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Processo coletivo (RESUMO)

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· Interesses Transindividuais – são compartilhados por grupos, classes ou categorias de pessoas (como os condôminos de um edifício, os sócios de uma empresa, os membros de uma equipe esportiva, os empregados de uma determinada empresa). 
· São interesses que excedem o âmbito estritamente individual, mas não chegam a constituir interesse público.
· Os interesses transindividuais podem ser protegidos pelas ações coletivas.
· O Código de Defesa do Consumidor, em seu artigo 81, parágrafo único, classificou os interesses transindividuais em três espécies:
· I - interesses ou direitos difusos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível, de que sejam titulares pessoas indeterminadas e ligadas por circunstâncias de fato;
· II - interesses ou direitos coletivos, assim entendidos, para efeitos deste código, os transindividuais, de natureza indivisível de que seja titular grupo, categoria ou classe de pessoas ligadas entre si ou com a parte contrária por uma relação jurídica base;
· III - interesses ou direitos individuais homogêneos, assim entendidos os decorrentes de origem comum.
· A defesa judicial coletiva faz-se por meio de LEGITIMAÇÃO EXTRAORDINÁRIA. A pessoa, em nome próprio, defende um direito alheio. Ex: A Ação Civil Pública n. 05300027139-2 da 6ª Vara da Fazenda Pública proposta, à época, pelo Grupo de Atendimento Especial de Saúde Pública do MPSP, cujo transito em julgado correu em 2005, condenou o Estado de São Paulo a oferecer atendimento educacional, médico e terapêutico especializado às pessoas com autismo.
· INTERESSES DIFUSOS – São interesses transindividuais indivisíveis, os seus titulares são indeterminados e ligados por uma situação de fato. Ex: dano ambiental, ao consumidor, aos bens de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Como individualizar as pessoas lesadas com o derramamento de grandes quantidades de petróleo na Baía de Guanabara, ou a devastação da Floresta Amazônica? Como determinar exatamente quais as pessoas lesadas em razão de terem tido acesso a uma propaganda enganosa divulgada pela TV?
· INTERESSES COLETIVOS – São interesses transindividuais de grupos, classes ou categorias de pessoas. Existe uma relação jurídica base que liga essas pessoas. As pessoas são determináveis (diferente dos difusos). Ex: ação proposta pelo sindicato de servidores públicos em que se pede determinado benefício funcional.
· Interesses individuais homogêneos - são grupos, categorias ou classes de pessoas determinadas ou determináveis, que compartilham prejuízos divisíveis, de origem comum, normalmente oriundos das mesmas circunstâncias de fato. Ex.: Os compradores de veículos produzidos com o mesmo defeito de série. Esses consumidores são determináveis e o que os une é a uma circunstância de fato em comum.
· LEGITIMAÇÃO ORDINÁRIA E LEGITIMÇÃO EXTRAORDINÁRIA
· A legitimação ordinária é a regra geral no direito. A parte em nome próprio defende direito próprio.
· A legitimação extraordinária é a exceção. Art. 18. Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
· Parágrafo único. Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial. 
· Na legitimação extraordinária ocorre verdadeira substituição processual, pois alguém que não é procurador ou mandatário, comparece em nome próprio em juízo e postula a defesa de um direito que afirma ser de terceiro.
· Nas ações coletivas (por ex.: ação civil pública), alguns legitimados substituem processualmente a coletividade de lesados, ocorrendo legitimação extraordinária.
· O pedido formulado na ação coletiva não visa apenas atender o interesse do autor, mas sim de todo um grupo lesado (de interesses difusos, coletivos ou individuais homogêneos) . Para que se pudesse defender os interesses transindividuais, foi preciso advento de LEI para que se conferisse legitimação extraordinária para agir em nome do grupo. 
· Na ação popular, o cidadão, embora não seja representante da sociedade, age em nome próprio, na defesa de interesse que não lhe pertence (art. 5º, LXXIII : qualquer cidadão é parte legítima para propor ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de custas judiciais e do ônus da sucumbência; )
· Com o advento da Lei 7347/85 (Lei da Ação Civil Pública) e a CF/88, ampliou-se os legitimados ativos para a defesa dos interesses transindividuais.
· Artigo 5º, XXI, da CF: as entidades associativas, quando expressamente autorizadas, têm legitimidade para representar seus filiados judicial ou extrajudicialmente.
· Artigo 5º, LXX, da CF: LXX - o mandado de segurança coletivo pode ser impetrado por: a) partido político com representação no Congresso Nacional; b) organização sindical, entidade de classe ou associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em defesa dos interesses de seus membros ou associados.
· Ampliou-se o rol dos legitimados para propor a ADIN (art. 103, CF).
· Art. 5, da Lei 7347/1985, apresenta um rol taxativo de legitimados ativos para a ação civil pública:
· Artigo 5º, têm legitimidade para propor a ação principal e a ação cautelar:
· I - o Ministério Público; 
· II - a Defensoria Pública;
· III - a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; 
· IV - a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista.
· V - a associação que, concomitantemente:
· a) esteja constituída há pelo menos 1 (um) ano nos termos da lei civil; 
· b) inclua, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico.
· Hugo Nigro Mazzilli diz que a competência para as ações coletivas é concorrente, autônoma e disjuntiva.
· É concorrente porque todos os legitimados do artigo 5º, da Lei 7347/85 podem agir na defesa de interesses transindividuais.
· É autônoma porque um não depende da anuência do outro para agir.
· É disjuntiva porque não precisam comparecer em litisconsórcio.
· Obs.: ao contrário da área penal, no campo civil a Constituição Federal veda que o Ministério Públicos tenha legitimação privativa ou exclusiva para a ação civil pública.
· O Ministério Público
· O artigo 127, caput, da Constituição Federal atribuiu ao Ministério Público o caráter de instituição permanente e essencial à função jurisdicional do Estado, incumbindo-lhe da defesa da ordem jurídica, do regime democrático e dos interesses sociais e individuais indisponíveis.A legitimidade ativa do Ministério Público para defesa, em juízo ou fora dele, dos interesses coletivos em sentido amplo, encontra previsão infraconstitucional nos artigos 81, parágrafo único, e 82, I, do Código de Defesa do Consumidor, e do art. 5º da Lei da Ação Civil Pública.
· A Lei nº 8.625/1993 – Lei Orgânica Nacional do Ministério Público – dispõe que:
· “Art. 25. Além das funções previstas nas Constituições Federal e Estadual, na Lei Orgânica e em outras leis, incumbe, ainda, ao Ministério Público: (…)
· IV – promover o inquérito civil e a ação civil pública, na forma da lei:
· a) para a proteção, prevenção e reparação dos danos causados ao meio ambiente, ao consumidor, aos bens e direitos de valor artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico, e a outros interesses difusos, coletivos e individuais indisponíveis e homogêneos; (…)”
· Infere-se dos aludidos dispositivos que, no tocante à legitimidade ativa do Ministério Público, não se exige a pertinência temática, estando este autorizado a tutelar a defesa dos interesses transindividuais de qualquer temática, desde que a atuação seja compatível com as suas funções institucionais e constitucionais.
· Defensoria Pública:
· Foisomente com o advento da Lei nº 11.448/07 que houve a inclusão da Defensoria Pública entre os legitimados para a propositura de ações que versassem sobre a tutela dos direitos coletivos, difusos e individuais homogêneos
· “AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEGITIMIDADE ATIVA DA DEFENSORIA PÚBLICA PARA AJUIZAR AÇÃO CIVIL PÚBLICA (ART. 5º, INC. II, DA LEI N. 7.347/1985, ALTERADO PELO ART. 2º DA LEI N. 11.448/2007). TUTELA DE INTERESSES TRANSINDIVIDUAIS (COLETIVOS STRITO SENSU E DIFUSOS) E INDIVIDUAIS HOMOGÊNEOS. DEFENSORIA PÚBLICA: INSTITUIÇÃO ESSENCIAL À FUNÇÃO JURISDICIONAL. ACESSO À JUSTIÇA. NECESSITADO: DEFINIÇÃO SEGUNDO PRINCÍPIOS HERMENÊUTICOS GARANTIDORES DA FORÇA NORMATIVA DA CONSTITUIÇÃO E DA MÁXIMA EFETIVIDADE DAS NORMAS CONSTITUCIONAIS: ART. 5º, INCS. XXXV, LXXIV, LXXVIII, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INEXISTÊNCIA DE NORMA DE EXCLUSIVIDAD DO MINISTÉRIO PÚBLICO PARA AJUIZAMENTO DE AÇÃO CIVIL PÚBLICA. AUSÊNCIA DE PREJUÍZO INSTITUCIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO PELO RECONHECIMENTO DA LEGITIMIDADE DA DEFENSORIA PÚBLICA. AÇÃO JULGADA IMPROCEDENTE”. (ADI 3943/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, julgado em 6 e 7/5/2015. Publicação em 06/08/2015.)
· Contudo, a atuação da Defensoria Pública deve agir na defesa de pessoas necessitadas ou hipossuficientes.
· Entes Políticos e entes da Administração Indireta – União, Estados, Municípios e Distrito Federal, a autarquia, empresa pública, fundação ou sociedade de economia mista.
· A Fazenda Pública tem legitimidade para a defesa de interesses transindividuais. Os entes integrantes da Administração Pública direta e indireta, dotados de personalidade jurídica, possuem legitimidade ativa para a propositura da ação coletiva. Precisam, porém, demonstrar a pertinência temática de sua atuação.
· Por outro lado, vale destacar também que os órgãos da administração pública possuem legitimidade ativa, ainda que desprovidos de personalidade jurídica própria, conforme se extrai do artigo 82, III, do CDC.
· Art. 82. (...)
· III – as entidades e órgãos da administração direta ou indireta, ainda que sem personalidade jurídica, especificamente destinados à defesa dos interesses e direitos protegidos por este Código.
· A disposição legal citada destina-se a propiciar que órgãos como o PROCON possam igualmente propor ações coletivas.
· Legitimidade das Associações
· Em interpretação extensiva ao art. 5º da LACP e ao art. 82 do CDC, deve-se entender por associação qualquer outra forma de associativismo, tais como sindicatos, entidades de classe, cooperativas e partidos políticos, DESDE QUE:
· a) tenham sido constituídas há pelo menos 1 (um) ano, requisito que poderá ser dispensado pelo juiz, em casos excepcionais, quando haja manifesto interesse social evidenciado pela dimensão ou característica do dano, ou pela relevância do bem jurídico protegido;
· b) inclua a associação, entre suas finalidades institucionais, a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, a ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico. Ou seja, deve-se demonstrar a pertinência temática entre o direito por ela protegido e suas finalidades institucionais.
· A pertinência temática é a vinculação entre as finalidades institucionais da associação, previstas em seu estatuto, e a proteção ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico (art. 5º, V, “b”, da LACP). Trata-se de um dos dois requisitos, cumulativos, que conferem legitimidadeativa à associação no processo coletivo. 
· Com relação às entidades associativas, de que trata o artigo 5º, XXI, da Constituição Federal, há a seguinte posição fixada pelo STF, no julgamento de Repercussão Geral, RE 573.232/SC:
· REPRESENTAÇÃO – ASSOCIADOS – ARTIGO 5º, INCISO XXI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. ALCANCE. O disposto no artigo 5º, inciso XXI, da Carta da República encerra representação específica, não alcançando previsão genérica do estatuto da associação a revelar a defesa dos interesses dos associados. TÍTULO EXECUTIVO JUDICIAL – ASSOCIAÇÃO –BENEFICIÁRIOS. As balizas subjetivas do título judicial, formalizado em ação proposta por associação, é definida pela representação no processo de conhecimento, presente a autorização expressa dos associados e a lista destes juntada à inicial.
· Temos duas situações: 1) se a associação busca proteger os interesses difusos (a proteção ao patrimônio público e social, ao meio ambiente, ao consumidor, à ordem econômica, à livre concorrência, aos direitos de grupos raciais, étnicos ou religiosos ou ao patrimônio artístico, estético, histórico, turístico e paisagístico) utiliza-se Ação Civil Pública, 2)se a associação busca a defesa dos interesses dos seus associados, utiliza-se Ação Coletiva (rito comum).
· Desse modo, se a ação coletiva for procedente na defesa dos associados, a execução somente poderá beneficiar os associados que tiveram autorizado individualmente. O artigo 5º, XXI, fala em “filiados” e não em categoria como dos sindicatos (art, 8º, III, da CF).
· O acórdão do STF (RE 573.232/SC) fala que: o artigo 5º, XXI, da CF é caso de “representação” e o artigo 5º, LXX é caso de substituição processual. A diferença é que a representação exige autorização. Prevaleceu a posição do Ministro Marco Aurélio, no sentido de que a decisão somente aproveita quem autorizou individualmente. Logo, não é possível pegar “carona”.
· “não vejo como se possa, na fase que é de realização do título executivo judicial, alterar esse título, para incluir pessoas que não foram inicialmente apontadas como beneficiárias na inicial da ação de conhecimento e que não autorizaram a Associação a atuar como exigido no artigo 5º, inciso XXI, da Constituição Federal.”
· De fato, o artigo 5º, XXI, exige autorização. O acórdão do STF não aceita apenas a autorização estatutária. É necessário assembleia e autorização individual e somente aqueles que conferiram autorização individual serão beneficiados pela decisão e poderão, se quiser, executar invidualmente. É diferente do Mandado de Segurança Coletivo, em que não se exige autorização e beneficia “seus membros e associados.”
· ÔNUS DA PROVA EM AÇÕES COLETIVAS
· A regra geral do ônus da prova está previsto no artigo 373, do CPC, ou seja, o ônus da prova quanto ao fato constitutivo do direito é do autor.
· O Superior Tribunal de Justiça (STJ) aceitou a inversão do ônus da prova em favor do Ministério Público em benefício dos consumidores. A 4ª Turma do tribunal entendeu que as ações coletivas devem ser facilitadas, para oferecer a máxima aplicação do Direito. 
· Segundo o relator, ministro Luis Felipe Salomão, o Código de Defesa do Consumidor (Lei 8.078/1990) deve ser interpretado em conformidade com a Lei das Ações Civis Públicas (Lei 7.347/1985) da forma mais ampla possível, e o termo “consumidor” não pode ser entendido simplesmente como parte processual, mas como o destinatário do propósito de proteção da norma.
· Dessa forma, “o próprio código utiliza o termo ‘consumidor’ de forma plurívoca, ora se referindo a um indivíduo, ora se referindo a uma coletividade de indivíduos, ainda que indetermináveis”, deixando claro que a inversão do ônus da prova facilita a defesa da coletividade.
· A decisão confirma acórdão do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que determinou a inversão em favor do MP-RS, em ação que pedia a condenação do Banco Bradesco a não cobrar por serviço prestado sem solicitação prévia, com a devolução dos valores cobrados em dobro. O banco alegou que o tribunal não poderia inverter o ônus de forma monocrática, e que somente o consumidor, enquanto indivíduo hipossuficiente, “faria jus ao privilégio”.
· Quanto ao fato de a inversão ter sido determinada em uma decisão monocrática, a 4ª Turma entendeu que é possível haver decisão monocrática denegatória do seguimento nos casos de recurso manifestamente improcedente ou contrário à jurisprudência do tribunal local, do Supremo Tribunal Federal ou de tribunal superior, não sendo necessário submetera questão a órgão plural, como foi o caso.
· As decisões foram baseadas no artigo 6°, inciso VIII e 81 do Código de Defesa do Consumidor, que dizem, respectivamente, que: “são direitos básicos do consumidor: a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências” e “a defesa dos interesses e direitos dos consumidores e das vítimas poderá ser exercida em juízo individualmente, ou a título coletivo”.
· O STJ já havia decidido pela possibilidade de inversão do ônus da prova em ação civil pública que tratava de crime contra o meio ambiente (REsp 1.049.822) e, naquele julgamento, a 1ª Turma do tribunal entendeu que a inversão pode e deve ser feita “não em prol do autor, mas da sociedade”.
· A grande maioria dos doutrinadores defende tal posição, dentre os quais destacamos a lição de Hugo Nigro Mazzilli: “ Admite-se a inversão do ônus da prova na defesa de outros interesses transindividuais que não apenas os do consumidor? Como vimos, o art. 6º, VIII, do CDC permite a inversão do ônus da prova a favor do consumidor. A norma tem evidente caráter processual, ainda que não inserida no Título III do CDC. Ora, a mens legis consiste em integrar por completo as regras processuais de defesa de interesses transindividuais, fazendo da LACP e do CDC como que um só estatuto. Desta forma, a inversão pode ser aplicada, analogicamente, à defesa judicial de quaisquer interesses transindividuais” (MAZZILLI, 2008, p. 180)
· Vale citar também que tal posição é pacífica na jurisprudência, da qual se destaca o julgado a seguir: “PROCESSUAL CIVIL E AMBIENTAL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. RESPONSABILIDADE CIVIL AMBIENTAL. CONTAMINAÇÃO COM MERCÚRIO. ART. 333 DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ÔNUS DINÂMICO DA PROVA. CAMPO DE APLICAÇÃO DOS ARTS. 6º, VIII, E 117 DO CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR. PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO. POSSIBILIDADE DE INVERSÃO DO ONUS PROBANDI NO DIREITO AMBIENTAL. PRINCÍPIO IN DUBIO PRO NATURA. (...) 7. A inversão do ônus da prova, prevista no art. 6º, VIII, do Código de Defesa do Consumidor, contém comando normativo estritamente processual, o que a põe sob o campo de aplicação do art. 117 do mesmo estatuto, fazendo-a valer, universalmente, em todos os domínios da Ação Civil Pública, e não só nas relações de consumo (REsp 1049822/RS, Rel. Min. Francisco Falcão, Primeira Turma, DJe 18.5.2009). (...) 10. Recurso Especial não provido”. (REsp 883.656/RS, Rel. Ministro HERMAN BENJAMIN, SEGUNDATURMA, julgado em 09/03/2010, DJe 28/02/2012).”
· TUTELAS PROVISÓRIAS NAS AÇÕES COLETIVAS 
· O regramento das tutelas provisórias previsto no CPC aplica-se às ações coletivas.
· Definição: A tutela provisória é aquela emitida em cognição superficial e caráter provisório, que satisfaz antecipadamente ou assegura e protege uma ou mais pretensões formuladas, e que pode ser deferida em situação de urgência ou nos casos de evidência.
· Classificação das Tutelas Provisórias:
· Tutelas Provisórias: a) de urgência, b) de evidência.
· Tutelas Provisórias de Urgência: a) antecipada, b) cautelar.
· Definição: A tutela provisória é aquela emitida em cognição superficial e caráter provisório, que satisfaz antecipadamente ou assegura e protege uma ou mais pretensões formuladas, e que pode ser deferida em situação de urgência ou nos casos de evidência.
· Classificação das Tutelas Provisórias:
· Tutelas Provisórias: a) de urgência, b) de evidência.
· Tutelas Provisórias de Urgência: a) antecipada, b) cautelar.
· A tutela de urgência antecipada possui caráter satisfativo.
· A tutela de urgência cautelar não possui caráter satisfativo, mas apenas resguarda a situação para que no futuro a decisão final tenha eficácia.
· TUTELA DE URGÊNCIA – REQUISITOS:
· 1) Requerimento do autor – o juiz não pode conceder tutelas de urgência de ofício.
· 2) Probabilidade do direito é a aparência do direito (“fumus boni iuris”).
· 3) Perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo (“perciulum in mora”).
· 4) Inexistência de irreversibildilidade. Athos Gusmão Carneiro comenta da “irreversibilidade recíproca”, caso em que poderá se tornar irreversível para o autor caso o juiz não conceda a liminar. Deve se valer o juiz do princípio da proporcionalidade.
· Caução – artigo 300, § 1º, do CPC – é a chamada contracautela.
· Responsabilidade Civil do requerente – artigo 302, do CPC.

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