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AULA 4 – CIRURGIA DE TÓRAX DANIELA FRANCO 1. TORACOCENTESE Toracocentese refere a qualquer punção realizada na parede torácica. É um procedimento que se faz antes da drenagem torácica, pois há afecções passíveis de serem diagnosticadas apenas pela punção exploradora local e coleta de líquidos que contenham bactérias, fungos, parasitas ou células. Este procedimento pode ser realizado por punção com agulha fina, com baixo risco para o paciente Os objetivos da toracocentese são: (l) identificação imediata do tipo de derrame presente; (2) obtenção de amostras do líquido para exames; (3) esvaziamento parcial ou completo do derrame; (4) realização de biópsias da pleura parietal, OBS: quando quer atingir coração é pericardiocentese e quando é pulmão é pneumocentese. Não é necessário que a toracocentese seja realizada em centro cirúrgico, mas deve ser preferencialmente utilizado um local limpo e reservado para pequenos procedimentos. A. TIPOS DIAGNÓSTICA: - Ela é diagnostica quando confirma a presença de coleções pleurais ou ainda quando retira amostras, para análises laboratoriais. - Outra modalidade de seu uso para fins diagnóstico é a criação de uma câmera aérea, após a injeção de ar na cavidade pleural, necessária para exame pleuroscópico ou ainda para facilitar diagnostico diferencial de massas intratorácicas. TERAPÊUTICA: - A toracocentese terapêutica tem dois objetivos: esvaziar a cavidade pleural (punção evacuadora) ou injetar substâncias nessa cavidade. - Grandes coleções líquidas ou gasosas de variadas etiologias podem ser aspiradas através de uma punção pleural, o que leva a um alívio sintomático e ate salva a vida do doente em algumas vezes (como acontece com o pneumotórax hipertensivo). - Porém, em todas essas situações, preferimos, quando possível, indicar a drenagem pleural fechada, pois julgamos ser um terapêutico mais seguro e eficaz do que uma simples punção evacuadora. EMERGÊNCIA: - A toracocentese de emergência é, diagnóstica e terapêutica, podendo salvar a vida do paciente nos casos críticos de pneumotórax hipertensivo ou com colapso vascular secundário. - Muitas vezes precisa ser feita com base apenas na situação e nos dados do exame clínico, pois, não há tempo de se conseguir um exame radiográfico. B. INDICAÇÕES • Derrames pleurais de causa obscura. • Derrames pleurais volumosos ou sintomáticos que não respondem às medidas usuais de restrição de fluidos e administração de diuréticos. • Derrames pleurais em pacientes com febre de origem obscura. • Pneumotórax hipertensivo - Indicada para confirmar o diagnóstico de derrame e diferenciar transudato, exsudato, empiema, hemotoras,etc. - Quando a punção inicial revelar um transudato, pode se repetir a toracocentese se ocorrer aumento do derrame, febre persistente, piora clinica do paciente ou dúvidas quanto ao diagnostico. - Nos casos associados à insuficiência cardíaca, nefrose, colangenoses, neoplasias ou quilotórax, pode ser indicada como procedimento isolado ou repetido para alívio do desconforto respiratório do paciente. CONTRAINDICAÇÕES • Coagulopatia com RNI >1,5 • Trombocitopenia significativa, plaquetas > 30.000 • Cirurgia torácica prévia com aderências pleurais. • Pequena quantidade de líquido no espaço pleural • Ventilação mecânica • Diátese hemorrágica severa • Infecção localizada da parede torácica com celulite. C. COMPLICAÇÕES • Perfurar diafragma (introduz agulha baixa) • Pneumotórax - Fatores de risco: inexperiência do médico, uso de agulhas de grosso calibre, retirada de grandes volumes de líquido pleural, múltiplas perfurações com agulha na tentativa de encontrar o líquido pleural, presença de doença pulmonar obstrutiva crônica, toracocenteses repetidas e existência de loculações. • Tosse: ocorre no final da toracocentese, devido à distensão abrupta dos espaços aéreos. • Dor local • Reflexo vasovagal: sudorese, desconforto geral e sensação de desmaio. • Hemotórax: devido laceração de algum vaso durante a punção. • Infecção local • Edema de reexpansão • Lacerações hepáticas ou esplênicas inadvertidas. D. TÉCNICA OPERATÓRIA • Materiais: - Disponíveis antes de se iniciar o procedimento - Luvas estéreis; gaze; solução anti-séptica; campos estéreis; lidocaína a 2% sem vasoconstrictor; agulhas calibres 10 x 4,5 mm, 30 x 8 mm e 30 x 10 mm; seringas de 10 e 20 ml; Jelco® (Medex do Brasil, São Paulo, SP, Brasil) calibres 14 e 16; equipo de macrogotas para soro; frascos comuns ou a vácuo; esparadrapo. • Raio X: Qualquer que seja o objetivo da toracocentese, o exame radiológico do tórax em duas incidências deve ser sempre praticado, não só para estabelecer o lado a ser puncionado, mas também para selecionar o melhor local para penetração da agulha. Nos pacientes que não podem abandonar o leito ou sentar-se, a punção é realizada em decúbito dorsal, com a cabeceira elevada a 45º, para o derrame acumular na metade inferior do espaço pleural, com a agulha penetrando no sentido horizontal. OBS: A toracocentese também pode ser lateral (mesmo local da drenagem de tórax – pacientes de UTI) ou anterior (2º EIC na linha HMC – drenagem de alívio: pneumotórax hipertensivo). Faz anestesia local, introduz a agulha logo abaixo da ponta da escapula, no 8º e 9º espaço intercostal. Para se obter melhor esvaziamento da cavidade pleural, devem- se utilizar agulhas de maior calibre, como as agulhas de Cope, que também servem para biópsias pleurais, ou agulhas tipo Jelcoª, de tamanhos 14 ou 16. Essa agulha se liga adapta a um tubo de borracha, que vai uni-la a seringa de aspiração, de 20, 50 ou 100 ml. Esse tubo deve ser ocluído, no momento de sua entrada na cavidade pleural, por uma pinça hemostática, que será aberta para iniciar a aspiração e novamente fechada quando a seringa estiver cheia. • Esvaziamento: 40 ml de líquido pleural em seringas de 20 ml para exames laboratoriais. Conectar o Cateterismo ao equipo macrogotas, que será conectado ao frasco à vácuo. A velocidade de drenagem deve ser controlada conforme sintomas do paciente (tosse ou dor torácica). Retirar 1500 ml, já que acima disso há risco de edema pulmonar de reexpansão (até 4L, com sessões de 1,5L). Após o procedimento,fazer um curativo compressivo com gaze e esparadrapo no local da punção. • Avaliar a indicação de drenagem torácica imediata de acordo com o aspecto do líquido drenado (empiema, hemotórax) ou aspiração de ar (pneumotórax). * Realizado preferencialmente com o pte sentado, em 45° inclinado para frente, com os braços e a cabeça apoiados em travesseiros, sobre um anteparo (como uma mesa) ou com a mão ipsilateral ao derrame apoiada sobre o ombro contralateral. *O melhor local para se realizar a toracocentese deve ser determinado a partir da propedêutica, geralmente na região subescapular e sempre na borda superior do arco costal, para evitar o feixe vásculo-nervoso. *Camadas: pele, subcutâneo, m. intercostal (externo, íntimo e interno) e pleura parietal 2. DRENAGEM DE TÓRAX (TORACOSTOMIA FECHADA) O objetivo da drenagem torácica é restabelecer as condições fisiológicas do espaço pleural, ou seja, a cavidade pleural volta a ser virtual, com pressão negativa em relação à atmosfera, e as pleuras parietal e visceral estão em íntimo contato. A. INDICAÇÕES Indicada para o tratamento de pneumotórax, hemotórax, traumas torácicos ou no pós- operatório de toracotomias. • Pneumotórax espontâneo ou iatrogênico, sintomático e/ou que ocupe mais de 20% da cavidade pleural. • Pneumotórax de pacientes que estão em ventilação mecânica • Empiemas ou derrames pleurais parapneumônicos complicados: ph < 7,2; glicose < 40mg/dl; DHL > 1000.• Pacientes em pós operatório de cirurgia torácica. • No hemotórax, a drenagem está indicada apenas quando o volume de sangue for suficiente para disfunção respiratória ou for decorrente de um trauma aberto. • Em casos de quilotórax recorrentes e de alto débito. • A drenagem torácica não está indicada como rotina nos transudatos ou derrames não purulentos, com pH > 7,2; glicose > 40 mg\dl e desidrogenase lática (LDH) < 1.000 UI\I e ausência de bactérias á bacterioscopia O QUE NÃO DEVE SER DRENADO: • Transudatos (proteínas < 2,5, densidade < 1.016): acúmulo de líquido na cavidade pleural que ocorre por alteração na dinâmica da pressão hidrostática e osmótica. As insuficiências cardíaca e hepática (ascite) podem desenvolver grandes derrames pleurais, que regridem com o tratamento clínico. • Derrames parapneumônicos com boa evolução clínica: Aqueles derrames com evolução clínica favorável, em que a causa pulmonar esteja tratada, mesmo moderados, podem ser absorvidos na medida em que a pneumonia regrida. Esses derrames precisam ser monitorizados por toracocentese. Os parâmetros estabelecidos por Light, para não submetê-los à drenagem tubular são: pH > 7,2, glicose> 50, DHL < 1.000 UI/l e bacteriologia negativa. • Hemotórax tardio por trauma torácico fechado: É comum o hemotórax conseqüente ao trauma torácico fechado, identificado tardiamente, permanecer livre no espaço pleural. Isso acontece pela absorção rápida do fibrinogênio nas pleuras, já na primeira hora pós-trauma. Tais derrames hemáticos, mesmo volumosos, poderão ser tratados simplesmente com toracocentese ou utilização de pequenos cateteres. Não havendo a necessidade de drenagem tubular fechada. B. COMPLICAÇÕES - Erros técnicos: *como a introdução do dreno na parede do tórax ou abaixo do diafragma, com lesão do fígado, estômago e baço. *lesões inadvertidas no coração, aorta, veia cava, pulmão e paralisia frênica. *lesão de artéria, veia e nervo intercostal - também podem ser lesados se o bordo superior da costela não for usado como referência na introdução instrumental e do dreno. *colocação do dreno em posição incorreta. - Complicações inerentes à presença do dreno: enfisema subcutâneo, infecção no orifício do dreno e contaminação das pleuras. - Obstrução ou torção do dreno, deslocamento do dreno, desconexão de equipamento em selo d’água. - Pneumotórax persistente. - Recidiva de pneumotórax após a retirada do dreno • Empiema (pus) • Edema de reexpansão • Enfisema de subcutâneo • Sangramento • Falha na introdução do dreno • Lesão de estruturas intratoracicas (coração, veia cava, pulmão) • Posicionamento intra-abdominal (perfuração de fígado, baço e estomago) • Lesão da artéria, veia e nervo intercostais, quando o bordo superior da costela não é usado como referência. • Infecção devido a presença do dreno. CONTRAINDICAÇÕES Praticamente não existem contra indicações para a colocação de dreno torácico. -distúrbios de coagulação: merecem um cuidado maior durante a inserção do dreno. -presença de aderências pleurais: algumas vezes podem complicar o procedimento. -presença de derrames loculados normalmente necessitam de localização pré operatória das coleções. Contraindicações relativas: -Pacientes com bolhas gigantes onde existe risco de perfuração das bolhas e pacientes com obstrução completa de brônquios principais com atelectasia pulmonar total que sugere a presença de grande derrame pleural. Nestes casos a presença de desvio mediastinal e elevação da cúpula diafragmática deste lado podem complicar ou mesmo contra indicar o a drenagem tubular. -Derrames pleurais por doença hepática: uma drenagem persistente pode resultar perda maciça de proteínas e eletrólitos, devido a presença de fenestrações no diafragma com perpetuação da ascite, podendo levar ao óbito. *Descartar ruptura diafragmática antes do procedimento – a colocação de dreno torácico deve ser realizada com extremo cuidado em pacientes com suspeita de lesão diafragmática. C. TÉCNICA OPERATÓRIA Realizar a drenagem torácica no bloco cirúrgico ou CTI, exceto em situações de emergência. • Materiais: - Solução anti-séptica, lidocaina a 2% sem vasoconstritor, luvas estéreis e máscara cirurgica, avental e campos estéreis, gaze, agulhas 40x12mm e 30x7mm, seringas de 20ml, dreno tubular multiperfurado, frasco com 500ml de SF e extensão. - Caixa de drenagem: cabo de bisturi, tesoura metzenbaum, duas pinças Kelly, pinça anatômica, bisturi lâmina 15, fio de nylon 3.0, micropore ou esparadrapo. • Posiciomamento: Posicionar o paciente em decúbito dorsal ou lateral. • Local de drenagem: Marcar o ponto exato da drenagem na altura do 4º ou 5° espaço intercostal, imediatamente após linha axilar média (borda superior da costela inferior, para não atingir plexo vásculo-nervoso). - Em crianças, geralmente usa-se o 4° ou 6° espaço intercostal (que corresponde a altura do mamilo). • Anestesia: - Fazer anti-sepsia rigorosa e ampla da parede torácica. - Fazer a paramentação cirúrgica e colocação de campos estéreis - Preparar o dreno torácico tubular e calibroso com pelo menos 3 orificios laterais e conectar o dreno ao tubo de plástico ligado ao reservatório. - Acrescentar água ou soro fisiologico o suficiente para que o tubo fique mergulhado pelo menos 2 cm na água. Deixar esse sistema preparado em um canto da mesa estéril ou em uma mesa auxiliar. - infiltrar com anestésico no ponto e no trajeto da drenagem, da pele a pleura, com cerca de 2 a 6 ml na criança e até 20 ml no adulto, de lidocaina 1% sem vasoconstritor, para inflitrar generosamente a parede torácica. (bordas inferiores das duas costelas, para atingir o plexo vásculo-nervoso). Os drenos são tubulares, de vários calibres, e podem ser inseridos de três maneiras: drenagem tubular com trocarte, drenagem torácica cirúrgica ou utilizando—se um guia e dilatador. 1- Anestesia geral, intubação orotraqueal. Deve realizar tricotomia da região lateral do tórax, antissepsia e colocação de campos cirúrgicos que devem ser fixados a pele. 2 – Deve ser identificado o 5º ou 6º espaço intercostal e a região deve ter todos os planos infiltrados (pele, tecido cutâneo, músculos e pleura) com anestésico local. 3 – A incisão oblíqua deve ser de 2 cm sempre próxima a borda superior da costela do espaço escolhido, pois abaixo tem vasos e nervo intercostal. (bisturi de lamina 11 ou 15) OBS: É recomendável que a incisão na pele seja cerca de 2 cm abaixo do local de penetração do dreno para que a abertura da pele e pleura não fiquem alinhadas 4 - O tecido subcutâneo, músculos intercostais e a pleura parietal devem ser divulsionados com uma pinça Kelly. OBS: Assim que ocorre a perfuração da pleura parietal, sente-se uma perda de resistência á introdução da pinça hemostática e ocorre a saída do ar ou líquido pleural. 5 – Segue com a exploração digital da cavidade torácica a procura de aderência ou vísceras contíguas. 6 – A ogiva da sonda de Pezzer deve ser pinçada com a pinça de Crile, sua extremidade livre deve ser tracionada e enrolada em torno da pinça. Dessa forma, o dreno é introduzido a partir da incisão 7- Em caso de dreno tubular multiperfurado, sua introdução deve ser no sentido posterior e superior. Antes de soltar o dreno, a extremidade é ocluída com uma pinça hemostática, solta-se o dreno com cuidado, em seguida o dreno é conectado ao sistema de válvula de selo d’água. Depois de conectado, é retirada a pinça e deve ser verificado se ocorre oscilação da coluna líquida. 8- No frasco de drenagem é marcado o nível líquido e horário para avaliação do material drenado. - Conectar dreno ao “selo d’água” - Verificar se o drenoestá pérvio, pela saída de secreção ou ar da cavidade pleural e a oscilação da coluna de liquído do selo d`água ou borbulhamento com movimento respiratório. - Cuidar para que o dreno seja mantido sempre em posição inferior em relação ao doente e clampar o dreno durante transporte do paciente para evitar o refluxo das secreções drenadas. - Verificar posição do dreno com radiografia de tórax, inclusive em perfil para observar o posicionamento anterior (para pneumotórax) ou posterior (derrames líquidos). - Quando retirar dreno: >24h sem borbulhar ou < 50 ml/dia de drenagem. OBSERVAÇÕES É necessário deixar o dreno torácico sob selo d' água para evitar a entrada de ar atmosférico no espaço pleural. O dreno tubular é inserido na projeção ortogonal do quinto espaço intercostal, na linha axilar média, para evitar as fibras dos músculos peitorais e grande dorsal e para evitar introduzi-lo no abdome. Deve-se lembrar a anatomia do espaço intercostal, evitando lesar o feixe vásculo-nervoso que se localiza na borda inferior da costela. Após colocar o dreno na cavidade pleural e manter o sistema de drenagem, observamos que a coluna líquida apresentará uma oscilação variável com os movimentos respiratórios do paciente. Os drenos colocados para tratar o pneumotórax poderão ser retirados quando os pulmões estiverem totalmente expandidos e a fuga aérea (borbulhamento) pelo dreno for nula. Os drenos colocados para tratamento dos derrames pleurais poderão ser retirados quando os pulmões estiverem expandidos e o débito diário de liquido for pequeno, indicando que sua produção para dentro da pleura está cessando • Fixação e curativo: - Fazer o curativo com gaze e micropore para evitar qualquer deslocamento do dreno. - Fixar dreno á pele com uma ou duas suturas em bolsa usando fio cirúrgico resistente (geralmente seda preta 2-0 ou 3-0) e, com os mesmos fios, fixar o dreno com nós em zigue-zague(sapatilha de bailarina). A qualidade da sutura e da fixação do dreno é critica para evitar: (A) Entrada de ar entre o dreno e a pele quando o paciente faz esforço inspiratório intenso. (B) Mobilidade exagerada do dreno que permita que um segmento do dreno entre e saia da cavidade aumentando o risco de infecção secundária. (C) Saída de um orificio lateral do dreno para fora da cavidade. *Um dreno torácico, sem auxílio da toracocentese, poderá ser deslocado inadvertidamente abaixo do diafragma, resultando principalmente de lesão de fígado ou baço. *Quando a região axilar é usada como referência para a introdução do dreno tubular, deve-se evitar a transfixação dos músculos peitoral e dorsal, por menor risco de acidentes ou dor. *Para tratamento do hemotórax é preferível que o posicionamento seja o mais baixo na linha axilar posterior (7º e 8º EIC).. *Na mulher, por razões estéticas é aconselhável a introdução do dreno junto ao sulco mamário, na linha axilar média ou anterior, dependendo do volume da mama. *A escolha do dreno é feita de acordo com a natureza da intercorrência pleural. Um pneumotórax simples pode ser tratado com um dreno de diâmetro interno de 5 a 9 mm (n. 16 a 28 F); um exsudato ou um hemotórax necessitarão de drenos mais calibrosos, de 9 a 12 mm (n. 36 a 40 F). É recomendável que no trauma sejam usados drenos mais calibrosos, não inferiores a 28 F para o adulto. *Alguns drenos torácicos possuem um guia trocater, que serve como introdutor. Na prática, é usado um trocater ou, mais freqüentemente, uma pinça hemostática curva Crile. Inicialmente, ela é introduzida com a ponta perpendicular ao bordo superior da costela, com a concavidade da pinça para a parede do tórax, e, ao passar o músculo intercostal e a pleura parietal, sua ponta é orientada no sentido da pleura parietal, com sua convexidade para a parede do tórax. Com essa manobra, diminuímos os riscos de lesar o pulmão e o feixe nervoso. • DRENAGEM TUBULAR COM TROCARTE Sob anestesia local, uma incisão de até 2 cm é realizada na pele e tecido subcutâneo, na borda superior da costela. O trocarte e inserido na cavidade pleural, tendo-se o cuidado com a ponta do estilete para não provocar lesões nas estruturas intercostais ou no pulmão. Quando o trocarte estiver na cavidade pleural, o estilete é retirado e o dreno tubular inserido na cavidadepleural. O dreno torácico e' fixado à pele com fio de sutura resistente e conectado ao sistema em selo de agua. • DRENAGEM TUBULAR CIRÚRGICA Forma comum para derrame pleural. Consiste na incisão de 2 cm feita na pele, abertura até o espaço intercostal, penetração na cavidade pleural e exploração digital. O diâmetro do dreno torácico varia de acordo com o tamanho do paciente e o tipo de líquido encontrado. • DRENAGEM POR PUNÇÃO Consiste no procedimento de Seldmger, que é realizado sob anestesia local: punção por agulha, até atingir a cavidade pleural. Após a saida de líquido ou de ar, um guia metálico flexivel, com extremidade ein “J”,e passado através da agulha. Utiliza-se um dilatador fino através do guia e,finalmente, o cateter tipo “rabo de proco” é inserido na cavidade pleural. 3. CUIDADOS COM O DRENO DE TÓRAX O dreno deve ser avaliado diariamente pela equipe; o selo d’agua, trocado; e o volume e o aspecto do liquido drenado, descritos no prontuário. Devem ser avaliados, também, oscilação da coluna de água e debito aéreo. É preciso evitar pinçamento do dreno, bem como alças de extensão. A. COMO MONTAR O SELO D’ÁGUA • Frasco de vidro ou plástico transparente e graduado para permitir o controle do volume drenado. • Conexão e respiro de calibre adequados. • Nível líquido é o mecanismo que funciona como válvula no sistema de drenagem, cobrindo os 2 cm distais do tubo do frasco selo de água. Esse mecanismo permite a drenagem do líquido ou gás e impede a entrada de ar na cavidade pleural. Entretanto se o tubo estiver mergulhado mais que 2 cm, a drenagem aérea acaba sendo prejudicada porque aumenta a resistência ao fluxo de drenagem. Sistema de drenagem: Por ser o tórax submetido à variações de pressão durante a mecânica respiratória, os drenos não podem ser mantidos simplesmente abertos para o meio externo, pois entraria e sairia ar pelo dreno, ocasionando um pneumotórax aberto. Necessitamos de um sistema a ser conectado ao tubo de drenagem que resulte em uma válvula unidirecional, na qual o ar e os líquidos tenham condição de sair pelo dreno e não entrar na cavidade pleural. Por isso, na grande maioria das drenagens pleurais conectamos o dreno em um sistema de drenagem sob selo d’água (definindo assim a drenagem pleural fechada). Esse sistema será ligado ao tubo de drenagem por meio de uma conexão, à qual deverá ser hermética e jamais estenosar o sistema de drenagem. Assim, o selo d’água definirá uma válvula unidirecional, tendo o ar condições de sair para o meio externo borbulhando no frasco, mas não terá condições de entrar no sistema. B. QUANDO RETIRAR O DRENO • A radiografia de tórax mostrar que o pulmão está completamente expandido. • O volume da drenagem for pequeno (entre 50 a 100 ml em 24 hr). • Ausência de borbulha. • Presença do dreno pelo menos 24 horas. É necessário TODOS esses requisitos para a retirada. O dreno torácico é retirado quando termina sua função, que consiste no esvaziamento pleural e na expansão pulmonar. • No pneumotórax, O dreno éretirado quando ocorre expansão pulmonar e não há mais fuga aerea ou observação de borbulhas no frasco de drenagem. • No Hemotórax e no empiema, o dreno tubular e retirado quando não há saída de sangue ou pus. Deve-se evitar a retirada precoce do dreno tubular no empiema agudo, pois e' uma das causas de evolução para o empiema crônicoC. TÉCNICA PARA A MANUTENÇÃO/TROCA DO SELO D’ÁGUA D. TÉCNICA PARA A RETIRADA • Colocar ao lado do leito: solução de benzina, esparadrapo, gazes, material cortante (tesoura, ou lâmina de bisturi), lidocaína geléia ou pomada de antibiótico, tintura de benjoim e antiséptico. • Retira-se o curativo, aplica-se benzina sobre a pele e, a seguir, tintura de benjoim para melhorar a capacidade de aderência da fita adesiva. • Realiza-se a anti-sepsia ao redor do dreno. • Secciona-se o fio de fixação na pele. • Pede-se para o paciente parar de respirar quando adulto. • Traciona-se o dreno com um único golpe para evitar-se a entrada de ar pelos vários orifícios. • Oclui-se rapidamente o ferimento da pele com gaze embebida em lidocaína geléia ou pomada antibiótica, aplicando-se esparadrapo, ou de preferência bandagem antialérgica, sobre a mesma. Podemos também passar um ponto para fechar o ferimento. • Este curativo só deve ser trocado após 48 a 72 horas, para evitar-se a entrada de ar na ausência de completa cicatrização. Na retirada do dreno torácico, deve sersolicitado aopaciente realizar amanobra de Valsalva, para se criar pressão positiva dentro da cavidade pleural e não proporcional pneumotórax no momento de retirar o dreno. 5. TORACOTOMIAS A. TIPOS E INDICAÇÕES É utilizada para incisões que utilizem o EIC para adentrar a cavidade torácica. Podem ser realizadas em qualquer espaço, e a escolha do mesmo depende do objetivo da abordagem. Pacientes com lesões combinadas cardíaca e pulmonar ou lesões torácicas bilaterais podem requerer toracotomia lateral anterior bilateral ou toracotomia em ‘’concha’’, que promove a exposição do hemitórax bilateral, hilo pulmonar e mediastino. Toracotomia de emergência que requer extensão da toracotomia lateral anterior esquerda para direita raramente é necessária, mas pode-se realiza-la quando lesões penetrantes exigem, inesperadamente, a exposição de ambos hemitórax. A esternotomia mediana é preferível para o tratamento de lesões cardíacas penetrantes. Na maioria das vezes não há tempo suficiente para a preparação formal em geral, faz- se uma rápida pincelada com iodopovidona (povidine). O pescoço, todo o tórax, o abdome e a parte superior das coxas devem ser incluídos. A incisão da coxa pode facilitar a utilização do suporte cardiopulmonar mecânico. ✓ Semanticamente, toracotomia significa qualquer abertura do tórax. Cirurgicamente, entretanto, há que distinguir uma simples operação de drenagem, como a pleuromia de uma larga via de acesso para intervenção em órgãos endotorácicos. ✓ Nesse sentido, entende-se por torocotomia uma ampla abertura da cavidade torácica com o fim de examinar as estruturas expostas cirurgicamente, podendo ser colhido material para diagnóstico laboratorial, e de remover, sempre que possível, as partes lesadas ou corrigir os vícios anatômicos existentes. O cirurgião realizará uma incisão do lado que será operado. Será colocado um instrumento para afastar as suas costelas (Finochetto) para que o pulmão possa ser exposto. Quando o procedimento terminar um ou mais drenos poderão ser colocados no tórax entre as costelas, para retirar líquidos ou ar. As costelas, os músculos e a pele serão suturados. INDICAÇÕES • Instabilidade hemodinâmica após drenagem do tórax. • Decorticação pleural (pleura espessada, fibrosada). • Principal suspeita de alteração no tórax. • Drenagem de > 1500mL imediatamente. • Sangramento intermitente. TIPOS Toracotomia simples: quando a via de acesso fica confinada ao tórax. Toracotomia combinada: quando a via de acesso se estende ao pescoço ou ao abdome - TORACOTOMIA SIMPLES: Toracotomia unilateral ou hemitorácica: quando a via de acesso atinge só um hemitórax: (a) ANTERIOR - Definida por uma incisão traçada entre a região paraesternal e a linha axilar média, no sentido do plano costal, estando o paciente em decúbito dorsal; o acesso pode ser ampliado medialmente por esternotomia transversal ou oblíqua - Pequenos procedimentos, como biopsia pulmonar. Com o paciente em decúbito dorsal; lado a ser operado é elevado 30 ou 45 graus por meio de coxins; incisão submamária de 4 a 5 cm, seguida de divulsão do m. serrátil anterior e abertura da cavidade pleural no 4º ou 5º EIC. para pequenos procedimentos como biópsia pulmonar. (b) ANTERO-LATERAL - Definida por uma incisão traçada entre a região paraesternal e a linha axilar posterior ou a linha escapular ,no sentido do plano costal ,estando o paciente em decúbito oblíquo posteior. o acesso pode ser igualmente ampliado para frente mediante a esternotomia tranversal ou oblíqua. - Ressecçoes pulmonares (- lobos inferiores) - Urgência e emergência: AES, PCR com testemunha e trauma com arma branca (sem trauma – apenas massagem) - C.I.: trauma contuso (arma de fogo), paciente sem atividade elétrica. Paciente em decúbito oblíquo posterior; incisão se inicia na linha axilar média, estendendo-se anteriormente no sulco inframamário; ressecções pulmonares, exceto lobos inferiores (c) AXILAR - Definida por uma incisão longitudinal ou transversal traçada no meio da axila, estando o paciente em decúbito oblíquo ou, mais raramente, em decúbito lateral; - Biopsia e simpatectomia (retirada do gânglio em casos de sudorese excessiva) - Bom acesso para estruturas da cavidade no ápice pleural: 1ª costela, cadeia simpática. (d) POSTEROLATERAL (mais usada): Incisão traçada sobre as faces posterior, lateral e anterior de um hemitoráx, em forma circum-escapular, abrindo-o largamente, no sentido transversal, da região paravertebral e paraesternal, com o paciente em decúbito lateral. Acesso a maioria das estruturas intratorácicas: pulmão, mediastino, diafragma. Incisão se inicia medialmente a escápula, seguindo uma linha imaginária da bissetriz do ângulo formado entre a escápula e os processos transversos da coluna torácica, estende-se anteriormente cerca de 1 a 2cm abaixo do ângulo inferior da escápula e segue o sulco inframamário, na direção anterorinferior. é a principal para pulmão (uma das incisões mais realizadas em lobectomias pulmonares). “em livro aberto” acesso a maioria das estruturas intratorácicas, bom campo para pulmão, mediastino e diafragma (e) POSTEROLATERAL ANTERIOR - Incisão traçada sobre as faces posterior, lateral e anterior do hemitórax, de forma circum-escapular, com o paciente em decúbito lateral. Toracotomia mediana: Quando a via de acesso atravessa longitudinalmente o esterno, fendendo o nó todo ou em parte, sempre com o doente em decúbito dorsal. - Usada para acesso ao coração e grandes vasos, exposição do mediastino anterior e timectomia. A toracotomia mediana com esternotomia longitudinal exercita-se através de mais de um tipo de incisão, a saber: (A) Incisão vertical: (*) - Traçada ao longo do maior eixo do esterno , comportando o tipo total (da fúrcula ao apêndice xifóide) e os tipos parcial superior (incisão em T invertido sobre o manúbio) e parcial inferior (incisão em T sobre o corpo do esterno) (B) Incisão arciforme: - Traçada também no sentido vertical mas com uma curvatura ligeiramente excêntrica, destinada a evitar a coincidência entre os planos de secção cutâneo e ósseo. (C) Incisão em Omega: - Com traçado bilateral composto de duas porções horizontais submamárias e de duas paramedianas convergentes na parte superior do manúbio. Toracotomia combinada: quando a via de acesso se estende ao pescoço ao abdome. → Incisão toracoabdominal - Quando há exposição simultânea das cavidades torácica e abdominal. A via de acesso combinada comporta duas variedades: (a) Variedade unilateral: - Quando a incisão expõe, ao mesmo tempo, uma das cavidades pleurais e a cavidade peritoneal(toracofrenolaparotomia), estando o paciente em decúbito dorsal ou obliquo posterior. Quando são expostos, no mesmo passo,uma das cavidades pleurais, o mediastino superior e o pescoço, mediante toracotomia unilateral anterior, esternotomia parcial superior e cervicotomia (toraco-mediatico-cervicotomia). (b) Variedade mediana: - quando uma incisao mediana longitudinal toracoabdominal expõe ,ao mesmo tempo,o mediastino anterior e a cavidade peritoneal (mediastino-laparotomia). → Incisão toracocervical - Quando há abertura simultânea da cavidade torácica e de planos anatômicos cervicais. Essa via de acesso comporta duas variedades: (a) Variedade mediana: - Quando são expostos ao mesmo tempo, o mediastino anterior e estruturas cervicais (mediatino-cervicotomia). Toracotomia Bilateral: a via de acesso é de traçado horizontal, ligeiramente ondulante com as pregas mamárias representando a junção medial de duas toracotomias anteriores praticamente de cada lado do esterno. Estando o paciente em decúbito dorsal. B. COMPLICAÇÕES As complicações na cirurgia torácica são bastante raras, mas sempre há um risco, já que estamos lidando com um trauma cirúrgico. Entre eles, destacam-se: hemorragias, infecções, pneumotórax, fístula broncopleural e reação aos anestésicos 4. BIÓPSIA PLEURAL A. CONCEITO A biópsia de pleura por agulha com a finalidade de se obter fragmentos da pleura parietal tem sido tradicionalmente indicada no diagnóstico diferencial dos derrames pleurais exsudativos. B. ANATOMIA E FISIOLOGIA i. Pleura parietal e visceral: A pleura é uma membrana dupla, formada por uma camada externa chamada de pleura parietal, adjacente à caixa torácica, e uma camada interna chamada de pleura visceral, que reveste diretamente os pulmões. ii. Espaço pleural: Entre essas duas camadas, está a cavidade pleural, preenchida por um líquido lubrificante, o líquido pleural. A pleura serve para manter os pulmões “armados” na ventilação, ou seja, abertos para as trocas gasosas. Isso porque o líquido pleural, juntamente com uma pressão negativa da cavidade pleural, mantém as pleuras parietal e visceral estabilizadas e aderentes, evitando um colapso pulmonar. Além disso, é graças à presença do líquido pleural que os pulmões conseguem deslizar suavemente sobre a caixa torácica durante os movimentos da ventilação, prevenindo atritos que poderiam ocasionar inflamações e outras lesões pulmonares. C. INDICAÇÕES Realiza-se a biópsia pleural para determinar a causa subjacente de derrame pleural exsudativo quando as toracocenteses repetidas não são diagnósticas. E. TÉCNICA As mesmas considerações apontadas para a realização da toracocentese com relação ao local da realização do procedimento, material utilizado e técnicas de anti-sepsia e analgesia são válidas para a biópsia pleural por agulha. Na realização da biópsia é feita uma pequena incisão na pele, usando-se preferencialmente uma lâmina de bisturi no 11, através da qual se introduzirá a agulha. Entre as agulhas utilizadas destacam-se a de Abrams e a de Cope. Não existe diferença significativa entre as duas agulhas com relação ao desempenho diagnóstico. A grande maioria dos serviços no Brasil utiliza rotineiramente a agulha de Cope, mesmo sem evidência de claras razões para esta escolha Quando as biópsias são realizadas por agulha, o número ideal de fragmentos é três e o tamanho de cada fragmento obtido deve ser de 3 X 10mm. É importante que o clínico, no momento de obter o material, tome cuidado para não comprimir os fragmentos com pinças F. CONTRAINDICAÇÕES A principal contra-indicação para a realização da biópsia de pleura é a presença de distúrbios da coagulação. Pacientes em uso de anticoagulantes ou com tempo de sangramento alterado não devem ser submetidos a este procedimento. Nos casos de empiema pleural, a biópsia não é recomendada, em decorrência do risco de desenvolvimento de abscesso subcutâneo no local da biópsia. Outras contra-indicações relativas incluem os pacientes não colaborativos e a presença de lesões e/ou infecções na pele. G. COMPLICAÇÕES Deve-se obter radiografia de tórax após a biópsia em virtude do risco elevado de complicações, que são as mesmas da toracocentese, porém, com alta incidência de pneumotórax e hemotórax. CASOS 1. Paciente do sexo masculino, 26 anos, dá entrada na emergência com história de febre há 30 dias, perda de peso, tosse seca e dor torácica. Ao exame, apresenta-se emagrecido e com monilíase oral. O teste rápido para HIV é (+) e a Radiografia de tórax mostra derrame pleural à Direita. De acordo com esses dados, quais dos diagnósticos são prováveis? Qual seria a melhora conduta para este caso? Os diagnósticos prováveis seriam: pneumotorax, derrame pleural, sarcoma de Kaposi (mais comum em HIV positivos), tuberculose, etc. A melhor conduta seria realizar a toracocentese diagnóstica. ▪ EXSUDATO: pelo menos três. ▪ TRANSUDATO: todos os três. https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7as-mediastinais-e-pleurais/derrame-pleural https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/como-fazer-procedimentos-pulmonares/como-fazer-toracocentese https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/procedimentos-pulmonares-diagn%C3%B3sticos-e-terap%C3%AAuticos/exames-de-imagem-do-t%C3%B3rax#v913036_pt https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/dist%C3%BArbios-pulmonares/doen%C3%A7as-mediastinais-e-pleurais/pneumot%C3%B3rax https://www.msdmanuals.com/pt/profissional/les%C3%B5es-intoxica%C3%A7%C3%A3o/trauma-tor%C3%A1cico/hemot%C3%B3rax ▪ Transudato geralmente infeccioso → drenar. ▪ Exsudato não drena → tratamento clínico (tratamento da causa base). 2. Paciente vítima de capotamento de automóvel em rodovia expressa, tendo sido ejetado do veículo, é levado pelo SAMU para a emergência do hospital de referência imobilizado em prancha longa e colar cervical. Ao exame físico, apresenta- se dispnéico, agitado, gritando que está com falta de ar e que vai morrer. Ao exame físico: A= Vias aéreas pérvias sem obstruções, colar cervical B= MV abolido em hemitórax direita, hipertimpanismo à percussão de hemitórax direita, estase jugular, desvio de traqueia para esquerda C= RDR bulhas normofonéticas, sem sopros. PA = 100 x 70mmHg, FC = 110 D= Glasgow 14, pupilas isocóricas/fotorreagentes E= escoriações em hemitórax direita com crepitações palpáveis e enfisema subcutâneo Qual o diagnóstico? Qual o melhor exame para confirmação? Qual a sequência de procedimentos correta para o tratamento deste paciente? O diagnóstico é pneumotórax hipertensivo. O melhor exame para confirmação da hipótese é o CLÍNICO (não realizar RX). A sequência correta seria: punção de alívio → transforma o pneumotórax hipertensivo em pneumotórax → drenagem de tórax. Pneumotórax Hipertensivo (DIAGNÓSTICO CLÍNICO – dor extremamente intensa e súbita, dispneia, cianose, turgência jugular, desvio contralateral das estruturas mediastinais, hipotensão sem evidencia de perda sanguínea, podendo evoluir com choque). Rx dispensável. Toracocentese descompressiva imediata. Indicado drenagem no 4º/5º EIC. Saber critérios para retirar dreno. CRITÉRIOS PARA A RETIRADA DO DRENO a) Fluxo de drenagem líquida menor de 150 ml/24 horas (2ml/kg/dia); b) de 12 a 24 horas após cessada a fuga aérea; c) resolução de intercorrência pleural d) tempo máximo de 10 dias de drenagem, mesmo quando não resolvida a intercorrência pleural. e) pulmão completamente expandido *resumo: causa resolvida; > 24h com dreno; quando para de borbulhar; quando estiver > 100ml não deve tirar o dreno; *O dreno deve ficar por mais de 24h, caso contrário, não estava indicada a drenagem. 3. Você está passandovisita na enfermaria de Cirurgia Geral com seu preceptor quando então avaliam um paciente que foi vítima de ferimento de arma branca em tórax à direita há 3 dias. Na ocasião, havia chegado na emergência do mesmo hospital com sinais e sintomas de pneumotórax, razão pela qual foi realizada a drenagem torácica ipsilateral. No momento, o dreno está oscilante, não borbulha, e apresentou drenagem de 100 mL de secreção sero-sanguinolenta nas últimas 24 horas. O preceptor lhe pergunta se este é o momento de retirar o dreno de tórax. O que você responderia? Não, primeiro realizer um RX de tórax que comprove a expansão pulmonar. Está há mais de 24h, o dreno não borbulha e a drenagem é de 100 mL; só faltou o RX para a retirada. - Dreno oscilante não é critério 4. Paciente vítima de ferimento de arma branca em hemitórax esquerdo há poucos minutos, chegou no pronto-atendimento chocado, arresponsivo, sem pulso. O técnico de enfermagem da ambulância refere que estava conversando com o paciente instantes atrás. Ao visualizar o monitor cardíaco, observa-se atividade elétrica (ritmo irregular, QRS alargado). Qual a conduta neste momento? Discuta o risco / benefício de drenagem de tórax, pericardiocentese e toracotomia na sala de emergência. Realizar toracotomia de reanimação. Geralmente em ferimentos penetrantes e AESP → tamponamento cardíaco PRÁTICA Punção: assepsia, antissepsia, colocação do campo, inserir a agulha na seringa e desencapar; encontrar o 2° espaço intercostal na linha hemiclavicular, imediatamente anterior à linha axilar média. Sentir a costela e inserir SEMPRE em 90° até sentir duro (chegou ao osso); auxilia com a outra mão e “desliza” sobre o osso, descendo para o local correto e desviando do nervo. Retira a agulha e deixa a partezinha plástica. Drenagem pleural: medir o dreno no tórax do paciente, ou a partir do último furo do dreno, contar 4 dedos (6 dedos para obesos) e marcar com um Kelly. Assepsia, antissepsia, colocação do campo; realizar uma incisão rente ao 4° ou 5° espaço intercostal com paciente de braço elevado; divulsionar com o Kelly curvo (entra fechado, sai aberto); exploração digital checando as vísceras e “abrindo caminho”; colocar um Kelly na parte inferior do tórax, sempre a curvatura do dreno e a do Kelly se alinham, depois deixar um pouquinho para fora do dreno (a pontinha). Inserir o dreno junto com o Kelly até o fim do Kelly; retirá-lo e inserir o resto do dreno até a marcação. Realizar sutura em “U” e sutura da bailarina (3 vezes) e dá um nó no final para fixação. Conectar ao selo d’água e mantê-lo sempre abaixo do paciente. Se for retirar o dreno (depois dos 4 critérios), deve pedir para o paciente inspirar e prender a respiração (ou pode ter um pneumotórax) e no momento de retirada do dreno, já puxa as duas bordas do fio de sutura fechando uma sutura em “U”. Toracotomia: realizar uma incisão com o bisturi das várias camadas para chegar até as víscerar, sempre com muita calma. Utilizar os afastadores Farabeuf para melhor visualização das vísceras. Com o Collin coração clampear a víscera com dano e realizar uma sutura contínua
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