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DIREITO AMBIENTAL

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Núcleo de Educação a Distância
R. Maria Matos, nº 345 - Loja 05
Centro, Cel. Fabriciano - MG, 35170-111
www.graduacao.faculdadeunica.com.br | 0800 724 2300
GRUPO PROMINAS DE EDUCAÇÃO.
Material Didático: Ayeska Machado
Processo Criativo: Pedro Henrique Coelho Fernandes
Diagramação: Heitor Gomes Andrade
PRESIDENTE: Valdir Valério, Diretor Executivo: Dr. Willian Ferreira, Gerente Geral: Riane Lopes, 
Gerente de Expansão: Ribana Reis, Gerente Comercial e Marketing: João Victor Nogueira
O Grupo Educacional Prominas é uma referência no cenário educacional e com ações voltadas para 
a formação de profi ssionais capazes de se destacar no mercado de trabalho.
O Grupo Prominas investe em tecnologia, inovação e conhecimento. Tudo isso é responsável por 
fomentar a expansão e consolidar a responsabilidade de promover a aprendizagem.
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Prezado(a) Pós-Graduando(a),
Seja muito bem-vindo(a) ao nosso Grupo Educacional!
Inicialmente, gostaríamos de agradecê-lo(a) pela confi ança 
em nós depositada. Temos a convicção absoluta que você não irá se 
decepcionar pela sua escolha, pois nos comprometemos a superar as 
suas expectativas.
A educação deve ser sempre o pilar para consolidação de uma 
nação soberana, democrática, crítica, refl exiva, acolhedora e integra-
dora. Além disso, a educação é a maneira mais nobre de promover a 
ascensão social e econômica da população de um país.
Durante o seu curso de graduação você teve a oportunida-
de de conhecer e estudar uma grande diversidade de conteúdos.
Foi um momento de consolidação e amadurecimento de suas escolhas
pessoais e profi ssionais.
Agora, na Pós-Graduação, as expectativas e objetivos são
outros. É o momento de você complementar a sua formação acadêmi-
ca, se atualizar, incorporar novas competências e técnicas, desenvolver 
um novo perfi l profi ssional, objetivando o aprimoramento para sua atua-
ção no concorrido mercado do trabalho. E, certamente, será um passo
importante para quem deseja ingressar como docente no ensino supe-
rior e se qualifi car ainda mais para o magistério nos demais níveis de
ensino.
E o propósito do nosso Grupo Educacional é ajudá-lo(a)
nessa jornada! Conte conosco, pois nós acreditamos em seu potencial.
Vamos juntos nessa maravilhosa viagem que é a construção de novos 
conhecimentos.
Um abraço,
Grupo Prominas - Educação e Tecnologia
Olá, acadêmico(a) do ensino a distância do Grupo Prominas! .
É um prazer tê-lo em nossa instituição! Saiba que sua escolha 
é sinal de prestígio e consideração. Quero lhe parabenizar pela dispo-
sição ao aprendizado e autodesenvolvimento. No ensino a distância é 
você quem administra o tempo de estudo. Por isso, ele exige perseve-
rança, disciplina e organização. 
Este material, bem como as outras ferramentas do curso (como 
as aulas em vídeo, atividades, fóruns, etc.), foi projetado visando a sua 
preparação nessa jornada rumo ao sucesso profi ssional. Todo conteúdo 
foi elaborado para auxiliá-lo nessa tarefa, proporcionado um estudo de 
qualidade e com foco nas exigências do mercado de trabalho.
Estude bastante e um grande abraço!
Professora Ana Luiza F. Quirino Teixeira
O texto abaixo das tags são informações de apoio para você ao 
longo dos seus estudos. Cada conteúdo é preprarado focando em téc-
nicas de aprendizagem que contribuem no seu processo de busca pela
conhecimento.
Cada uma dessas tags, é focada especifi cadamente em partes 
importantes dos materiais aqui apresentados. Lembre-se que, cada in-
formação obtida atráves do seu curso, será o ponto de partida rumo ao 
seu sucesso profi sisional.
Esta unidade analisará o Direito Ambiental sob uma perspec-
tiva introdutória, apresentando seus elementos básicos e permitindo a 
compreensão do aluno sobre esta disciplina que cuida do estudo de um 
bem jurídico tão importante. O meio ambiente sadio apresenta-se para 
nós como um direito fundamental de terceira geração, ou seja, possui 
uma titularidade coletiva e é dever de todos, Estado e coletividade, pre-
servá-lo e protegê-lo. Para apresentar ao aluno uma visão abrangente, 
a unidade inicia-se com um capítulo sobre considerações gerais sobre 
o meio ambiente seguido de uma abordagem sobre direitos fundamen-
tais, para reconhecer a sua importância dentro do ordenamento jurídi-
co brasileiro. Objetivando proporcionar ao leitor a compreensão destes 
conceitos básicos, são apresentadas as defi nições, bem como os as-
pectos infra estruturais organizacionais e jurídicos, históricos, necessá-
rios, culminando na abordagem do Direito Ambiental e suas ferramentas 
de prevenção e repressão de atos danosos. Serão apresentados tam-
bém alguns atores no processo de proteção ambiental, a exemplo do 
Ministério Público, assim como as particularidades que circundam todo 
o sistema nacional de meio ambiente, a fi m de que ao fi nal da Unidade, 
o leitor tenha uma visão introdutória do todo, e saiba que pontos deve 
aprofundar na melhoria e lapidação do conhecimento adquirido.
Meio Ambiente; Direitos Fundamentais; Direito Ambiental.
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CAPÍTULO 01
DIREITO E MEIO AMBIENTE
Meio Ambiente___________________________________________
Apresentação do módulo _____________________________________
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10
Direitos Individuais E Coletivos______________________________ 17
Direito Ambiental_________________________________________ 32
CAPÍTULO 02
ABORDAGEM PRINCIPIOLÓGICA DO DIREITO AMBIENTAL
CAPÍTULO 03
ÉTICA E AS FUNÇÕES DO DIREITO AMBIENTAL
O Ministério Público E Os Direitos Coletivos_____________________ 22
Recapitulando__________________________________________________ 47
Funções Do Direito Ambiental_______________________________ 51
Princípios Do Direito Ambiental_____________________________ 36
Recapitulando____________________________________________ 67
Problemas E Responsabilidades Ambientais___________________ 56
Recapitulando__________________________________________________ 27
Considerações Finais______________________________________ 72
Fechando a Unidade______________________________________ 73
Referências______________________________________________ 76
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O Direito Ambiental é um ramo do direito brasileiro relativamen-
te jovem, sua criação e expansão ganharam força com a promulgação 
da Constituição Federal de 1988 e, desde então, os mecanismos e fer-
ramentas protetivas vêm se especializando, a fi m de atingir o nível exi-
gido em âmbito internacional, para a proteção do bem ambiental.
Tendo como objeto jurídico a proteção e a garantia do equilíbrio 
ambiental, um direito fundamental metaindividual, cuja repercussão não 
se limita às fronteiras geográfi cas do nosso país, o Direito Ambiental 
vem ganhando espaço entre os estudiosos e pesquisadores do tema, 
que cuidam de compreender e difundir suas ideias, a fi m de garantir que 
o sistema nacional esteja de acordo com os padrões internacionais e 
exigências ratifi cadas pelo Brasil nas Convenções e Tratados Interna-
cionais sobre a temática ambiental.
Neste contexto, o presente módulo busca realizar uma aborda-
gem sequenciada, que acompanha a evolução conceitual do tema, na 
tentativa de viabilizar a compreensãoatravés de uma sequência lógica, 
ocorrida na gênese do próprio ramo do Direito, objeto de seu estudo.
Seguindo essa lógica, em seu Capítulo I é feita a abordagem 
dos conceitos que embasam o Direito Ambiental como um todo, sem os 
quais é impossível compreender as peculiaridades de suas ações es-
pecífi cas. Iniciando com um tópico sobre Meio Ambiente, onde é apre-
sentado o seu conceito, fazendo a devida distinção de outros conceitos 
a ele relacionados, mas que não guardam relação com o objeto jurídico 
da matéria. Neste tópico, ainda se aborda a linha do tempo em relação 
às conquistas dos direitos fundamentais, e como ele se enquadra na 
defi nição de direito fundamental de terceira geração.
Na sequência é feita uma exposição da recepção destes direi-
tos nas Constituições existentes na história do Brasil, para em seguida 
ser apresentada a distinção entre direitos fundamentais individuais e 
coletivos. Compreendidos estes conceitos básicos, dá-se destaque ao 
Ministério Público, entidade representativa da coletividade na defesa 
dos direitos difusos, apresentando como se dá sua atuação e as ferra-
mentas que ele dispõe para efetivar essa proteção.
No Capítulo II o estudo se volta para o Direito Ambiental pro-
priamente dito, no qual são abordadas suas características, natureza 
jurídica e particularidades de forma geral. No tópico seguinte é feita uma 
abordagem aos seus princípios norteadores, que embora sejam especí-
fi cos, guardam estreita relação com os supra princípios que regem toda 
a legislação universal, à exemplo do princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana.
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Finalmente, no capítulo III, temos uma abordagem mais práti-
ca do Direito Ambiental, onde apresentamos a sua faceta processual e 
suas características e especifi cidades como um ramo do direito inova-
dor, cuja dinâmica não foge dos paradigmas clássicos do Direito como 
um todo, mas não pode se ater unicamente a estes, sob pena de não lo-
grar êxito na tutela do bem ambiental na forma e no tempo necessários.
Por fi m, o intuito deste módulo é despertar no leitor a curiosi-
dade por esta temática tão rica e atual, cuja defesa é, indubitavelmente, 
dever de todos os seres humanos, uma vez que a nossa qualidade de 
vida está diretamente ligada à qualidade deste meio ambiente, que tan-
to se fala mas que, efetivamente, pouco se preserva. 
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MEIO AMBIENTE – CONCEITOS E OBRIGAÇÃO CONSTITUCIONAL 
DE PROTEÇÃO
O meio ambiente é alvo de muitas contradições e discussões 
desde que o mundo percebeu a sua importância. A contradição se inicia 
no momento em que se constata que todo ser humano está, inevitavel-
mente, ligado a ele, no entanto, poucos se preocupam em conhecer 
suas minúcias, detalhes e, principalmente, sua importância.
O fato de ser algo naturalmente disponível a todos os seres 
vivos causa essa estranha sensação de familiaridade e, talvez por isso, 
o desinteresse em conhecer mais, para saber proteger. Esse desconhe-
cimento foi responsável pela existência predatória dos seres humanos 
durante grande parte de sua relação com o meio ambiente: a possibili-
dade de que os impactos das ações humanas pudessem um dia refl etir 
DIREITO E MEIO
AMBIENTE
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sobre os próprios seres vivos, era algo inimaginável e, portanto, não 
gozava de protagonismo no âmbito estatal.
O Direito Ambiental é um ramo do direito brasileiro relativamen-
te jovem, sua criação e expansão ganharam força com a promulgação 
da Constituição Federal de 1988 e, desde então, os mecanismos e fer-
ramentas protetivas vem se especializando, a fi m de atingir o nível exi-
gido em âmbito internacional, para a proteção do bem ambiental.
Foi preciso que a realidade se apresentasse de forma brutal e 
que os humanos passassem a sentir os efeitos de suas ações na pró-
pria pele: mudanças climáticas, impactos ambientais, e todas as reper-
cussões negativas da atuação predatória dos seres humanos frente ao 
meio ambiente, despertaram o interesse, e porque não, a necessidade 
de se olhar com maior cuidado para as ações e consequências ambien-
tais destas.
Nas palavras de MACHADO (2007):
O meio ambiente é um bem coletivo de desfrute individual e geral ao mesmo 
tempo. O direito ao meio ambiente é de cada pessoa, mas não só dela, sen-
do ao mesmo tempo “transindividual”. Por isso, o direito ao meio ambiente 
entra na categoria de interesse difuso, não se esgotando numa só pessoa, 
mas se espraiando para uma coletividade indeterminada. Enquadra-se o di-
reito ao meio ambiente na “problemática dos novos direitos, sobretudo a sua 
característica de “direito de maior dimensão” (Paulo Aff onso Leme Machado 
2007, p. 118)
Diante deste cenário, as discussões que tiveram início no fi nal 
da década de 80, início dos anos 90, passaram a utilizar vários termos 
para se referir ao destinatário destas consequências: natureza, recur-
sos naturais, meio ambiente, recursos ambientais. Essa multiplicidade 
de conceitos gerou a necessidade de se individualizar teoricamente o 
meio ambiente, a fi m de possibilitar a sua tipifi cação, e consequente-
mente, sua proteção legal. Destaque-se que a Carta Magna não traz em 
seu escopo a defi nição de meio ambiente, se limitando a estabelecer a 
obrigação ao Poder Público e à coletividade de protegê-lo, conforme se 
infere da simples análise do art. 225:
Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, 
bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impon-
do-se ao poder público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo 
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para as presentes e futuras gerações. (Brasil – Constituição Federal – 1988)
Nesse contexto, percebe-se que é vital a defi nição de Meio 
Ambiente, a fi m de possibilitar o efetivo cumprimento do dispositivo 
constitucional. A referência legal do conceito de meio ambiente está 
contida na Lei 6.938/81, que dispõe sobre a Política Nacional do Meio 
Ambiente, seus fi ns e mecanismos de formulação e aplicação, e que em 
seu artigo 3º, inciso I, defi ne meio ambiente como sendo: “o conjunto 
de condições, leis,infl uências e interações de ordem física, química e 
biológica, que permite, abriga erege a vida em todas as suas formas.”
O meio ambiente é alvo de muitas contradições e discussões 
desde que o mundo percebeu a sua importância. A contradição se inicia 
no momento em que se constata que todo ser humano está, inevitavel-
mente, ligado a ele, no entanto, poucos se preocupam em conhecer 
suas minúcias, detalhes e, principalmente, sua importância.
Embora tenhamos esta competência legislativa privativa da 
União, a normativa ambiental é objeto de vários dispositivos legais em 
nível estadual, o que ao fi m, acaba trazendo prejuízos à efetiva atuação 
da atividade jurisdicional, haja vista que a multiplicidade de conceitos 
e, principalmente, a amplitude e abrangência conferida pelos mais va-
riados dispositivos legais termina por criar confl ito no âmbito jurídico 
ambiental, o que não é interessante quando se avalia a unicidade ne-
cessária no Direito para sedimentar uma proteção mais efetiva.
A conceituação trazida pela legislação anteriormente citada 
é alvo de muitas críticas, pois, se limita ao elemento biológico, e por-
tanto, deixa de considerar aspectos sociais e culturais, que são como 
uma parcela importante do meio ambiente como conceito jurídico. Esta 
realidade foi prevista em outros conceitos, a exemplo do adotado pelo 
Conselho Nacional do Meio Ambiente– CONAMA, que em sua Reso-
lução 306/2002, defi ne meio ambiente como “conjunto de condições, 
leis,infl uências e interações de ordem física, química, biológica, social, 
cultural e urbanística,que permite, abriga e rege a vida em todas as 
suas formas”.
Vencida a discussão sobre a conceituação de meio ambiente, 
faz-se necessário, e porque não vital, que se apresente o seu caráter 
constitucional, de forma a compreender os efeitos que o ultra-citado 
dispositivo constitucional é capaz de ocasionar, no que diz respeito às 
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instituições públicas e repercussões para a sociedade civil como todo.
O entendimento de que o meio ambiente é um bem jurídico 
metaindividual é fruto de uma evolução histórica que culmina no nasci-
mento dos direitos fundamentais de terceira geração. Destarte, é indis-
cutível que independente da geração que o acolha, os direitos funda-
mentais são vitais para o cidadão. Sua divisão em direitos de primeira, 
segunda e terceira geração dizem respeito apenas aos ideais que os 
norteiam: primeira geração são os direitos fundamentados nos ideais de 
liberdade; segunda geração se fundamentam nos ideais de igualdade 
e os de terceira geração nos ideais de fraternidade, ou solidariedade, 
como entendem alguns defensores da temática.
Considerando então que o direito ao meio ambiente equilibrado 
é um direito de terceira geração, entende-se que se trata de um direito 
fundamental transindividual, ou seja, que atende às necessidades de to-
dos os seres humanos, considerando o caráter fraternal dessa proteção 
no plano universal e não apenas nacional.
Destaque-se que a Carta Magna não traz em seu escopo a 
defi nição de meio ambiente, se limitando a estabelecer a obrigação ao 
Poder Público e à coletividade de protegê-lo.
Essa característica traz implicações e exige dos países um po-
sicionamento interno, no que tange à proteção ambiental dentro dos 
seus limites territoriais, no entanto a soberania de cada nação sofre 
pressões externas, baseadas justamente nos ideais de solidariedade 
universal.Exemplo conhecido dessa pressão são as exigências interna-
cionais no sentido de que o Brasil efetive a proteção à Floresta Amazô-
nica. 
Por ser possuidora de uma enorme quantidade de fl oresta tro-
pical, e, logicamente, possuir uma riqueza em biodiversidade incomen-
surável, a Floresta Amazônica é objeto de discussões internacionais 
rotineiras, já tendo sido inclusive ventilada em várias oportunidades a 
sua internacionalização, sob argumentos de que a biodiversidade ali 
existente é bem jurídico universal e, portanto, não pode ser tutelada 
apenas pelo Brasil em razão de sua soberania nacional.
Fato é que, até o presente momento, não houve avanços nes-
sa tratativa, entretanto, a pressão internacional por esse bem jurídico 
de terceira geração exigiu e exige do Brasil um posicionamento forte 
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no que tange à proteção ambiental dentro do seu território. Nas Consti-
tuições Brasileiras os direitos fundamentais são reconhecidos desde a 
Constituição de 1824, nesse sentido o Brasil inovou e teve a primeira 
Constituição que reconhecia os direitos fundamentais em todo o mundo. 
No entanto, em razão da própria época, estamos falando apenas de 
direitos fundamentais de primeira e segunda geração, que se encon-
travam sob a denominação de Direitos Civis e Políticos dos Cidadãos 
Brasileiros.
A previsão destes na Constituição de 1824, entretanto não ga-
rantia a sua efetiva proteção, pois, esta Carta reconhecia também o 
poder moderador, que impedia o pleno exercício dos direitos fundamen-
tais baseados nos ideais de liberdade e igualdade, deixando a previsão 
apenas no campo teórico.
Na sequência tivemos a Constituição de 1934, que deu início 
ao Estado Social Brasileiro e assegurou na prática o exercício destes 
direitos. Entretanto, essa possibilidade foi suprimida em 1937, em razão 
do movimento totalitarista, refl etindo diretamente na diminuição dos di-
reitos e garantias fundamentais nas Constituições de 1967 e 1969.
Por ser possuidora de uma enorme quantidade de fl oresta tro-
pical e, logicamente, possuir uma riqueza em biodiversidade incomen-
surável, a Floresta Amazônica é objeto de discussões internacionais 
rotineiras, já tendo sido inclusive ventilada em várias oportunidades a 
sua internacionalização, sob argumentos de que a biodiversidade ali 
existente é bem jurídico universal e, portanto, não pode ser tutelada 
apenas pelo Brasil em razão de sua soberania nacional.
Passado todo esse período, a consolidação dos direitos funda-
mentais só veio a ocorrer em 1988, com a Constituição Cidadã, que não 
só fortaleceu os direitos fundamentais de primeira e segunda geração, 
anteriormente previstos, como pela primeira vez abriu espaço para a 
previsão legal dos direitos difusos e coletivos, de terceira geração, ino-
vando mais uma vez.
Considerando estarmos tratando de direitos e garantias me-
taindividuais, a sua previsão no corpo constitucional trouxe como reper-
cussão a obrigação de reconhecimento desta matéria como prioridade 
nacional. Ainda que estejamos falando de uma Constituição que nasceu 
em um momento de euforia democrática, e que trata de temas não tão 
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prioritários assim, à exemplo da preocupação em destinar um dispositi-
vo constitucional para assegurar a manutenção do Colégio Pedro II, no 
Rio de Janeiro, na esfera federal (artigo 242, §2º), observe-se que os 
direitos difusos e coletivos receberam uma atenção especial da Consti-
tuinte e, além disso, as repercussões em legislação infraconstitucional 
ocorreram conforme o previsto, garantindo o cumprimento dessa ordem 
superior.
Neste contexto, ao trazer no corpo da Carta Magna a obrigação 
coletiva de proteção ao meio ambiente, a constituinte elevou o status
dessa proteção à prioridade nacional. Essa preocupação, em um mo-
mento crucial para o estabelecimento da democracia nacional, impõe à 
toda coletividade, com auxílio e fi scalização do Poder Público, de uso 
regrado e consciente dos recursos naturais, por ser o meio ambiente 
um bem de uso coletivo, considerada como vital a sua preservação para 
uma condição existência social, dentro do que reza o supra princípio da 
Dignidade da Pessoa Humana.
A complexidade dessa situação será abordada de forma mais 
individualizada no subtópico apresentado em sequência, quando serão 
feitas as distinções entre direitos individuais e coletivos, assim como as 
dimensões impactadas por essa previsão constitucional.
DIREITOS INDIVIDUAIS E COLETIVOS
Ao analisar o direito fundamental ao meio ambiente equilibra-
do, várias questões contraditórias se põem como barreira para a efe-
tivação desse equilíbrio. É indiscutível que o confl ito existente entre o 
avanço da indústria e a preservação do meio ambiente é um dos mais 
complexos dentro do cenário jurídico analisado.
Essa questão não se limita ao âmbito jurídico. A política e o ca-
pital exercem uma infl uência incontestável nessa discussão, e são tal-
vez o maior obstáculo para a efetiva proteção do meio ambiente, dentro 
de uma perspectiva concreta: para se manter um meio ambiente equi-
librado, é indispensável o uso racional de recursos por parte de todos 
que deles fazem uso. Essa limitação quando analisada sob o prisma do 
consumo habitacional, resvala na falta de educação como maior inimi-
go: a população precisa ser educada para que o uso seja consciente.
No entanto, quando se parte para a observação quantitativa, 
percebe-se que a parcela de infl uência da sociedade é ínfi ma quando 
comparada aos impactos das atividades industriais. Essa não é uma 
realidade exclusiva do Brasil, esforços internacionais conjuntos de Es-
tados são obstaculizados por uma indústria forte e resistente em reduzir 
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os impactos de suas atividades, resistência essa que tem como con-
sequência a produção de acordos e protocolos fi rmados pelas nações, 
com o objetivo de empreender um esforço coletivo direcionado à mini-
mização desses impactos.
O contexto apresentado, deságua naturalmente na discussão 
acerca do confronto de interesses, e, naturalmente, na proteção e defe-
sa dos direitos fundamentais, resultado de conquistas históricas ocorri-
das em todo o mundo. A normatização dos direitos fundamentais defi ne 
a prevalência entre interesses, resguardando os direitos considerados 
vitais, e portanto, objeto de maior proteção pelo Estado.
Saiba mais:
Filme sobre o assunto: O Sal da Terra (2014)
Acesse o link: https://youtu.be/pG3YLpZKomE
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note 
a relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.
Fruto de lutas ocorridas ao longo da história da humanidade, 
os direitos fundamentais são classifi cados em 03 (três) gerações, que 
abarcam os âmbitos civis e políticos, sociais e econômicos e, por fi m, os 
coletivos, representando os ideais de liberdade, igualdade e fraternida-
de, lema de grande parte das lutas históricas que originaram os direitos 
humanos. O decano Celso de Mello (1995) apresenta essa divisão de 
forma bastante didática, quando afi rma:
[...] enquanto os direitos de primeira geração (direitos civis e políticos) – que 
compreendem as liberdades clássicas, negativas ou formais – realçam o 
princípio da liberdade e os direitos de segunda geração (direitos econômi-
cos, sociais e culturais) – que se identifi cam com as liberdades positivas, 
reais e concretas – acentuam o princípio da igualdade, os direitos de terceira 
geração, que materializam poderes de titularidade coletiva atribuídos generi-
camente a todas as formações sociais, consagram o princípio da solidarieda-
de e constituem um momento importante no processo de desenvolvimento, 
expansão e reconhecimento dos direitos humanos, caracterizados enquanto 
valores fundamentais indisponíveis, pela nota de um essencial inexauribilida-
de.(MS 22.164, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30-10-1995, Plená-
rio, DJ de 17-11-1995.)
Compreendendo-se, então, que os direitos individuais e coleti-
vos são espécies de direitos fundamentais, que possuem sua base nos 
direitos humanos, podemos defi nir essas duas espécies da seguinte 
maneira:
Direitos Individuais são os direitos de primeira geração, pre-
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vistos na Constituição Federal, em sua grande maioria elencados no 
art. 5º, que objetivam garantir o desenvolvimento de personalidades e 
potenciais dos cidadãos brasileiros dentro do território nacional. Desta-
camos entre os direitos individuais: o direito à vida, os direitos políticos 
e as liberdades civis básicas, como a garantia de livre locomoção, liber-
dade de expressão, inviolabilidade da intimidade, entre outros.
Percebe-se que os direitos individuais têm como objetivo ga-
rantir que o cidadão brasileiro possa ser individualizado, tendo a certeza 
de que suas essencialidades serão preservadas e que, não havendo 
desrespeito à individualidade do outro, ele tem a liberdade de ser como 
é.
Essa classe de direitos, com exceção de alguns, como direito à 
vida e à liberdade de locomoção, tem como principal fi scal o seu titular. 
Em razão disso, cabe ao titular do direito individual o acionamento da 
tutela jurisdicional em caso de violação ou ameaça ao seu direito.
As principais características dos direitos individuais são:
1 – Imprescritibilidade: não são passíveis de perda de validade 
com o decurso do tempo;
2– Inalienabilidade: com exceção do direito à propriedade, os 
direitos individuais são pessoais e não podem ser transferidos, vendi-
dos ou cedidos a nenhuma outra pessoa;
3 – Indisponibilidade: o titular não pode dispor do seu direito 
individual, e são oponíveis a qualquer pessoa;
4 – Indivisibilidade: os direitos individuais existem em sua to-
talidade, não podem ser parcelados ou segmentados. Apenas as exce-
ções legalmente previstas podem ser consideradas como parcela, mas 
não se admitem analogias para parcelamento de direitos.
O contexto apresentado, deságua naturalmente na discussão 
acerca do confronto de interesses e, naturalmente, na proteção e defe-
sa dos direitos fundamentais, resultado de conquistas históricas ocorri-
das em todo o mundo.
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Defi nida a amplitude dos direitos individuais, é possível com-
preender que alguns desses direitos ultrapassam o âmbito individual e 
passam a ter efeito na coletividade como um todo, estamos falando en-
tão dos direitos coletivos. Podemos defi nir então direitos coletivos como 
sendo o grupo de direitos indivisíveis e transindividuais, metaindividuais 
ou supraindividuais, de segunda e terceira geração, pertencentes a uma 
coletividade determinada, caracterizando-se como conquistas sociais 
reconhecidas em lei, que benefi ciam a sociedade como um todo.
Essa conceituação é ampla e, especifi camente, os direitos co-
letivos se subdividem em: direitos difusos, coletivos e individuais homo-
gêneos, assim classifi cados pelo Código de Defesa do Consumidor - Lei 
8.078/90, em seu artigo 81, parágrafo único:
Art. 81. A defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas 
poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo.
Parágrafo único. A defesa coletiva será exercida quando se tratar de:
I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, 
os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas 
indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste có-
digo, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, 
categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por 
uma relação jurídica base;
III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os de-
correntes de origem comum. (Brasil - Lei Nº 8.078/90 – Código de Defesa do 
Consumidor)
Trazendo a conceituação individualizada feita pelo Conselho 
Nacional do Ministério Público, temos as seguintes defi nições:
Direitos Difusos: Os titulares de direitos difusos são indeterminados e inde-
termináveis. Dito de outra forma, não é possível determinar quem são os 
titulares de um direito difuso. Isso não signifi ca que ninguém sofra ameaça 
ou violação de direitos difusos, mas que os direitos difusos são direitos que 
merecem especial proteção, pois atingem alguém em particular e, simultane-
amente, a todos. 
Exemplos: Direito a um meio ambiente sadio; Direito à vedação à propagan-
da enganosa, Direito à segurança pública. 
Direitos Coletivos em Sentido Estrito: São direitos de grupo, categoria ou 
classe de pessoas. É possível determinar quem são os titulares de direitos 
coletivos em sentido estrito, pois existe uma relação jurídica entre as pesso-
as atingidas por sua violação ou entre estas e o violador do direito. 
Exemplos: Direito dos consumidores de receber serviços de boa qualida-
de das prestadoras de serviços públicos essenciais, como de telefonia, de 
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abastecimento de água e de energia elétrica; Direito dos técnicos de raio-x 
de receber adicional de insalubridade; Direito dos alunos de determinada 
faculdade de receber serviços educacionais de qualidade.
Direitos Individuais Homogêneos: São direitos individuais que recebem pro-
teção coletiva no propósito de otimizar o acesso à Justiça e a economia pro-
cessual. Dizem respeito a pessoas determinadas cujos direitos são ligados 
por um evento que tenha origem comum. Como o próprio nome diz,apesar 
de homogêneos, são direitos individuais, sendo também possível a proposi-
tura de ação individual.
Exemplos: Direitos dos compradores de produto defeituoso de serem indeni-
zados pelo fabricante; Direito à declaração de nulidade de cláusula abusiva 
de contrato de prestação de serviços públicos essenciais, como de telefonia, 
de energia elétrica ou de abastecimento de água; Direito das vítimas de um 
acidente de avião. (Ministério Público de São Paulo.Disponível em (CNMP, 
2019)
Considerando as três acepções que envolvem a terminologia 
dos direitos coletivos, e analisando de forma mais específi ca o direi-
to ao meio ambiente equilibrado, como direito fundamental previsto 
na Constituição Federal, sob o prisma dos direitos coletivos, podemos 
compreender a sua natureza jurídica difusa. Esse entendimento é corro-
borado pela doutrina, e aqui trazemos o pensamento de SIMÕES (2013, 
s.p) para embasar o nosso entendimento, quando afi rmam:
É necessário frisar que o problema da tutela ambiental manifesta-se em 
um contexto, a partir do qual a degradação do meio ambiente deixa de 
representar uma ameaça não somente ao bem-estar ou a qualidade de 
vida humanas, mas insere-se em um horizonte que refl ete o aniquilamento 
da espécie humana.Justamente, faceando esse horizonte de caos 
generalizado, a preservação e recuperação ambiental somente são 
possíveis quando os imperativos jurídicos se desprendem dos diplomas 
normativos e ganham vida nas políticas públicas, gestadas pela consciência 
ética institucionalizada.E nessa perspectiva, uma vez garantido o direito 
à vida, a preservação do meio ambiente correlaciona-se com a dignidade 
da pessoa humana, na medida em que uma vida digna pressupõe uma vida 
saudável, que só pode advir de um meio ambiente equilibrado.Desse modo, 
é crível tratar o direito a um meio ambiente sadio, como direito fundamental, 
ante as razões imperativas acima expostas, as quais apontam para a sobre-
vivência do indivíduo, e da preservação de toda a espécie.Assim, conside-
rando a importância dos direitos ambientais, sua problemática tutela emerge 
de seu caráter metaindividual, que preconiza uma abordagem jurídica dife-
renciada.Tal panorama emerge da noção adstrita à conclusão de que os di-
reitos ambientais tratam-se de direitos de todos, extrapolando, por consequ-
ência, o âmbito individual, e desaguando em uma ótica de indivisibilidade e 
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titularidade difusa.(Simões, 2013, s.p.) 
A discussão acerca do Direito Ambiental e sua natureza difusa 
como direito fundamental, será tratada no capítulo 2, assim como a sua 
abordagem principiológica, entretanto, a sua citação neste momento se 
faz necessária para contextualizar a inserção das entidades responsá-
veis por garantir sua proteção.
Percebe-se que os direitos individuais têm como objetivo ga-
rantir que o cidadão brasileiro possa ser individualizado, tendo a certeza 
de que suas essencialidades serão preservadas e que, não havendo 
desrespeito à individualidade do outro, ele tem a liberdade de ser como 
é.
Por tratar-se de coletividade, a proteção dos direitos coletivos é 
exercida de forma ostensiva pelo Estado, através de vários entes repre-
sentativos na sociedade, que são os legalmente legitimados a defender 
a coletividade, através de Ações Civis Públicas ou Coletivas: Ministério 
Público, a Defensoria Pública, a União, os Estados-membros, o Distrito 
Federal, os municípios, as autarquias, as empresas públicas, as socie-
dades de economia mista, as fundações e as associações civis. No en-
tanto, uma dessas entidades possui entre as suas funções institucionais 
a proteção aos direitos coletivos: o Ministério Público. E é sobre essas 
funções que nos deteremos no tópico a seguir.
O MINISTÉRIO PÚBLICO E OS DIREITOS COLETIVOS
A legislação brasileira, famosa por sua profusão no que con-
cerne à produção legislativa, é reconhecidamente uma defensora fugaz 
dos direitos coletivos. Essa vocação é notada na enorme quantidade de 
normas dedicadas à proteção desses interesses existentes no direito 
pátrio. Além das previsões constitucionais, no que tange às questões 
metaindividuais, podemos citar como normativas coletivas o Código de 
Defesa do Consumidor, Lei de Improbidade Administrativa, toda a vasta 
legislação ambiental existente no país, com destaque para o Código 
Florestal, o Estatuto das Cidades, a Lei 6.938/82, que institui a Política 
Nacional do Meio Ambiente. Leis processuais como a Lei de Ação Civil 
Pública e a Lei de Ação Popular. Legislação para proteção de Idosos, 
Crianças e Adolescentes, Lei de Biossegurança, entre tantas outras.
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Os titulares de direitos difusos são indeterminados e indeter-
mináveis. Dito de outra forma, não é possível determinar quem são os 
titulares do referido direito. Isso não signifi ca que ninguém sofra amea-
ça ou violação, mas que os direitos difusos são aqueles que merecem 
especial proteção, pois, atingem alguém em particular e, simultanea-
mente, a todos. 
Essa preocupação legislativa em proteger os interesses cole-
tivos é respaldada pela atuação efetiva de muitas instituições públicas, 
mas dentre estas destaca-se um órgão de vital importância na fi scali-
zação dos direitos coletivos, em todas as suas dimensões: o Ministério 
Público.
O Ministério Público é uma instituição autônoma, que possui 
papel essencial no acesso à justiça, conforme preceitua a Constituição 
Federal de 1988, em seu artigo 127:
Art. 127. O Ministério Público é instituição permanente, essencial à função 
jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe a defesa da ordem jurídica, do regi-
me democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis. (Brasil. 
Constituição Federal de 1988)
Conforme pode-se inferir da análise do dispositivo constitucio-
nal ora transcrito, a sua existência possui natureza de essencialidade 
no cumprimento da justiça como atividade Estatal, entretanto, não há 
que se falar em exclusividade em todos os casos, pois, verifi ca-se com-
petência concorrente com outras instituições em várias situações legais.
As funções do MP incluem também a sua atuação como fi scal 
da aplicação das leis, a defesa do patrimônio público e o zelo pelo efe-
tivo respeito dos poderes públicos aos direitos assegurados na Consti-
tuição.
As situações de legitimação do Ministério Público, encontram-
-se elencadas especifi camente no artigo 129 da Constituição Federal, 
quando houve a preocupação da constituinte em defi nir as suas funções 
institucionais:
Art. 129. São funções institucionais do Ministério Público:
I -promover, privativamente, a ação penal pública, na forma da lei;
II -zelar pelo efetivo respeito dos poderes públicos e dos serviços de rele-
vância pública aos direitos assegurados nesta Constituição, promovendo as 
medidas necessárias a sua garantia;
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III - promover o inquérito civil e a ação civil pública, para a proteção do pa-
trimônio público e social, do meio ambiente e de outros interesses difusos e 
coletivos;
IV -promover a ação de inconstitucionalidade ou representação para fi ns de 
intervenção da União e dos Estados, nos casos previstos nesta Constituição;
V - defender judicialmente os direitos e interesses das populações indígenas;
VI -expedir notifi cações nos procedimentos administrativos de sua compe-
tência, requisitando informações e documentos para instruí-los, na forma da 
lei complementar respectiva;
VII -exercer o controle externo da atividade policial, na forma da lei comple-
mentar mencionada no artigo anterior;
VIII -requisitar diligências investigatórias e a instauração de inquérito policial, 
indicados os fundamentos jurídicos de suas manifestações processuais;
IX -exercer outras funções que lhe forem conferidas, desde que compatíveiscom sua fi nalidade, sendo-lhe vedada a representação judicial e a consulto-
ria jurídica de entidades públicas.(Brasil. Constituição Federal de 1988)
Observe-se que a atuação do Ministério Público só é privativa 
na propositura de Ação Penal Pública, no entanto, no que concerne a 
proteção de direitos coletivos, através de ações civis, existe a previsão 
de competência concorrente no parágrafo primeiro do mesmo artigo, 
que dispõe:
Art. 129
(...)
§ 1º A legitimação do Ministério Público para as ações civis previstas 
neste artigo não impede a de terceiros, nas mesmas hipóteses, 
segundo o disposto nesta Constituição e na lei.(Brasil. Constituição 
Federal de 1988)
No entanto, a jurisprudência é pacífi ca sobre a legitimidade do 
Ministério Público para promoção de ações em defesa de interesses 
coletivos, sendo esta a sua função de maior destaque no que tange à 
atuação perante a justiça brasileira:
Legitimidade do Ministério Público para promover ação civil pública em defe-
sa dos interesses difusos, coletivos e homogêneos
Primeiramente, padece de inconsistência a tese segundo a qual o Mi-
nistério Público não teria legitimidade para ajuizar a ação civil pública 
proposta na origem, dada a natureza dos direitos tutelados (individuais 
homogêneos, de caráter supostamente disponível). Ora, trata-se nada 
menos que a ação reparatória proposta pelo Parquet no interesse das inú-
meras vítimas da explosão ocorrida no Osasco Plaza Shopping, em 1996. 
Em caso muito menos grave do que este, o Plenário do Supremo Tri-
bunal Federal (RE 163231, rel. min. Maurício Corrêa, Tribunal Pleno, DJ 
29.06.2001) decidiu que o Ministério Público tem legitimidade ad cau-
sam para propor ação civil pública quando a controvérsia envolver a de-
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fesa de direitos individuais homogêneos de consumidores. (...) Assinalo 
que, atualmente, essa orientação consta inclusive da jurisprudência su-
mulada, nos termos do enunciado 643. (AI 496.854 AgR, rel. min. Joaquim 
Barbosa, 2ª T, j. 29-3-2011, DJE 70 de 13-4-2011.)
Súmula 643 – STF: O Ministério Público tem legitimidade para promover 
ação civil pública cujo fundamento seja a ilegalidade de reajuste de mensali-
dades escolares. (Brasil – Súmula 643 – Superior Tribunal Federal)
Dentro do escopo de sua atuação, o Ministério Público pos-
sui ferramentas de atividade judicial e extrajudicial, para a defesa dos 
direitos coletivos ora analisados. Extrajudicialmente, a sua atuação se 
dá por meios de Curadorias e Promotores e tem como principais instru-
mentos os Termos de Ajustamento de Conduta e o Inquérito Civil.
O termo de ajustamento de conduta, é a forma de atuação pre-
ventiva que o Ministério Público compartilha com outras entidades legi-
timadas, mas que é uma grande marca de sua atuação como fi scal dos 
direitos coletivos. 
Sua aplicação se dá após a identifi cação de um agente viola-
dor de direitos coletivos, como forma de inibir a continuidade do com-
portamento ou ação violadora, e evitar a necessidade de ação judicial. 
As funções do MP incluem também a sua atuação como fi scal 
da aplicação das leis, a defesa do patrimônio público e o zelo pelo efe-
tivo respeito dos poderes públicos aos direitos assegurados na Consti-
tuição.
Sua previsão legal consta na Lei de Ação Civil Pública, nº 
7.347/85, art. 5º, §6º, que dispõe: “Os órgãos públicos legitimados po-
derão tomar dos interessados compromisso de ajustamento de sua con-
duta às exigências legais, mediante cominações, que terá efi cácia de 
título executivo extrajudicial.”
O inquérito civil, embora seja atuação extrajudicial do Ministério 
Público, visa instruir inicial para a Ação Civil Pública, e está prevista no 
mesmo diploma legal, em seu art. 8º, §1º: “ O Ministério Público poderá 
instaurar, sob sua presidência, inquérito civil, ou requisitar, de qualquer or-
ganismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, 
no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis.”
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Judicialmente, sua atuação está sempre conectada à defesa 
da coletividade, quer como promotor privativo de ações penais públicas, 
quer na tutela de incapazes ou, como já citado anteriormente, como 
titular ou fi scal da lei em ações civis de proteção a direitos difusos e 
coletivos, com destaque para a previsão constitucional de defesa do 
meio ambiente e do patrimônio público e social, o que lhe confere uma 
amplitude de atuação considerável.
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QUESTÕES DE CONCURSOS
QUESTÃO 1
Ano: 2011 Banca: COPS-UEL Órgão: PGE-PR Prova: PGE-PR - Pro-
curador do Estado
Sobre o direito fundamental ao meio ambiente ecologicamente 
equilibrado, estabelecido no caput do artigo 225 da Constituição 
Federal de 1988, é correto afi rmar:
A) trata-se de um direito de natureza difusa que se consolida a partir da 
soma de direitos individuais;
B) trata-se de um direito difuso, sendo este compreendido como transin-
dividual, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeter-
minadas ligadas entre si por uma relação jurídica de base;
C) trata-se de um direito difuso, sendo este compreendido como transin-
dividual, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeter-
minadas e ligadas por circunstâncias de fato;
D) trata-se de um direito de natureza coletiva que se consolida a partir 
da soma de direitos individuais;
E) trata-se de um direito coletivo, sendo este compreendido como tran-
sindividual, de natureza indivisível, de que seja titular um grupo, cate-
goria ou classe de pessoas ligadas entre si por circunstâncias de fato.
QUESTÃO 2
Ano: 2008 Banca: CESPE Órgão: PGE Prova: Procurador do Esta-
do Nível: Superior
A 1.ª Conferência Européia sobre Meio Ambiente e Saúde, realizada 
em Frankfurt (1989), sugeriu à Comunidade Econômica Européia 
uma Carta Européia do Meio Ambiente e da Saúde prevendo que 
cada pessoa tem o direito de benefi ciar-se de um meio ambiente 
que lhe permita usufruir do nível mais elevado possível de saúde e 
de bem-estar, além do direito de ser informada e consultada sobre 
os planos, decisões e atividades suscetíveis de afetar, ao mesmo 
tempo o meio ambiente e a saúde e do direito de participar no pro-
cesso de tomada de decisões sobre tais assuntos.
Paulo Aff onso Leme Machado. Direito ambiental brasileiro. São-
Paulo: Malheiros, 2003, p. 76-7 (com adaptações).
Sendo o direito à informação fundamental para o exercício de uma 
política do meio ambiente independente e atuante, a divulgação 
preliminar dos projetos que possam trazer danos ao ambiente é 
uma técnica ambiental efi ciente neste sentido. Esse aspecto do 
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procedimento administrativo propicia maior integração da comu-
nidade com a administração, possibilitando uma contínua troca de 
informações. A partir dessas informações e do texto acima, é cor-
reto afi rmar que o direito à publicidade ambiental:
A) impõe ao administrador o ônus de instituir procedimentos de oitiva 
comunitária nas regiões afetadas por atividades antrópicas ecologica-
mente impactantes, segundo as regras estabelecidas pelo Comitê de 
Gestão da Informação, órgão deliberativo e consultivo do CONAMA, 
responsável pela coleta, sistematização e divulgação das informações 
ambientais.
B) impõe ao cidadão que deseja acessar as informações ambientais so-
cialmente relevantes a necessidade de provar seu legítimo interesse na 
qualidade do meio ambiente, que, embora seja patrimônio público a ser 
necessariamente assegurado e protegido, tendo em vista o uso coleti-
vo, está sujeito ao regime da propriedade privada, não sendo, portanto, 
legítima a parte que não titulariza tal direito.
C) dispõe que apenas as pessoas físicaspodem, legitimamente, exer-
cê-lo, sendo completamente vetado seu exercício às pessoas jurídicas
D) somente assegura às pessoas jurídicas a possibilidade de exercê- lo 
frente aos órgãos central, setoriais e seccionais, quando representadas 
pelo Ministério Público da União.
E) dispõe que, para se solicitar informação de interesse particular ou de 
interesse geral ou coletivo (como é a matéria ambiental), não há neces-
sidade de se comprovar a legitimidade do interesse; basta constarem os 
esclarecimentos relativos aos fi ns e razões do pedido.
QUESTÃO 3
Ano: 2012 Banca: FADESP Órgão: MPE-PA Provas: FADESP - 2012 
- MPE-PA - Técnico em Informática 
São princípios institucionais do Ministério Público:
A) a unidade, a indivisibilidade e a independência funcional.
B) a indivisibilidade, a discricionaridade e a transparência.
C) a pessoalidade, a independência funcional e a interdependência de 
poderes.
D) a unidade, a efi cácia e a moralidade.
QUESTÃO 4
Ano: 2015 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Rio Novo do Sul 
Prova: Agente Fiscal Ambiental Nível: Superior
O conceito clássico de desenvolvimento sustentável afi rma que “É 
o desenvolvimento capaz de suprir as necessidades da geração 
atual, sem comprometer a capacidade de atender as necessidades 
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das futuras gerações. É o desenvolvimento que não esgota os re-
cursos para o futuro”(BRUNDTLAND,1991).
São os componentes de desenvolvimento sustentável os:
A) econômico, ambiental e natural.
B) político, econômico e ambiental.
C) econômico, sociopolítico e ambiental.
D) socioeconômico, ambiental e direitos humanos.
QUESTÃO 5
Ano: 2015 Banca: IDECAN Órgão: Prefeitura de Rio Novo do Sul 
Prova: Agente Fiscal Ambiental Nível: Superior
De acordo com a Resolução do CONAMA 01/86, impacto ambiental 
é qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológi-
cas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou 
energia resultante das atividades humanas que, direta ou indireta-
mente, afetam, EXCETO:
A) As atividades sociais e econômicas.
B) O patrimônio histórico e cultural da cidade.
C) A saúde, a segurança e o bem-estar da população.
D) As condições estéticas e sanitárias do meio ambiente.
QUESTÃO DISSERTATIVA – DISSERTANDO A UNIDADE
O artigo 225 da Constituição Federal estabelece que “todos têm direito 
ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do 
povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao poder públi-
co e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presen-
tes e futuras gerações”. Nesse sentido, especifi que em qual dispositivo 
legal está prevista a referência legal de meio ambiente.
TREINO INÉDITO
 Assunto: Direitos individuais
Assinale a alternativa que indica corretamente o conceito de direitos 
individuais.
A) Garantem o desenvolvimento de personalidades e potenciais dos 
cidadãos brasileiros dentro do território nacional. 
B) Garantem o desenvolvimento de personalidades e potenciais dos 
cidadãos americanos dentro do território nacional. 
C) Garantem o desenvolvimento de personalidades e potenciais dos 
cidadãos portugueses dentro do território nacional. 
D) Garantem o desenvolvimento de personalidades e potenciais dos 
cidadãos dinamarqueses dentro do território nacional. 
E) N.D.A.
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NA MÍDIA
DIREITOS COLETIVOS E INDIVIDUAIS INDISPONÍVEIS PROTEGIDOS
Assegurar a defesa e a execução dos direitos coletivos e dos direitos 
individuais indisponíveis, tais como o direito à vida, à saúde, à educa-
ção, à cidadania, à liberdade, à identidade civil, à dignidade da pessoa, 
dentre outros. Garantir os direitos essenciais à sobrevivência do homem 
em sociedade, em que a ordem pública obriga a proteção pelo Estado.
Fonte: MPDFT
Data: 2015
Leia na íntegra em: 
http://www.mpdft.mp.br/portal/index.php/planejamentoestrategico/
7659-direitos-individuais-indisponiveis-protegidos
NA PRÁTICA
RECURSO ESPECIAL
PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. 
IMPEDIMENTO DE PROSSEGUIMENTO DE LICENCIAMENTO AM-
BIENTAL. DIREITOS DOS INDÍGENAS. INTERESSE PROCESSUAL 
DO MINISTÉRIO PÚBLICO INDEPENDENTEMENTE DA EXPEDIÇÃO 
DA LICENÇA AMBIENTAL. RECURSO DESPROVIDO. 1. A recorrente 
defende a tese de que o Ministério Público Federal não possui interesse 
processual para ajuizar Ação Civil Pública que visa a impedir a implan-
tação do “Projeto de Obras de Aproveitamento dos Rios Capivari e Mo-
nos” - voltado ao abastecimento da região metropolitana de São Paulo -, 
tendo em vista que ainda não fi nalizado o licenciamento administrativo. 
Em outras palavras, sustenta que, sem a expedição de licença ambien-
tal, as obras não terão início, motivo pelo qual carece o Parquet de inte-
resse de agir, já que sem utilidade e desnecessária a tutela judicial. [...]
(STJ - REsp: 1616027 SP 2016/0193334-6, Relator: Ministro HERMAN 
BENJAMIN, Data de Julgamento: 14/03/2017, T2 - SEGUNDA TURMA, 
Data de Publicação: DJe 05/05/2017)
Fonte: JusBrasil
Data: 2017
Leia na íntegra em:
https://stj.jusbrasil.com.br/jurisprudencia/465739251/recurso-especial-
resp-1616027-sp-2016-0193334-6?ref=serp
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PARA SABER MAIS:
Filme sobre o assunto: A fi rma
Peça de teatro: Artigo 5º da Constituição
Acesse os links:https://youtu.be/no9oEMW2n_8
https://youtu.be/goLQAu2l6K0
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DIREITO AMBIENTAL
Como dito no capítulo anterior, a interação humana com o meio 
ambiente sempre ocorreu de forma instintiva: o homem buscava na na-
tureza os recursos para sobrevivência, de forma indiscriminada, sem a 
consideração acerca das condições de renovação destes recursos. O 
crescimento associado à evolução tecnológica foram as molas propul-
soras para que essa exploração de recursos passasse a níveis antes 
inimagináveis, e portanto, desse início a um processo de degradação 
em larga escala que, ainda assim, era fato desconsiderado diante da 
enorme evolução que vivia a sociedade de forma geral.
ABORDAGEM
PRINCIPIOLÓGICA DO
DIREITO AMBIENTAL
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Começa a nascer o conceito de sustentabilidade voltado ao 
uso de recursos naturais, a fi m de garantir não apenas a sua explora-
ção, para possibilitar a sequência do desenvolvimento, mas a sua ma-
nutenção ao longo do tempo.
Essa sequência exploratória eivada de degradação, começou 
a dar sinais de afetação ao meio ambiente e, a partir da também evo-
luída ciência, percebeu-se a fi nitude de alguns recursos naturais antes 
desconsiderada. Essa constatação gerou a necessidade de atuação 
preventiva, em todas as ações humanas, como forma de redução de 
impactos. Necessário também que houvesse a união de vários setores 
da sociedade, assim como várias vertentes científi cas conjugando es-
forços no sentido único de somar conhecimentos e repensar ações de 
desenvolvimento clássicas, que atendiam as fi nalidades imediatas, com 
um alto custo benefício a longo prazo.
Começa a nascer o conceito de sustentabilidade, voltado ao 
uso de recursos naturais, a fi m de garantir não apenas a sua exploração 
para possibilitar a sequência do desenvolvimento, mas a sua manuten-
ção ao longo do tempo. Para que se concretizasse essa nova noção de 
desenvolvimento, houve a necessidade de congregar diversas áreas de 
conhecimento científi co, jurídico e técnico, assim como foi necessário 
pensar o ajustamento do direito à efetivação dessa proteção na prática.
Nesse contexto, nasce o Direito Ambiental, fruto de umainte-
ração interdisciplinar que regula a atividade humana e sua relação com 
o meio ambiente, de forma a garantir que haja exploração sustentável, 
a fi m de propiciar a manutenção de um meio ambiente sadio às próxi-
mas gerações. Comparado aos outros ramos do direito, temos o direito 
ambiental como um segmento jovem do direito pátrio e, por essa razão, 
faz uso de vários conceitos e princípios de outras disciplinas jurídicas 
clássicas, a fi m de tutelar o bem meio ambiente de forma satisfatória, 
não se limitando às fronteiras legais nacionais, ao incorporar posições e 
ferramentas legais supranacionais, a fi m de preservar o bem ambiental.
Essa sequência exploratória eivada de degradação, começou 
a dar sinais de afetação ao meio ambiente e, a partir da também evo-
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luída ciência, percebeu-se a fi nitude de alguns recursos naturais antes 
desconsiderada. Essa constatação gerou a necessidade de atuação 
preventiva, em todas as ações humanas, como de reduzir os impactos. 
A fi m de possibilitar a tutela jurisdicional prevista no art. 225 da 
Constituição Federal de 1988, o Direito Ambiental apresenta-se como 
um ramo interdisciplinar do direito pátrio, trazendo em seu corpo: con-
ceitos legais, tipifi cações de crimes ambientais, ferramentas de preven-
ção e contenção de violações ao meio ambiente sadio, atores legitima-
dos para atuar em sua defesa e todos os instrumentos necessários ao 
atendimento das diretrizes internacionais acerca do tema.
Ao contrário do que possa parecer em um primeiro momento, 
o paradigma meio ambiente e desenvolvimento econômico não é uma 
oposição exata. O pensamento da sustentabilidade dentro do Direito 
Ambiental Brasileiro permite o desenvolvimento de atividades econômi-
cas dentro da ótica da preservação e do reuso, que visam compatibili-
zar estas atividades com o desenvolvimento em ações sustentáveis ao 
longo do tempo. 
Nesse contexto, há que se ressaltar o direito ao meio ambien-
te equilibrado, como direito fundamental sedimentado na Constituição 
Federal. Seguindo uma tendência constitucional da década de 70, a 
Constituição Federal de 1988 mantém a importância do equilíbrio do 
meio ambiente como ponto que serve de base para o Direito Ambiental 
Brasileiro: relaciona as competências legislativas e administrativas em 
matéria ambiental, aspectos culturais e sociais do meio ambiente que 
devem ser protegidos, e coliga o meio ambiente sadio como um requi-
sito indispensável ao atendimento do Princípio da Dignidade da Pessoa 
Humana.
Essa importância concedida ao meio ambiente sadio, no con-
texto constitucional, já foi reconhecida pela Suprema Corte do Brasil, 
que entendeu:
“Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado. Tra-
ta-se de um típico direito de terceira geração (ou de novíssima dimen-
são), que assiste a todo o gênero humano (RTJ 158/205-206). Incumbe, 
ao Estado e à própria coletividade, a especial obrigação de defender e 
preservar, em benefício das presente e futuras gerações, esse direito de 
titularidade coletiva e de caráter transindividual (RTJ 164/158-161). O 
adimplemento desse encargo, que é irrenunciável,representa a garantia 
de que não se instaurarão, no seio da coletividade, os graves confl itos 
intergeracionais marcados pelo desrespeito ao dever de solidariedade, 
que a todos se impõe, na proteção desse bem essencial de uso comum 
das pessoas em geral. (ADI-MC n.º 3540-1 – STF)
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Grande discussão pousa sobre a natureza jurídica do Direito 
Ambiental. Por tratar de tutelar um bem garantido nos direitos funda-
mentais de terceira geração, há que se considerar a existência de um 
híbrido entre direito público e privado, haja vista que se caracteriza pela 
titularidade coletiva do bem tutelado, a quem se destina uma regulação 
Estatal como forma interventiva, devido à complexidade desse bem.
Em outras palavras, temos um interesse que ao mesmo tempo 
pode ser considerado privado e público, bastando para essa confi gu-
ração o ajuste de prisma, mas que tem no Poder Público seu maior 
defensor, através de suas instituições que, no entanto, não gozam de 
legitimidade privada para acionar o poder jurisdicional na tutela do bem 
meio ambiente, podendo um particular tomar a decisão de fazer valer 
sua cidadania e tomar providências no sentido de retirar o Estado-Juiz 
de sua inércia principiológica.
Portanto, temos um Direito cuja natureza jurídica foge da di-
cotomia clássica do Público-Privado e nasce o conceito para os direi-
tos fundamentais de terceira geração, dos interesses metaindividuais, 
como já abordado no capítulo anterior. A análise da natureza jurídica do 
Direito Ambiental se faz necessária, para que seja possível a compreen-
são das duas dimensões de atuação estatal no que tange à tutela do 
bem ambiental. 
Segundo a lógica de atuação do Estado, temos que a natureza 
jurídica privada de um Direito estabelece os limites de atuação estatal 
como atividade eminentemente secundária, chegando a considerar-se 
como regra a abstenção dessa atuação, principalmente ao se conside-
rar o princípio de valorização da vontade das partes. Já o direito de na-
tureza pública prescinde do particular e impõe ao Estado uma veemente 
atuação no sentido de fazer valer seus poderes institucionais para a 
manutenção da paz e harmonia sociais.
Saiba mais:
Filme sobre o assunto: Home (2009)
Acesse o link: https://youtu.be/RoLYZf-1E8o
Observação: Sobre a temática, é importante que o aluno note a 
relevância do assunto dentro do seu campo de atuação.
Neste diapasão, percebe-se que o Direito Ambiental traz de 
forma muito clara essas duas dimensões da atuação Estatal. Essa lição 
é bem abordada por BACAL (2012):
O reconhecimento do direito ao ambiente enquanto direito fundamental não 
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obstrui o fato de que a proteção do meio ambiente também constitui uma 
fi nalidade do Estado e, de forma geral, dos poderes públicos, aos quais se 
impõe o papel ativo na promoção e na defesa dos bens e valores ambien-
tais. Ou seja, o reconhecimento do direito ao ambiente enquanto categoria 
de direito fundamental, do qual emerge uma série de prerrogativas para os 
cidadãos, não subtrai ao Estado o dever de legislar e fi scalizar a aplicação 
das normas relativas ao ambiente. [...] o direito ao ambiente possui a natu-
reza, para além de um dever fundamental do Estado, de um direito subjetivo 
fundamental atribuído à generalidade dos cidadãos, aos quais são conferidos 
os meios idôneos para preservá-lo e defendê-lo contra quaisquer ameaças e 
danos que sobre ele recaiam (v.g. as ações coletivas). (Eduardo BragaBacal. 
Tutela Processual Ambientale a Coisa Julgada nasAções Coletivas, 2012, p. 
13)
Destarte, percebe-se claramente que o Direito Ambiental é de 
natureza jurídica híbrida, apresentando-se o bem ambiental como di-
reito da coletividade e dever protetivo do Estado que, diferentemente 
do direito público puro, atua preventivamente tanto nas relações entre 
Estado-particular, como nas relações estritamente estabelecidas entre 
particulares, quando haja qualquer risco ao bem ambiental.
As ferramentas para a efetivação desta proteção Estatal tam-
bém possuem titularidade compartilhada, no entanto, suas ações são 
capitaneadas de forma muito competente pelo Ministério Público. O uso 
de ações civis públicas, inquéritos civis e termos de ajustamento de 
conduta, assim como a tipifi cação penal dos crimes e contravenções 
ambientais, são instrumentos que a legislação pôs à disposição do Di-
reito Ambiental para que seja possível uma atuação preventiva e cor-
retiva à violação desses direitos que são tão caros a toda a sociedade.
PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL
A especifi cidade do Direito Ambiental também se estende aos 
seusprincípios norteadores. Os princípios aplicados à tutela do bem 
ambiental são ajustados à realidade e aos detalhes necessários à 
prevenção e à correção de atos ou omissões que afetem a sua tutela. 
Grande parte dos princípios que regem o Direito Ambiental tiveram sua 
gênese na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Hu-
mano, em 1972, realizada em Estocolmo, cuja declaração trouxe elen-
cados, por primeira vez, a base do Direito Ambiental no mundo.
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O uso de ações civis públicas, inquéritos civis e termos de 
ajustamento de conduta, assim como a tipifi cação penal dos crimes e 
contravenções ambientais, são instrumentos que a legislação pôs à dis-
posição do Direito Ambiental, para que seja possível uma atuação pre-
ventiva e corretiva à violação desses direitos que são tão caros a toda 
a sociedade.
Esse primeiro passo foi o responsável por inserir conceitos 
como sustentabilidade, equidade e justiça ambiental no escopo desse 
jovem ramo do Direito Internacional. Posteriormente, as convenções es-
pecífi cas passaram a ajustar os princípios aos bens ambientais especí-
fi cos, auxiliando na conceituação e tipifi cação das condutas tuteladas e, 
também, criminalizadas.
1 – Princípio do Direito à Sadia Qualidade de Vida
O direito à vida, preconizado como o direito mais fundamental 
de todos, base para a existência dos demais, por si só traz a condução 
da existência do maior de todos os princípios: o da Dignidade da Pes-
soa Humana. Com o passar dos anos, a mera garantia de vida não cor-
respondia ao atendimento dos critérios de dignidade, uma vez que as 
condições sob as quais essa vida se desenvolveria eram determinantes 
para que o supra princípio fosse respeitado em sua plenitude.
Os princípios aplicados à tutela do bem ambiental são ajusta-
dos à realidade e aos detalhes necessários à prevenção e à correção de 
atos ou omissões que afetem a sua tutela. Grande parte dos princípios 
que regem o Direito Ambiental tiveram sua gênese na Conferência das 
Nações Unidas sobre o Meio Ambiente Humano, em 1972, realizada em 
Estocolmo, cuja declaração trouxe elencados, por primeira vez, a base 
do Direito Ambiental no mundo.
Diante desta nova concepção, a qualidade de vida passou a 
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ser a situação ideal dentro dos novos conceitos sociais conquistados 
pela luta dos direitos fundamentais de segunda e terceira geração. Sob 
o prisma ambiental, o meio ambiente é um dos fatores que proporciona 
condições mínimas de qualidade de vida à sociedade como um todo. 
Neste diapasão, a necessidade de manutenção de meio ambiente sadio 
foi elevada à condição de princípio e, portanto, rege todas as relações 
que, de alguma maneira, afetem o meio ambiente.
O princípio do direito à sadia qualidade de vida está previsto 
em inúmeros documentos e protocolos internacionais sobre a temática, 
dentre estes podendo ser destacada a sua presença na Declaração de 
Estocolmo, gerada na Conferência das Nações Unidas sobre o Meio 
Ambiente ocorrida em 1972, que prevê a necessidade de adequadas 
condições de vida e um meio ambiente de qualidade em seu princípio 1:
O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de 
condições de vida adequadas em um meio ambiente de qualidade tal que lhe 
permita levar uma vida digna e gozar de bem-estar, tendo a solene obrigação 
de proteger e melhorar o meio ambiente para as gerações presentes e futu-
ras. A este respeito, as políticas que promovem ou perpetuam o apartheid, a 
segregação racial, a discriminação, a opressão colonial e outras formas de 
opressão e de dominação estrangeira são condenadas e devem ser elimina-
das. (Organização das Nações Unidas - Declaração de Estocolmo sobre o 
Meio Ambiente Humano. Estocolmo – 1972)
2 - Princípio do Acesso Equitativo aos Recursos Naturais
O equilíbrio no uso e exploração dos recursos naturais é uma 
constante preocupação quando se observa o respeito à sustentabilida-
de no processo de usufruto desses recursos. O termo equidade traz o 
sentido de justiça no acesso a quaisquer âmbitos de nossa sociedade, 
o tratamento diferenciado para os diferentes é uma forma de possibilitar 
o acesso justo a todos que possuam interesse comum.
No caso dos recursos naturais, a equidade na exploração de 
recursos naturais apresenta-se com um grau de complexidade maior: é 
necessário possibilitar acesso equânime à geração atual e as futuras, 
de forma que o uso desses recursos na atualidade não prejudique as 
sociedades que estão por vir, de forma que lhes sejam garantidos o 
mesmo meio ambiente sadio.
A Declaração de Estocolmo (1972) traz o princípio textualmen-
te, elencado como o 5º: “Os recursos não renováveis da terra devem 
empregar-se de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento 
e se assegure que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de 
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sua utilização”. A Declaração do Rio sobre Meio Ambiente e Desenvol-
vimento traz esse princípio elencado no número 3: “O direito ao desen-
volvimento deve ser exercido de modo a permitir que sejam atendidas 
equitativamente as necessidades de desenvolvimento e de meio am-
biente das gerações presentes e futuras.”
O direito à vida, preconizado como o direito mais fundamental 
de todos, base para a existência dos demais, por si só traz a condução 
da existência do maior de todos os princípios: o da Dignidade da Pes-
soa Humana.
Muitos outros documentos sobre a temática ambiental, resul-
tado de reuniões entre nações, trazem o princípio ajustado a outros 
recursos, como o uso equitativo da água, presente no documento da 
Convenção para a Proteção e Utilização dos Cursos de Água Transfron-
teiriços e dos Lagos Internacionais, de Helsinque, 1992; ou a Conven-
ção sobre a Diversidade Biológica, ratifi cada em âmbito nacional pelo 
Decreto 2.519/98, todos com a preocupação comum de que a justiça 
ambiental não se limita ao uso comedido atual, e sim uma racionalidade 
atual preocupada com a subsistência dos recursos para as gerações 
futuras.
3 - Princípio do Poluidor-Pagador 
Ao analisar a questão do consumo de recursos naturais, é ne-
cessário estabelecer dois segmentos de acesso a eles: o consumo pro-
priamente dito, a exemplo do consumo de água potável disponibiliza-
da pelo Estado para fi nalidade econômica; e o consumo retratado pelo 
dano ao recurso, tendo como maior exemplo a poluição ambiental, atra-
vés do lançamento de substâncias poluidoras no meio ambiente. Nas 
palavras de BENJAMIN (1993), p. 33, o princípio do poluidor-pagador:
 Impõe ao poluidor o dever de arcar com as despesas de prevenção, repara-
ção e repressão da poluição. Ou seja, estabelece que o causador da poluição 
e da degradação dos recursos naturais deve ser o responsável principal pe-
las consequências de sua ação (ou omissão).
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A ideia norteadora do princípio do poluidor/usuário pagador é 
a compensação fi nanceira como meio de contenção aos abusos, tanto 
no que diz respeito a consumo, como no tocante à degradação propria-
mente dita. 
Analisando especifi camente a sua vertente punitiva, relaciona-
da aos atos ou omissões que resultem em poluição ambiental, há dis-
cussões no sentido de entender que o referido princípio se apresenta 
como uma licença para poluir. 
Longe deste entendimento, o princípio do poluidor-pagador 
busca otimizar a obediência aos demais princípios no momento em 
que torna inviável para o poluidor a sua ação/omissão danosa ao bem 
ambiental, em razão da repercussão fi nanceira que ocorrerá em caso 
de impactos ou efeitos negativos. No direito ambiental o princípio do 
poluidor-pagador encontra-se previsto na Lei 6.938/1981 – que dispõe 
sobrea Política Nacional do Meio Ambiente, art. 4º, VII que impõe ao 
poluidor e ao predador, obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos 
causados e, ao usuário, da contribuição pela utilização de recursos am-
bientais com fi ns econômicos.
Essa amplitude do princípio poluidor-pagador não limita sua 
denominação como um princípio de compensação, uma vez que nos 
custos do valor cobrado estão inseridos gastos com prevenção, repres-
são e correção dos danos e consumo dos recursos naturais.
A Declaração de Estocolmo (1972), traz o princípio textualmen-
te, elencado como o 5º: “Os recursos não renováveis da terra devem 
empregar-se de forma que se evite o perigo de seu futuro esgotamento 
e se assegure que toda a humanidade compartilhe dos benefícios de 
sua utilização”.
4 – Princípio da Prevenção
Observando que os princípios se complementam entre si, va-
mos analisar o princípio da prevenção, percebendo que ele é, como 
todos os demais, complementar na efetiva tutela do bem ambiental. Sua 
primeira previsão encontra-se no princípio 7 da Declaração de Estocol-
mo, que dispõe: 
Os Estados deverão tomar todas as medidas possíveis para impedir a po-
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luição dos mares por substâncias que possam pôr em perigo a saúde do 
homem, os recursos vivos e a vida marinha, menosprezar as possibilidades 
de derramamento ou impedir outras utilizações legítimas do mar.
Observe que o foco do princípio da prevenção é evitar a po-
luição, a ocorrência do dano atribuindo aos Estados a possibilidade de 
adoção de medidas preventivas. Inicialmente, o foco do princípio eram 
os mares, em virtude de sua sujeição ao derramamento de óleo e à 
poluição por deságue. 
No entanto, a prerrogativa atribuída aos Estados possibilitou, 
por exemplo, a previsão de ferramentas no Direito Ambiental Brasileiro 
de prevenção mais ampla, a exemplo do Estudo de Impacto Ambiental, 
constitucionalmente criado e aplicado a todas as obras que possuam 
potencial degradante para o entorno ambiental de sua instalação. O 
próprio artigo 225 da Constituição Federal traz em seu corpo o princípio 
da prevenção, ao impor ao Estado o dever de prevenção do meio am-
biente.
5 – Princípio da Precaução
Diferentemente do princípio da prevenção, que objetiva preve-
nir ações e/ou omissões que, notadamente, afetarão o meio ambiente, 
o princípio da precaução tem como função prever situações que ainda 
não tenham efeitos negativos cientifi camente comprovados, mas que 
possuam um potencial degradante a ser considerado, de forma que não 
haja danos ambientais pelo aparecimento de contextos não previstos, 
uma vez que o dano pode ser irreversível e, portanto, tenha um custo 
muito alto para a sociedade como um todo.
O princípio teve sua gênese na Alemanha, por volta dos anos 
70, e se consolidou no Direito Internacional após ser inserido na De-
claração do Rio sobre o Meio Ambiente, em 1992, como o 15º princípio 
presente no documento:
Com o fi m de proteger o meio ambiente, o princípio da precaução deverá ser 
amplamente observado pelos Estados, de acordo com suas capacidades. 
Quando houver ameaça de danos graves ou irreversíveis, a ausência de 
certeza científi ca absoluta não será utilizada como razão para o adiamento 
de medidas economicamente viáveis para prevenir a degradação ambiental.
Estando também presente em outros dois tratados internacio-
nais, ratifi cados e homologados pelo Brasil. Observe-se que à mera 
ameaça de dano basta para acionar o Estado no seu dever tutelar do 
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bem ambiental, o que demonstra que o princípio da precaução possui 
natureza indubitavelmente preventiva.
A ratifi cação do princípio no ordenamento pátrio, foi efetiva-
da pela inserção dos incisos V, no parágrafo primeiro do artigo 225 da 
Constituição Federal, que dispõe que é dever do Estado “controlar a 
produção, a comercialização e o emprego de técnicas, métodos e subs-
tâncias que comportem risco para a vida, a qualidade de vida e o meio 
ambiente.”
6 – Princípio da Reparação
A complexa rede de conexões que forma o meio ambiente, re-
quer que para a manutenção do seu equilíbrio, todas as suas variáveis 
sejam respeitadas, de tal forma que o aumento ou a diminuição de al-
gum de seus elementos pode causar um desequilíbrio nesse sistema 
abstruso.
Considerada essa particularidade do sistema ambiental, há 
que se considerar o impacto negativo que um dano tem potencial de 
causar. Como vimos anteriormente, o princípio do poluidor-pagador tem 
um caráter punitivo e coator das práticas danosas. No entanto, nem 
sempre uma contraprestação pecuniária basta para sanar os transtor-
nos causados pela ação degradante.
No direito ambiental o princípio do poluidor-pagador encontra-
-se previsto na Lei 6.938/1981 – que dispõe sobre a Política Nacional 
do Meio Ambiente, art. 4º, VII que impõe ao poluidor e ao predador, 
obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causados e, ao usuário, 
da contribuição pela utilização de recursos ambientais com fi ns econô-
micos.
Diante dessa realidade, considerando que o estado do meio 
ambiente não retornará nunca a sua situação prévia a ocorrência dano-
sa, o direito pátrio previu a necessidade de responsabilidade do agente 
no sentido de reparar, dentro das possibilidades reais, o dano efetiva-
mente causado pela sua ação ou omissão, conforme previsão do artigo 
4º, da Lei 6.938/81 que em seu inciso VII, determina que o poluidor ou 
predador, tem obrigação de recuperar e/ou indenizar os danos causa-
dos.
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Essa reparação não se trata de indenização pecuniária, e sim 
de ações de reversão e minimização dos impactos negativos causados. 
Apenas em caso de impossibilidade de restauração é arbitrado quan-
tum indenizatório com a fi nalidade de reparação dos danos.
Caso prático, de grande repercussão nacional, onde ocorreu 
cumulação dos princípios do poluidor-pagador e da reparação foi o caso 
de Brumadinho com o rompimento das barragens da Vale do Rio Doce. 
A empresa, além da condenação pecuniária pelo dano ambiental cau-
sado, foi condenada a realizar ações de reparação com o recolhimento 
e destinação adequada de rejeitos, reparação e recuperação do trecho 
do rio Paraopeba, atingido pelo desastre, entre outras ações relativas à 
fauna e a fl ora locais.
7 - Princípio do desenvolvimento sustentável 
A doutrina não é pacífi ca sobre a denominação de princípio 
para o desenvolvimento sustentável, muitos defendem tratar-se de um 
conceito. Autores e estudiosos da temática desenvolvimentista não con-
cordam com a sua denominação de princípio, entendendo que se trata 
de um conceito, que subsidia o princípio do acesso equitativo dos recur-
sos naturais.
O contexto sob o qual se insere esse princípio é bem mais 
complexo e, naturalmente, apresenta-se como a raiz de todos os pro-
blemas ambientais: a complexa relação entre o desenvolvimento eco-
nômico e a necessidade real de manutenção do meio ambiente, como 
garantia, inclusive da possibilidade de um futuro para o capital, por ser 
esse um absorvedor natural de recursos naturais.
Neste cenário, temos o meio ambiente como uma importan-
te variável do complexo sistema desenvolvimentista, principalmente no 
âmbito econômico, haja vista que o conceito de desenvolvimento abar-
ca muitos outros prismas não analisados neste momento, a exemplo do 
social, do cultural, entre outros. Em outras palavras: decisões que ob-
jetivem o progresso e o desenvolvimento econômico, devem sem exce-
ção, considerar os impactos ao meio ambiente, como meio de garantir 
não apenas a existência humana em tempos posteriores, mas também 
a possibilidade de manutenção do ciclo desenvolvimentista.
Um exemplo claro de aplicação desse princípio é a adaptação 
da indústria automobilística às fontes de energia

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