Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
. PROTEINAS E AMINOÁCIDOS As proteínas são compostos de alto peso molecular, de estrutura complexa e massa molecular também elevada, sendo sintetizadas pelos organismos vivos através da aglutinação de um grande número de moléculas de aminoácidos, e unidos através de ligações denominadas ligações peptídicas. 1. FUNÇÕES Estruturais - Compõe Membranas Celulares - Músculo (Actina e Miosina) - Tecido conjuntivo (Colágeno) - Manutenção e reparo de tecidos (Obs. 20% da energia consumida é para reparo desses tecidos). Funções especializadas - Expressão gênica: proteínas ligadoras de DNA. - Enzimática: catalisar reações (digestão, absorção, etc.). - Regulação do metabolismo: hormônios (insulina, HC,) - Contração muscular: actina e miosina o Transporte: hemoglobina, albumina (AG livres), citocromo (elétrons), lipoproteínas (lipídeos) - Sistema imune: anticorpos, imunoglobulinas ▪ Fonte de energia Fonte de Energia: Não é favorável, mas acontece. Requerimento de Proteínas - Animais jovens e em crescimento - Redução progressiva com a chegada da maturidade - Mantença - Reprodução e produção de leite As proteínas são compostas por aminoácidos. Esses aminoácidos são compostos quaternários formados por Carbono, Hidrogênio, Oxigênio e Nitrogênio (diferença entre os outros nutrientes). Em sua composição pode haver presença de outras moléculas como Selênio e Ferro. Para a quebra dessa proteína e liberação desses aminoácidos para serem absorvidos pelo organismo, é necessário a presença de água (Hidrolise). O processo é o mesmo que ocorre nos lipídeos e carboidratos. Isso ocorre no estomago. As proteínas são submetidas aos HCL e são desnaturadas. Posteriormente elas são degradadas pelas enzimas e ficam na forma de pequenas cadeias de aminoácidos ou aminoácidos livres. Estudos mostram que cadeias de até 5 aminoácidos podem ser absorvidos pelo organismo, mas comumente, eles são absorvidos em sua forma livre. Os aminoácidos compõem a estrutura primária da proteína e isso é determinado geneticamente. Mas apesar disso, o que garante a função de uma proteína é sua estrutura quaternária. 2. CLASSIFICAÇAO DAS PROTEINAS - Simples quando possuem apenas aminoácidos em sua estrutura. - Complexas quando possuem aminoácidos e outros compostos como grupo heme, lipídeos e açúcares. 3. CLASSIFICAÇAO DOS AMINOÁCIDOS 3.1 CLASSIFICAÇÃO QUANTO AOS METABÓLITOS PRODUZIDOS Glucogênicos: precursores para síntese de glucose. ✓ Ala, Arg, Asp, Cis, Glu, His, Thr e Val. Cetogênicos: precursores para síntese de ácidos graxos ✓ Leucina Glucogênicos e cetogênicos ✓ Ile, Lis, Phe, Trp e Tir 3.2 CLASSIFICAÇÃO: QUANTO A CADEIA LATERAL - Alifáticos (Treonina, Valina, Leucina, Alanina) - Aromáticos (Fenilalanina = Compõe molécula de tiroxina e melanina) - Sulfurados (Cisteína e Cistina) - Heterocíclicos (Triptofano = Compõe serotonina e melatonina. Ele aumenta a expressão genica de grelina. Esse hormônio atua no centro da fome e faz com que o animal aumente o consumo de ração). - Ácidos (Aspartato, Asparagina e Glutamato) - Básicos (Glutamina, Lisina = é um dos aa mais importantes para deposição de proteína. Compõe em torno de 7% do musculo). 3.3 CLASSIFICAÇÃO QUANTO A ESSENCIALIDADE - Essenciais (indispensáveis): Não são sintetizados ou não são sintetizados em quantidade suficiente pelo organismo. Ex: Lisina, Histidina, Leucina, Isoleucina, Valina, Metionina, Treonina, Triptofano e Fenilalanina. A taurina é essencial para felino, pois o organismo deles não produz quantidade suficiente. - Não essenciais (dispensáveis): São sintetizados no organismo, porém sua síntese também depende dos componentes da ração disponibilizada. Ex: Glutamato, Glicina, Serina, Alanina, Aspartato e Asparagina. Condicionalmente não-essenciais: Prolina (Aves): Importante na alimentação das aves de postura, especialmente em fase de pico de postura. Glutamina em caso de má higiene sanitária. AMINOÁCIDO LIMITANTE: É o primeiro aminoácido que restringe o crescimento do animal. Para ser limitante, vai depender da espécie, categoria e estágio fisiológico. (Ex: Metionina nas aves para empenamento). Vai depender também da dieta utilizada. (Ex: Dietas a base de ingredientes de origem animal podem disponibilizar bastante lisina, porém pode tornar um outro aminoácido limitante. Por exemplo, pode haver muita lisina, porém tem pouca metionina.) A lisina é o aminoácido utilizado como referência para determinar a relação com outros aminoácidos. Obs.: Aminoácidos que ficam em excesso devido a falta do aminoácido limitante são quebrados e utilizados como fonte de energia. A quebra desse aminoácido libera N, e para excretar esse N o animal precisa gastar energia. Por isso, a proporção entre os aminoácidos é de suma importância. 3.4 CORREÇÃO DE DEFICIÊNCIA DE AMINOÁCIDOS 1) Combinação de ingredientes 2) Dieta com excesso de proteína - Custo / Excreção de nitrogênio / Eficiência de utilização 3) Aminoácidos sintéticos/Industriais - L-Lisina (HCl ou Sulfato) o DL-Metionina o L-Triptofano o L-Treonina o L-Valina Proteína ideal: Proteína ideal é definida como o balanço de aminoácidos que atende os requerimentos dos animais sem deficiência ou excesso, evitando desvio de aminoácido essenciais para formar aminoácidos não-essenciais ou forma energia. Aminoácido referência: Lisina em relação aos demais AA. Portanto, deve-se atualizar apenas as exigências de lisina, pois, as exigências dos demais aminoácidos são calculadas a partir de relacionamento com lisina, descrito em tabelas de recomendações nutricionais. Sistema Fatorial de determinação de Exigência: Esse sistema determina quanto o animal precisa para manutenção, para crescimento e para deposição de musculatura. Após isso, os valores são somados e por fim é determinando a exigência total. A relação dos aminoácidos essenciais em uma dieta é determinada pelo método dose-resposta, que parte introdução e aumento de um aminoácido na dieta para ver até onde o animal responde (em crescimento, deposição). Após isso, chega-se a conclusão de quanto do aminoácido o animal precisa na dieta. Ex: Quantidade de Aminoácidos exigidas pelo Animal - 1.15 de Lisina - 0.65 de Met+Cist - 0.21 de Triptofano (Na dieta) Uma dieta de Milho e Soja que contem 16% de Proteína, só possui 0.84 de lisina, e isso é menor que a exigência do animal. Nessa questão, todos os aminoácidos serão em proporção da Lisina CORREÇÃO DE DEFICIÊNCIA 1) Combinação de ingredientes 2) Dieta com excesso de proteína o Custo / Excreção de nitrogênio / Eficiência de utilização 3) Aminoácidos sintéticos/Industriais: L-Lisina (HCl ou Sulfato), DL-Metionina, L-Triptofano, L-Treonina, L-Valina Para calcular quando tem e quanto está faltando de Lisina nessa dieta: 1,15 ------ 100% 0,84 ------ X = 73% Total de lisina dieta Ou seja, faltam 27% para completar a exigência Esse é o primeiro limitante dessa dieta, portanto é necessário adicionar sintético. Proporção de Met+Cist em relação a Lisina (1,15) Ex 1 1,15 ------ 100% 0,65 ------ X = 56,52% Em relação a Lisina Então, caso eu queira aumentar a quantidade de Lisina, eu vou me basear pelos 56,52% que é o que eu preciso ter de Met+Cist dentro dos 100% da lisina, que agora é igual a 1,25. Ex 2 1,25 ------ 100% Proporção de Triptofano em relação a Lisina (1,15=100%) Ex 1 1,15 ------ 100% 0,21 ------ X = 18,28% Em relação a Lisina Então, caso eu queira aumentar a quantidade de Lisina, eu vou me basear pelos 18,28% que é o que eu preciso ter de Triptofano dentro dos 100% da lisina, que agora é igual a 1,25. Ex 2 1,25 ------ 100% X ------- 18,28% = 0,228% de Triptofano Cálculo para encontrar os valores necessários de Treo em relação a quantidadede Lys. Para o cálculo, são disponibilizados três valores diferentes de Lys para cada fase e uma única proporção de Treonina de 65%. F1 (Lys = 1,55) 1,55 ----- 100% X ----- 65% = 1,0075 de treo F2 (Lys = 1,35) 1,35 ----- 100% X ----- 65% = 0,8775 de treo F2 (Lys = 1,15) 1,15 ----- 100% X ----- 65% = 0,8775 de treo Obs. Aumento de aa sintético pode inibir a absorção de outros aminoácidos. (Antagonistas) Ex: Leucina/Isoleucina e Valina Lisina e Arginina Metionina pode ser tóxico para o animal, então em caso de necessidade de adição desse aminoácido, é preciso ter atenção. Todos esses fatores diminuem consumo de ração pelo animal. 4. DIGESTÃO DE AMINOÁCIDOS Estômago: A digestão começa no estômago pela ação do HCl. Há desnaturação das proteínas (Perda de estrutura quaternária), assim as enzimas conseguem chegar até a proteína. Posteriormente a pepsina quebra a proteína ao meio devido a uma sequência de aminoácidos especifica (ela não libera aa, apenas faz a quebra da proteína transformando em peptídeos). Intestino: No intestino são liberadas enzimas pancreáticas e intestinais que quebram as moléculas de peptídeos e transformam em di, tripeptídeos e aminoácidos livres. 90% do que é absorvido pelo enterócito, é aa livre. Pouquíssimos são polipeptídios. Após a absorção, as moléculas vão para a Veia Porta. (Esse processo ocorre tanto em ruminantes quanto em Não ruminantes. DIGESTÃO NOS RUMINANTES É um pouco diferente dos não ruminantes, porque eles possuem o rúmen, que é uma câmara repleta de bactérias e outros microrganismos que conseguem tanto degradar a proteína quanto produzir proteínas a partir da ureia. Por isso existem dois tipos de proteínas nos ruminantes: Proteínas Degradáveis no Rúmen (PDR) e as Não degradáveis no rúmen (PNDR). PDR: São proteínas que são degradadas pelos microrganismos presentes no rúmen. Os aminoácidos liberados dessa degradação são utilizados para compor a estrutura proteica dos próprios microrganismos. PNDR: Essa passa direto pelos estômagos e vai para o Intestino delgado. PROCESSO DE DEGRADAÇÃO E FORMAÇÃO DE PROTEÍNAS EM RUMINANTES Usam o mesmo transportador na célula PDR: Quando a proteína chega ao rúmen, os microrganismos liberam enzimas que degradam essa proteína (Proteases, Peptidases e Deaminases). As proteases degradam a proteína a transformando em grandes peptídeos. A peptidase degrada ainda mais esses grandes peptídeos transformando em aminoácidos. Posteriormente, os microrganismos liberam Deaminases. Essas deaminases degradam os aminoácidos e forma dois compostos: N e Esqueletos carbônicos. O nitrogênio vira amônia que é absorvida pelo epitélio ruminal, vai para o fígado e depois retorna pela saliva para ser utilizada no rúmen pelas bactérias para produção de proteína. E os esqueletos são utilizados como fonte de energia pelos microrganismos ou são transformados em AGV, que posteriormente são absorvidos pelo epitélio ruminal. A Proteína microbiana é a principal fonte de PM para ruminantes, chegando a 65% do total de PM que chega ao intestino. Qualquer programa nutricional deve otimizar a produção de proteína microbiana. Ciclo da ureia: Em caso de não ruminantes, ela é metabolizada pelo fígado e posteriormente excretada pelos rins. Em ruminantes, ela vai para o fígado e retorna pela saliva para ser utilizada na formação de proteína microbiana. Digestão No Estômago/Abomaso Hidrólise de Proteínas: As enzimas quebram as ligações peptídicas e posteriormente adicionam água. Dois tipos de enzimas podem fazer isso: Endopeptidases e Exopeptidases. No estomago, há desnaturação das proteínas pela ação do HCL. Posteriormente, a pepsina, que é uma endopeptidase, é ativada pelo pH ácido do estômago e degrada/converte a proteína em peptídeos de cadeia curta. Ela age em locais específicos dessa proteína (Aminoácidos aromáticos (Phe, Tyr e Trp) e Leu) e atua em pH entre 1 a 3. Digestão e Absorção no Intestino No intestino, há proteases liberadas pelo pâncreas e proteases produzidas pelo próprio epitélio intestinal para terminar a degradação dos peptídeos e transformar em aminoácidos. Tripsinogênio é secretado pelo pâncreas e depois ativado por enzima chamada enteroquinase. Essa enteroquinase quebra o tripsinogênio e transforma em Tripsina. Essa tripsina se torna ativadora das outras proteases. A amônia liberada pelas PDR, pode ser utilizada por outras espécies de bactérias que estão no rúmen. Essas bactérias ingerem amônia junto com alfa acetato, presentes em cadeias carbônicas livres no epitélio ruminal, e confeccionam aminoácidos. O mesmo ocorre com a ureia que é adiciona na ração do ruminante. A urease, presente no rúmen, degrada a ureia, libera N. Esse N é transformado em amônia e utilizado para formação de aa. Após a degradação dos peptídeos, os aminoácidos livres ou unidos em poucas quantidades (di ou tripeptídeos) são absorvidos pelos enterócitos. Só cerca de 10% são absorvidos na forma de di ou tripeptídeos. Os outros 90% são aminoácidos livres. Esses aminoácidos podem ser utilizados para diversas formas, como compor proteínas do fígado (IGF, proteínas transportadoras de HDL, LDL), compor tecido muscular (Actina e Miosina), Formação de Nucleotídeos e/ou como fonte de energia. Síntese proteica: Essa síntese é determinada pelo código genético do animal. Catabolismo: Uso de aminoácido para produção de energia. Ocorre processo de desaminação (Retirada do grupo amino e utilização da cadeia carbônica no ciclo de Krebs). E processo de transaminação que parte da retirada de um grupo amino de um aminoácido para ser transferido para outro aminoácido. Esse processo pode se chamar de síntese endógena de aminoácidos não essenciais. AMINOÁCIDO DIGESTIVEL DIGESTIBILIDADE ILEAL ESTANDARDIZADA OU ‘’VERDADEIRA’’ Para saber essa digestibilidade, é feito o ensaio de metabolismo, mas antes é retirado um pouco do material que se encontra no final do íleo. Esse material é retirado por uma cânula ileocecal ou pelo método do sacrifício (feito em frangos). A retirada desse material é no íleo, porque em outras regiões do TGI vai haver ação de microrganismos, e isso vai influenciar muito no resultado do teste. Os aminoácidos encontrados no íleo podem ser tanto provenientes do alimento quanto da própria mucosa (enzimas, descamação do epitélio intestinal) do animal. Essa perda é considerada uma perda dependente de ingestão de alimento (perda endógena). Essa perda endógena é classificada em dois tipos: Perda Endógena Basal: Perda que não é proveniente do alimento, mas sim do próprio organismo do animal. Essa perda é determinada quando submetemos o animal a uma alimentação sem proteínas alguma. Posteriormente, o material é coletado do íleo e analisado. Se tiver presença de aminoácidos no material, esses aminoácidos são considerados como uma perda endógena basal. Perda endógena Específica: A perda de aminoácidos do próprio organismo devido a composição do alimento. Ex: Soja com fatores antinutricionais. Esse alimento vai aumentar secreção de tripsina pelo pâncreas. Para saber quanto está sendo perdido de aminoácidos basal, se dá apenas alimento sem proteína. O valor encontrado de aa no material é a perda endógena. Para saber quanto está sendo perdido de aa numa alimentação com proteína, subtrai o valor de aa na dieta sem proteína do valor de aa da dieta com proteína. Digestibilidade Ileal Verdadeira ou estandardizada: Digestibilidade que foi corrigida para perda endógena basal. Os americanos utilizam Digestibilidade Ileal Verdadeira ou estandardizada para determinar Ex: Digestibilidade de Lisina no Farelo de Soja = 88% Total de lisina no Farelo de Soja = 2,35% Com essa digestibilidade de 88%, quanto o animal está conseguindo aproveitar do 2,35%? 2,35 ------ 100% X ------88% = 2,06 % essa é a porcentagem de lisina total que o animal consegue aproveitar. Ou seja, 0,29% da lisina vai ser perdida nas fezes. digestibilidade ileal da perda endógena específica. PARTIÇÃO DE ENERGIA ENERGIA BRUTA (EB) - Energia das Fezes ENERGIA DIGESTIVEL - Energia das Fezes e Urina ENERGIA METABOLIZÁVEL - Incremento Calórico ENERGIA LIQUIDA Manutenção Produção
Compartilhar