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Matemática Financeira A Matemática Financeira é o ramo da Matemática aplicado aos negócios. No ambiente da Matemática Financeira os conceitos fundamentais básicos, sendo eles o juros; capitais; fluxo de caixa; valor atual; capitalização simples e composta; juros simples e juros compostos; montante; capital; taxas proporcionais e equivalentes; desconto simples, racional ou “por dentro”, são utilizados por todos os que se deparam com problemas matemáticos relacionados com os negócios. A matemática é uma ferramenta que auxilia na tomada de decisão do gestor, a matemática financeira é uma área da matemática que estuda o valor do dinheiro no tempo. Rovina (ibidem, p. 5) conceitua a Matemática Financeira, conforme o próprio nome indica, como um dos inúmeros ramos da Matemática, que surgiu da necessidade de termos que lidar com o dinheiro ao longo do tempo. Para a Matemática usual, aquela que sempre aprendemos, dois sempre é igual a dois, mas para a Matemática Financeira essa informação é insuficiente, pois, além de quantificar, ou seja, dizer que dois é igual a dois, precisa situar o momento temporal, ou seja, dois só é igual a dois, se, e somente se, os dois valores estiverem situados no mesmo momento temporal, ou, melhor falando, na mesma data. Recursos necessários para usar os conceitos da Matemática Financeira: • Capital: o valor principal de uma operação, ou seja, do dinheiro em um momento inicial. Ele pode ser chamado de valor atual, na linguagem financeira é abreviado com PV, Present Value. • Montante: o valor do dinheiro futuro, na linguagem financeira FV, valor futuro. • Taxas de juros: É um coeficiente que determina as correções monetárias, sempre expressas em porcentagem (%). Na calculadora financeira é expresso pela letra “i”. • Juros: É a correção monetária em espécie ou o valor acrescido pela taxa de juros, ela pode ser simples ou composta. • Desconto: É o abatimento sobre uma operação financeira; é proporcional à taxa de juros e ao período considerado. • Período: São os prazos envolvidos na operação financeira. Podem ser expressos em dia, semana, mês, semestre, ano; Todas as informações de taxa e período devem constar na mesma menção de tempo. • Investimento: Operação financeira em que se faz aplicação de um valor e espera recebê-lo acrescido dos juros incorridos no período. • Empréstimo: Operação financeira na qual se buscam recursos no mercado para fazer às necessidades das mais variadas espécies. • Amortização: Antecipação de pagamentos de operação de financiamentos, na qual se fazem necessários os conceitos de valor atual e futuro. Taxa de Juros Taxa de juros é o coeficiente que determina o valor do juro, a razão entre os juros recebidos (ou pagos) e o capital inicial aplicado (ou emprestado). Elas se referem sempre a uma unidade de tempo (dia, mês, semestre, ano etc.) e podem ser representadas equivalentemente de duas maneiras: taxa unitária (fração decimal) e taxa percentual. Taxa Unitária: É a fração decimal da taxa que expressa quanto que um juro obtido representa do valor principal. É expressa pela fórmula: i = J / C, onde “i” é a taxa de juros, “J” os juros e “C” o capital, podem expressar o “C” como “P” de principal. Taxa Percentual: é a taxa unitária expressada em porcentagem. A fórmula usada é i x 100, obtendo assim o valor em por cento. O que da mesma forma, a taxa unitária é a taxa percentual dividida por cem, x% / 100. Conceituamos juros como o valor acrescido em uma operação. Então, podemos encontrá-lo pela fórmula: J = M – C, ou seja, para sabe o valor dos juros é subtraído do montante o valor do capital, é o que sobrar é o juros adicionado ao valor principal. Para calcular o Juros que serão acrecidos no montante, é usado a fórmula J = C x i x n, onde n é o período em que o capital será aplicado. Mas se em vez de acrescentar for descontar, é usada a fórmula D = C x i x n, e depois é obtido o valor do montante com a fórmula M = C – D. Esse é o conceito de taxa de juros, mas na Matemática Financeira ela é diferenciado em juro exato e juro comercial. Juro Exato: Utiliza o calendário civil, ou seja, 365 dias no ano. Juro Comercial: Usa calendário com base no ano comercial, ou contábil, 360 dias/ano. Os juros exatos e juro comercial são usados nas operações em curto prazo, situação em que é comum fazer uso de juros simples, com prazos definidos em dias. Essa condição é usada quando é necessário transformar um período anual em diário, onde dependo do tipo de juro, em juro exato, dividimos a taxa de juros pelo número exato de dias do ano Je = i / 365 e em juro comercial, dividimos a taxa de juros pelo número de dias comercial, ou ano contábil Jc = i / 360. Esse calculo é feito com base no juros simples. Juros Simples: A capitalização ocorre somente sobre o valor principal, ou capital inicial. Juros Composto: A capitalização ocorre sobre o valor principal e sobre os juros incorridos; é o chamado juros sobre juros. Equivalências de Taxas É a forma de igualarmos taxas em períodos diferentes, onde os períodos mais usados são: diário (dia), mensal (mês), bimestral (dois meses), trimestral (três meses), quadrimestral (quatro meses), quimestral (cinco meses), semestral (seis meses) e anual (doze meses). A seguir mostra como transformar uma taxa maior tempo em menor tempo, e depois em taxas menores em taxas maiores: Mês em dias: i / 30 Bimestre em mensal: i / 2 Trimestral em mensal: i / 3 Quadrimestral em mensal: i / 4 Quimestral em mensal: i / 5 Semestral em mensal: i / 6 Anual em mensal: i / 12 Dia em mês: i x 30 Mensal em bimestral: i x 2 Mensal em trimestral: i x 3 Mensal em quadrimestral: i x 4 Mensal em quimestral: i x 5 Mensal em semestral: i x 6 Mensal em Anual: i x 12 As taxas são chamadas de equivalente porque o valor diário equivale ao mensal multiplicado por trinta. Equivalências de Capitais Com a mesma definição de equivalência de taxas, dois capitais são equivalentes quando colocados no mesmo prazo. Sabendo que dinheiro tem valor no tempo, onde 10 hoje é 11 amanhã, pode se afirmar que 10 e 11 são equivalentes, ou seja, são o mesmo valor acrecido do tempo. Pagamentos diferentes em sua magnitude total, mas que são feitos em datas diferentes, podem ser equivalentes. Capitais são ditos equivalentes quando os seus valores, transferidos para a mesma data, com a mesma taxa de desconto (custo de oportunidade), são iguais. Taxas equivalentes em Juros Simples Para calcular o valor atual: PV = FV / (1 + i x n) ou C = M / (1 + i x n). E para calcular o valor futuro: VF = VP x (1 + i x n) ou M = C x (1 + i x n). Para equivaler o valor do capital é feita o calculo do capital do segundo período usando apenas o valor do montante do primeiro e o período do segundo, para assim obter o capital equivalente ao primeiro. Exemplo: 1º Período PV = 100 / (1 + 0,1 x 1) 2º Período FV = PV x (1 + i x n) FV = 90 x (1 + 0,1 x 2) Regime de capitalização dos Juros É a forma como os juros são incorporados ao capital no decorrer do tempo e podem ser identificados em dois regimes de capitalização: simples e composto. Simples: Compara-se a uma progressão aritmética, isto é, o juro cresce de forma linear ao longo do tempo. Os juros incidem somente sobre o capital inicial da operação, e não sobre o acumulativo. As fórmulas usadas são: Para calculo do Juros: J = C x i x n Para calcular o Capital: C = J / i x n Para calcular a taxa de juros: i = J / C x n Para calcular o período: n = J / C x i São usado as abreviações: a.d a.m a.b a.t a.q a.s a.a Ao dia Ao mês Ao bimestre Ao trimestre Ao quadrimestre Ao semestre Ao ano Montante é o valor obtido através da soma do capital e dos juros produzidos em um determinado período; alguns autores, nas resoluções de exercícios, representam o montante pela letra M, e outros utilizam a abreviação FV, que, na calculadora financeira HP12C, representa valor futuro. Ele é calculado com a forma: M = C + J Regime simplesracional ou “por dentro” O desconto simples racional, também chamado de desconto “por dentro”, assume os conceitos e relações básicas de juros simples. Dessa forma, Dr é o valor do desconto racional, C é o capital (ou valor atual), i é a taxa periódica de juros e n é o prazo do desconto (número de períodos em que o título é negociado antes de seu vencimento). Tem-se a seguir a expressão de juros simples: Dr = C x i x n Pela definição de desconto, e incorporando o conceito de valor descontado no lugar do capital no cálculo do desconto, obtém-se: Dr = N – Vr, sendo que N é o valor nominal (ou valor de resgate ou montante) e Vr é o valor descontado racional (ou valor atual) na data da operação. São usados as fórmulas: Desconto = (M x i x n) / (1+ i x n) Valor descontado = M / (1 + i x n) Desconto bancário ou comercial “por fora” Desconto comercial (ou “por fora”) proporciona maior volume de encargos financeiros nas operações, porque incide sobre o valor nominal, ou “valor de resgate”. Determina-se o desconto por fora (DF, no regime de juros) da seguinte forma: o produto do valor nominal do título (N) multiplicado pela taxa de desconto periódica “por fora” contratada na operação (d) e pelo prazo de antecipação definido para o desconto (n), o que pode ser matematicamente representado da seguinte forma: DF = N x d x n. Sendo assim, aplicando-se a definição para o valor descontado “por fora” (VF), obtém-se a seguinte fórmula: VF = N – DF, ou VF = N – N x d x n, ou VF = N (1 – d x n). Regime de Capitalização Composta Compara-se a uma progressão geométrica, ou seja, o juro cresce de forma exponencial ao longo do tempo. Os juros incorporam-se ao capital inicial da operação e de forma acumulativa, isto é, juros sobre juros. Juro composto: juros gerados a cada período e incorporados ao valor principal para serem referência no cálculo dos juros do período seguinte, isto é, são juros sobre juros. O momento em que os juros são incorporados ao valor principal é quando ocorre a capitalização. Na comparação entre juros simples e compostos, o mesmo capital aplicado pelo mesmo período e taxa de juros ficam com uma diferença grande no montante final, onde o composto rende mais que o simples. Fórmulas: Montante M = C x (1 + i)^n Capital C = M / (1+i)^n Juro J = C x [(1+i)^n -1] Juro J = M – C Taxa de Juros i = (M/C)^(1/n) – 1 A taxa de juros, representada pela letra i, tem de ser expressa na mesma medida de tempo de n, ou seja, taxa de juros ao mês para n meses. Taxas proporcionais e equivalentes em capitalização composta No regime de juros compostos, o conceito de taxa equivalente permanece válido, diferenciando a fórmula de cálculo da taxa de juros. Duas taxas são equivalentes quando um determinado capital aplicado produz mesmo montante no mesmo período. A fórmula usada é iq = ((1+i)^(1/q) – 1)x100 onde q são os períodos de capitalização. Ou seja, tenho uma taxa ao mês que renderá ao ano, logo o meu período de capitalização será 12, semestre será 6, trimestre 3, bimestre 2. Mas se a taxa for bimestral, e render semestralmente o que q será 3, anual 6. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO DE EMPRÉSTIMOS E FINANCIAMENTOS Os sistemas de amortização são desenvolvidos basicamente para operações de empréstimos e financiamentos de longo prazo, envolvendo desembolsos periódicos do valor principal e encargos financeiros. Sistema Financeiro da Habitação (SFH) Criado em 1964, com o objetivo de viabilizar a concessão de financiamentos de longo prazo para aquisição da casa própria. A concessão de um financiamento habitacional inicia-se com a procura, pelos interessados, de um agente financeiro. Os recursos para esse empréstimo podem ser oriundos das contas vinculadas do FGTS, Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, do SBPE, Sistema Brasileiro de Poupança e Empréstimo e demais fundos ou mesmo recursos próprios do agente financeiro. A hipoteca do imóvel é a garantia do financiamento. Na vigência desse sistema (SFH), foram criados planos e formas de reajuste de prestações. Há várias maneiras de amortizar uma dívida. É imprescindível, em cada operação, que as partes estabeleçam contrato para esclarecimento das formas, taxas e afins para o acerto da antecipação do montante e quitação da dívida. Uma característica fundamental dos sistemas de amortização é a utilização exclusiva do critério de juros compostos, incidindo os juros exclusivamente sobre o saldo devedor (montante) apurado em período imediatamente anterior. Para cada sistema de amortização, é construída uma planilha financeira que relaciona, dentro de certa padronização, os diversos fluxos de pagamentos e recebimentos. São consideradas também, no SFH, modalidades de pagamento com e sem carência. Na carência, não há pagamento do valor principal, sendo pagos somente os juros, que podem eventualmente ser capitalizados durante esse período. Os sistemas de amortização mais usados no mercado são: • Sistema de Amortização Constante – SAC; • Sistema de Amortização Francês (Price) – SAF; • Sistema de Amortização Misto – SAM; • Sistema de Amortização Americano – SAA; • Sistema de Amortização Crescente – Sacre; • Sistema de Amortização Variável (parcelas intermediárias). Os sistemas de amortização de empréstimos e financiamentos tratam da forma pela qual o valor principal e os encargos financeiros são restituídos ao credor. Encargos financeiros: representam os juros da operação, caracterizados como custo para o devedor e retorno para o credor. Eles podem ser prefixados ou pós-fixados. O que distingue essas duas modalidades é a correção (indexação) da dívida em função de uma expectativa (prefixação) ou verificação posterior (pós-fixação) do comportamento de determinado indexador. Nas operações pós-fixadas, há um desmembramento dos encargos financeiros em juros e correção monetária (ou variação cambial, no caso de a dívida ser expressa em moeda estrangeira) que vier a se verificar no futuro; nas prefixadas, estipula-se uma taxa única, a qual incorpora evidentemente uma expectativa inflacionária para todo o horizonte de tempo. As operações pós-fixadas possui encargo real da taxa de juros e preveem também a correção monetária (ou variação cambial) do saldo devedor da dívida, representa normalmente a recuperação da perda de valor do capital emprestado e ainda não restituído, situação gerada pela desvalorização perante a inflação. Amortização: a fração (parte) do capital paga ou recebida em um determinado período (data). É representada pela variável A. Prestação: é o pagamento efetuado ao longo da série de pagamentos, sendo composto de uma parcela de capital chamada amortização e uma parcela de juros. É representada por PMT (abreviatura de payment, que significa pagamento). Prestação = Amortização + Juros. PMT = A + INT Carência: significa a postergação só do valor principal, excluídos os juros. Os encargos financeiros podem, dependendo das condições contratuais, ser pagos ou não durante essa etapa. Saldo devedor: este é o elemento principal da dívida em um momento em que se tem deduzido o valor pago ao credor a título de amortização e de carência (que é uma diferenciação da data convencional do início dos pagamentos). Sistema de Amortização Constante (SAC) O Sistema de Amortização Constante tem como característica básica as amortizações sempre iguais do valor principal, em todo o prazo da operação. O valor da amortização é facilmente obtido mediante a divisão do capital (quantia emprestada) pelo número de prestações. Nessa modalidade, os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, cujo montante decresce após o pagamento de cada amortização, assumem valores decrescentes nos períodos. Em consequência do comportamento da amortização e dos juros, as prestações periódicas e sucessivas do SAC são decrescentes em progressão aritmética. No período 0 (zero), não há amortização, pois é o momento em que ocorre o empréstimo. Expressões de cálculo do SAC Amortização (Amort):os valores são sempre iguais e obtidos por: Amort = PV / n PV = principal (valor do financiamento) n = número de prestações Saldo devedor (SD): é decrescente em PA (progressão aritmética) pelo valor constante da amortização. Logo, a redução periódica do SD equivale a subtrair, do seu valor anterior, a amortização (PV/n) do período atual: SD = PV – Amort Juros (J): pela redução constante do saldo devedor, os juros diminuem linearmente ao longo do tempo, comportando-se como uma PA decrescente. J = (PV/n) x (n-t+1) x i Prestação (PMT): é a soma da amortização com juros e encargos administrativos que deve ser analisada em cada situação de empréstimo com a instituição financeira. PMT = Amort + J ou PMT = (PV/ n) x [1+ (n − t +1) i] SAC com carência Carência é o prazo concedido nas operações de financiamento em que o credor não paga ou não amortiza o valor principal da dívida contraído. Três situações podem ocorrer: a) os juros são pagos durante a carência; b) os juros são capitalizados e pagos totalmente quando do vencimento da primeira amortização; c) os juros são capitalizados e acrescidos ao saldo devedor, gerando um fluxo de amortizações de maior valor. Ignora-se a carência quando não mencionada no problema. Nesse caso, a amortização já começa então no 1º mês. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO FRANCÊS O Sistema de Amortização Francês (SAF), desenvolvido originalmente pelo inglês Richard Price, assumiu essa denominação pelo seu uso amplamente generalizado na França no século passado. Amplamente adotado no mercado financeiro do Brasil, estipula que as prestações sejam iguais, periódicas e sucessivas. Equivalem, em outras palavras, ao modelo de fluxos de caixa. Os juros, por incidirem sobre o saldo devedor, são decrescentes, e as parcelas de amortização assumem valores crescentes. SAF pode ser realizado com ou sem carência, capitalizando ou não os juros durante a carência. Expressões de cálculo do SAF No SAF, as prestações são constantes, os juros, decrescentes e as amortizações, exponencialmente crescentes ao longo do tempo. Amortização (Amort): é obtida pela diferença entre o valor da prestação e os juros: Amort = PMT – J Na primeira amortização é usada a seguinte fórmula: Amort = PMT – (PV x i) E para saber o valor da amortização em um período: Amort = Amort(t) x (1 + i)^t-1 Prestação (PMT): o valor da prestação é calculado mediante a aplicação da fórmula do valor presente desenvolvida para o modelo padronizado para fluxos de caixa: PMT = PV x (1 / FPV (i,n)) onde: FPV(i,n) = (1-(1+i)^-n)/ i Saldo devedor (SD): para cada período, é calculado pela diferença entre o valor devido no início do intervalo de tempo e a amortização do período. SD = PMT x (1-(1+i)^-(n-t)) / i Juros (J): incidem sobre o saldo devedor apurado no início de cada período (ou ao final de cada período imediatamente anterior). J = (PV – Amort) x i TABELA PRICE O Sistema Price de Amortização (ou Tabela Price) representa uma variante do SAF, Sistema de Amortização Francês. O termo postecipado significa que o primeiro pagamento será realizado no período seguinte. Sistema de amortização misto O Sistema de Amortização Misto (SAM) foi desenvolvido originalmente para as operações de financiamento do Sistema Financeiro de Habitação. Trata-se simplesmente de uma mescla do Sistema de Amortização Francês (SAF) e do Sistema de Amortização Constante (SAC), por meio de uma média aritmética. Essa média é feita com cada parte da tabela, parcela, juros, amortização e saldo devedor. SISTEMA DE AMORTIZAÇÃO AMERICANO O Sistema de Amortização Americano (SAA) estipula que a devolução do capital emprestado seja efetuada ao final do período contratado, ou seja, deve ser efetuada de uma só vez. De acordo com essa característica básica do SAA, não estão previstas amortizações intermediárias durante o período de empréstimo. Os juros costumam ser pagos periodicamente, em que é feito um calculo de juros simples, que é igual em todas as parcelas. Sinking fund ou fundo de amortização Dentro do Sistema de Amortização Americano, costuma-se utilizar um dispositivo denominado sinking fund, ou fundo de amortização, cujo propósito é estocar poupanças periodicamente durante a vigência do empréstimo para, ao final do empréstimo, o montante do fundo igualar-se ao valor da dívida. A preocupação em formar um fundo desse tipo é a de evitar que o mutuário tenha de desembolsar uma quantia muito grande de dinheiro de uma vez só. Taxa de juros: i Período: n Montante igual ao principal: S Depósito do período: R O fato de valor presente em séries uniformes postecipadas (valor da tabela): K R = S / k K = i / n Sistema de Amortização Crescente (Sacre) O Sacre é um sistema misto de cálculos do SFH, muito utilizado pela Caixa Econômica Federal. Nele utiliza-se a metodologia de amortização constante (SAC anual), mas sem adicionar o valor da TR (Taxa Referencial). Dessa forma, o Sacre proporciona uma amortização variável. Apesar do nome, amortização “crescente”, ele pode resultar amortizações decrescentes, caso a TR esteja com valor baixo. O grande atrativo do Sacre é que nele, a partir de um momento, as prestações começam a diminuir. Custo efetivo Quando é cobrado unicamente juro nas operações de empréstimos e financiamentos, o custo efetivo, qualquer que seja o sistema de amortização adotado, é a própria taxa de juro considerada. Por outro lado, é comum as instituições financeiras cobrarem, além do juro declarado, outros tipos de encargos, tais como: IOC (Imposto sobre Operações de Crédito), comissões, taxas administrativas etc. Essas despesas adicionais devem ser consideradas na planilha de desembolsos financeiros.
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