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LEI DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA G r i f a d a e c o m J u r i s p r u d ê n c i a ( D i z e r o D i r e i t o ) Elaborada por Giovanna Calvano Presidência da Re- pública Casa Civil Subchefia para Assuntos Ju- rídicos LEI No 7.347, DE 24 DE JULHO DE 1985. Texto compilado Mensagem de veto (Vide Lei nº 9.008, de 1995) (Vide Lei nº 9.240, de 1995) (Vide Lei nº 13.004, de 2014) Disciplina a ação civil pública de responsabilidade por da- nos causados ao meio-ambi- ente, ao consumidor, a bens e direitos de valor artístico, esté- tico, histórico, turístico e pai- sagístico (VETADO) e dá ou- tras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei: Art. 1º Regem-se pelas disposições desta Lei, sem pre- juízo da ação popular, as ações de responsabilidade por danos morais e patrimoniais causados: (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011). l - ao meio-ambiente; ll - ao consumidor; III – a bens e direitos de valor artístico, estético, histó- rico, turístico e paisagístico; IV - a qualquer outro interesse difuso ou coletivo. (Inclu- ído pela Lei nº 8.078 de 1990) V - por infração da ordem econômica; (Redação dada pela Lei nº 12.529, de 2011). VI - à ordem urbanística. (Incluído pela Medida provisó- ria nº 2.180-35, de 2001) VII – à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos. (Incluído pela Lei nº 12.966, de 2014) VIII – ao patrimônio público e social. (Incluído pela Lei nº 13.004, de 2014) Parágrafo único. Não será cabível ação civil pública para veicular pretensões que envolvam tributos, contribuições previdenciárias, o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço - FGTS ou outros fundos de natureza institucional cujos beneficiários podem ser individual- mente determinados. (Incluído pela Medida provisória nº 2.180-35, de 2001) O Ministério Público tem legitimidade para a propositura de ação civil pública em defesa de direitos sociais rela- cionados ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). STF. Plenário. RE 643978/SE, Rel. Min. Ale- xandre de Moraes, julgado em 9/10/2019 (repercussão geral – Tema 850) (Info 955). Art. 2º As ações previstas nesta Lei serão propostas no foro do local onde ocorrer o dano, cujo juízo terá com- petência FUNCIONAL para processar e julgar a causa. (SEMPRE EM 1ª INSTÃNCIA) Parágrafo único A propositura da ação prevenirá a ju- risdição do juízo para todas as ações posteriormente intentadas que possuam a MESMA CAUSA DE PEDIR ou o MESMO OBJETO. (Incluído pela Medida provisó- ria nº 2.180-35, de 2001) Art. 3º A ação civil poderá ter por objeto a condenação em dinheiro ou o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer. Art. 4o Poderá ser ajuizada ação cautelar para os fins desta Lei, objetivando, inclusive, evitar dano ao patri- mônio público e social, ao meio ambiente, ao consumi- dor, à honra e à dignidade de grupos raciais, étnicos ou religiosos, à ordem urbanística ou aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisa- gístico. (Redação dada pela Lei nº 13.004, de 2014) Art. 5o Têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar: (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007). I - o Ministério Público; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007). II - a Defensoria Pública; (Redação dada pela Lei nº 11.448, de 2007). III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municí- pios; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou socie- dade de economia mista; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). V - a associação que, concomitantemente: (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos ter- mos da lei civil; (Incluído pela Lei nº 11.448, de 2007). b) (Pertinência temática) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%207.347-1985?OpenDocument http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7347Compilada.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/Mvep359-85.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/%C2%A7L9008.htm#art1%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/%C2%A7L9008.htm#art1%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9240.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9240.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/Mvep359-85.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art110 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art110 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12529.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L12966.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/MPV/2180-35.htm#art6 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11448.htm#art2 à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, ét- nicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. (Redação dada pela Lei nº 13.004, de 2014) Os Conselhos Seccionais da OAB podem ajuizar ACP em relação aos temas que afetem a sua esfera local (art. 45, § 2º, da Lei nº 8.906/84). STJ. 2ª Turma. REsp 1351760/PE, Rel. Min. Humberto Martins, julgado em 26/11/2013. § 1º O Ministério Público, se não intervier no processo como parte, atuará obrigatoriamente como fiscal da lei. § 2º Fica facultado ao Poder Público e a outras asso- ciações legitimadas nos termos deste artigo habilitar- se como LITISCONSORTES de qualquer das partes. § 3º Em caso de desistência infundada ou abandono da ação por associação legitimada, o Ministério Público ou outro legitimado ASSUMIRÁ A TITULARIDADE ATIVA. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990) § 4.° O requisito da pré-constituição poderá ser dispen- sado pelo juiz, quando haja MANIFESTO INTERESSE SOCIAL evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico a ser pro- tegido. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990) § 5.° Admitir-se-á o litisconsórcio facultativo entre os Ministérios Públicos da União, do Distrito Federal e dos Estados na defesa dosinteresses e direitos de que cuida esta lei. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto) § 6° (TAC) Os órgãos públicos legitimados poderão to- mar dos interessados compromisso de ajustamento de sua conduta às exigências legais, mediante comina- ções, que terá eficácia de título executivo EXTRAJUDI- CIAL. (Incluído pela Lei nª 8.078, de 11.9.1990) (Vide Mensagem de veto) Art. 6º Qualquer pessoa poderá e o servidor público de- verá provocar a iniciativa do Ministério Público, minis- trando-lhe informações sobre fatos que constituam ob- jeto da ação civil e indicando-lhe os elementos de con- vicção. Art. 7º Se, no exercício de suas funções, os juízes e tribunais tiverem conhecimento de fatos que possam ensejar a propositura da ação civil, remeterão peças ao Ministério Público para as providências cabíveis. Art. 8º Para instruir a inicial, o interessado poderá re- querer às autoridades competentes as certidões e in- formações que julgar necessárias, a serem fornecidas no prazo de 15 (quinze) dias. § 1º O Ministério Público (EXCLUSIVAMENTE) poderá instaurar, sob sua presidência, INQUÉRITO CIVIL, ou requisitar, de qualquer organismo público ou particular, certidões, informações, exames ou perícias, no prazo que assinalar, o qual não poderá ser inferior a 10 (dez) dias úteis. § 2º Somente nos casos em que a lei impuser sigilo, poderá ser negada certidão ou informação, hipótese em que a ação poderá ser proposta desacompanhada da- queles documentos, cabendo ao juiz requisitá-los. Art. 9º Se o órgão do Ministério Público, esgotadas to- das as diligências, se convencer da inexistência de fun- damento para a propositura da ação civil, promoverá o ARQUIVAMENTO dos autos do inquérito civil ou das peças informativas, fazendo-o fundamentadamente. § 1º Os autos do inquérito civil ou das peças de infor- mação arquivadas serão remetidos, sob pena de se in- correr em falta grave, no prazo de 3 (três) dias, ao Con- selho Superior do Ministério Público (CSMP). (tem que homologar o arquivamento) § 2º Até que, em sessão do Conselho Superior do Mi- nistério Público, seja homologada ou rejeitada a promo- ção de arquivamento, poderão as associações legitima- das apresentar razões escritas ou documentos, que se- rão juntados aos autos do inquérito ou anexados às pe- ças de informação. § 3º A promoção de arquivamento será submetida a exame e deliberação do Conselho Superior do Minis- tério Público, conforme dispuser o seu Regimento. § 4º Deixando o Conselho Superior de homologar a promoção de arquivamento, designará, desde logo, outro órgão do Ministério Público para o ajuizamento da ação. Art. 10. Constitui crime, punido com pena de reclusão de 1 (um) a 3 (três) anos, mais multa de 10 (dez) a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Naci- onal - ORTN, a recusa, o retardamento ou a omissão de dados técnicos indispensáveis à propositura da ação civil, quando requisitados pelo Ministério Público. Art. 11. Na ação que tenha por objeto o cumprimento de obrigação de fazer ou não fazer, o juiz determinará o cumprimento da prestação da atividade devida ou a cessação da atividade nociva, sob pena de execução específica, ou de cominação de multa diária, se esta for suficiente ou compatível, independentemente de re- querimento do autor. Art. 12. Poderá o juiz conceder mandado liminar, com ou sem justificação prévia, em decisão sujeita a agravo. § 1º (“SUSPENSÃO DA SEGURANÇA”) A requeri- mento de pessoa jurídica de direito público interes- sada, e para evitar grave lesão à ordem, à saúde, à se- gurança e à economia pública, poderá o Presidente do Tribunal a que competir o conhecimento do respectivo recurso suspender a execução da liminar, em deci- são fundamentada, da qual caberá agravo para uma das turmas julgadoras, no prazo de 5 (cinco) dias a par- tir da publicação do ato. http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2014/Lei/L13004.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art112 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art113 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art113 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art113 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/vep664-L8078-90.htm#art92p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art113 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/vep664-L8078-90.htm#art92p http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/Mensagem_Veto/anterior_98/vep664-L8078-90.htm#art92p § 2º A multa cominada liminarmente só será exigível do réu após o trânsito em julgado da decisão favorável ao autor, mas será devida desde o dia em que se houver configurado o descumprimento. Art. 13. Havendo condenação em dinheiro, a indeni- zação pelo dano causado reverterá a um fundo gerido por um Conselho Federal ou por Conselhos Estaduais de que participarão necessariamente o Ministério Pú- blico e representantes da comunidade, sendo seus re- cursos destinados à reconstituição dos bens lesa- dos. (Regulamento) (Regulamento) (Regula- mento) § 1o. Enquanto o fundo não for regulamentado, o di- nheiro ficará depositado em estabelecimento oficial de crédito, em conta com correção monetária. (Renume- rado do parágrafo único pela Lei nº 12.288, de 2010) § 2o Havendo acordo ou condenação com fundamento em dano causado por ato de discriminação étnica nos termos do disposto no art. 1o desta Lei, a prestação em dinheiro reverterá diretamente ao fundo de que trata o caput e será utilizada para ações de promoção da igualdade étnica, conforme definição do Conselho Na- cional de Promoção da Igualdade Racial, na hipótese de extensão nacional, ou dos Conselhos de Promoção de Igualdade Racial estaduais ou locais, nas hipóteses de danos com extensão regional ou local, respectiva- mente. (Incluído pela Lei nº 12.288, de 2010) (Vigên- cia) Art. 14. O juiz poderá conferir efeito suspensivo aos recursos, para evitar dano irreparável à parte. Art. 15. Decorridos sessenta dias do trânsito em jul- gado da sentença condenatória, sem que a associação autora lhe promova a execução, DEVERÁ fazê-lo o MI- NISTÉRIO PÚBLICO, facultada igual iniciativa aos de- mais legitimados. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990) Art. 16. (INCONSTITUCIONAL) A sentença civil fará coisa julgada erga omnes, nos limites da competência territorial do órgão prolator, exceto se o pedido for jul- gado improcedente por insuficiência de provas, hipó- tese em que qualquer legitimado poderá intentar outra ação com idêntico fundamento, valendo-se de nova prova. (Redação dada pela Lei nº 9.494, de 10.9.1997) I - É inconstitucional o art. 16 da Lei nº 7.347/85, alte- rada pela Lei nº 9.494/97. 1 Art. 93. Ressalvada a competência da Justiça Fede- ral, é competente para a causa a justiça local: II - no foro da Capital do Estado ou no do Distrito Federal, para os danos de âmbito nacional ou regional, apli- cando-se as regras do Código de Processo Civil aos casos de competência concorrente. II - Em se tratando de ação civil pública de efeitos naci- onais ou regionais, a competência deve observar o art. 93, II1, da Lei nº 8.078/90 (CDC). III - Ajuizadas múltiplas ações civis públicas de âmbito nacional ou regional, firma-se a prevenção do juízo que primeiro conheceu de uma delas, para o julgamento de todas as demandas conexas. STF. Plenário. RE 1101937/SP, Rel. Min. Alexandre de Moraes, julgado em 7/4/2021 (Repercussão Geral – Tema 1075) (Info 1012). Sen- tença Difusos Coletivos Individuais homogêneos P ro c e - d e n te Fará coisa jul- gada erga omnes. Fará coisa jul- gada ultra partes. Fará coisa jul- gada erga omnes.2 Im p ro c e d e n te c o m e x a m e d e p ro v a s Fará coisa jul- gada erga omnes. Impede nova ação coletiva. O lesado pode propor ação individual. Farácoisa jul- gada ultra partes. Impede nova ação coletiva. O lesado pode propor ação individual. Impede nova ação coletiva. O lesado pode propor ação individual se não partici- pou da ação coletiva (por opt in3). Im p ro c e d e n te p o r fa lt a d e p ro v a s Não fará coisa julgada erga omnes. Qualquer le- gitimado pode propor nova ação co- letiva, desde que haja prova nova. Não fará coisa julgada erga omnes. Qualquer le- gitimado pode propor nova ação co- letiva, desde que haja prova nova. Impede nova ação coletiva.4 O lesado pode propor ação individual se não partici- pou da ação coletiva. Art. 17. Em caso de litigância de má-fé, a associação autora e os diretores responsáveis pela propositura da ação serão solidariamente condenados em honorários advocatícios e ao décuplo das custas, sem prejuízo da responsabilidade por perdas e danos. (Renumerado do Parágrafo Único com nova redação pela Lei nº 8.078, de 1990) Art. 18. Nas ações de que trata esta lei, não haverá adi- antamento de custas, emolumentos, honorários 2 CDC estabeleceu que a coisa julgada coletiva es- tende os seus efeitos ao plano individual (in utilibus): o indivíduo poderá valer-se da coisa julgada coletiva para proceder à liquidação dos seus prejuízos e pro- mover a execução da sentença (art. 103, 3º). 3 Quando o lesado pede a suspensão de sua ação in- dividual – art. 104, CDC. 4 MEDICAMENTO VIOXX - REsp 1302596/SP http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1980-1989/D92302.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D0407.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art62 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12288.htm#art65 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art114 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L9494.htm#art2 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art115 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art115 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art115 periciais e quaisquer outras despesas, nem condena- ção da associação autora, salvo comprovada má-fé, em honorários de advogado, custas e despesas processu- ais. (Redação dada pela Lei nº 8.078, de 1990) Nas ações civis públicas, o Ministério Público tem o dever de antecipar os honorários devidos a pe- rito? NÃO. Não é possível se exigir do Ministério Pú- blico o adiantamento de honorários periciais em ações civis públicas. Mas o perito irá trabalhar de graça? NÃO. A referida isenção conferida ao Ministério Público em relação ao adiantamento dos honorários periciais não pode obrigar que o perito exerça seu ofício gratui- tamente. Da mesma forma, não se pode transferir ao réu o encargo de financiar ações contra ele movidas. Dessa forma, a solução é aplicar, por analogia, a Sú- mula 232 do STJ: "A Fazenda Pública, quando parte no processo, fica sujeita à exigência do depósito prévio dos honorários do perito". Assim, nas perícias requeridas pelo Ministério Público nas ações civis públicas, cabe à Fazenda Pública à qual se acha vinculado o Parquet arcar com o adi- antamento dos honorários periciais. STJ. 2ª Turma. AgInt-RMS 59.276/SP. Rel. Min. Mauro Campbell Marques, julgado em 28/03/2019. STJ. 1ª Turma. AgInt-RMS 59.235/SP. Relª Minª Re- gina Helena Costa, julgado em 25/03/2019. STJ. 1ª Turma. AgInt-RMS 61.877/SP, Rel. Min. Sérgio Kukina, julgado em 16/12/2019. A parte que foi vencida em ação civil pública não tem o dever de pagar honorários advocatícios em favor do autor da ação. A justificativa para isso está no prin- cípio da simetria. isso porque se o autor da ACP perder a demanda, ele não irá pagar honorários advocatícios, salvo se estiver de má-fé (art. 18 da Lei nº 7.347/85). Logo, pelo princípio da simetria, se o autor vencer a ação, também não deve ter direito de receber a verba. STJ. Corte Especial. EAREsp 962250/SP, Rel. Min. Og Fernandes, julgado em 15/08/2018. Existe precedente do STJ que faz uma ressalva: se a ação tiver sido proposta associações e fundações pri- vadas e a demanda tiver sido julgada procedente, neste caso, o demandado terá sim que pagar honorários ad- vocatícios. Assim, o entendimento do STJ manifestado no EAREsp 962.250/SP "não se deve aplicar a deman- das propostas por associações e fundações privadas, pois, do contrário, barrado de fato estaria um dos obje- tivos mais nobres e festejados da Lei 7.347/1985, ou seja, viabilizar e ampliar o acesso à justiça para a soci- edade civil organizada." (STJ. 2ª Turma. REsp 1796436/RJ, Rel. Min. Herman Benjamin, julgado em 09/05/2019). Art. 19. Aplica-se à ação civil pública, prevista nesta Lei, o Código de Processo Civil, aprovado pela Lei nº 5.869, de 11 de janeiro de 1973, naquilo em que não contrarie suas disposições. Art. 20. O fundo de que trata o art. 13 desta Lei será regulamentado pelo Poder Executivo no prazo de 90 (noventa) dias. (Regulamento) Art. 21. Aplicam-se à defesa dos direitos e interesses difusos, coletivos e individuais, no que for cabível, os dispositivos do Título III da lei que instituiu o Código de Defesa do Consumidor. (Incluído Lei nº 8.078, de 1990) Art. 22. Esta lei entra em vigor na data de sua publica- ção. (Renumerado do art. 21, pela Lei nº 8.078, de 1990) Art. 23. Revogam-se as disposições em contrário. (Re- numerado do art. 22, pela Lei nº 8.078, de 1990) Brasília, em 24 de julho de 1985; 164º da Independên- cia e 97º da República. JOSÉ SARNEY Fernando Lyra Este texto não substitui o publicado no DOU de 25.7.1985 * Se uma associação ajuizou ACP, na condição de SUBSTITUTA PROCESSUAL, e obteve sentença coletiva favorecendo os substituídos, todos os be- neficiados possuem legitimidade para a execução individual, mesmo que não sejam filiados à as- sociação autora. STJ. 2ª Seção. REsp 1.438.263/SP, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, jul- gado em 24/03/2021 (Recurso Repetitivo – Tema 948) (Info 694). Admite-se emenda à inicial de ação civil pública, em face da existência de pedido genérico, ainda que já tenha sido apresentada a contestação. STJ. 4ª Turma.REsp 1279586-PR, Rel. Min. Luis Felipe Salomão, julgado em 03/10/2017 (Info 615). É devido o recolhimento inicial de custas judi- ciais no âmbito de LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA COLETIVA genérica, proposta por associação, em nome de titulares de direito material especí- fico e determinado. A sistemática conferida pelo art. 18 da LACP e pelo art. 87 do CDC aplica-se à fase de conhecimento. No entanto, tais benefí- cios não incidem na liquidação individual e/ou cumprimento individual da sentença coletiva que forem instaurados, em legitimidade ordinária, pelos titulares do direito material em nome próprio, com a formação de novos processos tantos quan- tos forem as partes requerentes, visto que sobres- sai, nesse momento processual, o interesse meramente privado de cada parte beneficiada pelo título judicial genérico. REsp 1.637.366-SP, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, Terceira Turma, por unanimidade, julgado em 05/10/2021, DJe 11/10/2021. (INFO 713) http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art116 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5869.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/1990-1994/D1306.htm http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#tituloiii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#tituloiii http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art117http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art117 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8078.htm#art117 Tese A) Prevalecem sobre quaisquer outras normas locais, primárias ou secundárias, le- gislativas ou administrativas, as seguintes competências de foro: i) em regra, do local do dano, para ação civil pú- blica (art. 2º da Lei n. 7.347/1985); ii) ressalvada a competência da Justiça Federal, em ações coletivas, do local onde ocorreu ou deva ocorrer o dano de impacto restrito, ou da capital do estado, se os danos forem regionais ou nacionais, submetendo-se ainda os casos à regra geral do CPC, em havendo competência concorrente (art. 93, I e II, do CDC). Tese B) São absolutas as competências: i) da Vara da Infância e da Juventude do local onde ocorreu ou deva ocorrer a ação ou a omissão, para as causas individuais ou coletivas arroladas no ECA, inclusive sobre educação e saúde, ressalva- das a competência da Justiça Federal e a compe- tência originária dos tribunais superiores (arts. 148, IV, e 209 da Lei n. 8.069/1990 e Tese n. 1.058/STJ); ii) do local de domicílio do idoso nas causas indivi- duais ou coletivas versando sobre serviços de sa- úde, assistência social ou atendimento especiali- zado ao idoso portador de deficiência, limitação in- capacitante ou doença infectocontagiosa, ressal- vadas a competência da Justiça Federal e a com- petência originária dos tribunais superiores (arts. 79 e 80 da Lei n. 10.741/2003 e 53, III, e, do CPC/2015); iii) do Juizado Especial da Fazenda Pública, nos foros em que tenha sido instalado, para as causas da sua alçada e matéria (art. 2º, § 4º, da Lei n. 12.153/2009); iv) nas hipóteses do item (iii), faculta-se ao autor optar livremente pelo manejo de seu pleito contra o estado no foro de seu domicílio, no do fato ou ato ensejador da demanda, no de situação da coisa litigiosa ou, ainda, na capital do estado, ob- servada a competência absoluta do Juizado, se existente no local de opção (art. 52, parágrafo único, do CPC/2015, c/c o art. 2º, § 4º, da Lei n. 12.153/2009). Tese C) A instalação de vara especializada não altera a competência prevista em lei ou na Constituição Federal, nos termos da Súmula n. 206/STJ ("A existência de vara privativa, instituída por lei estadual, não altera a competência territo- rial resultante das leis de processo."). A previsão se estende às competências definidas no presente IAC n. 10/STJ. (...) REsp 1.896.379-MT, Rel. Min. Og Fernandes, Pri- meira Seção, por unanimidade, julgado em 21/10/2021. (IAC 10) O PRAZO PARA O AJUIZAMENTO DA AÇÃO CIVIL PÚBLICA é de 5 anos, aplicando-se, por analogia, o prazo da ação popular (art.21 da- Leinº4.717/65), considerando que as duas ações fazem parte do mesmo microssistema de tutela dos direitos difusos (REsp1070896/SC). O prazo de 5 (cinco) anos para o ajuizamento da ação popular não se aplica às ações coletivas de consumo. STJ. 3ª Turma. REsp 1.736.091-PE, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 14/05/2019 (Info 648). PRAZO PRESCRICIONAL PARA AJUIZA- MENTO DA EXECUÇÃO INDIVIDUAL de sen- tença proferida em ACP. No âmbito do Direito Pri- vado, é de cinco anos o prazo prescricional para ajuizamento da execução individual em pedido de cumprimento de sentença proferida em Ação Civil Pública. STJ. 2ª Seção. REsp 1.273.643-PR, Rel. Min. Sidnei Beneti, julgado em 27/2/2013 (recurso repetitivo) (Info 515). Súmula 601-STJ: O Ministério Público tem legiti- midade ativa para atuar na defesa de direitos difu- sos, coletivos e individuais homogêneos dos con- sumidores, ainda que decorrentes da prestação de serviço público. Súmula 489-STJ: Reconhecida a continência, de- vem ser reunidas na Justiça Federal as ações civis públicas propostas nesta e na Justiça estadual. Súmula 329-STJ: O Ministério Público tem legiti- midade para propor ação civil pública em defesa do patrimônio público. Súmula 643-STF: O Ministério Público tem legiti- midade para promover ação civil pública cujo fun- damento seja a ilegalidade de reajuste de mensa- lidades escolares.
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