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GESTÃO EM ENFERMAGEM – 2021.2 GISELE HIRANO PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO / PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS 1 2 ORGANIZAÇÃO Organização é uma palavra que tem diversos significados, tais como: arrumação, ordem, instituição, empresa e outros. Se o trabalho for desorganizado, a produtividade e a qualidade do serviço será prejudicada É necessário, portanto, organizar o trabalho, definir funções e cargos, estabelecer normas e padrões, estruturar formalmente o comportamento dos indivíduos na instituição 3 ORGANIZAÇÃO Agrupamento das atividades necessárias para a realização de objetivos e planos, na atribuição dessas atividades a departamentos apropriados e nos passos necessários para delegação e coordenação da autoridade 4 PADRONIZAÇÃO E QUALIDADE Na equipe dos serviços de saúde, a busca pela qualidade tem ocorrido principalmente com investimentos em processos educativos Uma ferramenta gerencial que o profissional enfermeiro pode utilizar para melhorar a qualidade da assistência prestada é a padronização das intervenções de enfermagem, por meio dos Procedimentos Operacionais Padrão (POP), Apoia a tomada de decisão do enfermeiro possibilita corrigir as não conformidades permite que todos os trabalhadores prestem cuidado padronizado para o paciente de acordo com os princípios técnico-científicos e, ainda, contribui para reduzir as distorções adquiridas na prática, tendo também finalidade educativa. 6 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – (POP) Documento que expressa o planejamento do trabalho repetitivo e tem como objetivo padronizar e minimizar a ocorrência de desvios na execução da atividade. Um POP garante que as ações sejam realizadas da mesma forma, independente do profissional executante ou de qualquer outro fator envolvido no processo, diminuindo assim “as variações causadas por imperícia e adaptações aleatórias” 7 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – (POP) O manual de procedimentos, é a reunião de todos os POP do serviço em um único documento, que descreve o trabalho de enfermagem a ser executado e a forma correta de fazê-lo, sendo de responsabilidade da gerência a organização do mesmo. Ressalta-se que esse documento deve ter atualização e revisão periódica, seguida da aprovação institucional de cada versão 8 PROCEDIMENTO OPERACIONAL PADRÃO – (POP) O POP deve informar ao colaborador como deve agir caso ocorra qualquer falha no processo e assim, estimular a notificação de eventos adversos e a disseminação de uma cultura de segurança institucional. O POP garante que as ações sejam realizadas da mesma forma, independente do profissional executante ou de qualquer outro fator envolvido no processo, diminuindo assim as variações causadas por imperícia e adaptações aleatórias(SCARTEZINI, 2009). 10 PRINCIPAIS COMPONENTES DO POP CONCEITO OU DEIFNIÇÃO OBJETIVOS ÁREAS ENVOLVIDAS/ ABRANGÊNCIA RESONSÁVEIS INDICAÇÃO/CONTRA-INDICAÇÃO MATERIAIS ORIENTAÇÃO PRÉ EPÓS PROCEDIMENTO INDICADOR DE QUALIDADE PERIODICIDADE DE TREINAMENTO DOCUMENTOS RELACIONADOS REFERÊNCIAS CONSULTADAS ELABORADORES/REVISORES 11 12 PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS O Protocolo é considerado um sistema tecnológico em saúde. Aplica-se ao gerenciamento do cuidado, pois contempla tomadas de decisão e traz em sua organização etapas processuais em saúde, contribuindo para a legitimidade, autonomia profissional e segurança na assistência a ser prestada. É uma ferramenta da prática em saúde que deve ser flexível e atualizada. 13 PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS A construção de Protocolos assistenciais em enfermagem deve atender aos princípios legais e éticos da profissão, aos preceitos da prática baseada em evidências, às normas e regulamentos do Sistema Único de Saúde, em suas três esferas de gestão, e da instituição onde será utilizado. 14 Os protocolos devem ser elaborados por equipe multidisciplinar, para a área da saúde; quando forem específicos, por equipe interna à profissão; Devem ser elaborados sob a ótica da intervenção multiprofissional, legitimando a inserção de todos os profissionais (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2011) Precisam ser atualizados periodicamente, anualmente revisto, se houver mudanças e adequações precisa repassar pelos trâmites de aprovação; Precisam ser aprovados pela gestão do serviço e da instituição, quando na atenção básica pela gestão municipal, secretaria de saúde; Suspensão igualmente. PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS 15 VANTAGENS: maior segurança aos usuários e profissionais, redução da variabilidade de ações de cuidado, melhora na qualificação dos profissionais para a tomada de decisão assistencial, facilidade para a incorporação de novas tecnologias, inovação do cuidado, uso mais racional dos recursos disponíveis e maior transparência e controle dos custos. Ainda como vantagens, protocolos facilitam o desenvolvimento de indicadores de processo e de resultados, a disseminação de conhecimento, a comunicação profissional e a coordenação do cuidado DESVANTAGENS: as principais desvantagens são decorrentes do não atendimento às recomendações de construção de protocolos ou do desconhecimento dos princípios da prática baseada em evidências. PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS 16 DFIERENÇA DE PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS E POPS o Protocolo tem a finalidade de fornecer ao profissional de Enfermagem a instrumentalização necessária para a atuação profissional com segurança, autonomia e compromisso ético; envolve tomada de decisões, e etapas processuais em saúde; ferramenta da prática em saúde que deve ser flexível e atualizada Procedimento operacional padrão (POP):padronização de tarefas dentro da instituição documento que contém todos os passos para a realização de uma atividade; um roteiro padronizado de cada atividade que é realizada na instituição; contém as etapas das tarefas, os responsáveis pela realização de cada etapa, materiais necessários e a frequência que deve ser realizada 17 CONCEITO DE PROTOCOLO PADRONIZAR NORTEAR; GUIAR; DIRIGIR; ORIENTAR TORNAR O ATENDIMENTO MAIS RÁPIDO E ORGANIZADO AUMENTAR AS CHANCES DE SUCESSO NO PROCEDIMENTO PROPOSTO 18 ASPECTOS LEGAIS Os protocolos institucionais, após aprovação, serão divulgados e, estando os profissionais treinados para seu uso, passam a ter efeito de norma, cabendo a estes o compromisso pelo seu cumprimento. O profissional de enfermagem responde por toda ação por ele praticada, ficando sujeito às penalidades legais e éticas previstas na Lei do Exercício Profissional nº 7.498/1986 (LEP), no seu Decreto regulamentador (Decreto nº 94.406/1987) e Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (CEPE) – Resolução COFEN 370/2011 e demais legislações da Enfermagem. 19 ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS Protocolos devem ter boa qualidade formal, serem de fácil leitura, válidos, confiáveis, terem conteúdo baseado em evidências científicas, serem corretamente utilizados e comprovadamente efetivos. a. Origem: identificar claramente a instituição/departamento que emite o protocolo. b. Objetivo: informar claramente a(s) situação (es) e as categorias de pacientes para a(s) qual(is) o protocolo foi organizado, assim como o grupo de profissionais que o implementará PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DE PROTOCOLOS ASSITENCIAIS 20 21 TEMAS DE PROTOCOLOS ASSISTENCIAIS PREVENÇÃO DE PNEUMONIA ASSOCIADA A VENTILAÇÃO MECÂNICA PROTOCOLO DE INSULINOTERAPIA NO ADULTO CRITÉRIOS DE ADMISSÃO E ALTA NA UTI PEDIÁTRICA PROTOCOLO DE SEDAÇÃO 22 23 ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS Grupo de desenvolvimento: incluir profissionais especialistas e relevantes na área e usuários finais. Incluir profissionais com experiência em metodologia de pesquisa científica, em busca de evidências, análise crítica da literatura científica e análise de custo– efetividade. 24 ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS Conflito de interesse: refere-se a aspectos de cunho comercial,econômico/financeiro, ideológico, religioso e político. Na declaração de conflito de interesses devem constar as instituições de provisão de recursos e profissionais que elaboraram e revisaram o protocolo 25 ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS Evidências: são as informações cientificamente fundamentadas que justificam as ações propostas. O protocolo deve conter a descrição da estratégia de busca da evidência (estratégia de revisão da literatura), gradação da força da recomendação das evidências, identificação do percentual de recomendações baseadas em evidências, identificação das informações oriundas da opinião de especialista, considerações sobre segurança das ações e mau uso potencial em diferentes cenários e localização; custo- efetividade e escassez potencial de recursos. 26 Revisão: conter revisão por revisor externo ao grupo elaborador, aprovação do documento pelos membros do grupo de desenvolvimento do protocolo e diretivo da instituição e plano de atualização. A atualização deve ser periódica (dentro do limite de tempo proposto, geralmente dois anos), instantânea (sempre que o grupo elaborador recuperar informação impactante que exija mudanças fundamentais) e devido a incorreções (percebidas pelo público leitor ou outros profissionais), que deverão ser inseridas a qualquer momento ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS 27 Fluxograma: é a representação esquemática do fluxo de informações e ações sobre determinado processo que subsidia a avaliação e a tomada de decisão sobre determinado assunto. É a representação esquemática de um protocolo ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS 28 SIMBOLOGIA DE FLUXOGRAMAS 29 Indicador de resultado: é uma variável resultante de um processo, capaz de sintetizar ou representar o que se quer alcançar, dando informações sobre uso, eficácia e efetividade de uma ação/protocolo. Indicadores precisam ser válidos (medir o que se pretende medir) confiáveis (serem estáveis, reprodutíveis). O monitoramento de indicadores deve ser atividade planificada e sistemática, para permitir a detecção de falhas e a implantação de melhorias. O monitoramento e a divulgação de resultados tornam a atenção à saúde mais transparente aos profissionais, pacientes e órgãos gestores públicos e privados, auxiliando os usuários na escolha dos serviços e os gestores na alocação de recursos. ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS 30 ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS Validação pelos profissionais: que utilizarão o protocolo é importante para garantir que o mesmo seja aceito e utilizado. Pode ser realizada pela inclusão de profissionais da instituição no grupo elaborador, sem prejuízo de participação de autoridades no tema, sendo recomendável uma validação externa. Validação pelo usuário: o uso de protocolos de assistência tem como premissa a participação dos usuários dos serviços no processo de tomada de decisão. A participação pode ser individual ou por meio de entidades representativas desse grupo. 31 ELEMENTOS PARA ELABORAÇÃO DE PROTOCOLOS Plano de implantação: o plano de implantação deve prever treinamento de todos que utilizarão o protocolo. A divulgação deve ser feita nos sites oficiais, fazer parte dos livros de divulgação, cursos, seminários e disponibilizadas eletronicamente 32 33 CONSIDERAÇÕES GERAIS PARA ELABORAÇÃO DE POPS E PROTOCOLOS • Os dois fazem parte do processo de Enfermagem; • Devem ser atualizados regularmente; • POP e Protocolos são feitos para serem utilizados no cotidiano. Devem estar disponíveis em local acessível. Não é para ficar na gaveta; • Sensibilizar equipes para utilizá-los; • Precisam ser aprovados pela gestão do serviço e da instituição. Mudanças e adequações também devem passar pelos trâmites de aprovação. Da mesma forma, ocorre com a suspensão; • Devem apresentar linguagem clara e objetiva. 34 REFERÊNCIAS Sales CB, Bernardes A, Gabriel CS, Brito MFP, Moura AA, Zanetti ACB. Standard Operational Protocols in professional nursing practice: use, weaknesses and potentialities. Rev Bras Enferm [Internet]. 2018;71(1):126-34. DOI: http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0621 Bellaguarda, Maria Lígia dos Reis; Rebello, Tânia Soares. PROTOCOLOS DE ENFERMAGEM NA ATENÇÃO À SAÚDE. Oficina de POP e protocolo. COREN-SC. 2013 Pimenta, Cibele A. de M...[et al.]. Guia para construção de protocolos assistenciais de enferma- gem/Cibele A. de M. Pimenta...[et al.].; COREN-SP – São Paulo: COREN-SP, 2015. http://dx.doi.org/10.1590/0034-7167-2016-0621
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