetividade e cognição. Contudo, constatou-se por meio das discussões feita pelos autores, que a inteligência não se desenvolve sem os aspectos afetivos e vice e versa. Portanto há a necessidade de cada professor ter clareza destes aspectos já que eles estão ligados, para que o olhar do docente para os educandos seja diferenciado, facilitando a relação professor e aluno.
Palavras-Chave: Relação Professor e Aluno, Afetividade, Cognição. 
SUMÁRIO
	INTRODUÇÃO...................................................................................................
	12
	
	
	1 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA.......................................................................
	
	1.1 O professor Mediador...................................................................................
	
	1.2 Planejamento................................................................................................
	
	1.3 Avaliação......................................................................................................
	
	1.4 Afetividade e Cognição.................................................................................
	
	
	
	CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................
	
	
	
	REFERÊNCIAS..................................................................................................
	
	
INTRODUÇÃO
A relação humana é um aspecto bastante complexo e se apresenta como um desafio no contexto escolar que conta com diversidades de comportamentos, pensamentos, valores e com diferentes tempos de aprendizagem. O desejo de tornar-se parte de um grupo e de relacionar-se com o mundo é uma necessidade básica do ser humano. O processo de construção de um relacionamento não acontece de forma mágica, alguns princípios são fundamentais, como a confiança, a amizade e o respeito.
A construção de valores dentro da escola e principalmente dentro da sala de aula requer o esforço das pessoas envolvidas nesse contexto, para que se conheçam, se olhem, se ouçam, se falem, se estimulem. Na verdade, este processo necessita de posturas que valorizem às relações interpessoais no ambiente escolar.
Sabe-se que a postura do docente em sala de aula vai além de despejar os conteúdos em sala de aula, mas sim, conhecer os alunos e seu contexto familiar, procurar compreendê-los, e desta forma promover situações que contribuam para superação de suas dificuldades. Considerando estes aspectos, ressalta que o professor precisa proporcionar aos estudantes oportunidades para que estes participem de experiências individuais e ou coletivas, necessárias ao seu desenvolvimento integral.
Cabe ressaltar que um bom relacionamento entre o professor e o aluno, faz com que o processo de ensino e aprendizado seja lembrado como um momento agradável na fase escolar.
No processo de ensino-aprendizagem o estudante necessita de compreensão, carinho e atenção. Tudo isto pode ocorrer por meio da boa vivência que ocorre com o professor e com os colegas. Assim o estudante gradativamente exercita hábitos, desenvolve atitudes e valores.
O problema em questão gira em torno da necessidade de se entender que a relação professor aluno não se restringe aos aspectos cognitivos, mas também aos afetivos. A discussão da afetividade nas práticas pedagógicas vem crescendo e se constituindo como um objeto específico de estudo. A questão da afetividade e ensino configurou-se como objeto de estudo e ganhou espaço e importância nas suas atividades acadêmicas. 
As dimensões cognitiva e afetiva do funcionamento psicológico ao longo da história da psicologia como ciência, foi tratada de forma separada e que atualmente há o reconhecimento de se superar essa divisão. Discute o papel da afetividade na visão de Vygotsky que menciona explicitamente, que um dos principais problemas da psicologia tradicional consiste na separação dos aspectos intelectuais de um lado e os afetivos de outro. 
A dimensão afetiva vem sendo abordada de diferentes maneiras, muitas vezes de forma contraditória, no sentido de se compreender o seu papel no desenvolvimento humano. Isso pode ser atribuídoà dificuldade de se conceituar os fenômenos de natureza afetiva que levam a usos indefinidos de termos tais como, emoção, sentimento afeto, paixão, estados de ânimo e etc.
As pesquisas desenvolvidas na área evidenciam que a afetividade está presente nas interações sociais, além de influenciar os processos de desenvolvimento cognitivo. Sendo assim, as interações que acontecem na escola são marcadas pela afetividade em todos os seus aspectos e não se restringem somente às relações professor-aluno, mas também às decisões sobre as condições de ensino assumidas pelo professor, ou seja, nas condições de mediação e planejamento desenvolvidas por ele.
As atitudes do professor oferecem ao aluno uma série de informações que irá contribuir para a percepção que ele terá de si mesmo como estudante. Diante disto é preciso refletir que tipo de contribuições estamos deixando para nossos educandos.
O docente em sala de aula pode criar um clima de confiança, de cordialidade, aumentando a autoestima do aluno, encorajando-os, ajudando-os a encontrar soluções dos problemas por si mesmos, desenvolvendo neles o hábito de trabalhar em grupo e respeitar o próximo.
Considerando esses aspectos este trabalho propõe como objetivo refletir sobre a importância da afetividade no processo de ensino e aprendizagem e nas práticas pedagógicas assumidas pelos professores.
Para isto será realizada uma pesquisa bibliográfica que trará estudos referentes a relações interpessoais, afetividade na relação professor-aluno, o professor como mediador, práticas pedagógicas, planejamento e avaliação. 
1 A AFETIVIDADE NA RELAÇÃO PROFESSOR-ALUNO
Não há educação sem amor. O amor implica luta contra o egoísmo. Quem não é capaz de amar os seres inacabados não pode educar. Não há educação imposta, como não há amor imposto. Quem não ama, não compreende o próximo, não o respeita (FREIRE, 1985, p.28).
Desde que nascemos estamos incluídos em um grupo social, e de certa forma somos obrigados a conviver nele. Saber conviver é um grande desafio para todos os seres humanos, pois cada um de nós temos a nossa bagagem de experiência, cultural, de vivências e ideologias, o que dificulta a convivência com as outras pessoas. Macedo (2005, p. 125) considera que “o saber conviver é fundamental em uma sociedade como a nossa. Saber conviver é querer incluir-se na relação com os outros”.
Como descreve Sampaio (2004, p. 64) “Viver é um movimento de relação interior e exterior. É relacionar-se com aquilo que está ao nosso redor e dentro de nós. A vida está contida no movimento de relação e nós precisamos aprender como nos mover por meio dela, mantendo nossa própria liberdade, iniciativa e equilíbrio”.
As relações interpessoais pressupõem o respeito mútuo e o respeito às diferenças. Sem esses pressupostos elas se tornam difíceis. Todo ser humano tem a necessidade de sentir-se aceito, de participar de grupos e atividades sociais, enfim necessidades de se relacionar. Segundo Sisto e Martilnelli (2006), a qualidade das relações sociais, determina o papel de cada sujeito, sendo que isso ocorre tanto na sala de aula como em grupos sociais.
O aspecto sócio afetivo é considerado, nos estudos sobre dificuldades de aprendizagem, um dos grandes fatores que podem estar relacionados com os bloqueios de aprendizagem. Rangel (2006) considera que o relacionamento entre o professor e o aluno deve ser permeado pelo afeto, solidariedade, respeito mútuo, pois é muito difícil desenvolver qualquer tipo de habilidade em um ambiente hostil. Como destaca Peroggini (2006), a partir do momento em que se estabelece uma relação afetiva entre educador e educando, considerando a diversidade étnica, cultural e pessoal, também ocorre o encontro entre o educando e o conhecimento.
 	Leite (2006), pontua que a afetividade está envolvida em todas as principais decisões de ensino, assumidas pelo professor, tornando-se assim um fator indispensável entre os alunos e os conteúdos escolares.
 	É por meio dos conhecimentos prévios de cada pessoa que as relações sociais são estabelecidas. Porém, para todo tipo de interação, é necessário habilidade para lidar com diversas situações que possam ocorrer, pois as diferenças interpessoais acontecem, e é preciso aprender a trabalhar com isso e com a diversidade. Desta forma Sampaio (2004) destaca que para o docente trabalhar com as diferenças dos estudantes é preciso que ele conheça as necessidades, as diferentes formas de aprender, as dimensões psicológicas, materiais e sócio culturais dos mesmos. Isso permite ao professor reconhecer a diversidade e usar recursos diversificados na sala de aula, para que todos os alunos vejam sentido nos conteúdos da aprendizagem.
Rossini (2004) considera que para o educando aceitar as diferenças dos outros colegas, primeiro se faz necessário que ele aprenda a aceitar as suas próprias diferenças para que possa aprender a conviver em grupo. Conforme o indivíduo assimila o conceito de alguém a seu respeito, valores vão sendo formados e relações boas ou ruins são criadas.
Sobre isso Peroggini (2006) acrescenta que ao considerar as diferenças individuais, a escola enxerga o educando como um ser racional e emocional. Assim, os sentimentos, os métodos de ensino espontaneidade, os trabalhos em grupo passam a ser valorizados no âmbito escolar.
Nos dias atuais, é extremamente necessário aprendermos a respeitar as diferenças uns dos outros para que as relações sócio afetivas que estabelecemos não sejam tão conflituosas. Segundo Araújo (2003, p.17):
O bom relacionamento entre o professor e o aluno pede: aceitar cada estudante como ele é e acreditar no potencial dele, conhecer os alunos e as necessidades de cada um, recorrer ao autoconhecimento, questionando sempre a qualidade da aula que acabou de dar e a resposta da turma, discutir sua postura em classe com outros professores e compartilhar possíveis problemas, não esperar que o vínculo seja sempre positivo. Esteja ciente de que conflitos existem e que é preciso administrá-los.
 	Na verdade toda a relação que estabelecemos, seja ela entre amigos, vizinhos, parentes, com professores e pais, se não houver o respeito, é muito difícil que haja uma relação harmoniosa entre as partes. O respeito mútuo é o princípio de um bom relacionamento. Como destaca Tardeli (2007), o primeiro passo para a construção do respeito é estabelecer vínculos, aceitando a pessoa como um todo, aceitando e reconhecendo a diversidade.
Nota-se que a questão da afetividade é importante ao desenvolvimento das relações interpessoais e amadurecimento do ser humano. Ela é apontada como um fator de importância no âmbito das relações estabelecidas socialmente. Como destaca Wallon (1968), é a afetividade que possibilita o avanço no campo intelectual “pois são os motivos, necessidades e desejos que dirigem o interesse da criança para o conhecimento e conquista exterior” daí a importância de se utilizarem os aspectos afetivos para promover o cognitivo. A construção do conhecimento implica na interação entre as pessoas, por isso as relações afetivas se evidenciam na relação professor aluno (ALMEIDA, 1999).
Dantas (1992) coloca a questão da afetividade de três formas: a afetividade emocional que se caracteriza por meio de demonstrações de aspectos qualitativos; a afetividade categorial que refere-se ao desenvolvimento de conceitos e exigências, e a afetividade simbólica, que é caracterizada por atitudes sensíveis. Ainda Dantas pontua que a afetividade categorial refere-se a um momento de desenvolvimento humano em que há manifestação do pensamento organizado por categorias, de onde surge condutas como exigência de respeito mútuo, igualdade de direitos, que é evidenciado nas atitudes dos alunos.
Leite (2006) chama a atenção para a questão da natureza afetiva na sala de aula, seja elas aversiva ou prazerosa, isso irá depender da qualidade da mediação desenvolvida pelo professor. Os efeitos dessa mediação, que são e cognitivos e afetivos determinam as relações que serão estabelecidas. 
Sobre isto, é importante destacar que a questão afetivaentre o professor e o aluno, não se restringe somente a atenção, toque, carinho; mas também à mediação e cuidados com o aluno e com o seu aprendizado, para que o processo escolar se desenvolva da melhor forma.
Há muitos anos, a questão da afetividade e cognição na educação era vista de forma isolada, acreditando que estes fatores se desenvolvem de forma individual. Atualmente, os autores acreditam que a afetividade e a cognição estão ligadas e que um não se desenvolve sem o outro. Como destaca Almeida (1999), a inteligência não se desenvolve sem a afetividade, e a emoção está ligada à inteligência, pois são duas linhas do desenvolvimento que cruzam-se continuamente.
 	Colombo (2007) ressalta que a afetividade envolve uma gama de manifestações que estão ligados diretamente às emoções. Pode-se notar que é impossível falar de inteligência, e afetividade sem pensar nestes aspectos agrupados. Como aponta Bastos e Der (2000, p. 40), a relação entre a afetividade e a inteligência só pode ser compreendida a partir de uma relação entre reciprocidade e interdependência. As condições para a evolução da inteligência tem raízes no desenvolvimento da afetividade e vice e versa.
Como destaca Rego (2002), são os desejos, as necessidades, emoções e motivações que dão origem ao pensamento e este, exerce influências sobre o aspecto afetivo de cada indivíduo. É necessário que o educador compreenda que a afetividade e a cognição caminham juntos, para que sua postura em relação a eles seja diferente, a fim que o professor enxergue cada um de seus educando não como seres fragmentados, mas como pontua Chalita (2001) não é possível desenvolver a habilidade cognitiva e a social sem que a emoção seja trabalhada.
Sobre isto Beltrame (2005) acrescenta que a relação professor/aluno, precisa ser constantemente revista. O aluno, como personagem principal no processo de ensino-aprendizagem, deve ser visto como alguém que é capaz de aprender. Quando o aluno se sente motivado por conhecer e fazer descobertas, quando o trabalho escolar tem sentido para ele, ele passa a experimentar o prazer do conhecimento.
 	Araújo e Chadwick (2001) destacam que a atenção e o carinho são ferramentas poderosas de reforço que estão ao alcance do professor. Nota-se que o docente pode dispensar atenção, interesse, vontade de ensinar, entusiasmo, alegria pelo e que está fazendo e desta forma facilitar a relação professor e aluno. 
Afonso (20006) coloca que ao se falar de afetividade na relação professor-aluno, é falar de emoções, disciplina, postura, do conflito, uma constante na vida da criança em todo o meio de qual ele esteja inserido. Sobre isto Cabe ressaltar que o conflito é um aspecto importante para o crescimento não só dos alunos, mas das pessoas em geral, pois é por meio do conflito que são feitos reflexões e atitudes são tomadas. Portanto é comum na sala de aula ter conflitos entre professor e aluno, aluno e aluno, porém é preciso refleti-los e pensar em soluções adequadas a se tomar, para que a relação professor e aluno não fique afetada e não haja futuros problemas mais pra frente.
 	Um fator muito importante quando nos referimos a relação professor e aluno, é a forma que essa convivência é trabalhada em casa, com familiares, com os amigos e sem dúvida na escola, e entre os professores.
É comum na sociedade atual, se atribuir “rótulo” às pessoas. Normalmente a apatia em relação ao outro é marcada por esses rótulos. Muitas vezes quando o estudante percebe que o professor não acredita nele, ele interioriza os rótulos e as desaprovações, sentindo-se culpado, e isso pode interferir no seu processo de aprendizagem, fazendo com que ele se sinta inferiorizado, e não se sinta bem em suas relações com o próprio docente e com o resto do grupo.
 	Se faz necessário também se atentar para não demonstrar falta de interesse pelos aluno, ou até mesmo não acreditar na capacidade que ele tem e no que ele é capaz de realizar, desvalorizando os trabalhos que são desenvolvidos e as suas participações. (MARTINELLI e SISTO, 2006), destacam que quando o professor não acredita na capacidade intelectual do aluno, ele acaba dispensando menos atenção, interagindo menos e até mesmo desistindo de ajudá-lo em seu progresso escolar. Como destaca Beltrame (2005) ao dizer que a relação professor/aluno, precisa ser constantemente revista. O aluno, como personagem principal no processo de ensino aprendizagem, deve ser visto como alguém que é capaz de aprender.
 	As pesquisas também mostram que o professor interage mais e melhor com os estudantes que tem um melhor desempenho. Portanto é preciso ficar atento para não cometer erros que acabam afetando a criança, ao ponto de motivá-lo a ir a escola, ou até mesmo de interagir com o grupo.
Como destaca Beltrame (2005), um professor preocupado em desenvolver uma prática educativa significativa para o aluno, precisa acreditar em sua capacidade. Tem que considerar que cada um traz uma riqueza de experiências, que se revela ao longo do processo, na construção do saber. 
1.1 O Professor mediador
A mediação do professor no processo de aprendizagem é fundamental para o desenvolvimento do aluno. Barros (2004) destaca que o professor é o principal mediador na interação escolar. As ações tanto do professor quanto do aluno, não são ações isoladas e dependem da qualidade de mediação.
Colombo (apud VYGOSTSK, 1998), ressalta que a mediação está presente na relação do homem com o mundo e tem papel fundamental, pois se caracteriza como elemento necessário para a aquisição de novos conhecimentos.
O papel do professor é de mediar o processo de ensino-aprendizagem, criando possibilidades para a sua própria construção do conhecimento (FREIRE, 2005). O professor é o líder de um pequeno grupo social e, por isso mesmo, não deve esquecer que suas atitudes pessoais terão influência direta no ambiente da sala de aula e no comportamento dos alunos. Como ressalta Tognetta (apud Comte- Sponville, 1 995) “Se a virtude pode ser ensinada, como creio, é mais pelo exemplo do que pelos livros”. Diante do pensamento do autor, cabe ressaltar a influência que o professor tem em sala de aula, como atitudes, gestos. De acordo com Bardom (1975), o docente é a pessoa responsável pelas decisões que afetam a aprendizagem e o comportamento das crianças. Todas as atitudes dos professores, afetam diretamente ou indiretamente o aluno. Muitas atitudes aversivas são tomadas pelo professor e deixam seus efeitos no educando durante anos. Leite (2006, p. 149) coloca que: 
O que se diz, como se diz, em que momento e por quê- da mesma forma que o que se faz, como se faz, em que momento e por quê- afetam profundamente as relações professor e aluno e consequentemente, influenciam diretamente o processo de ensino aprendizagem, ou seja, as próprias relações entre sujeito e objeto. 
Nota-se como o processo educativo é delicado, e necessita de diversos cuidados para que não se cometa erros difíceis de reparar. Vasconcelos (1994, p. 45) dá dicas em relação à forma que o professor pode contribuir para o amadurecimento emocional de seus alunos, são elas:
Criar um clima de cumplicidade e entendimento próprio das pessoas que se amam, manter um relacionamento aberto, cooperativo, amigo, confiante e permeado pelo afeto, mostrar-se bem humorado e realizado com o trabalho, saber elogiar, escutar, compreender e saber ser firme e seguro nos posicionamentos, criar tarefas possíveis de se realizar com prazer, aceitar as suas próprias limitações e das crianças e tratar as crianças com consideração, respeito e justiça.
 	Muitas vezes, um gesto um olhar, uma forma de expressão, é o suficiente para que o aluno se envolva com o docente. É preciso que o educador seja cauteloso em suas atitudes para não ferir ou interferir no processo de amadurecimento da criança. Como destaca Freire (2005), as vezes, mal se imagina o que pode passar a representar, na vida de um aluno, um simples gesto do professor.
 	Outro aspecto muito importante é o respeito mútuo, que é manifestado quando o professor entende o seupapel de mediador da aprendizagem e quando não usa de sua autoridade para conseguir resultados dos alunos. Na sala de aula o respeito se manifesta a partir do momento que se assume um papel que demonstre o verdadeiro interesse pelo aluno, baseado no uso de linguagem adequada na sala de aula, sendo também cauteloso com a maneira que se refere a cada um. O prazer do professor em ministrar as aulas se evidencia na sua prática pedagógica, e isso é percebido pelos alunos.
 	Freire (2005) considera fundamental que a relação professor aluno seja pautada em uma postura dialógica, aberta, curiosa, indagadora e não passivada, enquanto fala ou enquanto ouve. O que importa é que o docente e o aluno se assumam como curiosos. Desenvolver na relação professor e aluno a curiosidade, é dar abertura para novas hipóteses, criações, comparações e atitudes que favoreçam a aprendizagem. Freire (2005, p. 98) considera que; 
O professor autoritário, o professor licencioso, o professor competente, sério, o professor incompetente, irresponsável, o professor amoroso da vida e das gentes, o professor mal amado, sempre com raiva do mundo e das pessoas, frio, burocrático, racionalista, nenhum deles passa pelos alunos sem deixar sua marca.
 
Queluz (1999) ressalta que a relação dialética do professor transforma a sí mesmo, oferecendo oportunidade de aprendizagem aos educandos. Cabe colocar que um professor que reflete em sua ação e procura ser flexível em suas atitudes contribuí ao processo de ensino e aprendizagem, assim como a sensibilidade do professor em relação as dificuldades e necessidades de cada criança se faz extremamente necessário na relação professor e aluno. Como menciona Mahoney (1993), dizendo que é “a sensibilidade do professor, sua experiência, sua vivência em cada encontro, o seu ouvir e sua atenção lúcida são guias para abrir caminhos para a aprendizagem significativa, possibilitando a descobertas de ideias’.
Kohl (1992) explica que, para Vygotsky, a aprendizagem significativa é o objetivo do processo escolar e a intervenção é um processo pedagógico que se dá das mais diversas formas, como por exemplo, mostrar, fazer junto, apontar, criticar, apoiar etc. Nesse processo, a interação entre professor e aluno, é fundamental para o desenvolvimento dos indivíduos envolvidos. Considerando esses aspectos Grotta (2006) acrescenta que 
A atuação pedagógica precisa ser planejada, organizada, transformada e refletida, buscando não somente o avanço cognitivo, mas também propiciando condições afetivas que contribuam para o estabelecimento de vínculos positivos entre os alunos e os conteúdos escolares.
Sendo assim, se faz necessário que o professor constantemente reveja as suas práticas, é preciso estar atento para perceber as diversidades da turma, as dificuldades, as frustrações, aos anseios, para assim buscar novas alternativas e estratégias para trabalhar com os problemas que surgem no dia a dia da sala de aula. Levando em conta esses aspectos, optou-se, neste trabalho, por discutir duas práticas consideradas essenciais no processo de ensino e aprendizagem, o planejamento e a avaliação.
1.2 O Planejamento
 	
Um outro fator muito importante no contexto escolar é a forma com que o docente planeja suas atividades. Uma aula mal preparada gera insegurança aos alunos, fazendo com que eles se dispersem. Sendo assim, Leite (2002), aponta que todas as decisões pedagógica que o professor assume no planejamento e desenvolvimento de seu trabalho, tem implicações diretas no aluno, tanto no nível cognitivo quanto no afetivo.
Sabe-se que o planejamento é importante não somente para preparar aula, mas o ato de planejar é necessário para o dia a dia das pessoas. Cabe destacar que no nosso dia a dia, tomamos várias atitudes em diversas áreas de nossa vida, e todas as decisões precisam ser planejadas e analisadas cuidadosamente. Pensar sobre o fazer e o que fazer é tomar decisões, ser capaz de antecipar consequências e atitudes que deverão ocorrer. Ao planejar as suas atividades o professor garante uma sequência de ações, passa segurança aos educandos.
O planejamento indica que direção tomar a respeito de conteúdo, estratégias de avaliação, previsão de tarefas, atendimento aos alunos. Araújo e Chadwick, (2001).
 Conforme o Caderno de Educação (1995) planejar é pensar antes de fazer. É antecipar no pensamento os passos de uma ação. É refletir sobre cada passo e preparar o seguinte. Somente os seres humanos são capazes de antecipar, analisar e refletir em uma ação.
 	Sabe-se que muitos problemas que ocorrem dentro da sala de aula entre o professor e o aluno, é causado pela falta de planejamento. Muitos educadores acham que o planejamento não é necessário, e não compreendem o seu objetivo. Sobre isso o caderno de Educação (1995, p. 32) aponta que “o objetivo de planejar é garantir que os resultados da ação sejam esperados. E que o processo seja de máxima qualidade.
 Ao utilizar o planejamento como um recurso, o professor garante uma aula sistematizada. É importante destacar que mesmo com o planejamento, situações fora do esperado podem ocorrer devido ao tempo e a necessidade de cada aluno. Portanto o planejamento possibilita ao o educador um maior preparo, e desta forma ele não fica despreparado a possíveis eventualidades que possam ocorrer.
Sabe-se que para tudo o que se pretende fazer tanto na área educacional quanto em outras circunstâncias, é necessário haver um planejamento, sistematização de ações para que haja a possibilidade de se alcançar o objetivo determinado. Sobre isto LucKesi (1996) destaca que o planejamento é o momento em que decisões são tomadas. É o filtro por onde devem passar todos os elementos pedagógicos que admitimos criticamente.
 	Considerando estes aspectos Haidt (1995), coloca que o professor ao planejar organiza as ações do trabalho escolar, cuidadosamente identifica os objetivos que pretende atingir, indica os conteúdos que serão desenvolvidos, seleciona os procedimentos que utilizará como estratégia de ação.
 	Contudo, percebe-se que o ato de planejar facilita as atividades do docente em sala de aula, orientando em suas ações, além de ser essencial para a prática pedagógica, pois é um dos fatores que influem na relação do professor e aluno.
 A avaliação é também uma outra prática pedagógica, que influi muito na relação professor e aluno, e que se não for feita corretamente pode acabar traumatizando os educandos, sobre isto será discutido a seguir.
 
1.3 Avaliação
Sabe-se que, durante muito tempo a avaliação foi um instrumento ameaçador e autoritário. Os docentes usavam seu poder e autoridade, castigando o aluno durante a avaliação. Vale ressaltar que a avaliação da aprendizagem é uma questão que gera muita polêmica entre pesquisadores, já que ao longo da história da educação, transformou-se como instrumento de punição, exclusão, classificação, gerando vários traumas. Como aponta Libâneo (1994) e Gadotti (1984) ao considerar que a avaliação é uma tarefa didática necessária e permanente do trabalho docente, a fim de que se avalie a prática educativa, no sentido investigativo do termo, abertos sempre a alterações, a fim de que a prática educativa não seja pautada em verdades absolutas, pré moldadas e terminais.
Atualmente a preocupação na verdade é a maneira que o docente utilizar-se do seu poder na sala de aula para avaliar, disciplinar ou corrigir o aluno. Leite e Tassoni (2002, p. 33) apontam que:
A questão da avaliação escolar tem sido apontada como um dos grandes problemas do ensino, ou seja, como um dos principais fatores responsáveis pelo fracasso escolar de grande parcela da população, em especial as crianças pobres. A avaliação torna-se profundamente aversiva quando o professor utiliza-se de seu poder para amedrontar o aluno.
 	É possível perceber, que os procedimentos utilizados pelo educador influencia nos aspectos relacionais do professor e aluno, pois uma avaliação má planejada pode afastar o educador do educando.
A avaliação tem se mostrado de grande importância em todos os aspectos da vidahumana, em especial na educação. Avaliar é indispensável em toda atividade humana e portanto, em qualquer projeto educativo. Segundo Laetus Veit (1986, p. 38), “avaliar é julgar algo ou alguém quanto ao seu valor, segundo um padrão que pode ter diferentes posições científicas”.
Cada ser humano, todos os dias avalia algo ou alguém. Avaliamos a nossa roupa, as atitudes de nossos amigos, familiares, a forma com que nos tratam, enfim vivemos julgamos e avaliando. É válido destacar que atualmente na maioria das escolas Brasileiras, ainda se utiliza do autoritarismo na prática da avaliação. Sobre isto Luckesi (1984), pontua que a atual prática de avaliação é classificatória. Dessa forma o julgamento de valor, que teria a função de ajudar nas tomadas de decisões passa a ser estática, e classificar um ser humano histórico em um padrão determinado.
Sobre o ponto de vista de Hadji (1995) percebe-se que a avaliação é um meio de avaliar, de julgar, classificar. Se o educador não estiver com seus conceitos bem definidos, pode ameaçar o aluno sobre a avaliação e possivelmente causar transtornos para o educando.
Sobre isto, Arnoldi (1997), destaca que os alunos ao conhecer seus professores, ao invés de se preocuparem se ele é competente, tem didática ou se domina a matéria, se preocupa em saber se o professor “gosta de ferrar”, ou se ele é bonzinho. Portanto é importante que os educadores se preocupem com este aspecto tão importante que é avaliação, sendo que o modo com que a avaliação é executada, pode ajudar o educando a superar suas dificuldades ou até mesmo desestimulá-lo continuar.
Segundo Ceccon, Oliveira e Oliveira (2003), o modo como a escola avalia não ajuda o aluno a aprender a aprender, ela não ensina o que fazer para reconhecer a existência de um problema ou até mesmo como solucioná-los.
A avaliação deve ter o objetivo de detectar o que está certo e mantê-lo e corrigir o que estiver errado, de forma alguma punir, como ressalta Lukesi (1984), à necessidade de resgatar a função diagnóstica da avaliação, ou seja, compreender que a avaliação só tem sentido se os resultados forem sempre usados a favor do aluno, buscando aprimorar as condições de ensino e possibilitar um crescimento efetivo.
Sabe-se que o educador é formador de opiniões, portanto todas ações autoritárias e abusivas durante a avaliação, podem gerar uma outra visão de mundo para o aluno. É importante destacar que o professor é espelho para os alunos. Constantemente somos observados e analisados por eles.
Portanto se faz necessário refletir sobre os objetivos da avaliação. Sobre isto Haidt (1995) coloca que os principais propósitos da avaliação são: conhecer os alunos, identificar as dificuldades de aprendizagem, determinar os objetivos, aperfeiçoar o ensino- aprendizagem, estabelecer vínculos com os educandos.
 	Basicamente a avaliação serve para pensar e planejar a prática didática do professor, e uma forma de acompanhar as dificuldades e avanços dos alunos. É um recurso para melhorar os procedimentos pedagógicos e de forma alguma meio de punição. No entanto atualmente a prática da avaliação não consiste só na prova formativa, mas sim no conjunto de ações que envolvem o processo do dia a dia do aluno. Como pontua Hoffman (2005), ao dizer que a avaliação é reflexão transformada em ação, reflexão esta que deve ser permanente no educador, acompanhando todo o processo de desenvolvimento do educando até chegar a construção do conhecimento.
 	Sabe-se que muitas escolas utilizam-se de instrumentos classificatórios na avaliação do aluno. Instrumentos estes que acabam tirando o sentido do ato de avaliar. Considerando estes aspectos, é importante destacar que um recurso válido de ser utilizado é a avaliação contínua, que se dá por meio do acompanhamento cotidiano do aluno, observando sempre seus avanços, suas dificuldades, o interesse pelas aulas e as atividades que são realizadas diariamente dentro ou fora da sala de aula. Como destaca Hoffmann (2005), colocando que os melhores caminhos para a realização da avaliação, é por meio de registros, anotações sobre o desempenho de cada aluno diariamente, a forma com que participa ou não das atividades, enfim, além das provas e trabalhos a avaliação contínua é uma excelente opção.
Um outro aspecto muito importante na prática da avaliação, e que normalmente facilitam a avaliação e a relação professor e aluno são os registros de avaliação. Nos registros realizados pelo professor, deve constar todo o empenho e desenvolvimento da criança diariamente. Este é um recurso que auxilia o docente na prática da avaliação.
Sendo assim Sousa (2000, p. 66), aponta que as funções da avaliação da aprendizagem precisam ser bem esclarecidas porque o professor precisa determinar o nível de aprendizagem dos alunos em função dos objetivos da educação.
Há vários estudos que enfocam as dimensões afetivas na relação professor e aluno e no processo de ensino-aprendizagem, a seguir serão apresentados alguns deles.
1.4 Pesquisas sobre afetividade e cognição
 
Pesquisa realizado por Kager (2004) buscou identificar e analisar as possíveis relações entre as decisões pedagógicas que o professor toma em relação as práticas de avaliação. A pesquisa foi realizada com cinco alunos do 5º ano do Ensino Fundamental. O processo de coleta dos dados se deu por meio de questionário, no qual os alunos expressavam os efeitos aversivos da prática de avaliação que vivenciaram. Contudo, os principais resultados obtidos, foram a ansiedade durante a prova; medo; um sentimento horrível por parte dos alunos, sentimento de incapacidade, a ponto de perder o gosto pelos estudos; por causa do professor e dos métodos de avaliação nunca mais gostei de inglês e até hoje sinto dificuldades; medo de terminar a prova antes de 50 minutos e ter que ficar trancado dentro de uma outra sala de aula até todos terminarem a prova; parecida uma ditadura; sem contar que os exercícios da prova eram os mais difíceis, dada até raiva. O autor destaca que por meio dos relatos observados, é possível notar que o modelo de avaliação empregado atualmente, em grande parte das escolas, contempla dimensões como a avaliação punitiva, provas com armadilhas, entre outros, que acabam produzindo efeitos negativos na vida dos alunos.
 	Estudo feito por Barros (2004), buscou analisar as relações de mediação desenvolvidas por professores por meio das práticas pedagógicas. O estudo foi realizado com dois alunos que já terminaram o Ensino Fundamental e que contaram experiências aversivas que vivenciaram durante os estudos. Para tanto utilizou-se como instrumento de pesquisa entrevistas com os alunos. Os principais resultados evidenciados na análise foi sobre aulas desmotivadoras; julgamento do tipo: vocês só escrevem bobagens, ou perdem tempo vindo a escola; professores autoritários e aulas monótonas. Contudo, o autor destaca que as condições de ensino, planejadas e desenvolvidas pelo professor, tem implicações no comportamento do aluno, em especial na relação professor e aluno.
 	Estudo realizado por Tassoni (2006) buscou identificar as diferentes formas de manifestação de afetividade no contexto de sala de aula. A pesquisa foi realizada em três classes de uma escola pública, envolvendo alunos de dez anos, em média. O processo de coleta dos dados se deu a partir de quatro conjunto de dados: 1) gravações em vídeo realizadas em sala de aula, que registraram as interações entre professoras e alunos, em atividades que envolviam a linguagem escrita; 2) relatos verbais dos alunos coletados em sessões de autocopia (recurso metodológico que consiste na apreciação do sujeito de imagens videografadas de si mesmo); 3) relatos verbais das professoras coletados por entrevistas; 4) registros escritos de eventos ocorridos nas três atividades anteriores em diário de campo. 
Os principais resultados apresentados citados pelo autor se referiam a incentivos recebidos por parte dos professores, abertura para que os alunos pudessem se expressar e atenção, gerando vontade de ficar perto da professora e não medo. Deacordo com os resultados da pesquisa, Tassoni (2006) ressalta que as interações em sala de aula são constituídas por diversas formas de atuação que se estabelecem entre professor e aluno e está intimamente ligada a comportamentos e ações.
 	Pesquisa de Tagliferro (2003) e Falcin (2003), buscou caracterizar detalhadamente as práticas pedagógicas desenvolvidas por professores que tiveram influência positiva na vida de alunos que participaram desta pesquisa. Os participantes deste estudo foram alunos da 4º série do Ensino Fundamental de uma escola particular. O instrumento utilizado para a efetiva análise foi por meio de entrevistas, na qual os principais resultados destacados pelos alunos são: O desenvolvimento de um trabalho sério; professor que domina os conteúdos a serem trabalhados; educadores que demonstram uma relação afetiva com os alunos a ponto de contagiá-los de emoção. Foi possível constatar que as dimensões afetivas e pedagógicas desenvolvidas pelo professor, gera efeitos no processo de aprendizagem do aluno.
Estudo realizado por Silva (2001), buscou investigar a relação professor e aluno em uma sala de quinta série, durante as aulas de língua portuguesa. O processo de coleta de dados se deu por meio de observações em classes e de entrevistas individuais e coletivas com os alunos. Os principais resultados citados no estudo foram: à maneira de ser da professora; surgindo também comentários como: você é gentil; ela não grita; é divertida; tem senso de humor; ensina bem; briga mas com motivo; dispensa atenção aos alunos. A partir dos dados obtidos, o autor considera que a mediação feita pelos professores constitui-se como um fator fundamental para determinar a natureza da relação do aluno com o objeto do conhecimento.
Pesquisa realizado por Tagliferro (2003), buscou analisar as relações entre as decisões pedagógicas assumidas por um professor de Português e seus possíveis efeitos. Para tanto contou-se com a participação de seis ex-alunos da disciplina de Português de uma escola particular. O processo de coleta dos dados aconteceu por meio de carta e entrevista em que os alunos relatavam suas experiências enquanto alunos deste professor. 
Os principais resultados indicados pelo autor foram que este professor que foi analisado deixou várias marcas nos alunos, resultando em comentários como : ele conseguiu despertar em mim o gosto pela leitura que estava adormecido; ele fazia com que cada aluno entrasse dentro da história; ele nos ajudava a interpretar os livros, ele era cuidadoso e nos incentivava; além de que a sua didática era muito boa, e ele era muito dinâmico; o engraçado é que este professor de Português conseguia dentro de sua aula trazer fatos de violência, droga, amor, política, de forma tão interessante que elaborávamos questões a respeito do assunto, foi muito marcante. 
O autor destaca a repercussão das práticas pedagógicas desenvolvidas pelo professor. Por meio dos dados foi possível observar que os alunos estabeleceram uma relação positiva com a Língua portuguesa, apontando os diversos fatores que contribuíram com esse processo.
 
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao longo deste trabalho buscou-se evidenciar que a relação professor e aluno não se restringe somente aos aspectos cognitivos, mas ao afetivo também, tendo em vista que estes dois aspectos caminham juntos, e que a relação professor e aluno depende de vários fatores como respeito, a afetividade, o planejamento, avaliação, a mediação do professor entre outros aspectos.
Para a pesquisa foram utilizados recursos bibliográficos, que contribuíram para a elaboração do trabalho. Sabe-se que cada ser humano tem a necessidade de se sentir aceito pelo grupo, pelos pais, familiares e professores. E na escola esta relação não é diferente, os alunos precisam se sentir amados e queridos por seus educadores. Portanto, a relação professor e aluno deve ser permeada pelo respeito, para que o processo de ensino e aprendizagem ocorra da forma mais efetiva.
Um outro aspecto muito importante é a qualidade da mediação estabelecida pelo professor. As ações tanto do professor quanto do aluno, não são ações isoladas e dependem da qualidade de mediação. É importante ressaltar que a mediação do professor é base para os alunos, pois serve como direção na aquisição de novos conhecimentos.
 	Durante o processo de ensino-aprendizagem diversos aspectos são importantes para a relação professor e aluno, porém a questão do planejamento das atividades requer uma atenção especial, pois uma aula mal planejada pode interferir no processo de ensino e aprendizagem dos alunos. O ato de planejar na verdade garante uma sequência de ações, é um momento organizado e sistematizado no qual o educador reflete as propostas de ensino que serão desenvolvidos ao longo de sua aula, a fim de que ele tenha conhecimento da rotina do dia e não esteja despreparado ao iniciar suas atividades.
 	Cabe destacar que todos os procedimentos destacados anteriormente tem sua importância na relação professor e aluno e no processo de ensino e aprendizagem, porém é importante lembrar que a avaliação atualmente tem repercutido de forma aversiva para muitos alunos, devido a sua má utilização. O objetivo da avaliação é detectar os avanços e dificuldades do aluno, ela também funciona como um instrumento de reflexão e mudanças por parte do professor. Cabe colocar que a avaliação não é um instrumento punitivo ou amedrontador, embora seja utilizado desta forma em diversas escolas, o seu papel na verdade não é punitivo. 
Sobre tudo está pesquisa foi muito prazerosa de ser realizada, pois o assunto é bastante real e interessante e embora o tema seja novo, já existe diversas referências sobre assunto. É importante pontuar que a pesquisa bibliográfica pode contribuir bastante com este estudo, entretanto a pesquisa de campo poderia oferecer registros de crianças e adolescentes acerca de sua relação com seus professores e as marcas que ficaram para eles. Espera-se que novos pesquisadores deem continuidade a este tema a fim de que o estudo sirva como referência para conduzir a ações relativas a relação professor e aluno.
 	Espera-se que a leitura deste trabalho possa proporcionar contribuições em relação às práticas educativas que interferem na relação professor e aluno. 
 
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