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PUNÇÕES, DRENAGENS e SONDAGEM: TORACOCENTESE: DEFINIÇÃO: - Toracocentese é uma técnica cirúrgica que dá acesso à cavidade pleural por punção a partir da parede torácica, por onde é possível obter amostras do líquido pleural ANATOMIA - Estratigrafia: • Pele • Subcutâneo • M. Intercostal externo • M. Intercostal interno • M. Intercostal íntimo • Pleura parietal INDICAÇÕES: - Confirmar derrame pleural - Aliviar a dispnéia causada pela compressão do parênquima pulmonar por líquido ou ar - Coleta de material para análise laboratorial CONTRA-INDICAÇÕES: - Distúrbios hemorrágicos - Uso de anticoagulantes ,especialmente trombolíticos - Lesões de pele (queimadura por radioterapia, piodermite) - Pacientes em ventilação mecânica O PROCEDIMENTO: - Anestesia: • Além da anestesia local, sedação leve pode ser considerada • Midazolam intravenoso ou lorazepam podem atenuar a ansiedade que pode estar associada com qualquer procedimento invasivo • Dor é a complicação mais comum da toracocentese • Anestesia local é feita com infiltração local de lidocaína • Aspectos importantes da anestesia: • A pele, tecido subcutâneo, periósteo das costelas, músculos intercostais, e pleura parietal devem todos ser bem infiltrados com anestésico local • Anestesiar a parte profunda dos músculos intercostais e a pleura parietal é importante, já que a punção desses tecidos gera a maior parte da dor • Líquido pleural é geralmente obtido por aspiração durante a infiltração anestésica dessas estruturas profundas; isso ajuda a confirmar a localização apropriada da punção - Equipamento necessário: • Abocath de calibre 18 ou 20 • Seringa de 60ml • Antisséptico (preferencialmente clorexidina) • Gaze • Luvas e campos estéreis • Lidocaína 2% • Seringa de 10ml e agulhas de calibre 22 e 25 • Tubos de aspiração/drenagem estéril • Tubos para análise • Grande contêiner para evacuação • Curativo oclusivo estéril - Posicionamento do paciente: • A toracocentese pode ser realizada no leito, com o paciente sentado ou deitado • Paciente sentado: • Senta-se a beira do leito, com mãos e braços apoiados sobre um travesseiro colocado em cima de um amparo para seu conforto • A posição deve ser a mais cômoda possível, pois o procedimento poderá ser demorado • Paciente em decúbito lateral: • Paciente com cabeceira elevada (45o) ou decúbito contralateral ao derrame • Reservado para pacientes restritos ao leito e derrames volumosos - Técnica: • O local a ser puncionado deve: • Ser delimitado através de um criterioso exame clínico • A percussão é de fundamental importância, tendo como achados a sub-macicez ou macicez • Se necessário ou disponível, poderá ser confirmado por meio de uma radiografia de tórax ou ultrassonografia; • Determinar o local ótimo para a punção procurando o maior bolsão de líquido superficial ao pulmão e identificando o trajeto respiratório do diafragma • Tradicionalmente, isso é descrito como sendo entre o 7º e 9º espaços intercostais e entre a linha axilar posterior e média, imediatamente abaixo do ângulo inferior da escápula • A superfície inferior das costelas deve ser evitada pois os vasos e nervos intercostais estão localizados nessa região • Conforme a agulha avança e atinge o espaço pleural, sangue irá fluir para dentro da seringa; deve-se injetar mais anestésico nesse ponto devido à sensível pleura parietal • A punção deve ser feita movimentando a agulha para cima e para baixo, evitando que fique uma entrada retificada (isso diminui a chance de entrada de ar e pneumotórax) • Ligar o cateter sobre agulha com uma seringa de 60ml e passar a agulha pela superfície superior da costela • Fazer pressão negativa com a seringa até chegar na cavidade pleural • Quando a resistência diminuir e o fluido entrar na seringa, parar de avançar com a agulha. • Usando tanto uma seringa ou uma garrafa para evacuação, drenar o derrame pleural até o volume desejado ter sido removido para alívio sintomático ou análise diagnóstica • Geralmente, não devem ser removidos mais de 1500ml de líquido, sempre lentamente (grande volumes retirados de forma rápida podem causar edema de reexpansão) • Ao completar a retirada do líquido, rapidamente remover o cateter enquanto o paciente segura a respiração (no fim da expiração ou inspiração) • Cobrir o local da punção com o curativo oclusivo estéril e limpar a pele ao redor • Rotular o líquido pleural e mandá-lo para análise laboratorial - Complicações: • Complicações maiores: • Pneumotórax, 11% • Hemotórax, 0,8% • Laceração do fígado ou baço, 0,8% • Dano diafragmático • Edema pulmonar de reexpansão • Empiema • Semeadura de tumores • Complicações menores: • Dor, 22% • Dry tap, 13% • Tosse, 11% • Hematoma subcutâneo, 2% • Seroma subcutâneo, 0,8% • Síncope vasovagal Localizar a margem superior da costela inferior com o polegar, para a anestesia DRENAGEM TORÁCICA: DEFINIÇÃO: - Drenagem torácica é uma técnica cirúrgica que consiste em acesso à cavidade pleural ou mediastínica, com inserção de dreno acoplado a um sistema de drenagem - Tem como objetivo a manutenção ou restabelecimento da pressão negativa do espaço pleural - Com esse procedimento é possível a remoção de ar, líquidos e sólidos (fibrina) do espaço pleural e, também, do mediastino INDICAÇÕES: - Emergenciais: • Pneumotórax • Hemopneumotórax • Lesão Esofagiana com extravasamento de conteúdo gástrico para espaço pleural - Não Emergenciais: • Derrame Pleural secundário a doença maligna • Derrame pleural recorrente • Empiema ou derrame parapneumônico (exsudato pleural inflamatório) • Quilotórax CONTRAINDICAÇÕES: - Não existe contraindicação absoluta - Contraindicações relativas: • Coagulopatias • Pacientes em uso de anticoagulantes O PROCEDIMENTO: - Posicionamento do paciente: • Decúbito dorsal com abdução e flexão do braço ipsilateral sob a cabeça - Equipamento necessário: • Avental, Máscara • Solução antisséptica para a pele (iodopovidona dérmica); • Seringa; • Agulhas (21-25) • Anestésico local (Xilocaína a 2 %) • Lâmina de bisturi; • Kit de pequena cirurgia (Kellys, Rochester.) • Luvas esterilizadas; • Campo Fenestrado • Dreno torácico (normalmente 28 ou 32, consoante o que se pretende drenar. 28 mais utilizado para ar e 32 mais utilizado para líquidos.); • Frascos de drenagem com tubuladura; água esterilizada se for com selo d’água. • Fios de sutura (algodão 2/0) - Técnica: 1. Determinar o local (5º espaço intercostal anteriormente à linha médio-axilar do lado afetado) • Essa é a região escolhida pois possui menos grupos musculares e por não afetar a cavidade abdominal 2. Preparo Cirúrgico do local de inserção do dreno (antissepsia e colocação de campos) 3. Anestesia local da pele e do periósteo da costela (lidocaína 1-2%) 4. Incisão transversa (2 a 3 cm) no local e dissecção romba das partes moles junto a borda superior da costela 5. Perfuração da pleura com a ponta de uma hemostática e introdução de dedo na incisão para evitar lesões, remover aderências, coágulos, etc 6. Pinçar a extremidade proximal do dreno e introduzi-lo de acordo com o quadro do paciente (pneumotórax / hemotórax) 7. Observar o embaçamento do tubo com a expiração do paciente (evidenciar fluxo de ar) 8. Conectar o dreno com o selo d’água 9. Fixação do dreno no local com fio de sutura (inabsorvível – algodão) 10. Fazer curativo. 11. Raio-X de tórax de controle RESUMINDO O PROCEDIMENTO: COMPLICAÇÕES: - Sangramentos/hemotórax - Neuralgia intercostal devido ao trauma cirúrgico - Edema pulmonar pós reexpansão - Infecção do sítio cirúrgico - Pneumonia - Empiema - Enfisema subcutâneo RETIRADA DO DRENO: - Tempo: Varia de acordo com a indicação: • Pneumotórax: Fim do borbulhamento e raio-x de tórax mostrando o pulmão plenamente expandido • Drenagem de fluídos: menos de 100ml drenado nas últimas 24 horas, fluído de consistência serosa,raio-x mostrando pulmão expandido e melhora do quadro clínico do paciente SONDAGEM VESICAL: INDICAÇÕES: - Terapêuticas: • Estabelecer um débito urinário em pacientes graves (retenção urinária nos casos de insuficiência renal, cetoacidose diabética, entre outras) - Diagnósticas/Acompanhamento: • Permite estabelecer se existe urina na bexiga e/ou hematúria • Medir a diurese horária como valioso sinal do estado da volemia da perfusão renal • Porém, em pacientes traumáticos, antes de realizar o cateterismo vesical deve realizar o exame (toque) retal/vaginal, a fim de excluir lesões da uretra que pode contra-indicar a passagem de uma sonda NOS HOMENS: - A técnica é semelhante à sondagem nas mulheres, sendo que um maior cuidado deve ser tomado em função da possibilidade de falso pertuito. - No início, manter o pênis perpendicular à parede abdominal - Na medida que existe a progressão e o cateter alcance a uretra perineal, o pênis deve ser colocado progressivamente em posição anatômica, com a face dorsal apoiada no abdômen - Essa posição adotada ajuda na migração do cateter entre a uretra perineal e a prostática - A fixação deve ser feita ou na coxa ou no abdômen, sem que haja manipulação da mucosa peniana, juntamente ao cateter. PARACENTESE: - Paracentese é um procedimento que envolve a punção de fluido da cavidade abdominal através de uma agulha - Este procedimento é utilizado em pacientes com ascite e pode ter finalidade tanto diagnóstica, como terapêutica - Técnica: • Procedimento muito semelhante à toracocentese • Posicionar o paciente em decúbito dorsal com o dorso levemente elevado • Realizar a punção no 1/3 distal da distância entre o umbigo e a crista ilíaca ântero-superior (preferencialmente no lado esquerdo - pois o cólon sigmóide é mais maleável) • Como o líquido drenado é rico em proteína, é necessário repor albumina
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