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I_Teorico Saúde Mental em Criança e Adolescente

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Saúde Mental 
da Criança e 
do Adolescente
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Larissa Horta Esper
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Nesta unidade, trabalharemos os seguintes tópicos:
• O que é Saúde e o que é Doença? 
• Saúde Mental da Criança e do Adolescente;
• Atividades Física;
• Necessidades do Sono.
Fonte: Getty Im
ages
Objetivos
• Apresentar os conceitos sobre Saúde e Doença de crianças e adolescentes, refletir sobre 
fatores que influenciam no desenvolvimento saudável durante esse período do desen-
volvimento humano, bem como os fatores de risco ou prejudiciais que afetam as condi-
ções de saúde e a qualidade de vida de crianças e adolescentes;
• Apresentar as recomendações da Organização Mundial da Saúde para o desenvolvimen-
to saudável infanto-juvenil.
Caro Aluno(a)!
Normalmente, com a correria do dia a dia, não nos organizamos e deixamos para o úl-
timo momento o acesso ao estudo, o que implicará o não aprofundamento no material 
trabalhado ou, ainda, a perda dos prazos para o lançamento das atividades solicitadas.
Assim, organize seus estudos de maneira que entrem na sua rotina. Por exemplo, você 
poderá escolher um dia ao longo da semana ou um determinado horário todos ou alguns 
dias e determinar como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há videoaulas e leituras indicadas, assim como sugestões 
de materiais complementares, elementos didáticos que ampliarão sua interpretação e 
auxiliarão o pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de 
discussão, pois estes ajudarão a verificar o quanto você absorveu do conteúdo, além de 
propiciar o contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de 
troca de ideias e aprendizagem.
Bons Estudos!
Introdução Sobre a Saúde Mental 
da Criança e do Adolescente 
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Contextualização
Para iniciarmos esta Unidade, é importante considerar que a infância e a adolescên-
cia são fases determinantes na formação de qualquer indivíduo. 
As experiências vividas nesse período são fundamentais para o desenvolvimento físi-
co, intelectual, social e emocional do futuro adulto. Por esse motivo, essa etapa do desen-
volvimento é objeto de importantes reflexões e discussões em diferentes contextos, como 
o Setor Educacional, o Setor da Saúde e o Setor Governamental. O objetivo de tais refle-
xões setoriais seria apontar alternativas para que nossas crianças e adolescentes cresçam 
de maneira saudável e adequada. Afinal, as crianças são o futuro da nossa sociedade! 
No presente Curso, utilizamos os critérios recomendados pelo Estatuto da Criança e 
do Adolescente para definição da faixa etária. O ECA considera a infância como 
um período do desenvolvimento da criança do 0 aos 12 anos de idade incompletos 
e do adolescente dos 12 aos 18 anos de idade (ESTATUTO DA  CRIANÇA  E DO 
ADOLESCENTE, 1990). 
Iniciaremos nossa conversa abordando “O que é Saúde e Doença?”; em seguida, 
falaremos sobre os aspectos principais que podem promover ou prejudicar o desenvol-
vimento da Saúde mental da criança e do adolescente.
6
7
O que é Saúde e o que é Doença? 
Um conceito importante para já aprendermos no início desse Curso é em relação à 
definição do que é a SAÚDE. 
Durante décadas, a saúde foi compreendida como sendo apenas um estado de au-
sência de doença, ou seja, uma pessoa era considerada como saudável apenas quando 
ela não tinha nenhum estado de desconforto físico ou nenhuma enfermidade, como, por 
exemplo, deficiências físicas, doenças infecciosas, problemas respiratórios ou problemas 
cardíacos. Assim, a Saúde era definida como exatamente o oposto da Doença. 
Com o passar dos anos, observou-se que um dos grandes problemas dessa definição 
é que ela considera a Saúde em uma perspectiva extremamente redutora. 
O entendimento de ser saudável não incluía os fatores fundamentais para a qualidade 
de vida do individuo, como os componentes emocionais e sociais que influenciam no 
Processo Saúde e Doença (MYERS, 1992). 
Nessa trajetória histórica, o conceito sofreu importantes modificações. A Organização 
Mundial de Saúde (OMS), no ano de 1948, definiu saúde como “Um estado de completo 
bem-estar físico, mental e social e não somente ausência de afecções e enfermidades”. 
Sendo assim, a saúde passa a ser considerada como uma forma de total bem-estar, 
alcançado não apenas por meio da prevenção ou do tratamento de doenças, mas sim, 
por meio de qualidade de vida, incluindo os aspectos emocionais e sociais da pessoa.
Até os dias atuais, essa definição da OMS ainda é válida. Porém, esse conceito recebe importan-
tes críticas de profissionais e pesquisadores desde sua formulação. A principal crítica e reflexão 
é a classificação desse conceito como utópico e não operacional, caracterizando-a mais como 
uma declaração do que propriamente como uma definição de Saúde (NARVAI et al., 2008). 
Os críticos consideram que, ao assumir o conceito da OMS, nenhuma pessoa (ou população) 
seria totalmente saudável ou totalmente doente. Ao longo da vida, os indivíduos viverão 
em diferentes condições de saúde e doença, de acordo com o seu trabalho, condições de 
vida e sua interação com outras pessoas. Saúde e doença, então, não são condições está-
veis, mas sim, conceitos vitais, sujeitos à constante avaliação e mudança.
No ano de 1990 surge uma nova e importante definição de saúde presente na Lei 
Orgânica de Saúde (LOS), n. 8.080, de 19 de setembro de 1990. Esse novo conceito 
procura ir além do apresentado pela OMS, ao se mostrar mais ampla, pela explicitação 
dos fatores que poderiam determinar e condicionar a saúde e a doença da pessoa. Essa 
Lei considera que: 
A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre ou-
tros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambien-
te, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer, o acesso a 
bens e serviços essenciais; os níveis de saúde da população expressam 
a organização social e econômica do país. (BRASIL, 1990, Art. 3)
7
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Um exemplo que podemos discutir juntos é a influência de determinantes sociais na 
saúde infantil. 
Se considerarmos uma criança como a da imagem a seguir, que vive em circunstân-
cias precárias e trabalha com coleta de lixo, apresenta pobreza, insegurança alimentar, 
exclusão e discriminação social, podemos analisar como esses fatores interferem direta-
mente na qualidade de vida e nos problemas de saúde. 
Figura 1
Fonte: Freepik
As condições sociais em que as pessoas vivem influenciam o seu estado de saúde ou 
doença. Da mesma forma, podemos refletir que os aspectos sociais influenciam também 
a Saúde mental da criança. 
Para a compreensão completa desse processo, é preciso considerar uma maior di-
mensão do termo saúde que abrange todos os aspectos e elementos cruciais para o 
perfeito desenvolvimento do bem-estar total da criança. 
É preciso incluir os relacionamentos familiares da criança, da escolaridade, do lazer e 
da socialização, da habitação, da nutrição e das condições de vida. 
Diante disso, a promoção da saúde infantil, deve levar em conta esses princípios bá-
sicos e elementares que interferem na vida e no dia a dia das crianças.
A partir da explicação anterior, podemos entender que diversos fatores influenciam a 
condição de saúde da criança. 
Entre eles:
• Aspectos biológicos: idade, sexo, características pessoais eventualmente determi-
nadas pela herança genética;
• Aspectos psicológicos: comportamento infantil, estresse e enfrentamento ao es-
tresse, sintomas emocionais e habilidades sociais; 
8
9
• Aspectos do ambiente: que abrange condições geográficas, características da ocu-
pação humana, fontes de água para consumo, disponibilidadee qualidade dos ali-
mentos, condições de moradia;
• Aspectos sociais, econômicos e culturais: renda familiar, acesso à Educação for-
mal e ao lazer, hábitos e formas de relacionamento interpessoal, acesso aos serviços 
voltados para a promoção e para a recuperação da Saúde e a qualidade da atenção.
Em suma, para compreender a saúde da criança e do adolescente, é importante con-
siderar os diferentes mecanismos que determinam as condições de Saúde e Doença das 
pessoas, assim como a maneira como nascem e se desenvolvem.
Figura 2
Fonte: Getty Images
Para compreender o Processo de Saúde e Doença da criança e do adolescente, é 
importante considerar diferentes aspectos:
• Biológicos;
• Psicológicos;
• Ambientais;
• Socias, econômicos e culturais.
Em relação ao conceito de Doença, este não pode ser compreendido apenas por 
meio de medições fisiopatológicas, pois quem estabelece o estado da doença é a própria 
pessoa. Os valores, sentimentos expressos e a capacidade de estar adaptado às exigên-
cias do meio pela pessoa que adoece devem ser considerados (CANGUILHEM, 2011). 
Um importante autor que discutiu os conceitos vigentes sobre o que seria a Doença 
ou o Patológico foi Georges Canguilhen (1904-1995), que foi um filósofo e médico que 
publicou a obra clássica chamada O Normal e o Patológico. 
Este autor discute a legitimidade do que seria “normal” no discurso especialmente 
médico para enquadrar as pessoas em diagnósticos definidos, nos quais a Saúde e a 
Doença teriam fronteiras rígidas. 
9
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Para Canguilhen, quadros clínicos ou diagnósticos semelhantes, mesmo que seja com 
parâmetros biológicos iguais, podem afetar de maneiras diferentes as pessoas. 
Sendo assim, como exemplo, se tivermos duas crianças, ambas apresentando sinto-
mas de Ansiedade, cada uma delas terá capacidade diferente de adaptação e enfrenta-
mento a doença. 
Do ponto de vista do bem-estar individual e do desempenho social, a percepção in-
dividual sobre a Saúde é importante.
A reflexão sobre o que seria “Normal ou Patológico” é muito importante para a atu-
ação do profissional que lida com crianças, seja na área da Educação, seja na da saúde. 
Atualmente, observamos crianças agitadas, muitas vezes inquietas, que podem ser 
consideradas de forma precoce como hiperativas. Nesse caso, é preciso muita cautela, 
pois é relevante considerar que em certos períodos do desenvolvimento infantil é impor-
tante que a criança queira experimentar o mundo ao seu redor.
Dessa forma, a exploração do exterior torna-se mais importante para a criança do 
que comer ou se sentar durante as atividades, pois a exploração do mundo torna-se mais 
importante para ela e esse comportamento não necessariamente seria patológico. 
Como profissionais em contato direto com essas crianças, precisamos ficar atentos 
quando esse comportamento ficar fora do controle e gerar algum tipo de dano familiar, 
problemas individuais, prejuízos sociais ou sofrimento à criança. 
Saúde Mental da Criança e do Adolescente
Ao discutirmos a Saúde mental da criança e do adolescente, devemos, primeira-
mente, considerar que a “Saúde” está relacionada diretamente à dimensão que abrange 
todos os aspectos e elementos cruciais para o desenvolvimento humano.
A infância, muitas vezes é vista de forma romântica, compreendida como “a melhor 
fase da vida” da pessoa. 
É comum ouvirmos de nossos avós que essa fase deveria ser aproveitada, por ser um 
período sem preocupações da vida adulta e que deveria ser explorada ao máximo. 
Essa fase de vida é repleta de períodos de transformações essenciais na formação da 
personalidade da pessoa e do desenvolvimento cognitivo e social.  
As mudanças que ocorrem afetam não somente as crianças e os adolescentes, mas 
os familiares e todas as pessoas à sua volta, exigindo muita atenção dos pais, familiares, 
professores, profissionais e amigos para que o amadurecimento e a formação da perso-
nalidade da pessoa ocorram de forma saudável e natural.
Nesse mesmo período de vida, observamos que importantes problemas relacionados 
à saúde mental podem ocorrer. 
10
11
Estima-se que, no mundo, uma em cada quatro a cinco crianças e adolescentes te-
nha algum transtorno mental. Levantamento nacionais indicam números elevados de 
transtornos mentais entre nossos pequenos, cerca de 7 a 20% das crianças no Brasil 
apresentam algum transtorno mental. Diante desses dados podemos refletir.
O que estaria acontecendo com nossas crianças e adolescentes que justificaria os diversos 
problemas da saúde mental? 
Nessa seção, discutiremos os fatores associados a um adequado desenvolvimento da 
criança e do adolescente assim como os fatores de risco que poderiam prejudicar. 
Fator de risco: determina um aumento da probabilidade de surgimento de problemas. 
Pode, também, ser definido como um fator que aumenta a vulnerabilidade de uma pessoa 
ou grupo em desenvolver determinada doença ou agravo à Saúde (HALPERN, 2004).
Primeiro, podemos iniciar nossa discussão falando dos primeiros anos de vida da 
criança. Segundo a OMS, o cérebro se desenvolve rapidamente nesse período. 
Ocorre uma interação contínua entre genes individuais e os diferentes ambientes nos 
quais a criança convive, que molda o cérebro que está em desenvolvimento. 
Lembram-se de que iniciamos esse módulo conversando sobre a importância dos 
fatores sociais para a saúde da criança? Então, o ambiente em que ela vive interfere dire-
tamente no maior ou no menor desenvolvimento do cérebro.
Os primeiros anos de vida da criança são considerados momentos críticos para ao de-
senvolvimento da saúde mental. Quando um bebê nasce, seu cérebro já apresenta quase 
todos os neurônios; aos 2 anos, existe uma enorme quantidade de conexões neuronais 
que, com o passar dos anos, podem ser podadas ou mantidas, de acordo com o estímulo 
e a frequência de uso.
Figura 3
Fonte: Getty Images
11
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Podemos, então, pensar que um ambiente saudável irá promover o desenvolvimento 
cerebral e, por outro lado, um ambiente adverso prejudica esse desenvolvimento em 
curto prazo, mas, sobretudo, também em longo prazo com prejuízos para a vida adulta. 
Durante a infância, crianças, quando negligenciadas, com ausência de cuidados, são 
menos sadias, apresentam menor crescimento e ganho de peso, e apresentam dificulda-
des sociais e de confiança, com dificuldades no progresso de suas competências.
Especialistas confirmam que quando a criança vivencia situações estressoras ou traumá-
ticas, ocorre a produção excessiva de cortisol, esse é um hormônio produzido pelo nosso 
corpo que, quando em excesso, prejudica as conexões entre os neurônios. Com o passar 
do tempo, ocorrem graves prejuízos para a formação do cérebro e, como consequência, 
todos os Sistemas do corpo podem ser afetados, além da redução do volume cerebral. 
Em decorrência disso, observamos diversos efeitos negativos, incluindo danos para a Saú-
de mental e prejuízos ao desenvolvimento cognitivo. Outro exemplo em relação à influ-
ência do ambiente é a desnutrição durante a gravidez, que acarreta baixo peso ao nascer 
e aumenta o risco de doenças crônicas na vida adulta. A adversidade associada à pobreza 
extrema pode levar à diminuição da atenção por cuidadores sobrecarregados, estressados 
e desencorajados. Essa vivência afeta o desenvolvimento psicológico, emocional e neuro-
lógico durante a infância.
É fundamental o apoio à Saúde física e mental da criança, pois isso afeta desde sua 
capacidade de aprender ao longo da vida, até a aprendizagem da resiliência, ou seja, ca-
pacidade da criança em lidar com problemas, adaptar-se a circunstancias adversas, su-
perar obstáculos ou resistir à pressão de situações. 
Ha tempos, a Ciência descobriu que a estrutura cerebral das crianças é formada des-
de a primeira infância. As conexões entre neurônios são responsáveis pela transmissão 
de impulsos nervosos,responsáveis por manter memórias de vivências da infância e 
também por manter hábitos de vida. Esses impulsos nervosos traduzem, em eletricidade 
no cérebro, as emoções e as experiências do dia a dia. 
O desenvolvimento saudável da criança será influenciado por fatores tanto hereditá-
rios quanto pelo ambiente doméstico. Pensando assim, entendemos que a estimulação, 
já nos primeiros anos de vida do bebê, é fundamental para o adequado desenvolvimento 
cognitivo futuro da criança. 
Quais as características do ambiente familiar da infância podem influenciar as medidas de 
inteligência e outras medidas do desenvolvimento cognitivo?
Especialistas indicam que o ambiente do bebê deve conter os seguintes elementos 
e condições:
• Incentivo para explorar o ambiente; 
• Supervisão do desenvolvimento de habilidades cognitivas e sociais básicas; 
• Elogios às realizações; 
12
13
• Orientação para a prática e para a expansão de habilidades; 
• Proteção contra desaprovação imprópria, provocações e punições; 
• Enriquecimento da comunicação e responsividade; 
• Orientação e limitação do comportamento. 
Na Tabela 1, a seguir, apresentamos uma lista de sugestões específicas para promo-
ver o melhor desenvolvimento do bebê em relação ao desenvolvimento cognitivo. 
 Nos primeiros anos de vida, os pais e os parentes próximos são os melhores cuida-
dores e, por isso, a atenção centrada na família é importante. 
A seguir, demonstramos recomendações importantes para promover o desenvolvi-
mento cognitivo de bebês e crianças pequenas.
Tabela 1 – Recomendações para promover o desenvolvimento cognitivo de bebês e crianças pequenas
1 Nos primeiros meses, forneça estimulação sensorial, mas evite a superestimulação e os ruídos que distraem.
2 À medida que o bebê for crescendo, crie um ambiente que promova a aprendizagem – um ambiente que inclua livros, objetos interessantes (que não precisam ser brinquedos caros) e um lugar para brincar.
3 Responda aos sinais do bebê. Isso estabelece um senso de confiança de que o mundo é um lugar amigável e lhe dá um senso de controle sobre sua vida.
4
Dê ao bebê poder de efetuar mudanças com brinquedos que possam ser chacoalhados, moldados ou mo-
vimentados. Ajude o bebê a descobrir que girar a maçaneta faz abrir a porta, pressionar um interruptor faz 
acender a luz e abrir uma torneira faz correr a água para tomar banho.
5
Dê ao bebê liberdade para explorar. Não o confine regularmente, durante o dia, em um berço, cadeirinha 
ou em um quarto pequeno e, mesmo por curtos períodos, num cercado. Torne o ambiente seguro para ele 
e solte-o!
6 Converse com o bebê. Ele não vai aprender a falar ouvindo rádio ou televisão; precisa de interação com adultos.
7 Ao falar ou brincar com o bebê, envolva-se naquilo que ele estiver interessado no momento, em vez de tentar redirecionar a atenção dele para outra coisa.
8 Arranje oportunidades para ele aprender as habilidades básicas, como nomear, comparar e separar objetos (por tamanho, cor, etc.), colocando itens em sequência e observando as consequências das ações.
9 Aplauda as novas habilidades e ajude o bebê a praticá-las e expandi-las. Fique por perto, mas não sufoque.
10 Desde os primeiros anos de vida, leia para o bebê num ambiente aconchegante e afetuoso. Ler em voz alta e falar sobre as histórias desenvolve as habilidades de prontidão para a alfabetização.
11 Não utilize a punição de forma que ridicularize os resultados da exploração normal de tentativa e erro.
Fonte: PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12.ed. Porto Alegre, Artmed, p. 175, 2013
Ainda sobre o desenvolvimento na Primeira Infância, em 2019, a Organização Mun-
dial da Saúde (OMS) fez novas recomendações para o melhor desenvolvimento físico, 
mental e bem-estar geral de crianças menores de cinco anos de idade. 
Entre as principais orientações estão:
• Atividade física desde os primeiros anos de idade: segundo especialistas, as 
crianças precisam voltar a brincar ativamente;
• Melhor qualidade do sono: fator considerado essencial para o desenvolvimento 
cognitivo, físico e psicossocial da criança;
13
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
• Necessidade de diminuição do tempo de exposição a telas e atividades se-
dentárias: o tempo gasto com exposição a Tecnologias deve ser substituído por 
atividades mais ativas como leitura, contato com música e instrumentos musicais, 
contação de histórias e quebra-cabeças.
Diante de tais recomendações da OMS, qual a sua opinião sobre a seguinte questão: Com 
qual idade você deixaria um bebê ver televisão ou vídeo, ou jogar no computador? E quais 
as restrições, se houver alguma: O que você imporia sobre essas atividades?
Segundo essa mesma Organização, bebês com menos de 12 meses de vida não de-
vem passar nem um minuto na frente de dispositivos eletrônicos. 
Atividades consideradas sedentárias, como ficar em frente a uma tela (assistindo à 
TV ou vídeos ou em jogos de computador) são recomendadas apenas após os dois anos 
de idade, sendo restritas ao período máximo de tempo de 60 minutos. Tais orientações 
fazem parte de conscientização da Agência da ONU sobre sedentarismo e obesidade.
Crianças de até cinco anos de idade não devem passar mais de 60 minutos por dia 
em atividades passivas diante de uma tela de smartphone, computador ou TV. 
A recomendação foi divulgada nesta semana (24), pela Organização Mundial da Saú-
de (OMS), que alertou sobre os temas expostos a seguir. 
Bebês (menos de um ano)
• Devem estar fisicamente ativos várias vezes ao dia, de várias maneiras, particular-
mente por meio de brincadeiras interativas no chão. Quanto mais, melhor. Para 
os que ainda não sabem andar, essas atividades físicas devem incluir pelo menos 
30 minutos em posição de bruços, repartidos ao longo do dia, nos momentos em 
que os bebês estiverem acordados;
• Não devem permanecer sob formas de contenção e restrição do movimento por 
mais de uma hora seguida – por exemplo, em carrinhos de bebê, cadeiras altas ou 
nas costas de um cuidador. Não se recomenda que passem tempo diante de telas 
de dispositivos eletrônicos. Em momentos de inatividade, recomenda-se que um 
cuidador leia ou conte histórias.
Crianças de um a dois anos de idade
• Devem passar ao menos 180 minutos em uma variedade de atividades físicas 
em qualquer intensidade, incluindo atividades físicas de intensidade moderada a 
elevada, distribuídas ao longo do dia. Quanto mais, melhor;
• Não devem ficar restritas por mais de uma hora seguida – por exemplo, em carri-
nhos de bebê, cadeiras altas ou nas costas de um cuidador – nem permanecer sen-
tadas durante longos períodos de tempo. Para crianças de um ano de idade, não se 
recomenda nenhum período de tempo em atividades sedentárias em frente a uma 
14
15
tela (assistindo à TV ou a vídeos ou em Jogos de Computador). Para aquelas com 
dois anos de idade, o tempo sedentário em frente às telas não deve ser superior 
a uma hora. Quanto menos, melhor. Em momentos de inatividade, recomenda-se 
que um cuidador leia ou conte histórias;
• Devem ter de 11 a 14 horas de sono de boa qualidade, incluindo cochilos, com 
horários regulares para dormir e acordar.
Crianças de três a quatro anos de idade
• Devem gastar ao menos 180 minutos em vários tipos de atividades físicas, em qual-
quer intensidade. Pelo menos 60 minutos devem envolver atividades de intensidade 
moderada a elevada, repartidas ao longo do dia. Quanto mais, melhor;
• Não devem ficar contidas por mais de uma hora seguida – por exemplo, em carri-
nhos de bebê – ou ficar sentadas por longos períodos. O tempo dedicado a atividades 
sedentárias em frente às telas não deve exceder uma hora. Quanto menos, melhor. 
Em momentos de inatividade, recomenda-se que um cuidador leia ou conte histórias;
• Devem ter de 10 a 13 horas de sono de boa qualidade, que podem incluir cochilos, 
com horários regulares para dormir e acordar.
Crianças, adolescentes e o uso de Tecnologias e Internet
O uso adequadode Tecnologias por crianças é considerado desafiador por familiares, 
Educadores e Profissionais da Saúde. 
A geração nascida na Era Digital apresenta habilidades inatas para lidar com as novas 
Tecnologias e suas diversas ferramentas. 
Figura 4
Fonte: Getty Images
As Tecnologias da Informação e da Comunicação estão transformando o mundo à 
nossa volta e os comportamentos e relacionamentos de todas as pessoas. 
15
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Buscar informações e adquirir novos conhecimentos são tarefas quase instantâneas, 
no clicar do teclado ou no deslizar dos dedos num telefone celular. 
Crianças e adolescentes fazem parte da geração digital e usam os Dispositivos, Aplica-
tivos, Videogames e a Internet cada vez mais em idades precoces e em todos os lugares.
A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), recentemente, produziu um manual deno-
minado Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital. 
O documento é voltado para educadores e aborda questões relacionadas ao uso da 
Internet e das Tecnologias Digitais e seus possíveis desdobramentos e riscos para o de-
senvolvimento da infância e adolescência. 
Segundo o Manual, o uso precoce e de longa duração de jogos on-line, Redes Sociais 
ou diversos aplicativos com filmes e vídeos na Internet pode causar diversos danos ao 
desenvolvimento como:
• Dificuldades de socialização e conexão com outras pessoas; 
• Dificuldades escolares;
• A dependência ou o uso problemático e interativo das mídias causa problemas mentais;
• Aumento da ansiedade;
• Violência e bullying;
• Cyberbullying;
• Transtornos de sono e de alimentação;
• Sedentarismo;
• Problemas auditivos por uso de headphones;
• Problemas visuais;
• Problemas posturais e Lesões de Esforço Repetitivo (LER);
• Problemas que envolvem a sexualidade, como maior vulnerabilidade ao grooming 
e ao sexting, incluindo pornografia;
• Acesso facilitado às Redes de Pedofilia e à exploração sexual on-line; compra e uso de 
drogas, pensamentos ou gestos de autoagressão e suicídio; além das “brincadeiras” ou dos 
“desafios” on-line que podem ocasionar consequências graves e até o coma ou a morte”. 
Bullying: termo inglês utilizado para descrever atos de violência física, psicológica ou se-
xual, intencionais, para intimidação, ofensa, humilhação, depreciação, maltrato ou ameaça 
por um indivíduo (bully) ou grupo de indivíduos/pares de colegas, com o objetivo de agre-
dir, amedrontar ou exercer o poder da força contra outro indivíduo ou grupo de indivíduos/
pares de colegas incapaz(es) de se defender. 
16
17
Cyberbullying: é o mesmo ato de violência do bullying, que ocorre nas Redes Sociais ou em 
jogos on-line, na Internet, mas que extrapola e dissemina sem qualquer controle.
Grooming: técnicas de sedução ou comportamentos sedutores que acontecem nas Redes 
Sociais quando uma pessoa mal-intencionada ou pedófila tenta atrair uma criança ou adoles-
cente com falsidades ou inventando histórias ou mentiras para capturar a atenção da vítima.
Sexting: mensagens, fotos ou vídeos de conteúdo sexual que são transmitidas como com-
portamentos de sedução ou atração de outra pessoa por meio da Internet e que pode 
caracterizar exposição corporal de criança ou adolescente e crime de exploração sexual 
on-line. Frequentemente, acompanham o ato de cyberbullying entre adolescentes.
Fonte: Sociedade brasileira de Pediatria. Manual de orientação: saúde de crianças e adolescentes na Era Digital
Figura 5
Fonte: Getty Images
Em relação à Saúde mental, especificamente na adolescência, considera-se que essa 
fase é um período de moldagem do indivíduo da infância para a adulta. 
Esse é um período marcado pela transição no desenvolvimento que envolve mudan-
ças físicas. Além disso, também observamos uma oportunidade de desenvolvimento da 
competência cognitiva e social, autonomia, autoestima e intimidade. 
Quando pensamos em adolescentes, verificamos que, à medida que ocorre o amadureci-
mento, eles passam a lidar com suas próprias necessidades e emoções conflitantes, sendo 
o momento em que podem questionar sua identidade, seus valores, sonhos e objetivos de 
vida. Quais são as principais transformações dessa fase do desenvolvimento humano? 
Os adolescentes que têm relações de apoio com os pais, a Escola e a comunidade 
tendem a se desenvolver de forma positiva e saudável. Entretanto, os adolescentes en-
frentam, hoje, riscos ao seu bem-estar físico e mental, que incluem altas taxas de mor-
talidade por acidentes, homicídio e suicídio. 
17
UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Embora seja uma fase de frequente conflito interno, esse período torna-se importante 
para que ele possa desenvolver adequadamente sua autonomia, suas habilidades e possa 
compartilhar suas novas descobertas e medos perto de seus pares, amigos e familiares. 
A adolescência é um momento único, que molda as pessoas para a vida adulta. 
Enquanto a maioria dos adolescentes tem uma boa saúde mental, múltiplas mudanças 
físicas, emocionais e sociais, incluindo a exposição à pobreza, abuso ou violência, po-
dem tornar os adolescentes vulneráveis a condições de saúde mental. Como veremos a 
seguir, os comportamentos de risco podem refletir imaturidade do cérebro adolescente.
A Organização Pan Americana da Saúde chama a atenção para alguns dados alar-
mantes: metade de todas as condições de saúde mental iniciam na adolescência, ao 
redor dos 14 anos de idade. 
A maioria desses casos não é identificada por familiares, amigos e profissionais, fato 
que impossibilita o posterior tratamento. 
A depressão é considerada uma das principais responsáveis por doenças e prejuízos 
ao funcionamento geral (social, familiar) entre adolescentes. 
Outro dado alarmante é que o suicídio é a terceira principal causa de morte entre 
adolescentes de 15 a 19 anos.
Será que o cérebro do adolescente já está todo formado? Que tipo de desenvolvimento 
cerebral ocorre durante a adolescência, e como ele afeta o comportamento do adolescente?
O cérebro do adolescente é considerado pelos cientistas uma obra ainda inacabada, 
ou seja, o cérebro ainda não está totalmente maduro na puberdade. Nessa fase, ocorrem 
mudanças importante nas estruturas relacionadas com emoções, julgamento organiza-
ção do comportamento e autocontrole.
A imaturidade do cérebro do adolescente os leva a maior propensão para comporta-
mento de risco que estaria relacionado a:
• Uma Rede Socioemocional que é sensível a estímulos sociais e emocionais, tal 
como a influência dos amigos;
• Uma Rede de Controle Cognitivo que regula as respostas a estímulos, pouco de-
senvolvida. 
A Rede Social e Emocional do adolescente torna-se mais ativa nessa fase, enquanto 
a Rede de Controle Cognitivo amadurece gradualmente, até o início da idade adulta. 
Alguns pesquisadores indicam que essa imaturidade cerebral poderia justificar a ten-
dência dos adolescentes a explosões emocionais e a diferentes comportamentos de ris-
co, especialmente, porque o comportamento de risco frequentemente ocorre em grupos 
(STEINBERG, 2007).
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Atividades Física
A atividade física afeta tanto a saúde física quanto a saúde mental de crianças e adolescentes. 
A recomendação da OMS é que crianças e adolescentes de cinco a 17 anos prati-
quem pelo menos 60 minutos diários de atividade física. 
Em relação aos benefícios físicos, observa-se que a atividade regular permite um me-
lhor desenvolvimento, incluindo aumento da tonalidade, força, resistência, permite ossos 
e músculos mais saudáveis, melhora do condicionamento cardiorrespiratório, aumento 
do fôlego, aprimoramento da resistência física e mental, correção da postura, além de 
evitar a obesidade e diminuir os sintomas depressivos, ansiosos e relacionados ao estres-
se, promovendo bem-estar geral. 
O exercício também aumenta a chance de se envolver em hábitos de vida mais sau-
dáveis. Em contrapartida, o sedentarismo pode resultar em maior risco de obesidade, 
diabetes tipoII, problemas cada vez maiores entre os adolescentes e maior probalidade 
de doença cardíaca e câncer na idade adulta.
Infelizmente, segundo a OPAS 80% dos adolescentes não praticam atividade físi-
ca suficiente. 
Figura 6
Fonte: Getty Images
As atividades físicas, quando estabelecidas de forma precoce, os costumes relativos à 
atividade física saudável, o sedentarismo e os hábitos de sono ajudam a moldar hábitos 
por meio da infância, adolescência e idade adulta.
Necessidades do Sono
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UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
O sono é uma das necessidades básicas de vida e essencial para todas as crianças e 
adolescentes para o crescimento e o desenvolvimento saudável, tanto físico quanto men-
tal e, em relação às crianças, elas dormem, solidificam os seus aprendizados. 
É durante o sono que aprendem a falar, engatinhar, pegar, caminhar, dançar, comer 
sozinhos e todas as outras tarefas que vão adquirindo ao longo do seu desenvolvimento. 
Segundo a National Sleep Foundation (Fundação Nacional do Sono), dormir é tão im-
portante quanto a alimentação e a higiene do bebê, pois, além de ajudar no desenvolvimento 
intelectual, é nesse período de descanso que o corpo libera os hormônios de crescimento.
As crianças, geralmente, vão dormir mais tarde e dormem menos nos dias de Escola 
à medida que ficam mais velhas. 
O adolescente médio que dormia mais de 10 horas à noite aos 9 anos de idade dorme 
menos de 8 horas aos 16 anos. 
Dormir mais nos fins de semana não compensa a perda de sono nas noites de Escola. 
O hábito de dormir e acordar tarde pode contribuir para a insônia, um problema que, 
frequentemente, começa no final da infância ou na adolescência. 
Uma curiosidade interessante é que os cientistas identificaram que as alterações do sono 
dos adolescentes são relacionadas a mudanças biológicas. O momento da secreção do hor-
mônio melatonina é um indicador de quando o cérebro está pronto para dormir, e na 
puberdade, essa secreção ocorre, principalmente, durante a noite, levando o adolescente a 
dormir mais tarde. Entretanto, embora os adolescentes durmam mais tarde, eles precisam 
acordar mais cedo no outro dia para ir para Escola, visto que, em muitas Escolas, as aulas 
do Ensino Médio começam mais cedo. Dessa forma, os horários das Escolas estariam fora 
de sincronia com os ritmos biológicos dos estudantes. Devido a fatores biológicos, os ado-
lescentes tendem a estar menos atentos e mais estressados de manhã cedo, e mais alertas 
à tarde (HANSEN et al., 2005). 
A privação de sono é considerada um problema frequente, especialmente entre ado-
lescentes. 
Por que adolescentes ficam acordados até tarde? Eles podem precisar fazer a lição de casa, 
querer conversar ou mandar mensagens para os amigos ou navegar na Internet. Quais pro-
blemas esse hábito pode acarretar à saúde dos adolescentes?
A privação do sono pode apresentar como consequência:
• Má qualidade e queda no rendimento da performance ou das atividades executadas 
no dia seguinte;
• Sonolência;
• Atraso puberal;
• Alterações de humor e sintomas emocionais (ansiedade e depressão);
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• Lentidão de raciocínio;
• Menor motivação para atividades;
• Irritabilidade;
• Menor concentração e baixo desempenho escolar;
• Maior predisposição a acidentes;
• Comprometimento de criatividade, atenção, memória.
Em contrapartida, dormir o tempo recomendado para cada faixa etária está associado 
à melhora na atenção, memória, comportamento, aprendizagem e controle emocional. 
Para manter um bom ritmo biológico é importante manter um cronograma de horas 
para dormir, estar alerta, pensar, estudar, trabalhar, sentir-se bem e realizar atividades 
de lazer, assim como digerir bem os alimentos após as refeições.
Figura 7
Fonte: Getty Images
Nesta Unidade, vimos a importância de considerarmos os diferentes fatores que determi-
nam as condições de Saúde e Doença das pessoas. 
Aprendemos que a saúde é considerada um estado de completo bem-estar físico, mental e 
social e não somente ausência de afecções e enfermidades. 
Além disso, discutimos os principais fatores que promovem a saúde física e mental da criança 
e do adolescente, assim como os fatores que podem prejudicar o desenvolvimento saudável.
Concluímos que, para promover o bem-estar mental de crianças e adolescentes, é neces-
sário protegê-los de experiências adversas, assim como estimulá-los a adquirir hábitos de 
vida saudáveis, características fundamentais para o bem-estar geral, em curto prazo e em 
longo prazo, pois irão influenciar a saúde física e mental na vida adulta.
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UNIDADE 
Introdução Sobre a Saúde Mental da Criança e do Adolescente 
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Leitura
O Normal e o Patológico: Contribuições para a Discussão sobre o Estudo da Psicopatologia
SILVA, Thiago Loreto Garcia da et al. O normal e o patológico: contribuições para a dis-
cussão sobre o estudo da psicopatologia. Aletheia, Canoas, n. 32, p. 195-197, ago. 2010. 
http://bit.ly/2oJNcEy
Concepções de Saúde e Doença da Escola Nacional de Saúde Pública 
Concepções de saúde e doença da Escola Nacional de Saúde Pública. Sergio 
Arouca, 2004.
http://bit.ly/2J3Hcx9
Para crescerem Saudáveis, Crianças precisam passar
menos tempo sentadas e mais tempo Brincando
Reportagem de 25 de abril de 2019 da Organização Pan-Americana da Saúde denomi-
nada: Para crescerem saudáveis, crianças precisam passar menos tempo sentadas e 
mais tempo brincando. 
http://bit.ly/2qpQFsh
Saúde de Crianças e Adolescentes na Era Digital 
SOCIEDADE BRASILEIRA DE PEDIATRIA. Saúde de Crianças e Adolescentes na 
Era Digital.
http://bit.ly/35LdPcC
Influências Ambientais na Saúde Mental da Criança
HALPERN, R.; FIGUEIRAS, A. C. M. Influências ambientais na saúde mental da criança. 
J. Pediatria, Porto Alegre, v. 80, n. 2, p. 104-110, 2004.
http://bit.ly/33EaBFW
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Referências
BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei nº 8.069, de 13 de julho de 
1990. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8069.htm>. Acesso 
em 16 out. 2019.
CANGUILHEM, G. O normal e o patológico. 7.ed. Rio de Janeiro: Forense Universi-
tária, 2011.
HALPERN, R.; FIGUEIRAS, A. C. M. Influências ambientais na saúde mental da criança. 
J. Pediatria, Porto Alegre, v. 80, n. 2, p. 104-110, 2004.
HANSEN, M. et al. The impact of school daily schedule on adolescent sleep. 
Pediatrics, EUA, n. 115, p. 1555-61, 2005.
MYERS; BENSON. In: ALBUQUERQUE, C. M. S.; OLIVEIRA, C. P. F. (org.). Saúde 
e Doença: Significações e Perspectivas em Mudança. Disponível em: <http://www.ipv.
pt/millenium/millenium25/25_27.htm/>. Acesso em: 17 Out. 2019.
NARVAI, P. C. et al. Práticas de saúde pública. In: Saúde pública: bases conceituais. 
São Paulo: Atheneu, 2008. p. 269-97.
PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. Desenvolvimento Humano. 12.ed. Porto Alegre, 
Artmed, 2013.
STEINBERG, L. Risk taking in adolescence: New perspectives from brain and behavioral 
science. Current Directions in Psychological Science, EUA, v. 16, n. 55-9, 2007.
WORLD HEALTH ORGANIZATION. Guidelines on physical activity, sedentary 
behaviour and sleep for children under 5 years of age. 2019. World Health Organization. 
Disponível em: <https://apps.who.int/iris/handle/10665/311664?search-result=true&q
uery=Guidelines+on+physical+activity%2C+sedentary+behaviour+and+sleep+for+child
ren+under+5+years+of+age&scope=&rpp=10&sort_by=score&order=desc/>. Acesso 
em: 17 Out. 2019. 
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