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DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO NO INÍCIO DA VIDA ADULTA E NO ADULTO JOVEM

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DESENVOLVIMENTO FÍSICO E COGNITIVO NO INÍCIO DA VIDA ADULTA E NO ADULTO JOVEM 
A “adultez emergente” corresponde ao período da vida em que os jovens não são mais adolescentes, 
mas ainda não assumiram papéis adultos. Neste momento esses indivíduos estão descobrindo quem 
são e quem desejam ser. Embora a incerteza e o tumulto que pode marcar esse processo possam ser 
angustiantes, de modo geral a maioria dos jovens tem uma visão positiva de seu futuro e anseiam pela 
vida adulta (Arnett, 2007a). 
A saúde pode ser influenciada pelos genes, mas fatores comportamentais – o que os adultos jovens 
comem, se dormem o suficiente, se são fisicamente ativos e se fumam, bebem ou usam drogas – 
contribuem enormemente para a saúde e o bem-estar. Além disso, esses fatores ambientais podem 
resultar em mudanças epigenéticas na expressão de determinados genes que podem ter consequências 
para a vida inteira (Dolinoy e Jirtle, 2008). 
Os hábitos que os jovens adultos desenvolvem durante esse período da sua vida são altamente 
preditores da sua probabilidade de ter boa saúde nos anos subsequentes (Liu et al., 2012). 
Os acidentes são a causa principal de morte para os jovens norte-americanos de 20 a 44 anos (Xu et al., 
2010). Contudo, as taxas de mortalidade para este grupo como um todo diminuíram quase pela metade 
nos últimos 50 anos (Kochanek et al., 2004; Pastor et al., 2002). As questões de saúde desse período 
da vida espelham as da adolescência; entretanto, as taxas de ferimento, homicídio e uso de substância 
estão em seu nível máximo nessa época. 
INFLUÊNCIAS GENÉTICAS NA SAÚDE 
A expressão de qualquer distúrbio (obesidade, certos cânceres, asma) é produto da interação entre 
genes e ambiente (Ritz et al., 2017). Observando a depressão, diversas variantes genéticas elevam os 
riscos dos seus portadores. Por exemplo, uma variante respondente ao ambiente familiar. Quando criada 
em um ambiente apoiador, a criança com tal variante não corre risco adicional em comparação com uma 
criança que não a possui. Contudo, na ausência de uma família apoiadora, o risco de depressão é 
elevado (Taylor, Lehman, Kiefe, & Seeman, 2006). Assim, não é apenas o gene ou apenas o ambiente 
que leva à depressão; a interação entre os dois é fundamental. 
INFLUÊNCIAS COMPORTAMENTAIS NA SAÚDE E NA CONDIÇÃO FÍSICA 
O que as pessoas sabem sobre saúde afeta o que elas fazem, e o que elas fazem afeta como elas se 
sentem. Contudo, conhecer os bons (e maus) hábitos de saúde não basta. A personalidade, as emoções 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
e o ambiente social frequentemente pesam mais do que aquilo que as pessoas sabem que devem fazer 
e levam a comportamentos não saudáveis. 
NUTRIÇÃO: o que as pessoas comem afeta sua aparência, como se sentem e a probabilidade de 
adoecer e mesmo de morrer. Mundialmente, a má alimentação e a falta de atividade física estão entre 
as principais causas de doenças evitáveis, sobrepeso e obesidade (World Health Organization, 2018). 
OBESIDADE: a obesidade está em ascensão e traz consigo não apenas consequências físicas, mas 
também um risco de consequências psicossociais. Pessoas com sobrepeso ou obesas estão mais 
propensas a ser estigmatizadas, ter baixa autoestima e baixa satisfação corporal e sofrer de depressão. 
A quantidade de comida que as pessoas consomem não é apenas um produto de quanta fome elas têm. 
As escolhas alimentares também são afetadas por sugestões ambientais. Por exemplo, em um estudo, 
os frequentadores de partidas de futebol comiam 56% a mais de calorias quando se serviam de batatas 
fritas em um recipiente grande (Wansick e Cheney, 2005). O que esse estudo sugere é que uma das 
formas de modificarmos nossa ingestão de alimento é modificar o ambiente à nossa volta. 
TRANSTORNOS ALIMENTARES: embora comer demais e engordar seja a questão nutricional mais 
comum, os transtornos da alimentação que se focalizam em tentativas de manter um peso baixo também 
são um problema em muitos países, especialmente nos países desenvolvidos como os Estados Unidos 
(Makino, Tsuboi e Dennerstein, 2004). 
ATIVIDADES FÍSICAS: adultos que são fisicamente ativos colhem muitos benefícios. Além de ajudar a 
manter o peso corporal em um nível desejável, a atividade física desenvolve a musculatura; fortalece o 
coração e os pulmões; diminui a pressão arterial; protege de doenças cardíacas, AVC, diabetes, diversos 
tipos de câncer, alivia a ansiedade e a depressão; e prolonga a vida. Além disso, a pesquisa sugere que 
o exercício também está relacionado ao funcionamento cognitivo, e que um corpo saudável é uma das 
variáveis relacionadas ao estabelecimento e manutenção de uma mente saudável (Kramer, Erickson e 
Colcombe, 2006). 
ESTRESSE: apesar das experiências geralmente positivas da maioria dos adultos emergentes, as 
dinâmicas deste estágio da vida podem levar a aumentos na percepção do estresse (Arnett, 2005; 
Brougham et al., 2009). Uma quantidade cada vez maior de pesquisas sugere que nossa saúde 
psicológica afeta nossa saúde física, e que altos níveis de estresse crônico estão relacionados a uma 
série de prejuízos físicos e imunológicos (Ho et al., 2010). 
Existem diferenças individuais em como adultos jovens lidam com o estresse. Em alguns casos, o 
estresse pode levá-los a se envolver em comportamentos de risco, tais como beber ou fumar. 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
SONO: as faixas etárias dos 20 e dos 30 anos são épocas de muita atividade. Deste modo, muitos 
adultos emergentes e adultos jovens frequentemente não dormem de forma adequada. A privação do 
sono afeta a saúde física, o funcionamento cognitivo, emocional e social. 
INFLUÊNCIAS INDIRETAS NA SAÚDE 
NÍVEL SOCIOECONÔMICO: pessoas com renda mais alta classificam sua saúde como melhor e vivem 
mais tempo do que pessoas com renda mais baixa (NCHS, 2004, 2006). A educação também é 
importante. Quanto menos educação escolar as pessoas tiverem, maior a chance de desenvolver e de 
morrer de doenças transmissíveis, ferimentos ou moléstias crônicas, ou de se tornar vítimas de homicídio 
ou suicídio (NCHS, 2004; Pamuk et al., 1998). Isso não significa que renda e educação causem boa 
saúde; antes, elas estão relacionadas a fatores ambientais e a estilos de vida que tendem a ser 
causadores. Pessoas com melhor educação e mais ricas tendem a ter dietas mais saudáveis, melhor 
assistência de saúde preventiva e tratamento médico. 
RELACIONAMENTOS: as relações sociais parecem ser vitais para a saúde e o bem-estar. Pesquisas 
identificaram pelo menos dois aspectos inter-relacionados do ambiente social que podem promover a 
saúde: integração social e apoio social (Cohen, 2004). 
Integração social: é o envolvimento ativo em uma ampla faixa de relacionamentos, atividades e papéis 
sociais. Pessoas com redes sociais amplas e papéis sociais múltiplos têm maior probabilidade de 
sobreviver a ataques cardíacos, e menor probabilidade de ser ansiosas ou deprimidas do que pessoas 
com redes e papéis sociais mais limitados (Cohen, Gottlieb e Underwood, 2000). 
Apoio social: refere-se a recursos materiais, informativos e psicológicos derivados da rede social, aos 
quais a pessoa pode recorrer em busca de ajuda para lidar com o estresse. Em situações altamente 
estressantes, pessoas que mantêm contato com outras têm maior propensão a se alimentar e a dormir 
adequadamente, a fazer exercícios físicos suficientes e a evitar o abuso de substâncias, e são menos 
propensas a ser angustiadas, ansiosas, deprimidas ou mesmo a morrer (Cohen, 2004). 
PROBLEMAS DE SAÚDE MENTAL 
Para a maioria dos adultos emergentes, a saúde mental e o bem-estar melhoram e os problemas de 
comportamento diminuem. Contudo, ao mesmo tempo, a incidência de transtornos psicológicos aumentapara condições como depressão maior, esquizofrenia e transtorno bipolar. Existe este paradoxo, pois a 
transição para a vida adulta traz independência, contudo, esta vem em conjunto com a responsabilidade 
de contar consigo mesmo e sustentar-se financeiramente, o que pode ser desafiador. 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
ALCOOLISMO: condição física de longo prazo caracterizada pelo beber compulsivo que a pessoa é 
incapaz de controlar. A exposição a uma substância que causa dependência (neste caso, o álcool) cria 
um estado mental eufórico acompanhado por alterações neurológicas que produzem sensações de 
desconforto e fissura quando ela não está mais presente. De 6 a 48 horas após a última dose, os 
alcoolistas experimentam sintomas físicos de abstinência fortes (ansiedade, agitação, tremores, pressão 
sanguínea elevada e, às vezes, convulsões). 
USO E ABUSO DE DROGAS: o uso de drogas ilícitas atinge seu auge entre as idades de 18 e 25 anos. 
Quando os adultos jovens se estabelecem, casam e assumem a responsabilidade por seu futuro, eles 
tendem a interromper o uso de drogas. As taxas de uso caem drasticamente durante a segunda década, 
e então continuam a diminuir, embora mais lentamente, à medida que as pessoas entram na vida adulta 
tardia e velhice (SAMHSA, 2008). 
• Pode ser que o uso de drogas ilegais coloque os jovens em risco de desenvolvimento de uma 
variedade de psicopatologias. Alternativamente, poderia ser o caso de que aquelas pessoas que 
sofrem de angústias psicológicas se automediquem e, portanto, sejam mais propensas à 
dependência e a outros comportamentos de risco. 
DEPRESSÃO: a adolescência e o início da vida adulta parecem ser períodos sensíveis para o início de 
transtornos depressivos. Entre as idades de 15 e 22 anos, a incidência de depressão aumenta 
gradualmente (Schulenberg e Zarrett, 2006). 
A depressão pode ser caracterizada de inúmeras formas diferentes. O humor depressivo é um período 
de tristeza prolongado. A síndrome depressiva é um período prolongado de tristeza juntamente com uma 
variedade de outros sintomas como choro e sentimentos de inutilidade ou impotência. Um transtorno 
depressivo maior, em contrapartida, é um diagnóstico clínico com um conjunto de sintomas específico, é 
considerado o mais sério, e geralmente requer intervenção médica. Pessoas que são diagnosticadas 
com transtorno depressivo maior frequentemente têm humores deprimidos ou instáveis na maior parte 
do dia, quase todos os dias, mostram pouco interesse e prazer em atividades anteriormente prazerosas. 
Frequentemente ganham ou perdem quantidades significativas de peso, têm problemas de sono, 
dormem pouco ou dormem demais, e frequentemente apresentam uma variedade de vieses cognitivos 
e pensamentos recorrentes mal adaptativos (American Psychiatric Association, 2000). 
A depressão com início na infância ou na adolescência e a depressão com início na idade adulta parecem 
ter origens e caminhos de desenvolvimento diferentes. Adolescentes que são deprimidos, e cuja 
depressão persiste até a idade adulta, tendem a ter tido fatores de risco da infância significativos, como 
transtornos neurológicos ou do desenvolvimento, famílias problemáticas ou instáveis, e transtornos 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
comportamentais da infância. Eles podem ter dificuldade para negociar a transição para o início da vida 
adulta. Para alguns deles, por outro lado, o início da vida adulta representa um novo começo, uma chance 
de encontrar novos papéis e contextos sociais mais propícios à saúde mental. O grupo com início na 
idade adulta tende a ter tido níveis baixos de fatores de risco da infância e a possuir mais recursos para 
lidar com os desafios do início da vida adulta; mas o súbito declínio na estrutura e no apoio que 
acompanham a vida adulta pode desviá-los do rumo (Schulenberg e Zarrett, 2006). 
QUESTÕES SEXUAIS E DE REPRODUÇÃO 
As atividades sexual e reprodutiva são frequentemente uma preocupação primária do início da vida 
adulta. Essas funções naturais e importantes podem envolver preocupações físicas. Três dessas 
preocupações são os distúrbios relacionados à menstruação, as infecções sexualmente transmissíveis 
(ISTs) e a infertilidade. 
COMPORTAMENTO E ATITUDES SEXUAIS: os adultos jovens tendem a ter mais parceiros sexuais do 
que outros grupos etários, mas fazem sexo com menos frequência. Pessoas que se tornaram 
sexualmente ativas durante o início da vida adulta tendem a envolver-se em menos comportamentos de 
risco – aqueles que podem levar a ISTs ou a gestações não planejadas – do que aqueles que começaram 
na adolescência. De longe as taxas mais altas de ISTs nos Estados Unidos encontram-se entre os 
adultos emergentes de 18 a 25 anos, especialmente entre aqueles que usam álcool e/ou drogas ilícitas. 
No início da vida adulta, a maioria das pessoas homossexuais, bissexuais e transgêneros são claros em 
relação à sua identidade sexual. Muitos se revelam pela primeira vez aos outros durante esse período 
(Lefkowitz e Gillen, 2006). Em geral, as gerações mais recentes nos Estados Unidos estão se revelando 
em uma idade mais precoce. 
INFERTILIDADE: estima-se que 7% dos casais norte-americanos sofram de infertilidade: a incapacidade 
para conceber um bebê após 12 meses de tentativas na ausência de métodos contraceptivos (CDC, 
2005; Wright et al., 2006). A fertilidade feminina começa a decrescer no final da segunda década de vida, 
com diminuições substanciais durante a terceira década. Na quarta década de vida, muitas mulheres não 
são capazes de ficar grávidas sem o uso da tecnologia de reprodução assistida (TRA). A fertilidade 
masculina é menos afetada pela idade, mas diminui significativamente no final da terceira década de vida 
(Dunson, Colombo e Baird, 2002). 
Existe uma teoria atual, de possível aplicação tanto a crianças quanto a adultos, que salienta o papel da 
emoção no comportamento inteligente. 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
ALÉM DE PIAGET: NOVAS FORMAS DE PENSAR NA VIDA ADULTA 
Piaget acreditava que o auge do desenvolvimento cognitivo era o pensamento operatório-formal (que 
corresponde à capacidade de pensar em termos abstratos). Contudo, alguns cientistas do 
desenvolvimento afirmam que mudanças na cognição se estendem para além desse estágio. Uma linha 
da teoria e da pesquisa neopiagetiana diz respeito aos níveis mais altos de pensamento reflexivo, ou 
raciocínio abstrato. Outra linha de investigação trata do pensamento pós-formal, que combina lógica com 
emoção e experiência prática para solucionar problemas ambíguos. 
PENSAMENTO REFLEXIVO: definido por John Dewey (1910-1991) como “consideração ativa, 
persistente e cuidadosa” das informações ou crenças. Pensadores reflexivos questionam continuamente 
os fatos supostos, fazem inferências e conexões. Em outras palavras, eles praticam o pensamento crítico 
frequente e espontaneamente. Elaborando a partir do estágio operatório-formal de Piaget, os pensadores 
reflexivos podem criar sistemas intelectuais complexos que conciliam ideias ou considerações 
aparentemente conflitantes – por exemplo, reunindo várias teorias da física moderna ou do 
desenvolvimento humano em uma única teoria geral que explica muitos tipos diferentes de 
comportamento (Fischer e Pruyne, 2003). 
Aproximadamente dos 20 a 25 anos, o cérebro forma novos neurônios, sinapses e conexões dendríticas, 
e as regiões corticais do cérebro que cuidam do pensamento de nível superior tornam-se totalmente 
mielinizadas. Um ambiente rico e estimulante pode impulsionar o desenvolvimento de conexões corticais 
mais espessas e densas. Essas mudanças físicas no cérebropermitem o pensamento mais complexo. 
Embora quase todos os adultos desenvolvam a capacidade de se tornar pensadores reflexivos, poucos 
obtêm uma ótima proficiência nessa habilidade, e um número ainda menor sabe aplicá-la 
consistentemente a vários tipos de problemas. Para muitos adultos, a educação universitária estimula o 
progresso rumo ao pensamento reflexivo (Fischer e Pruyne, 2003). 
PENSAMENTO PÓS-FORMAL: trabalhos de pesquisa e teóricos a partir da década de 1970 sugerem 
que o pensamento maduro é mais rico e mais complexo do que Piaget descreveu e que abrange mais 
do que apenas a capacidade de abstração. Esse estágio superior da cognição adulta, que tente a surgir 
no início da vida adulta, é chamado às vezes de pensamento pós-formal. Assim como o pensamento 
reflexivo, a exposição à educação superior muitas vezes atua como catalisador para o desenvolvimento 
dessa habilidade (Labouvie-Viet, 2006). 
Ele é caracterizado pela capacidade de lidar com a inconsistência, contradição e tolerância. A vida é 
complicada, e algumas pessoas sabem melhor do que as outras como lidar com essa incerteza inerente. 
Assim, o pensamento pós-formal é, de certa forma, tanto um estilo de personalidade quanto um modo 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
de pensar. Outra característica deste é ser flexível. Às vezes, o pensamento lógico formal é a ferramenta 
apropriada para resolver um problema. Em outras, no entanto, especialmente em circunstâncias 
ambíguas, os frutos da experiência podem nos ajudar a entender a situação de forma mais eficaz. O 
pensamento pós-formal recorre à intuição e à emoção, bem como à lógica, para ajudar as pessoas a 
lidarem com determinadas situações, como dilemas sociais. 
O pensamento pós-formal também é relativista. O pensamento imaturo tende a ver o mundo no “oito ou 
oitenta”. O pensamento relativista, por outro lado, reconhece que pode haver mais de um ponto de vista 
válido para cada questão. As pesquisas encontraram um progresso rumo ao pensamento pós-formal 
durante o início e a metade da vida adulta. 
SCHAIE: MODELO DE DESENVOLVIMENTO COGNITIVO PARA O CICLO DE VIDA 
O modelo de desenvolvimento cognitivo para o ciclo de vida de K. Warner Schaie (1977-1978; Schaie e 
Willis, 2000) observa o desenvolvimento dos usos do intelecto dentro de um contexto social. Seus sete 
estágios giram em torno de metas motivadoras que passam para o primeiro plano nos diversos estágios 
da vida. Essas metas mudam da aquisição de informação e habilidades (o que eu preciso saber) para a 
integração prática do conhecimento e das habilidades (como utilizar o que sei) e para a busca de 
significado e propósito (por que eu deveria saber). Os sete estágios são os seguintes: 
1. ESTÁGIO AQUISITIVO: infância e adolescência. As crianças e os adolescentes adquirem informação 
e habilidades principalmente por seu próprio valor ou como preparação para participação na 
sociedade. Por exemplo, uma criança pode ler sobre dinossauros por puro interesse no assunto. 
 
2. ESTÁGIO REALIZADOR: final da adolescência ou início dos 20 anos até o início dos 30. Os jovens 
adultos não adquirem mais o conhecimento por seu próprio valor: utilizam o que sabem para atingir 
metas como carreira profissional e família. Por exemplo, um jovem adulto poderia matricular-se em 
uma disciplina na universidade para se preparar para determinada carreira. 
 
3. ESTÁGIO RESPONSÁVEL: final dos 30 anos até início dos 60. As pessoas de meia-idade utilizam 
a mente para resolver problemas práticos associados a responsabilidades com os outros, como os 
membros da família ou empregados. 
 
4. ESTÁGIO EXECUTIVO: dos 30 ou 40 anos até a meia idade. As pessoas no estágio executivo, que 
pode sobrepor-se aos estágios realizador e responsável, são responsáveis por sistemas sociais 
(organizações governamentais ou comerciais) ou movimentos sociais. Lidam com relacionamentos 
complexos em múltiplos níveis. Por exemplo, um adulto poderia mediar uma disputa entre dois 
colegas do escritório para que tudo corra bem. 
 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
5. ESTÁGIO REORGANIZATIVO: final da meia-idade e início da vida adulta tardia. As pessoas que 
entram na aposentadoria reorganizam suas vidas e energias intelectuais em torno de propósitos 
significativos que ocupem o lugar do trabalho remunerado. Por exemplo, um adulto aposentado pode 
começar a se voluntariar em alguma ação social. 
 
6. ESTÁGIO REINTEGRATIVO: vida adulta tardia. Adultos mais velhos podem estar vivenciando 
mudanças biológicas e cognitivas e tendem a ser mais seletivos em relação às tarefas a que 
dedicarão esforço. Concentram-se no propósito do que fazem e nas tarefas que têm mais significado 
para eles. Por exemplo, uma pessoa que sente os efeitos da idade nas articulações poderia decidir 
trocar a corrida diária para a sua saúde por uma caminhada. 
 
7. ESTÁGIO DE CRIAÇÃO DE HERANÇA: velhice avançada. Próximo do fim da vida, tão logo a 
reintegração tenha sido concluída (ou juntamente com ela), as pessoas muito idosas podem criar 
instruções para a distribuição das posses de valor, tomar providências para o funeral, contar histórias 
oralmente ou escrever a autobiografia como um legado para seus entes queridos. 
 
 
Nem todos passam por esses estágios dentro das estruturas de tempo sugeridas. Na verdade, os 
estágios da idade adulta de Schaie podem aplicar-se menos amplamente em uma era de escolhas e 
caminhos variados e de mudanças rápidas, quando os avanços médicos e sociais mantêm muitas 
pessoas ativas e envolvidas em esforços construtivos e responsáveis até a velhice. 
STERNBERG: INSIGHT E CONHECIMENTO PRÁTICO 
Um aspecto importante da inteligência prática é o conhecimento tácito: “informação privilegiada”, “know-
how” ou “perspicácia” que não é formalmente ensinado ou expresso abertamente. O conhecimento tácito 
é o bom senso sobre como prosseguir – como ganhar uma promoção ou contornar a burocracia. Ele não 
se correlaciona bem com medidas de capacidade cognitiva geral, mas pode ser um melhor indicador de 
sucesso gerencial (Sternberg, Grigorenko e Oh, 2001). O conhecimento tácito pode incluir autogestão 
(saber como motivar-se e organizar o tempo e a energia), gestão de tarefas (saber como escrever o 
trabalho do semestre ou redigir uma solicitação de verba) e gestão de outras pessoas (saber quando e 
como recompensar ou criticar subordinados) (E. A. Smith, 2001). 
INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 
O termo inteligência emocional foi criado por dois psicólogos, Peter Salovey e John Mayer (1990), e se 
refere a quatro habilidades relacionadas: as capacidades de perceber, usar, entender e administrar, ou 
regular, as emoções – nossas e dos outros – a fim de alcançar objetivos. A inteligência emocional permite 
que uma pessoa utilize as emoções para lidar mais efetivamente com o ambiente social. Ela requer a 
consciência do tipo de comportamento adequado em uma determinada situação. 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. 
A inteligência emocional afeta a qualidade dos relacionamentos pessoais e a eficácia no trabalho. 
RACIOCÍNIO MORAL 
De acordo com Kohlberg, o desenvolvimento moral das crianças e dos adolescentes acompanha o 
amadurecimento cognitivo. Os jovens avançam no julgamento moral à medida que superam o 
egocentrismo e se tornam capazes de utilizar o pensamento abstrato. Na vida adulta, entretanto, os 
julgamentos morais se tornam mais complexos. Para ele, o avanço para o terceiro nível de raciocínio 
moral – a moralidade pós-convencional totalmente baseada em princípios – é principalmente uma função 
da experiência. A maioria das pessoas não atinge este nível até seus 20 anos, se isto ocorrer(Kohlberg, 
1973). Duas experiências que impulsionam o raciocínio moral em adultos jovens são encontrar valores 
conflitantes longe de casa (como pode ocorrer na universidade, nas Forças Armadas ou em viagens ao 
exterior) e ser responsável pelo bem-estar de outras pessoas (como na maternidade/paternidade). 
EDUCAÇÃO E TRABALHO 
Ao contrário dos jovens de gerações passadas, que normalmente saíam diretamente da escola para o 
trabalho e para a independência financeira, muitos adultos emergentes hoje não têm um plano de carreira 
claro. Alguns alternam entre educação e trabalho; outros buscam ambos simultaneamente. A maioria 
daqueles que não se matricula em cursos superiores, ou que não conclui o ensino médio, ingressa no 
mercado de trabalho, mas muitos retornam mais tarde para obter um melhor nível educacional 
(Furstenberg et al., 2005; Hamilton e Hamilton, 2006; NCES, 2005b). Outros combinam faculdade com 
casamento e criação de filhos (Fitzpatrick e Turner, 2007). Muitos adultos emergentes que estão na 
escola ou que moram na casa dos pais são financeiramente dependentes (Schoeni e Ross, 2005). 
As escolhas educacionais e vocacionais após o ensino médio podem constituir oportunidades para 
crescimento cognitivo. A exposição a um novo ambiente educacional ou de trabalho oferece 
oportunidade para aprimorar capacidades, questionar pressupostos mantidos há muito tempo e 
experimentar novas maneiras de olhar o mundo. 
Os estudantes se modificam em resposta (1) ao currículo escolar, que oferece novos insights e novas 
maneiras de pensar; (2) a outros estudantes que contestam visões e valores mantidos há muito tempo; 
(3) à cultura estudantil, que é diferente da cultura da sociedade como um todo; e (4) aos membros do 
corpo docente, que apresentam novos modelos a serem seguidos. 
REFERÊNCIA: 
PAPALIA, Diane E.; FELDMAN, Ruth Duskin (Colab.). Desenvolvimento 
Humano. 12ª ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013.

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