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O QUE É A FRATURA DE BENNETT: Foi descrita por Edward H. Bennett, em 1882, é uma fratura intra-articular da base do primeiro metacarpo, mais especificamente da articulação carpometacarpal, formada pela epífise proximal do primeiro metacarpo e pelo osso trapézio, onde a maior porção da articulação se desloca lateral e posteriormente pela ação do músculo abdutor longo do polegar e em abdução pela ação da inserção distal do adutor do polegar. É o tipo mais comum de fratura do polegar, pode ser causado por queda sobre mão aberta ou ao golpear contra um objeto duro. CAUSA DA FRATURA: Ela está ligada diretamente aos movimentos bruscos do polegar, de abdução, supinação e flexão. As causas mais comuns incluem esmurrar um objeto duro, cair com a mão flexionada, acidente automobilístico segurando o volante ou como lesão esportiva. Essa fratura intra-articular é quase sempre acompanhada por algum grau de deslocamento dos ossos (luxação) da articulação carpometacarpiana. O fragmento triangular menor – parte da articulação – mantém-se em relação normal com o trapézio graças ao forte ligamento oblíquo anterior. O mecanismo da fratura é um trauma do polegar em semiflexão, onde o metacarpo fica preso ao trapézio somente pelo ligamento volar. SINAIS E SINTOMAS: - A dor e instabilidade da primeira articulação carpometacarpiana impede o movimento de pinça, muito usado para agarrar objetos; - Edema; - Hematoma; - Deformidade e perda de sensibilidade do polegar também são comuns; - A incapacidade de executar metade dos movimentos da mão pode ser bastante incapacitante, especialmente se for a mão mais usada. DIAGNÓSTICO E TRATAMENTO MÉDICO: Nos casos de fratura de Bennett com menos de 1mm de deslocamento, há relativamente pouca instabilidade articular e subluxação da articulação. Recomenda-se a redução fechada seguida de imobilização do polegar e radiografias mensais para um tratamento eficaz. Para as fraturas de Bennett com 1 mm a 3 mm de deslocamento da articulação trapézio-metacarpiana, a redução fechada e a fixação percutânea com pino (CRPP) com cabos Kirschner geralmente é suficiente para garantir um resultado funcional satisfatório. A recuperação no pós-cirúrgico leva até seis semanas, com o local imobilizado. Fisioterapia é indicada pelo médico após a cirurgia para restabelecer os movimentos corretamente e estimular a recuperação da força no dedo afetado. AVALIAÇÃO FISIOTERAPÊUTICA: Anamnese: - Qual é a idade do paciente? - Qual é a profissão do paciente? Qual o mecanismo de lesão? - O que o paciente é capaz de fazer funcionalmente? - Quando é que ocorreu a lesão ou seu início, e quanto tempo o paciente esteve incapacitado? - Qual é a mão dominante do paciente? - O paciente alguma vez lesou o antebraço, punho ou mão? - Que parte do antebraço, punho, ou mão está lesada? Inspeção: - Inicialmente, observa-se se o paciente utiliza a mão com facilidade e espontaneidade; - Se a mão lesada está imobilizada em uma tipoia ou em posição enrijecida ao lado do corpo; - Inspecionar se o paciente consegue realizara pinça digital, onde acentua-se a projeção volar do polegar e cria uma pinça eficiente ente o polegar e os dedos indicador e médio; - Observar qualquer atrofia muscular, tumoração localizada; - Se tem a presença de edema na região da fratura. Mobilidade: - Consiste em determinar onde e se é necessária uma avaliação goniométrica específica; - Se forem identificadas limitações na amplitude de movimento articular, deverá ser realizado um teste goniométrico específico para se obter um quadro das restrições, estabilização e registro das limitações. Movimentos Ativos: Quantidade de movimento articular realizada por um indivíduo sem qualquer auxílio. Objetivo: o examinador tem a informação exata sobre a capacidade, coordenação e força muscular da amplitude de movimento do indivíduo. Movimentos Passivos: Quantidade de movimento realizada pelo examinador sem o auxílio do indivíduo. A ADM passiva fornece ao fisioterapeuta a informação exata sobre a integridade das superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos. Goniometria: - Flexão do Punho: Ocorre na articulação radiocárpica, no plano sagital nas articulações rádiocárpicas e intercápicas. Amplitude articular: 0°-90° (Marques, 2003). Posição ideal: A vítima deve ficar sentada preferencialmente, podendo ficar em pé, com o braço em pronação e com o cotovelo fletido a aproximadamente a 90º. Os dedos ficarão estendidos quando for realizado o movimento. Braço fixo do goniômetro: Deve ser colocado sobre a face medial da ulna. Braço móvel do goniômetro: Deve ficar sobre a superfície medial do quinto metacarpal. Eixo: Na superfície medial do punho. Precauções: Certificar-se de que os dedos permanecem relaxados durante a mensuração. Evitar o desvio radial e ulnar da articulação do punho. - Extensão do Punho: Ocorre no plano sagital nas articulações rádiocárpicas e intercápicas. Amplitude articular: 0°-70° (Marques, 2003). Posição ideal: A vítima poderá ficar em pé ou sentada com o antebraço em pronação e com o cotovelo fletido a aproximadamente 90º. Braço fixo do goniômetro: Deve ser colocado sobre a face medial da ulna. Braço móvel do goniômetro: Deve ser colocado sobre a superfície medial do quinto metacarpo. Eixo: Na superfície medial do punho. Precauções: Evitar a extensão dos dedos. Evitar os desvios radiais e ulnar na articulação do punho. - Desvio Radial (abdução) do Punho: Na posição anatômica, o movimento de desvio radial no punho ocorre no plano frontal. Amplitude articular: 0°-20° (Marques, 2003). Posição ideal: A vítima poderá ficar em pé ou sentada com o cotovelo fletido e o antebraço em posição neutra entre a pronação e a supinação. Braço fixo do goniômetro: Deve ser colocado sobre a região posterior do antebraço, apontando para o epicôndilo lateral. Braço móvel do goniômetro: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpal. Eixo: Sobre a articulação radiocarpal. Precauções: Evitar a flexão ou extensão do punho. Evitar a supinação do antebraço. - Desvio Ulnar (adução) do Punho: Na posição teste, o movimento ocorre no plano frontal. Amplitude articular: 0°-45° (Marques, 2003). Posição ideal: A vítima poderá ficar em pé ou sentada com o cotovelo fletido e o antebraço em posição neutra entre a pronação e a supinação. Braço fixo do goniômetro: Deve ser colocado sobre a região posterior do antebraço, apontando para o epicôndilo lateral. Braço móvel do goniômetro: Deve ser colocado sobre a superfície dorsal do terceiro metacarpal. Eixo: Sobre a articulação radiocarpal. Precauções: Evitar a flexão ou extensão do punho. Evitar a pronação ou a supinação do antebraço. - Flexão do Primeiro Metacarpo: O movimento ocorre no plano sagital. Amplitude articular: 0-15º (Marques, 2003). Posição ideal: A posição de preferência é a sentada, antebraço apoiado numa mesa e em supinação. O punho e os dedos estendidos. Braço fixo do goniômetro: Deve ser colocado sobre a superfície lateral do segundo metacarpal. Braço móvel do goniômetro: Deve ser colocado sobre a superfície lateral da articulação carpometacárpica do polegar. Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacárpica do polegar. Precauções: Evitar a flexão dos dedos. Evitar a abdução e adução da articulação carpometacarpal do polegar. - Extensão do Primeiro Metacarpo: O movimento ocorre no plano sagital. Amplitude articular: 0-70º (Marques, 2003). Posição ideal: A posição de preferência é a sentada, com o cotovelo fletido, antebraço apoiado numa mesa e em supinação. O punho e os dedos estendidos. Braço fixo do goniômetro: Deve ser colocado sobre a face lateral do rádio. Braço móvel do goniômetro: Deve ser colocado sobre asuperfície lateral do primeiro metacarpal. Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacarpal do polegar. Precauções: Evitar a flexão dos dedos. - Abdução do Primeiro Metacarpo: O movimento ocorre no plano frontal. Amplitude articular: 0-70º (Marques, 2003). Posição ideal: Preferencialmente sentada com o antebraço apoiado numa mesa e em pronação. O punho e os dedos em posição anatômica e o cotovelo fletido. Braço fixo do goniômetro: Alinhado e paralelo à superfície lateral do segundo metacarpal. Braço móvel do goniômetro: Na superfície dorsal do primeiro metacarpo. Eixo: Sobre a linha articular da articulação carpometacarpal do polegar. Precauções: Evitar a flexão e abdução dos segundo ao quinto dedos. Evitar a flexão do polegar. Palpação: - Tabaqueira anatômica: consiste em uma depressão pequena situada imediatamente distal e um pouco dorsal ao processo estiloide do rádio. Ela se torna evidente e palpável quando o paciente estende o polegar lateralmente, afastando-o dos demais dedos. Os tendões que formam seus limites se tornam mais proeminentes quando o polegar se encontra estendido, a borda radial da tabaqueira é composta pelos tendões do abdutor longo do polegar e do extensor curto do polegar. Já aborda ulnar, corresponde ao tendão do extensor longo do polegar. - Trapézio: está localizado no lado radial do carpo e se articula com o primeiro metacarpal. Mova o dedo no sentido distal à tabaqueira para palpar a articulação entre o trapézio e o primeiro metacarpal. Essa articulação em forma de sela é imediatamente proximal a eminencia tênar. A palpação do trapézio é facilitada quando se instrui o paciente a flexionar e estender o polegar. - Eminencia tênar: região anatômica composta pelos músculos abdutor curto do polegar (camada superficial), oponente do polegar (camada média) e o flexor curto do polegar (camada profunda). É carnosa ao toque e móvel porque não está presa em nenhuma cobertura facial. Testes Musculares Manuais Parte integrante do exame físico, fornecendo informações úteis no diagnóstico diferencial, prognóstico e tratamento de patologias musculoesqueléticas e neuromusculares. A avaliação da força muscular manual deve ocorrer quando forem descartadas outras limitações articulares ou musculares (encurtamentos) impedindo ou dificultando o movimento. Testes especiais: DIAGNOSTICO FISIOTERAPÊUTICO: - Sequela pós fratura da base do primeiro metacarpo OBJETIVOS DE TRATAMENTO: - Melhora do quadro algico (se hover dor); - Diminuição do edema (se hover edema); - Ganho de amplitude de movimento (se hover diminuição da ADM); - Ganho de força muscular (se hover perca de força mucular); - Melhora nas AVD´s. TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO: Qualquer manobra fisioterapêutica ordenada para aumentar a mobilidade dos tecidos moles, e em consequência melhorar a ADM por meio do alongamento (aumento do comprimento) de estruturas que tiveram encurtamento adaptativo e perderam a sua mobilidade com o tempo, a manipulação ou mobilização é uma técnica passiva da Fisioterapia manual que necessita de habilidade, é utilizada em articulações e tecidos moles com objetivos de modular a dor e tratar disfunções articulares que limitam a ADM. Quando esse desempenho apresenta déficits que obstruem a função, o uso do exercício resistido é uma intervenção fisioterapêutica adequada para melhorar o uso integrado da força, da potência e do desempenho muscular durante os movimentos funcionais. O exercício resistido é qualquer forma de exercício ativo, no qual uma força externa aplicada manualmente ou mecanicamente resiste uma contração muscular dinâmica ou estática. Em busca de promover a diminuição do quadro álgico, o aumento da ADM e consequentemente a otimização das suas atividades funcionais. Na Fisioterapia, pode ser notado melhora significativa, tanto na redução do quadro álgico, como no aumento da ADM. Oferecendo ao paciente melhora nas AVD’s e nas habilidades funcionais e se mostra, portanto, eficaz no pós-operatório de fratura de mão.