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Sistema Urinário - Ruminantes

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Afecções aparelho urinário 
O sistema urinário é formado por rins, ureteres, bexiga e uretra. 
· Urolitíase em ruminantes: ocorre principalmente na uretra (longa e fina), em bovinos é sinuosa devido o S peniano. São raros em equinos pois, a uretra é curta e grossa. A urolitíase obstrutiva é consequência da precipitação de minerais ou substancias orgânicas, podendo ser parcial ou total. Ocorre tanto em fêmeas quanto em machos (mais acometido devido a anatomia do pênis e menor espessura da uretra). O mercado exige que os animais sejam abatidos mais rápido e mais pesados (confinamento), favorecendo a doenças metabólicas e nutricionais e pode levar a urolitíase. 
· Etiologia: multifatorial. 
· Nutricional: dietas ricas em grãos, ocorrendo desequilíbrio na relação cálcio/fosforo (maior concentração de fosforo – 1:4 ou 1:6, o normal é 1:1 ou 2:1). Os ruminantes excretam fosforo pelas fezes, quando ocorre esse desequilíbrio podem excretar pela urina e, como a urina tem ph básico favorece a precipitação do fosforo na forma de cristais de fosfato (cálculos). Ingestão de plantas e água com alto teor de sílica, oxalatos e concentrações de Mg acima de 0,6% (estruvita – principal cálculo encontrado) podem predispor a formação dos cálculos. EXCESSO DE GRÃOS E POUCO VOLUMOSO!!
· Anatômico: os machos apresentam “S” peniano, uretra longa e estreita. O bovino demonstra dor diferente dos equinos, quando cai é porque passou para obstrução total. Nos pequenos ruminantes o principal ponto de obstrução é o apêndice vermiforme, pode ocorrer também na flexura sigmoide e curvatura isquiática. 
· Outros fatores: limitação ao consumo de água ASSOCIADA a fatores nutricionais + aumento da temperatura ambiental = aumenta concentração de fósforo na urina favorecendo a precipitação dos fosfatos; hipoplasia uretral; carência de vitamina A; anabolizantes esteroides (para os animais serem mais precoces e ter maior massa muscular -> aumenta descamação epitelial e formação de cálculos). 
· Sinais clínicos: inicia-se com obstrução parcial e torna-se total. Dor abdominal, anorexia, inquietação, dificuldade de andar, tentativa de urinar (proprietário faz diurético aumentando o problema, podendo romper a uretra. Só é feito em casos de edema). Gotejamento da urina com ou sem sangue (parcial); quando não há gotejamento e a região do prepúcio está seca, com crostas (total); uretra peniana dilatada. 
1. Após a obstrução: espasmos, inflamação, diminuição do fluxo urinário (parcial), retenção de urina na bexiga, hidronefrose (urina volta e se acumula no rim), uremia pós-renal (acumulo de ureia – IR), ruptura da bexiga ocorre com frequência. O bovino sobrevive até 48hr após a ruptura de bexiga, aumento abdominal. Ruptura de uretra (acumulo de liquido no prepúcio), animal fica inquieto e quando rompe diminui o incomodo, mas fica quieto e não levanta, não come, tem aumento da temperatura no local da ruptura, o animal olha para o flanco, chuta o abdômen, agita a cauda. 
· Diagnostico: 
· Sinais clínicos específicos.
· Anamnese: qual foi a última vez que viu o animal urinando (para saber o tempo de obstrução, ruptura), tipo de alimentação, o consumo de água.
· Exame clínico: afecção dos parâmetros vitais (aumento da FC – 50 - 100bpm), frequência urinária, palpação bexiga via retal.
· Exames laboratoriais: aumento da ureia e creatinina. 
· Urinálise quando há obstrução parcial: cristais, hematúria e células inflamatórias. 
· Ultrassom da uretra e abdômen. 
· Tratamento: 
· Conservativo: 
1. Relaxantes musculares para relaxamento do S peniano e sondar o animal: Diazepam (0,5-1,5mg/kg/IV ou IM) ou Acepram (0,5-1ml/100kg/SC/IM/IV) + Buscopan para alivio da dor (1ml/10kg/IV ou IM). Deve-se administrar o relaxante, se o animal sentir dor administra o buscopana.
2. Sondagem uretral: chega ao ponto de obstrução e consegue retirar, ou não sai, ou consegue empurrar para a bexiga. Realizar a lavagem da uretra e da bexiga com sol. Fisiológica.
3. Cloreto de amônio: não funciona para casos agudos, é usado para PREVENÇAO, acidificar a urina. É adicionado na dieta. 0,20-0,33g/kg/VO. 
· Cirúrgico: 
1. Amputação do processo uretral ou vermiforme: exposição do pênis e secção do apêndice; sondar o animal, realizar lavagem da bexiga para ver se o problema foi resolvido. 
2. Uretrototomia: incisão na uretra. 
3. Uretrostomia: incisão e formação de uma fistula permanente na uretra. Sempre antes da obstrução. Superior (região ventral ao ânus, no assoalho da pelve) ou inferior (flexura sigmoide). Manter o animal sondado por 1-2 dias, lavando com sol. Fisiológica até a retirada da sonda, e manter separado dos demais para observação.
4. Cistotomia: incisão na bexiga. 
5. Cistotomia com aplicação de sonda: coloca-se uma sonda na bexiga para comunicação com o meio externo (cateter de foley, o balão fica dentro da bexiga). Em bovinos de pista é desclassificado. E realizar a cistorrafia. 
· Prevenção: corrigir a relação cálcio/fósforo (2:1), evitar o excesso de grãos na dieta, fornecer volumoso de boa qualidade, água de boa qualidade, acidificação da urina (cloreto de amônio e vitamina C). 
Os níveis adequados de minerais são valores inferiores a: 0,3% Mg; 0,5% P; acima de 1% NaCl (cloreto de sódio – efeito diurético diluindo as substancias formadoras de cálculos). Polpa cítrica: pode ser adicionado a dieta, substituindo o milho ajudando na prevenção de urolitíase sem perda produtiva.

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