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Ebook Digital Métodos e Técnicas de Avaliação e Exames Complementares_SER

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Prévia do material em texto

Thaiany Pedrozo Campos Antunes
Karina Santaella da Fonseca Lopes de Sousa
Organizador(a): Flávia de Araújo Berenguer
MÉTODOS E TÉCNICAS 
DE AVALIAÇÃO E EXAMES 
COMPLEMENTARES
Métodos e 
Técnicas de 
Avaliação e Exames 
Complementares
© by Ser Educacional
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser 
reproduzida ou transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, 
eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação ou qualquer outro 
tipo de sistema de armazenamento e transmissão de informação, sem prévia 
autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional.
Imagens e Ícones: ©Shutterstock, ©Freepik, ©Unsplash.
Diretor de EAD: Enzo Moreira.
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato.
Coordenadora de projetos EAD: Jennifer dos Santos Sousa.
Equipe de Designers Instrucionais: Carlos Mello; Gabriela Falcão; Isis Oliveira; 
José Felipe Soares; Márcia Gouveia; Mariana Fernandes; Mônica Oliveira; 
Nomager Sousa.
Equipe de Revisores: Emily Pacífico; Everton Tenório; Lillyte Berenguer; 
Nathalia Araujo.
Equipe de Designers gráficos: Bruna Helena Ferreira; Danielle Almeida; 
Jonas Fragoso; Lucas Amaral, Sabrina Guimarães, Sérgio Ramos e Rafael 
Carvalho.
Ilustrador: João Henrique Martins.
ANTUNES, Thaiany Pedrozo Campos; SOUSA, Karina Santaella da Fonseca 
Lopes de.
Organizador(a): BERENGUER, Flávia de Araújo.
Métodos e Técnicas de Avaliação e Exames Complementares:
Recife: Digital Pages e Grupo Ser Educacional - 2023.
199p.: pdf
ISBN: xxx-xx-xxxxx-xx-x
1. Avaliação 2. Exames 3. Fisioterapia.
Grupo Ser Educacional
Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro
CEP: 50100-160, Recife - PE
PABX: (81) 3413-4611
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
Iconografia
Estes ícones irão aparecer ao longo de sua leitura:
ACESSE
Links que 
complementam o 
contéudo.
OBJETIVO
Descrição do conteúdo 
abordado.
IMPORTANTE
Informações importantes 
que merecem atenção.
OBSERVAÇÃO
Nota sobre uma 
informação.
PALAVRAS DO 
PROFESSOR/AUTOR
Nota pessoal e particular 
do autor.
PODCAST
Recomendação de 
podcasts.
REFLITA
Convite a reflexão sobre 
um determinado texto.
RESUMINDO
Um resumo sobre o que 
foi visto no conteúdo.
SAIBA MAIS
Informações extras sobre 
o conteúdo.
SINTETIZANDO
Uma síntese sobre o 
conteúdo estudado.
VOCÊ SABIA?
Informações 
complementares.
ASSISTA
Recomendação de vídeos 
e videoaulas.
ATENÇÃO
Informações importantes 
que merecem maior 
atenção.
CURIOSIDADES
Informações 
interessantes e 
relevantes.
CONTEXTUALIZANDO
Contextualização sobre o 
tema abordado.
DEFINIÇÃO
Definição sobre o tema 
abordado.
DICA
Dicas interessantes sobre 
o tema abordado.
EXEMPLIFICANDO
Exemplos e explicações 
para melhor absorção do 
tema.
EXEMPLO
Exemplos sobre o tema 
abordado.
FIQUE DE OLHO
Informações que 
merecem relevância.
SUMÁRIO
UNIDADE 1
Introdução ao Estudo da Avaliação Fisioterapêutica � � � � � � � � � � � � � 15
Definição e importância da avaliação fisioterapêutica � � � � � � � � � � � � � �15
Etapas da avaliação fisioterapêutica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �16
Anamnese � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �18
Exame físico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 23
Exames complementares � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 27
Avaliação Postural � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 28
Coluna vertebral � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �33
Ombros � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 36
Joelhos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 36
Avaliação De Marcha � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 37
Marcha normal � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 37
Marcha patológica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 39
UNIDADE 2
Introdução a Avaliação do Sistema Musculoesquelético � � � � � � � � �45
Avaliação da Amplitude de Movimento � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �45
Goniometria das articulações dos membros inferiores � � � � � � � � � � � � � 49
Quadril � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 50
Joelho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 53
Tornozelo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 53
Pé � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 55
Goniometria das articulações de membros superiores � � � � � � � � � � � � � 58
Ombro � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 59
Cotovelo e antebraço � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 63
Punho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 65
Dedos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 67
Avaliação da Função Muscular � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 73
Testes musculares dos membros inferiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 75
Quadril � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 75
Joelho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 76
Tornozelo e pé � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 77
 Testes musculares dos membros superiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 79
Ombro � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 79
Cotovelo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 82
 Punho e dedos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 84
Testes musculares da coluna vertebral � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 86
UNIDADE 3
Medidas de Comprimento dos Membros � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �95
Membros superiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 96
Membros inferiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 97
Discrepância real no comprimento das pernas � � � � � � � 97
Discrepância aparente no comprimento das pernas � � 98
Perimetria � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 99
Perimetria de membros superiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 100
Perimetria de membros inferiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 102
Testes Especiais em Traumatologia e Ortopedia � � � � � � � � � � � � � � �106
Testes especiais dos membros superiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 106
Ombros � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 106
Cotovelos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 108
Punho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 108
Testes especiais dos membros inferiores � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 109
Quadril � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 109
Joelho � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 111
Tornozelo � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 112
Exames Complementares em Traumatologiae Ortopedia � � � � � � 113
Radiografia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �114
Risco radiológico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �116
Densidades radiológica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 117
Contrastes radiológicos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �118
Incidências radiológicas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �118
Ultrassonografia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 122
Densitometria óssea � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 124
Osteoporose e a densitometria óssea � � � � � � � � � � � � � � � 126
Principais lesões traumatológicas e os diversos métodos de diagnóstico 
por imagem � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 128
UNIDADE 4
Avaliação Neurofuncional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 133
Reflexos � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �135
Tônus � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �137
Sensibilidade � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 139
Sensibilidade superficial � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 140
Sensibilidade profunda � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �141
Sinais de irritação meníngea � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 142
Sinais de irritação radicular � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 142
Coordenação � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 144
Exames Complementares na Neurologia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �145
Tomografia computadorizada � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 149
Ressonância magnética � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 150
Avaliação Pneumofuncional � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 151
Anamnese � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 152
Sinais e sintomas � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 154
Exame físico � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 155
Inspeção � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 155
Palpação � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 158
Percussão � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 160
Ausculta pulmonar � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 160
Avaliação da capacidade e função muscular respiratória � � � � � � � � � � 163
Manovacuometria � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 164
Ventilometria � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 166
Espirometria � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 167
Oximetria � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 168
Sinais vitais � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 169
Frequência cardíaca e pulso � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 169
Frequência respiratória � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 171
Pressão arterial � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 172
Exames Complementares Em Pneumologia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �176
Radiografia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 177
Tomografia computadorizada do tórax � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 179
Ressonância magnética do tórax � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 180
Broncografia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � �181
Exames relacionados à hemodinâmica � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 182
Gasometria arterial � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 182
Capnografia � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 184
Avaliação da difusão pulmonar � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 186
Teste de caminhada � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 186
Hemograma � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � � 187
Apresentação
Olá, aluno(a)! 
Podemos dizer que a avaliação fisioterapêutica é a etapa mais 
importante do processo de reabilitação, afinal, é nela que se baseia 
todo nosso objetivo e conduta de tratamento. A leitura dos exames 
complementares faz parte dessa etapa. Saber qual é mais indicado 
para cada situação, assim como sua interpretação, é essencial na 
prática da fisioterapia. 
Visando a formar bons profissionais de promoção e reabili-
tação da saúde, este material foi elaborado com foco nos métodos e 
técnicas utilizados no processo de avaliação fisioterapêutica, assim 
como na interpretação dos exames complementares. 
Ao longo dos nossos estudos, abordaremos os aspectos ge-
rais de análise na fisioterapia nas diversas especialidades da saúde 
para construção do diagnóstico cinesiofuncional (anamnese, exa-
me físico, escalas funcionais e testes especiais) e a interpretação 
de exames complementares na prática da fisioterapia, como os de 
imagem, espirometria, capnografia, gasometria arterial, hemogra-
ma, eletrocardiograma e outros exames importantes para a prescri-
ção de técnicas fisioterapêuticas. 
Pronto(a) para essa jornada? Vamos começar! 
Autoria
Thaiany Pedrozo Campos Antunes.
A professora Thaiany Pedrozo Campos Antunes é doutora em Ciên-
cias da Saúde pelo Centro Universitário Saúde ABC (2019) e mestre 
em Ciências do Movimento Humano pela VU University Amsterdam 
(2020), com ênfase em geriatria. Pertence ao Laboratório de Deli-
neamento de Estudos e Escrita Científica do CUSABC e ao Laborató-
rio de Tecnologia Assistiva da Faculdade de Ciências da Reabilitação 
na Universidade de Alberta (Canadá). 
Karina Santaella da Fonseca Lopes de Sousa.
A professora Karina Santaella da Fonseca Lopes de Sousa é mestre 
em Reabilitação pela UNIFESP (2001), especialista em Reumatolo-
gia pela UNIFESP (1995) e graduada em fisioterapia pela PUCCAMP 
(1994). 
Ministra disciplinas de Avaliação Fisioterapêutica, Recursos Tera-
pêuticos e Fisioterapia Musculoesquelética no curso de graduação 
de fisioterapia e atua na área clínica em consultório próprio.
Currículo Lattes
Currículo Lattes
Organizador(a)
Flávia de Araújo Berenguer.
A professora Flávia de Araújo Berenguer de Santana é mestre em 
Engenharia Biomédica pela Universidade Federal de Pernambuco 
(2018), Especialista em Fisioterapia do Trabalho com Ênfase em Er-
gonomia pela Faculdade Redentor (2008), Especialista em Fisiote-
rapia Vascular pela Faculdade Integrada do Recife (2005), graduada 
em Fisioterapia pela Faculdade Integrada do Recife (2004) e titu-
lada Fisioterapeuta Dermatofuncional pela Associação Brasileira de 
Fisioterapia Dermatofuncional (2022). 
É docente de Instituições de Ensino Superior de cursos de graduação 
e pós-graduação desde 2010 nas modalidades presencial e a distân-
cia e atua na área clínica em consultório particular. 
Currículo Lattes
UN
ID
AD
E
1
Objetivos
1. Apresentar os conceitos fundamentais da avaliação 
fisioterapêutica;2. Caracterizar as etapas da avaliação fisioterapêutica; 
3. Conhecer os diversos exames complementares, reconhecen-
do sua importância para a prescrição e evolução da prática 
fisioterapêutica; 
4. Estudar os aspectos normais da postura humana e suas 
variações; 
5. Identificar as fases e subfases da marcha humana. 
14
Introdução
Caro(a) aluno(a),
Neste objeto de aprendizagem, você irá estudar a importância 
da avaliação fisioterapêutica na prática clínica profissional, assim 
como as etapas de uma avaliação desde a anamnese até os exames 
complementares, os quais também podem ser usados para acom-
panhamento do tratamento fisioterapêutico (reavaliação). Também 
abordaremos a avaliação postural e de marcha. 
Preparado(a)? Vamos lá! 
15
Introdução ao Estudo da Avaliação 
Fisioterapêutica 
Definição e importância da avaliação 
fisioterapêutica 
A avaliação é parte essencial do trabalho do profissional de fisiote-
rapia. É a partir dela que ele terá condições de delinear os objetivos 
do seu trabalho e definir estratégias, baseadas em seu repertório de 
conhecimentos, para atender às necessidades de assistência de seu 
paciente. 
O estudo desse conteúdo deve ser abrangente, tendo em vis-
ta a complexidade do ser humano. Por isso, o fisioterapeuta deve 
ser capaz de compreender o indivíduo que buscou atendimento 
e identificar suas habilidades, limitações, a presença de sintomas 
associados a doenças e o impacto disso nos seus diversos órgãos e 
sistemas (RONCHI et al., 2012). 
Diante das informações obtidas na avaliação, o profissional 
de fisioterapia terá condições de elaborar o diagnóstico e prognós-
tico deste paciente. Nesse contexto, a doença ou queixa que trou-
xe o indivíduo ao atendimento fisioterapêutico é apenas mais um 
dado e não deve ser tomada como diagnóstico principal. Ou seja, ao 
fisioterapeuta, mais importante do que um diagnóstico etiológico, 
anatômico ou sindrômico (comumente utilizados na área médica) 
é a elaboração do diagnóstico fisioterapêutico ou cinesiológico 
funcional. 
Esse diagnóstico é elaborado ao final do processo de ava-
liação, e leva em consideração a funcionalidade do paciente e as 
disfunções do movimento que impactam essa função de maneira 
individual. Afinal, indivíduos com o mesmo diagnóstico etiológico 
podem ter comportamentos distintos com relação a sua função e, 
portanto, a condução do trabalho fisioterapêutico também deverá 
ser diferenciada. 
IMPORTANTE
16
A avaliação deve seguir uma sequência de procedimentos, 
iniciando com uma etapa em formato de entrevista, em que serão 
coletadas informações para a identificação do indivíduo, dos seus 
dados clínicos e do seu histórico de saúde. A seguir, deve-se realizar 
o exame físico, a partir de testes específicos para avaliação dos sis-
temas corporais e da sua funcionalidade. 
Desenvolver uma boa comunicação permite ao profissio-
nal extrair do paciente os dados relevantes durante a entrevista ou 
anamnese, considerando não apenas os dados clínicos relacionados 
ao histórico da lesão, mas suas correlações psicossociais (LLANO et 
al., 2013). 
O fisioterapeuta deve desenvolver a capacidade de interpre-
tar exames complementares trazidos por seu paciente e correla-
cioná-los com as informações obtidas na sua avaliação, a fim de 
confirmar a presença de uma lesão observada, avaliar sua extensão 
ou intensidade e excluir diagnósticos diferenciais. 
O registro dessas informações é tão importante quanto sua coleta e 
deve ser realizado de forma clara e que permita a sua reprodutibili-
dade, bem como a continuidade de condução terapêutica por outro 
profissional, caso necessário (RONCHI et al., 2012).
A repetição dos procedimentos avaliativos deve ocorrer de 
forma sistemática para revisão do programa terapêutico, verifica-
ção da evolução do paciente, planejamento de alta e elaboração de 
orientações para manutenção do quadro do paciente pós-alta. 
Etapas da avaliação fisioterapêutica 
A avaliação fisioterapêutica é o primeiro contato do fisiotera-
peuta com o paciente. É muito comum que esse paciente venha 
17
encaminhado por outro profissional, em geral um médico, porém o 
fisioterapeuta tem autonomia para atender qualquer paciente que o 
procurar, desde que respeite os parâmetros assistenciais fisiotera-
pêuticos estabelecidos pelo Conselho Federal de Fisioterapia e Te-
rapia Ocupacional (BRASIL, 2012). 
É indispensável na rotina do fisioterapeuta realizar a avalia-
ção, visto que, além de garantir sua autonomia como profissional de 
saúde, permite o planejamento de ações adequadas de prevenção, 
promoção, proteção e reabilitação da saúde. 
O processo de avaliação divide-se basicamente em duas im-
portantes etapas: a anamnese e o exame físico, além da análise de 
exames complementares, que vão possibilitar ao fisioterapeuta es-
tabelecer o diagnóstico cinético-funcional e, consequentemente, 
traçar os objetivos, as condutas fisioterapêuticas e o prognóstico do 
paciente. Você pode visualizar melhor esse processo no Diagrama 1, 
a seguir: 
Diagrama 1 – Sequência dos procedimentos do fisioterapeuta
Fonte: Elaborado pela autora (2023) 
18
Anamnese 
A anamnese é a primeira fase do processo e consiste em uma en-
trevista para coleta de dados que permitirão a identificação de 
problemas, definição de diagnóstico e planejamento da assistência 
(SANTOS; VEIGA; ANDRADE, 2011). O termo anamnese, em sua ori-
gem, significa trazer de volta à mente; portanto, pretende-se, nessa 
etapa, rememorar os fatos relacionados com o indivíduo e suas ma-
nifestações de doença (BALDUÍNO et al., 2012). 
O fisioterapeuta pode utilizar uma ficha estruturada com os 
tópicos a serem abordados, no entanto, mais do que um procedi-
mento sistemático e rígido, é extremamente importante que o pro-
fissional saiba realizar a entrevista de maneira fluente e fale de 
maneira eficaz, demonstrando empatia e habilidade para incenti-
var o paciente a contar os fatos relevantes ao processo terapêutico 
(ENGELHORN, 2019). Essas informações devem ser registradas no 
prontuário do paciente, que é um documento obrigatório de registro 
das informações. Esse armazenamento deve ser elaborado pelo fi-
sioterapeuta ou serviço de saúde, mas as informações contidas nele 
são de propriedade do paciente. Dessa forma, deve ser mantido em 
local que respeite o sigilo e confidencialidade das informações, que 
só podem ser divulgadas com a autorização do paciente ou do seu 
representante legal (BRASIL, 2012). 
As informações importantes que devem ser abordadas na 
anamnese são: identificação do paciente, queixa principal, história 
da doença atual, sinais e sintomas, história patológica pregressa, 
história familiar, hábitos de vida e uso de medicamentos. 
Na identificação do paciente, devem constar nome completo 
do paciente, naturalidade, gênero, estado civil, data de nascimento, 
profissão e endereço. Essas informações são pessoais e dão indivi-
dualidade ao prontuário. Além disso, elas podem contribuir para a 
construção da história da moléstia que será elaborada a partir da 
queixa do paciente. 
O fisioterapeuta deve questionar o paciente sobre o motivo 
pelo qual ele está procurando o serviço de fisioterapia, sua queixa 
principal (QP). Alguns sintomas são relatos comuns de QP, como 
19
dor, fraqueza, rigidez, hipersensibilidade e dificuldade de realizar 
movimento (SAUNDERS, 1993). O paciente pode ter dificuldade em 
definir essa queixa, bem como pode ter mais de uma queixa. Procure 
ser sintético nessa informação, maior detalhamento deve ser deixa-
do para a história da moléstia. 
Na história da doença atual (HDA), as informações relacio-
nadas à queixa do paciente devem ser organizadas de forma cro-
nológica, considerando-se desde fatos anteriores ao surgimento do 
problema até fatos atuais que interferem na intensidade ou alívio do 
sintoma, bem como suas características. 
O fisioterapeuta deve fazer perguntas que conduzam o pa-
ciente e que auxiliem na organização dos fatos: 
 • Em que momento a queixase iniciou? 
 • Ela se iniciou de maneira súbita, após um trauma ou acidente? 
 • O início foi insidioso, sem causa aparente? 
 • É a primeira vez que esses sintomas aparecem ou eles se repe-
tem de tempos em tempos? 
 • Quais são os fatores de melhora ou de piora desses sintomas? 
 • Eles estão relacionados a algum posicionamento específico ou 
a algum estado emocional? 
No caso de dor, é importante diferenciar se é aguda, contínua 
ou intermitente, profunda, em pontadas, queimação, bem localiza-
da ou difusa. 
Ao coletar essas informações, o profissional começa a com-
preender o mecanismo da lesão que originou os sintomas e, à me-
dida que ganha mais experiência e adquire mais conhecimentos 
técnicos, será capaz de associar os sintomas a doenças específicas. 
É importante saber se o paciente já realizou algum tratamen-
to prévio, não apenas fisioterapêutico, e quais os resultados obtidos. 
20
Na história patológica pregressa (HPP), o fisioterapeuta 
deve registrar as doenças crônicas, fraturas e cirurgias, tanto para 
complementação da história, como para direcionar a terapêutica e 
determinar o prognóstico do paciente. É importante questionar o 
paciente sobre os diversos aspectos de saúde, incluindo sono e as-
pectos emocionais. 
Informações sobre a história familiar (HF) servem para veri-
ficar a presença de doenças de parentes consanguíneos. 
É importante perguntar os hábitos de vida, pois conhecer 
um pouco a respeito do cotidiano do paciente, das atividades que 
costuma realizar e daquelas nas quais tem dificuldade em função da 
queixa principal permite que o planejamento do tratamento vá ao 
encontro das necessidades do paciente. Informações sobre a prática 
de esportes e hobbies, hábitos alimentares, tabagismo e etilismos 
devem ser consideradas. 
Você deve, também, registrar os nomes dos medicamentos 
em uso. É bastante comum que o paciente chegue ao fisioterapeuta 
após consulta com médico e início do tratamento medicamento-
so, portanto, pode haver mudança na intensidade dos sintomas ao 
longo das sessões iniciais em função dos medicamentos. O fisiote-
rapeuta deve estar ciente disso para poder avaliar a eficácia do seu 
plano de tratamento. 
Em alguns casos, o paciente não fala da presença de doen-
ças em seus antecedentes pessoais, mas relata uso de medicamento 
contínuo para determinada doença como hipertensão arterial sistê-
mica, por exemplo. Diante dessas informações, o fisioterapeuta tem 
a responsabilidade de verificar a coerência dos fatos, sempre com o 
objetivo de oferecer uma melhor assistência ao seu paciente. O des-
conhecimento da presença de doenças crônicas pode comprometer 
a escolha dos recursos terapêuticos e colocar a vida do paciente em 
risco. 
O Quadro 1 resume as informações que devem ser coletadas 
na anamnese. 
21
Quadro 1 – Informações que devem ser coletadas na anamnese.
ANAMNESE
Identificação do paciente
Nome completo do paciente, na-
turalidade, gênero, estado civil, 
data de nascimento, profissão e 
endereço. 
Estas informações são pessoais e 
dão individualidade ao prontuário. 
Além disso, elas podem contribuir 
com a construção da história da 
moléstia que será elaborada a par-
tir da queixa do paciente.
Queixa Principal (QP)
Deve-se questionar o paciente 
sobre o motivo pelo qual ele pro-
curou a fisioterapia. Constitui o 
principal relato do paciente.
História da Doença Atual 
(HDA)
A descrição detalhada da lesão 
ou da doença (queixa principal, 
quando iniciou a sintomatologia, 
tratamentos realizados, sintomas 
etc.) é essencial para que o exa-
minador entenda a magnitude do 
problema.
Sinais e Sintomas
São manifestações clínicas visíveis 
e perceptíveis pelo examinador, 
que podem ser medidas ou testa-
das, e sintomas são manifestações 
subjetivas percebidas pelo pa-
ciente, aquilo de que ele se quei-
xa (por exemplo, dor, cansaço e 
dormência).
História Patológica Pre-
gressa (HPP)
Registros de doenças crônicas, 
fraturas, cirurgias e implantes.
SAIBA MAIS
22
História Familiar (HF)
Doenças presentes na família, 
principalmente nos parentes de 
primeiro grau (pai, mãe e irmãos).
Hábitos de Vida
Informações sobre o cotidiano do 
paciente, considerando prática de 
atividade física, alimentação, ta-
bagismo, etilismo e hobbies.
Medicamentos
Registrar os nomes dos medica-
mentos em uso.
Fonte: elaborado pela autora (2023) 
Aspectos sensoriais, cognitivo-comportamentais, socioculturais, 
de personalidade, dentre outros, podem influenciar na percepção 
da experiência dolorosa. Há várias ferramentas que tentam avaliar a 
dor utilizadas na prática clínica, mas, devido a sua subjetividade, a 
que avalia de maneira mais fidedigna a intensidade da dor é a Escala 
Visual Analógica da Dor (EVA), que consiste em um escore de aferi-
ção da intensidade de dor pelo paciente. 
Trata-se de uma linha reta, indicando em uma extremidade a mar-
cação “sem dor” e, na outra, “pior dor possível”. Para utilizar a 
EVA, o fisioterapeuta deve questionar o paciente quanto ao seu grau 
de dor, sendo que o 0 significa a ausência total e o 10 o nível de dor 
máximo suportado pelo paciente (Figura 1). 
Figura 1 – Escala Visual Analógica da Dor (EVA)
Fonte: Editorial Digital Pages (2021) 
23
Exame físico 
Na etapa do exame físico, o fisioterapeuta vai buscar os sinais re-
lacionados às queixas do paciente. Esses sinais são observáveis e 
não relatados pelo paciente. É importante informar o paciente sobre 
cada procedimento que será realizado, recebendo sua autorização 
para a realização deles. Isso aumenta a segurança do paciente e es-
treita o vínculo com o fisioterapeuta. 
Como o examinador irá tocar o paciente, é fundamental a hi-
gienização das mãos antes de iniciar o exame físico. 
A inspeção permite a identificação de sinais visíveis e deve 
se iniciar desde o momento em que o paciente se dirige para a sala 
de avaliação. O examinador observa a postura, a marcha (se usa ou 
não dispositivo auxiliar (como bengala, muletas ou andador), a pre-
sença de edema, vermelhidão, hematomas, alterações na pele (des-
camações), manchas, palidez, cicatrizes e alterações de volume. É 
por meio da inspeção que será realizada a avaliação postural e de 
marcha (devido à sua complexidade, elas costumam ser colocadas 
separadamente na ficha do paciente). 
Pela palpação, são percebidos os sinais adquiridos pelo to-
que, como presença de calor, características do edema, alteração de 
sensibilidade, presença de nódulos e dor. 
O movimento do paciente deve ser avaliado identificando-se 
a amplitude de movimento (ADM) e a força muscular. 
ADM é a quantidade de movimento de uma articulação. Um 
movimento ativo normal depende da integridade das estruturas 
contráteis e não contráteis. Quando um indivíduo é incapaz de com-
pletar um arco de movimento ativamente, não é possível distinguir 
se a perda de função é causada por dor, fraqueza muscular ou rigi-
dez (CIPRIANO, 2012). Por isso, é importante considerar na avalia-
ção tanto os movimentos ativos como os movimentos passivos. 
Ao realizar um movimento passivamente, descartamos a 
possibilidade de o movimento não estar completo por falta de força 
muscular, já que no movimento passivo não existe contração mus-
cular. Nesse caso, é importante observar se há presença de dor, que 
CURIOSIDADE
24
geralmente está associada a lesão. O excesso de mobilidade também 
não é desejável, pois pode implicar uma ruptura parcial ou total de 
ligamentos ou músculos. 
Existem casos em que a hipermobilidade não está associada a uma 
lesão específica, mas faz parte de um quadro patológico chamado 
síndrome da hipermobilidade articular. Trata-se de uma condição 
médica presente em aproximadamente 10 a 20% da população ge-
ral. É caracterizada por um aumento na amplitude dos movimentos 
das articulações do corpo e pode estar associada a múltiplas anoma-
lias orgânicas, tais como o prolapso da válvula mitral e alterações 
genéticas que afetam a formação do colágeno. Normalmente, está 
acompanhada de dor emaior risco de lesões (SANCHES et al., 2012). 
A avaliação da ADM passiva permite classificar a integridade 
das superfícies articulares e a extensibilidade da cápsula articular, 
ligamentos e músculos, enquanto a avaliação da ADM ativa permite 
avaliar a coordenação e a força muscular (MARQUES, 2014). 
A mensuração do movimento é realizada em graus e pode ser 
feita por estimativa visual, ainda que a goniometria seja a técnica 
mais utilizada (MARQUES, 2014; GASKELL, 2005). 
Goniometria, do grego gonia (ângulo) e metron (medida), 
significa medida dos ângulos articulares, e o instrumento usado 
para realizá-la é o goniômetro universal. O goniômetro, que pode-
mos observar na Figura 2, é um equipamento feito normalmente de 
plástico ou metal que consiste em um transferidor de 180º ou 360º 
com um eixo, chamado de corpo, e duas hastes articulares, chama-
das de braço móvel e braço fixo (BOBSIN et al., 2019; MARQUES, 
2014).
25
Figura 2 – Goniômetro universal em plástico flexível
Fonte: Shutterstock 
Esse equipamento pode variar de tamanho e modelo, mas 
mantém o padrão básico. É um instrumento barato e de fácil ma-
nuseio que apresenta boa confiabilidade e validade para medidas de 
movimento em um único plano, sendo considerado padrão-ouro na 
medida da ADM (SANTOS et al., 2012). 
O movimento humano depende da integridade e do bom fun-
cionamento dos músculos. A fraqueza ou o desequilíbrio muscular 
são comuns a diversos distúrbios neuromusculares. Portanto, a 
mensuração da força muscular será fundamental para a avaliação 
funcional do paciente, permitindo identificar se essa fraqueza tem 
origem em déficit neurológico ou desuso (KENDALL et al., 2007). 
Os testes de força muscular podem ser realizados de forma 
manual, mecânica, com uso de dinamômetros ou de forma dinâmi-
ca por meio de testes de performance. 
Os dinamômetros oferecem uma precisão maior no quesito 
de quantificação da força, no entanto, além do custo elevado, apre-
sentam limitações no ajuste do posicionamento do paciente e não 
são adaptáveis para todas as partes do corpo. Dessa forma, são mais 
indicados para situações controladas de pesquisa e para grupos 
musculares específicos, como a força de preensão e pinça manuais. 
26
Os testes de performance muscular podem ser bastante 
úteis no ambiente esportivo, mas com menor utilidade no contexto 
de reabilitação. Os testes de força manual são de baixo custo e sua 
execução depende da experiência do examinador e demanda conhe-
cimento, habilidade e precisão. 
Para uma padronização da mensuração muscular, foram 
criadas escalas que classificam o indivíduo de acordo com a sua ca-
pacidade de realizar a contração muscular e vencer uma resistência 
externa. O Quadro 2, que veremos a seguir, mostra a escala de Ox-
ford, que é amplamente utilizada no Brasil. 
Os músculos podem ser testados em grupos que realizam 
uma função ou de maneira individual, considerando a ação muscu-
lar específica. A escolha da realização do teste de uma ou outra for-
ma dependerá da finalidade da avaliação, bem como das condições 
clínicas e cognitivas do paciente na hora da realização do exame. 
Quadro 2 – Escala de Oxford
Ausência de contração muscular Grau 0
Existe contração, mas não é suficiente 
para produzir movimento
Grau 1
Produz movimento, mas não vence a 
força da gravidade
Grau 2
Produz movimento contra a força da 
gravidade
Grau 3
Produz movimento contra uma 
resistência externa
Grau 4
Vence uma resistência maior (pressão 
forte)
Grau 5
Fonte: GASKELL, 2005, p. 29 (Adaptado) 
Devemos considerar que o paciente a ser avaliado encontra-
-se fragilizado e, por isso, o examinador deve ter cuidado ao mani-
pular a área lesionada. Ele deve posicionar o indivíduo de maneira a 
evitar desconforto e dor. Deve haver delicadeza no teste de múscu-
los fracos, e habilidade ao aplicar pressão ou resistência, de maneira 
que permita à pessoa produzir a resposta ideal. 
IMPORTANTE
27
Dessa forma, a sequência dos testes a serem realizados deve 
ser escolhida de forma a evitar mudanças de decúbito desnecessá-
rias. A sugestão é aproveitar a posição em que o paciente se encontra 
na entrevista para iniciar os testes. Em seguida, fazer todos na po-
sição em pé, e só então solicitar que o paciente sente na maca para 
depois se deitar em decúbito dorsal, lateral e ventral, para os demais 
testes.
Lembrando que não é necessário realizar todos os testes de todos os 
grupos musculares do corpo para todos os pacientes. Os músculos a 
serem testados estão relacionados com a condição clínica apresen-
tada pelo paciente. 
Testes específicos para confirmação do diagnóstico também 
fazem parte do exame físico.
Exames complementares 
Devem ser registrados os resultados ou laudos dos exames com-
plementares trazidos pelo paciente e que tenham relevância para o 
quadro apresentado por ele. O fisioterapeuta tem autonomia para 
solicitar exames complementares, mas eles devem ser solicitados 
somente quando ele considerar que há uma real necessidade. Como 
o próprio nome diz, os exames devem complementar as informa-
ções obtidas na avaliação clínica e não trazer informações que pos-
sam confundir o profissional. 
É importante que o fisioterapeuta saiba qual o exame mais 
indicado para o que ele precisa avaliar, o que é esperado como resul-
tado do exame e quais são as suas limitações. Também é importante 
explicar ao paciente o motivo de pedir determinado exame. Embora 
a junção do exame físico com os complementares seja fundamen-
tal, o quadro clínico sempre prevalece soberano para a escolha da 
ACESSE
28
prática, com os exames servindo apenas para guiar ou auxiliar na 
proposta terapêutica. Assim, um paciente nunca será avaliado ape-
nas pelos exames complementares. 
Além de fazerem parte da avaliação, os exames complemen-
tares podem ser utilizados para o acompanhamento do tratamento 
fisioterapêutico (reavaliação). Certos tipos de tratamentos fisio-
terapêuticos, em pacientes com doenças cardiopulmonares, por 
exemplo, visam ao equilíbrio dinâmico do paciente, com a gaso-
metria arterial sendo utilizada para acompanhar a evolução do pa-
ciente e os resultados do tratamento. Os exames complementares 
nos fornecem dados quantitativos para a fisioterapia resolutiva, que 
anda lado a lado com a fisioterapia baseada em evidências. Assim, 
uma mesma conduta fisioterapêutica pode ser reproduzida e ava-
liada da mesma maneira, em diversas partes do mundo.
O vídeo “Diagnóstico complementar para a fisioterapia resoluti-
va”, do canal Crefito-3, contextualiza os exames complementares e 
aponta seus benefícios dentro da fisioterapia baseada em evidências 
e a fisioterapia resolutiva.
Avaliação Postural 
A postura humana é resultante da relação do corpo com a força da 
gravidade (COELHO et al., 2014). Quanto mais mobilidade um corpo 
possui, maior a influência sofrida pela força da gravidade. 
Para que um indivíduo possa se relacionar com o meio ex-
terno, ele busca manter a cabeça ereta e seus receptores sensoriais 
posicionados de forma a perceber e visualizar o perigo (UMPHRED, 
1994). Dessa forma, o controle da postura depende de informa-
ções recebidas do sistema sensório-motor que serão integradas ao 
SAIBA MAIS
29
sistema nervoso central (SNC) para garantir a estabilidade corporal 
(VIEIRA; OLIVEIRA, 2006). 
Para manter a postura em pé, o corpo realiza oscilações como 
ajustes a fim de manter o equilíbrio; isso é resultante de uma intera-
ção complexa entre os sistemas neural e musculoesquelético (FOSS; 
MARTINS; BOZOLA, 2012). 
Pode-se, portanto, definir postura como o arranjo relativo 
das partes do corpo em relação à força da gravidade, sendo, nes-
se sentido, dinâmica (KENDALL, 2007). A boa postura é o estado de 
equilíbrio muscular e esquelético que protege as estruturas corpo-
rais de lesão ou deformidade, envolvendo mínimo estresse e máxi-
ma eficiência biomecânica. 
Partindo desse pressuposto, para a avaliação postural, utili-
za-se o alinhamento postural como referênciade posturapadrão ou 
normal (SILVA et al., 2015). Nessa posturapadrão, a coluna vertebral 
mantém suas curvaturas fisiológicas, e os ossos dos membros in-
feriores estão em alinhamento ideal para a sustentação de peso. A 
pelve está em posição neutra, o que favorece o bom alinhamento do 
abdome, do tronco e das extremidades inferiores. O tórax e o dor-
so se posicionam de forma a favorecer o funcionamento dos órgãos 
respiratórios. A posição ereta da cabeça minimiza o estresse sobre a 
musculatura do pescoço. 
A boa postura é um hábito que contribui para o bem-estar do 
indivíduo, e as alterações posturais persistentes podem dar origem a 
desconforto, dor e incapacidade; no entanto, não é possível afirmar 
que uma alteração postural sempre leve à dor. Alterações funcionais 
sem comprometimento da mobilidade parecem ter menos relação 
com os sintomas álgicos que as alterações estruturais e mais rígidas. 
Cabe salientar que não existe postura perfeita, uma vez que o corpo 
humano é dinâmico e funcional – e a funcionalidade não se estabe-
lece em padrões simétricos. Os desvios posturais estão associados a 
movimentos especializados e repetitivos. 
VOCÊ SABIA?
30
Para realizar a análise da postura, é necessário fazer a iden-
tificação e a localização dos segmentos corpóreos relativos à linha 
de gravidade e, baseada nos padrões de referência, determinar se 
um segmento corporal ou articulação desvia-se de um alinhamento 
postural ideal. 
Essa análise é feita a partir da inspeção do paciente, e podem 
ser usados instrumentos como o fio de prumo ou o simetrógrafo 
como linha de referência vertical. O paciente é avaliado em pé, na 
posição anatômica, e os pés são a base fixa para o posicionamen-
to do fio de prumo. Idealmente, o paciente deve estar com trajes 
de banho para que a vestimenta não interfira nas informações. São 
utilizadas quatro vistas de observação: anterior, posterior, lateral 
direita e lateral esquerda. 
A avaliação postural vem sendo utilizada na prática clínica há mui-
tos anos e, dessa forma, métodos mais objetivos têm surgido para 
torná-la ainda mais fidedigna. Um desses métodos se refere à foto-
grametria digital, que consiste na combinação de fotografia digital 
com softwares, permitindo a mensuração de ângulos e distâncias 
horizontais e verticais. É uma técnica de baixo custo, com facilidade 
de interpretação, alta precisão e reprodutibilidade dos resultados. 
Possui também como vantagem a possibilidade de arquivamento 
para futuras consultas e comparações (SOUZA et al., 2011).
Vamos detalhar cada uma das vistas que devem ser 
observadas: 
Na vista anterior, a linha de referência vertical divide o cor-
po em secções direita e esquerda. O ponto de referência fica a meio 
caminho entre os calcanhares. Nessa vista, devemos observar o se-
guinte alinhamento: 
 • Cabeça: posição neutra, nem inclinada, nem rodada; 
31
 • Coluna cervical: observar o alinhamento do nariz com o 
esterno; 
 • Ombros: horizontais, nem elevados, nem deprimidos; 
 • Mamilos alinhados; 
 • Coluna torácica e lombar alinhadas: observar alinhamento 
entre o esterno e o umbigo; 
 • Pelve: horizontal, ambas as espinhas ilíacas antero-superio-
res (EIAS) no mesmo plano transversal; 
 • Articulação dos quadris: posição neutra, nem aduzidas, nem 
abduzidas; 
 • Extremidades inferiores: retas, nem arqueadas nem batendo 
nos joelhos; 
 • Pés: paralelos ou levemente com os dedos para fora. 
Na vista lateral, a linha de referência vertical divide o corpo 
em secções anterior e posterior de igual peso. O ponto de referência 
fixo é levemente anterior ao maléolo lateral, e a linha de referência 
deve passar pelas seguintes estruturas (Figura 3): 
 • Ligeiramente posterior ao ápice da sutura coronal; 
 • Por meio do lóbulo da orelha; 
 • Por meio do processo odontoide do áxis; 
 • Por meio dos corpos vertebrais das vértebras cervicais; 
 • Por meio da articulação do ombro; 
 • Aproximadamente pelo meio do tronco; 
32
 • Por meio dos corpos vertebrais 
lombares; 
 • Por meio do promontório do 
sacro; 
 • Ligeiramente posterior ao cen-
tro da articulação do quadril; 
 • Aproximadamente por meio do 
trocânter maior do fêmur; 
 • Ligeiramente anterior a uma 
linha que passa pelo meio do 
joelho; 
 • Por meio da articulação calcâ-
neo cuboide; 
 • Ligeiramente anterior ao ma-
léolo lateral. 
Na vista posterior, a linha de referência vertical divide o cor-
po em secções direita e esquerda. O ponto fica a meio caminho entre 
os calcanhares, semelhante à vista anterior. Nessa vista, devemos 
observar o seguinte alinhamento (Figura 4): 
 • Cabeça: posição neutra, nem inclinada, nem rodada; 
 • Coluna cervical: reta; 
 • Ombros: horizontais, nem elevados, nem deprimidos; 
 • Escápulas: posição neutra, bordas mediais paralelas e cerca 
de 7,5 a 10 cm separadas; 
 • Coluna torácica e lombar: retas; 
Figura 3 – Linha imaginária de 
referência vertical na vista lateral
Fonte: KENDALL et al., 2007 
(Adaptado) 
33
 • Pelve: horizontal, ambas as 
espinhas ilíacas postero-supe-
riores (EIPS) no mesmo plano 
transversal; 
 • Articulação dos quadris: posi-
ção neutra, nem aduzidas, nem 
abduzidas; 
 • Extremidades inferiores: re-
tas, nem arqueadas e nem ba-
tendo nos joelhos; 
 • Pés: paralelos ou levemente 
com os dedos para fora. 
O registro dos desvios postu-
rais baseia-se nesses pontos de re-
ferência e deve ser analisado com os 
encurtamentos musculares, testes de 
força muscular e queixas do pacien-
te para que seja realizado o planeja-
mento do tratamento. 
Para fins didáticos, destacaremos, a seguir, pontos relevan-
tes da análise postural em alguns segmentos corporais.
Coluna vertebral 
Na vista lateral, devem estar preservadas as curvaturas fisiológicas 
da coluna vertebral que consistem em uma lordose cervical, uma 
cifose torácica e uma lordose lombar, como vemos na Figura 5: 
Figura 4 – Linha imaginária 
de referência vertical na vista 
posterior
Fonte: KENDALL et al., 2007 
(Adaptado) 
34
Figura 5 – Curvaturas fisiológicas da coluna vertebral
Fonte: Shutterstock 
A acentuação dessas curvaturas é chamada, respectivamente, 
de hiperlordose cervical, hipercifose torácica e hiperlordose lombar 
(Figura 6). A diminuição das curvas é denominada retificação. 
Figura 6 – Alterações na curvatura da coluna
Fonte: OlafJanssen no Wikimedia Commons (Adaptado) 
35
A hiperlordose cervical leva a uma projeção da cabeça para a 
frente, chamada de protração ou protusão. A hipercifose ocorre por 
alterações da região torácica, que estão intimamente associadas às 
alterações de ombro e devem ser analisadas conjuntamente. 
As alterações da lordose lombar se relacionam com a posição 
da pelve. A hiperlordose lombar está associada a uma anteversão 
pélvica, e uma retificação lombar está associada a uma retroversão 
da pelve. 
Nas vistas anterior e posterior, a coluna deve estar alinhada, e 
desvios laterais podem sugerir a presença de uma escoliose (Figura 
7). Essa deformidade é um desvio tridimensional da coluna verte-
bral, associando desvio lateral com rotação. Ela pode ser funcional 
(que se retifica com a lateralidade da coluna) ou estrutural (que não 
se retifica com os movimentos de lateralidade do tronco). Essa al-
teração costuma vir acompanhada de diversas assimetrias visíveis, 
como diferença na altura dos ombros, assimetria dos mamilos, as-
simetria na distância entre o braço e a cintura (triângulo de Tales 
assimétrico) e diferença na altura da pelve. 
Figura 7 – Radiografia de um paciente com escoliose toracolombar estrutural
Fonte: Shutterstock 
36
Ombros
Deve ser observada a assimetria dos ombros, bem como sua altura 
na vista anterior. No caso das assimetrias, a descrição da posição 
tem de ser feita sempre comparando um lado com o outro. Em rela-
ção à altura, utilizamos os termos “elevados” ou “deprimidos”. Na 
vista posterior, as escápulas precisam ser observadas e comparadas 
com a distância até a coluna vertebral e com o alinhamento dosân-
gulos superior e inferior da escápula. 
Na vista lateral, o alinhamento da mão deve coincidir com a 
região do terço médio da coxa. O posicionamento mais anterior da 
mão sugere encurtamento dos músculos peitorais, e chamamos isso 
de ombros protusos ou protraídos. O alinhamento posterior é mais 
raro e deve-se à posterização do tronco.
Joelhos
Na vista anterior, ao solicitar que o paciente aproxime os membros 
inferiores, a distância entre os maléolos mediais e entre os joelhos 
deve ser zero. Se os maléolos se tocarem e os joelhos não, estes se-
rão considerados varos. Se os joelhos se tocarem e os maléolos não, 
aqueles serão considerados valgos (Figura 8). 
Figura 8 – Desvios posturais do joelho no plano frontal observados nas vistas anterior 
e posterior: (a) normal, (b) valgo, (c) varo
Fonte: Shutterstock 
37
Na vista lateral, o eixo da coxa e o eixo da perna devem estar 
alinhados, formando um ângulo entre 170° e 180° entre elas, aberto 
à frente. Se as linhas formarem um ângulo menor que 170°, os joe-
lhos estarão hiperestendidos, e essa alteração é chamada de recur-
vatum. Se o ângulo formado for maior que 180°, o joelho estará em 
flexo. 
Avaliação De Marcha
A marcha é um mecanismo complexo que sofre influência de múl-
tiplos fatores, como padrões individuais, influências sociais e 
ambientais, forças externas e processos patológicos. Ela é muito 
importante para a realização das atividades diárias. 
Deve-se iniciar o exame da marcha desde a entrada do pa-
ciente na sala de exame, observando a postura, o balanço dos mem-
bros superiores, a largura da base de apoio, a regularidade dos 
passos e os desvios. 
Marcha normal
O conhecimento do padrão de marcha normal permite que o fisio-
terapeuta tenha parâmetros de identificação das alterações patoló-
gicas. Considera-se um ciclo de marcha completo o período entre 
o momento em que o calcanhar toca o solo e o próximo impacto do 
calcanhar do mesmo membro (MESQUITA, 2001). O ciclo normal de 
marcha tem duas fases: a fase de apoio e a fase de balanço.
 • Fase de apoio: corresponde a 60% do ciclo da marcha e é a 
fase em que o pé está no solo. Ela é dividida em quatro etapas: 
38
Figura 9 – Fase de apoio do ciclo da marcha: (a) Choque do calcanhar, (b) 
aplanamento do pé, (c) apoio intermediário, (d) impulsão para frente 
Fonte: HOPPENFELD, 2016 (Adaptado) 
Fase de balanço: corresponde a 40% do ciclo da marcha e é a 
fase em que o pé se move para a frente. Ela é dividida em três etapas:
Figura 10 – Fase de balanço do ciclo da marcha: (a) aceleração, (b) oscilação 
intermediária, (c) desaceleração 
Fonte: HOPPENFELD, 2016 (Adaptado) 
No exame da marcha, deve-se observar a presença de clau-
dicações ou deformidades evidentes nos membros que podem com-
prometer a marcha normal e identificar em qual fase a alteração 
acontece. De acordo com Hoppenfeld (2016), alguns componentes 
complementam essa observação: 
39
Largura do passo: não deve ultrapassar entre 5 e 10 cm de 
um calcanhar a outro. O alargamento da base sugere alterações de 
equilíbrio.
Comprimento do passo: o comprimento médio é de aproxi-
madamente 38 cm. Pode estar diminuído no envelhecimento ou em 
casos de fadiga e dor ou alteração patológica no membro inferior. 
Centro de gravidade do corpo: oscila até 5 cm na direção ver-
tical durante a marcha normal. 
Posição do joelho: permanece flexionado durante todos os 
componentes da fase de apoio, exceto no choque de calcanhar, para 
impedir o deslocamento vertical excessivo do centro de gravidade. 
Desvio de pelve e tronco: desviam-se lateralmente por volta 
de 2,5 cm para o lado que suporta o peso. Deslocamentos maiores 
sugerem fraqueza do glúteo médio. 
Cadência: o ritmo da marcha de um adulto médio é de 90 a 
120 passos por minuto. O número de passos diminui em função do 
envelhecimento, fadiga ou dor. 
Giro da pelve: a pelve gira em torno de 40º para a frente du-
rante a fase de oscilação. 
Marcha patológica 
Alterações patológicas dos membros inferiores, fraqueza muscular, 
presença de dor ou comprometimento do sistema nervoso podem 
levar a alterações nos padrões de marcha. As alterações de equilíbrio 
ficam nítidas no exame da marcha, de maneira especial nas mudan-
ças de direção (SMIDI; NITRINI, 2008). 
Vejamos algumas alterações mais frequentes: 
DICA
40
 • Marcha em bloco: pobreza dos movimentos de balanço dos 
membros superiores. Presente em algumas doenças neuroló-
gicas, como a doença de Parkinson. 
 • Marcha ebriosa: pernas afastadas, andar titubeante, com 
passos irregulares, alternando entre amplos e pequenos, im-
pedindo a marcha em linha reta. É uma característica das le-
sões cerebelares e ataxias. 
 • Marcha talonante: as pernas ficam afastadas e os pés batem 
fortemente contra o chão. Comum em alterações sensitivas. 
 • Marcha escarvante: déficit de dorsiflexão plantar e de flexão 
dos dedos dos pés. Pode estar presente em lesões do nervo fi-
bular, ciático ou raiz nervosa de L5. 
 • Marcha ceifante: movimento em forma de arco, realizado por 
um membro com paresia, semelhante ao movimento de uma 
foice. Pode estar presente nos pacientes com acidente vascu-
lar encefálico. 
A análise da marcha demanda, além de conhecimento do ciclo da 
marcha normal, experiência de observação, ou seja: observar a 
marcha das pessoas que fazem parte do cotidiano e acompanhar ví-
deos com exemplos de marcha contribuirão para seu aprendizado. 
Você pode encontrar, na internet, vídeos com cada tipo de marcha 
que acabamos de aprender. Explore cada oportunidade de estudos e 
não deixe de fazer suas pesquisas!
SINTETIZANDO
41
Caro(a) aluno(a), 
Agora você sabe que a avaliação fisioterapêutica é uma etapa mui-
to importante do processo de trabalho do fisioterapeuta. Como vi-
mos, ela é realizada no primeiro encontro do fisioterapeuta com o 
paciente e deve se repetir integralmente, ou em partes, sempre que 
houver necessidade de rever aspectos importantes, para verificar se 
o paciente evoluiu ou não e se já se encontra em condições de ter alta 
terapêutica. 
Aprendemos que a primeira etapa da avaliação se chama anamne-
se, que é uma entrevista em que devem ser coletadas informações 
relacionadas ao problema trazido pelo paciente e sobre sua saúde 
em geral. Na segunda etapa da avaliação, o fisioterapeuta irá exa-
minar o paciente por meio de procedimentos específicos. Ao final 
da avaliação devem ser registrados os resultados ou laudos dos 
exames complementares trazidos pelo paciente e que tenham rele-
vância para o quadro apresentado por ele. Lembrando que, caso seja 
necessário, o fisioterapeuta tem autonomia para solicitar exames 
complementares. 
Entendemos, também, que a avaliação postural traz informações 
relevantes da relação do indivíduo com a força da gravidade. Uma 
boa postura está associada à biomecânica corporal eficiente e, por-
tanto, pode-se evitar o surgimento de dores por sobrecarga nas es-
truturas do sistema musculoesquelético. Uma postura-padrão deve 
ser utilizada como referência, e variações relacionadas à idade e ati-
vidade funcional do paciente precisam ser levadas em consideração. 
Bons estudos e até a próxima!
UN
ID
AD
E
2
Objetivos
1. Aprender os métodos de avaliação do sistema osteomioarti-
cular, destacando a avaliação da função muscular e da ampli-
tude de movimento; 
2. Conhecer as medidas de avaliação de comprimento de mem-
bros superiores e inferiores; 
3. Compreender a perimetria de membros superiores e inferiores; 
4. Explorar os testes específicos de membros superiores e infe-
riores para diagnóstico de lesões ortopédicas; 
5. Estudar os principais exames para complementar a avaliação 
osteomioarticular.
44
Introdução
Olá, aluno(a)! 
Neste material, você iniciará o estudo da propedêutica orto-
pédica. Aqui, vamos abordar as etapas iniciais da avaliação fisiote-
rapêutica (anamnese e história clínica), destacando os principais 
fatores relacionados às disfunções do sistema musculoesquelético. 
Veremos, também, alguns aspectosdo exame físico: a avaliação da 
amplitude de movimento e da função muscular. 
Vamos lá! 
45
Introdução a Avaliação do Sistema 
Musculoesquelético
O principal objeto de estudo do fisioterapeuta é o movimento hu-
mano. O movimento é uma ação resultante da contração muscular 
sobre os ossos e articulações. Desse modo, a avaliação do movimen-
to humano envolve a análise das estruturas contráteis (músculos e 
tendões) e não contráteis (ossos, articulações, cápsulas articulares, 
ligamentos, bursas, nervos e suas bainhas, cartilagens e discos in-
tervertebrais) (GASKELL, 2005). 
Já sabemos que toda avaliação fisioterapêutica deve começar 
pela anamnese e história clínica, nas quais comumente o paciente 
vai queixar-se de dor, fadiga, limitação de amplitude de movimen-
to (ADM), déficit de força, limitação funcional, dormência e formi-
gamento. Em seguida, no exame físico, são avaliados os distúrbios 
musculoesqueléticos em termos de função articular (mobilidade e 
força muscular), medida de comprimento dos membros, perimetria, 
assim como o funcionamento de cada um dos segmentos corporais. 
Além disso, sabemos que é importante registrar os resultados 
ou laudos dos exames complementares, como raios-x e ultrassono-
grafia. Em alguns casos também pode ser necessário fazer tomo-
grafia, ressonância magnética e densitometria óssea. 
Avaliação da Amplitude de Movimento
Uma importante medida da função física é a avaliação da ADM. A 
ADM passiva permite avaliar a integridade das superfícies articula-
res e a extensibilidade da cápsula articular, ligamentos e músculos, 
enquanto a avaliação da ADM ativa permite avaliar a coordenação e 
a força muscular (MARQUES, 2014). 
A documentação dessas informações no prontuário do pa-
ciente é de grande importância para estabelecer diagnósticos, ve-
rificar a evolução do tratamento ao comparar a avaliação inicial e 
final, informar resultados por meio de laudos e relatórios e direcio-
nar a confecção de órteses. 
SAIBA MAIS
DICA
46
Para tanto, é necessária uma avaliação padronizada atra-
vés da goniometria, na qual se utiliza o goniômetro universal 
para mensurar os ângulos articulares (MARQUES, 2014; GASKELL, 
2005). O goniômetro é excelente para medir a ADM de extremida-
des (CIPRIANO, 2012), no entanto, para a avaliação dos movimentos 
da coluna vertebral, a precisão das medidas pode ser comprome-
tida devido à dificuldade de posicionamento. Para essa região, há 
alternativas como o uso do inclinômetro, do eletrogoniômetro, 
medidas radiológicas ou medidas de flexibilidade como o índice de 
Schober (GONZÁLEZ et al., 2014).
O inclinômetro é um equipamento que mede o desvio angular em 
relação à gravidade, diferente do goniômetro, que mede arcos de 
movimento. É mais útil para as medidas de coluna vertebral, uma 
vez que ela é composta de múltiplas articulações que funcionam em 
conjunto para produzir o movimento. O inclinômetro consiste em 
uma faixa autoadesiva (velcro) que é fixada na articulação de inte-
resse e permite isolar os diversos movimentos articulares (CIPRIA-
NO, 2012; GONZÁLEZ et al., 2014).
Para a realização adequada da goniometria é necessário co-
nhecer a amplitude de movimento esperada para cada articulação. 
A isso se dá o nome de ADM fisiológica. A partir dessa informação, 
é possível julgar se a ADM está normal, hipomóvel ou hipermóvel. 
No início do treinamento, é comum o uso de tabelas de referência, 
mas, com a prática, você vai acabar memorizando esses valores!
47
Os movimentos articulares podem acontecer em três dimen-
sões e, para descrevê-los, um sistema de planos e eixos é utilizado. 
Três planos imaginários são posicionados pelo corpo em ângulos 
retos, nesse processo é necessário encontrar o centro de massa do 
corpo. Vamos relembrar esses planos:
Figura 1 – Planos e eixos do corpo humano
Fonte: HAMILL; KNUTZEN, 2012 (Adaptado)
 • Plano sagital: divide o corpo em duas metades: direita e es-
querda. Os movimentos desse plano ocorrem sobre o eixo 
frontal ou mediolateral e são chamados de flexão e extensão; 
 • Plano frontal: vai de um lado a outro do corpo, dividindo o 
corpo em duas metades, anterior (frente) e posterior (trás). Os 
movimentos desse plano ocorrem sobre o eixo sagital ou an-
teroposterior. Os movimentos característicos desse plano são 
a adução e abdução, desvios ulnar e desvio radial, inversão e 
eversão de pé e inclinação lateral de cabeça e tronco; 
 • Plano transverso: é horizontal e separa o corpo em par-
tes superior e inferior. Os movimentos desse plano ocorrem 
SAIBA MAIS
48
sobre um eixo longitudinal e são os movimentos rotacionais 
do corpo. A pronação e a supinação ocorrem nesse plano de 
movimento. 
Os movimentos são descritos com relação a uma posição inicial de-
signada. A posição anatômica é um termo utilizado em anatomia e 
se refere à posição do corpo ereto com a cabeça para frente, braços 
ao lado do tronco, com as palmas das mãos voltadas para a frente 
e as pernas unidas com os pés apontando para a frente (HAMILL; 
KNUTZEN, 2012). 
Os cuidados na realização da goniometria aumentam a con-
fiabilidade das informações obtidas. A região a ser avaliada deve es-
tar descoberta, portanto, é necessário informar o paciente sobre o 
procedimento, para que ele venha para a avaliação com a vestimen-
ta apropriada. 
Marcar os pontos anatômicos a serem utilizados como pon-
tos de referência, com um lápis dermatográfico, facilita o posicio-
namento do goniômetro. 
O movimento deve ser explicado ou demonstrado para o pa-
ciente, que o inicia ativamente e recebe ajuda do fisioterapeuta para 
completar o arco de movimento passivamente, respeitando os limi-
tes fisiológicos de cada articulação e a tolerância de dor do paciente. 
O paciente deve ser posicionado de modo confortável e com 
um bom alinhamento corporal, o mais próximo possível da postu-
ra anatômica, para evitar compensações que possam comprometer 
o resultado do movimento. A ADM fisiológica e o posicionamento 
ideal para cada região serão detalhados nos próximos tópicos. É 
importante programar as mudanças de decúbito para evitar mani-
pulação desnecessária do paciente que, em geral, se encontra fragi-
lizado no momento da avaliação. 
49
As medidas devem ser feitas bilateralmente, independente-
mente do lado acometido pela lesão, para fins de comparação. 
De acordo com Marques (2014), a técnica para medida da ADM 
pode ser dividida por regiões, como veremos nos tópicos a seguir. 
Goniometria das articulações dos membros 
inferiores
Veja, no Quadro 1, os valores de referência para as medidas 
das articulações dos membros inferiores: 
Quadro 1 – Amplitude normal das articulações dos membros inferiores
Articulação Movimento
Grau de 
movimento
Quadril
Flexão 0 – 125
Extensão 0 – 10
Adução 0 – 15
Abdução 0 – 45
Rotação medial 0 – 45
Rotação lateral 0 – 45
Joelho Flexão 0 – 140
Tornozelo
Dorsiflexão 0 – 20
Flexão plantar 0 – 45
Abdução (eversão) 0 – 20
Adução (inversão) 0 – 40
Fonte: MARQUES (2014) (Adaptado). 
Vamos detalhar cada uma dessas articulações a seguir.
50
Quadril
Flexão do quadril: 0 a 125º 
A medida é feita com o joelho fletido para que não haja inter-
ferência dos encurtamentos musculares na ADM. 
 • Posição ideal: preferencialmente em decúbito dorsal. É pos-
sível ficar em decúbito lateral, com o membro a ser medido 
para cima; 
 • Braço fixo do goniômetro: linha medial axilar do tronco; 
 • Braço móvel do goniômetro: paralelo e sobre a superfície la-
teral da coxa, em direção ao côndilo lateral do fêmur; 
 • Eixo: aproximadamente no nível do trocanter maior. 
Extensão do quadril: 0 a 10º
 • Posição ideal: decúbito ventral e alternativamente em decú-
bito lateral; 
 • Braço fixo do goniômetro: linha axilar média do tronco; 
 • Braço móvel do goniômetro: paralelo e sobre a superfície la-
teral da coxa, em direção ao côndilo lateral do fêmur; 
 • Eixo: aproximadamente no nível do trocanter maior. 
Abdução do quadril: 0 a 45º
 • Posição ideal: decúbito dorsal, com o troncoalinhado. Pede-
-se para o paciente ficar na beirada da maca para poder que a 
abdução seja feita com o máximo de apoio; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre uma linha imaginária traça-
da entre as duas espinhas ilíacas anterossuperiores; 
51
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a região anterior da coxa 
ao longo da diáfise do fêmur; 
 • Eixo: sobre o eixo anteroposterior da articulação do quadril, 
aproximadamente no nível do trocanter maior.
Adução do quadril: 0 a 15º
O membro que não vai ser medido deve ser afastado em ab-
dução para permitir que ocorra a adução. 
 • Posição ideal: decúbito dorsal, com o tronco alinhado. Pede-
-se para o paciente ficar na beirada da maca para poder reali-
zar a abdução com o máximo de apoio; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre uma linha imaginária traça-
da entre as duas espinhas ilíacas anterossuperiores; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a região anterior da coxa 
ao longo da diáfise do fêmur; 
 • Eixo: sobre o eixo anteroposterior da articulação do quadril, 
aproximadamente no nível do trocanter maior.
Rotação medial do quadril: 0 a 45º 
 • Posição ideal: sentado na maca, com os joelhos fletidos a 90º 
e em posição neutra; 
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo e sobre a linha média an-
terior da tíbia, com o eixo axial próximo ao centro do joelho. 
O braço fixo deve permanecer parado durante o movimento e 
perpendicular ao chão; 
 • Braço móvel do goniômetro: ao longo da tuberosidade da tí-
bia, no centro da perna; 
 • Eixo: na face anterior da patela. 
52
Rotação lateral do quadril: 0 a 45º 
 • Posição ideal: sentado na maca, com os joelhos fletidos a 90º 
e em posição neutra; 
 • Braço fixo do goniômetro: perpendicular à margem anterior 
da tíbia, com o eixo axial sobre a linha articular do joelho. O 
braço fixo deve permanecer parado durante o movimento e 
paralelo ao chão; 
 • Braço móvel do goniômetro: ao longo da tuberosidade da tí-
bia, no centro da perna; 
 • Eixo: na face anterior da patela. 
Confira, na Figura 2, as posições do goniômetro para realiza-
ção das medidas articulares de quadril. 
Figura 2 – Posição do goniômetro para realização das medidas articulares de quadril. 
(A) Flexão, (B) extensão, (C) abdução, (D) adução, (E) rotação medial (F) rotação 
lateral
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado) 
53
Joelho 
Flexão do joelho: 0 a 140º 
 • Posição ideal: deitado em decúbito dorsal, com o quadril fle-
tido a 90º ou sentado na beirada da mesa com a coxa apoiada; 
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo à superfície lateral do fê-
mur, em direção ao trocanter maior; 
 • Braço móvel do goniômetro: paralelo à face lateral da tíbia, 
em direção ao maléolo lateral; 
 • Eixo: sobre a linha articular do joelho.
Figura 3 – Posição do goniômetro para a medida de flexão e extensão de joelho 
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado). 
A extensão deve ser a volta do movimento e, portanto, o seu 
arco é de 140 a 0º. 
Tornozelo 
Dorsiflexão do tornozelo: 0 a 20º 
 • Posição ideal: sentado ou em decúbito ventral, com os joelhos 
fletidos e o pé em posição anatômica; 
54
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo à face lateral da fíbula; 
 • Braço móvel do goniômetro: paralelo à superfície lateral do 
quinto metatarso; 
 • Eixo: na articulação do tornozelo, junto ao maléolo lateral. 
Flexão plantar ou extensão do tornozelo: 0 a 45º 
 • Posição ideal: sentado ou deitado em decúbito ventral ou dor-
sal, mas com o joelho fletido a pelo menos 25 ou 30º; 
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo à face lateral da fíbula; 
 • Braço móvel do goniômetro: paralelo à superfície lateral do 
quinto metatarso; 
 • Eixo: na articulação do tornozelo, junto ao maléolo lateral. 
Adução ou inversão do tornozelo: 0 a 40º 
 • Posição ideal: sentado, com o joelho fletido a 90º e com o tor-
nozelo em flexão plantar; 
 • Braço fixo do goniômetro: alinhado e paralelo na face ante-
rior da tíbia; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície dorsal do se-
gundo metatarso; 
 • Eixo: aproximadamente no nível da articulação tibiotársica. 
Abdução ou eversão do pé: 0 a 20º 
 • Posição ideal: sentado, com o joelho fletido a 90º e com o tor-
nozelo em flexão plantar; 
 • Braço fixo do goniômetro: alinhado e paralelo na face ante-
rior da tíbia; 
55
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície dorsal do ter-
ceiro metatarso; 
 • Eixo: aproximadamente no nível da articulação tibiotársica. 
A Figura 4 apresenta as posições do goniômetro para as me-
didas articulares de tornozelo e pé. 
Figura 4 – Posição do goniômetro para as medidas articulares de tornozelo e pé. (A) 
Dorsiflexão, (B) flexão plantar, (C) adução ou inversão e (D) abdução ou eversão 
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado)
Pé
Flexão Metatarsofalangiana 
 • Primeiro dedo (hálux): 0 a 45º; 
 • Segundo ao quinto dedo: 0 a 40º; 
56
 • Posição ideal: deitado em decúbito dorsal com o tornozelo, 
pés de dedos na posição anatômica; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a superfície dorsal do 
metatarso; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície dorsal da fa-
lange proximal; 
 • Eixo: sobre a linha articular da articulação que está sendo 
medida. 
Extensão Metatarsofalangiana 
Primeiro dedo (hálux): 0 a 90º; 
Segundo ao quinto dedo: 0 a 45º; 
Posição ideal: deitado em decúbito dorsal com o tornozelo, 
pés de dedos na posição anatômica; 
Braço fixo do goniômetro: paralelo sobre a superfície plantar 
do metatarso; 
Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície plantar da 
falange proximal; 
Eixo: sobre a linha articular da articulação que está sendo 
medida.
Flexão Interfalângica do hálux (I) e interfalângicas proximais 
(IP) e distais (ID) dos dedos 
 • Primeiro dedo (I): 0 a 90º; 
 • Segundo ao quinto dedo (IP): 0 a 35º; 
 • Segundo ao quinto dedo (ID): 0 a 60º; 
57
 • Posição ideal: deitado em decúbito dorsal com o joelho leve-
mente fletido; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a superfície dorsal do se-
gundo ao quinto dedo e sobre a superfície medial para o hálux; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície dorsal do se-
gundo ao quinto dedo e sobre a superfície medial para o hálux; 
 • Eixo: sobre a linha articular da articulação que está sendo 
medida. 
A Figura 5 apresenta as posições do goniômetro para as me-
didas articulares dos dedos dos pés. 
Figura 5 – Posição do goniômetro para medidas articulares de dedos dos pés. (A) 
Flexão de metatarsofalângicas, (B) extensão de metatarsofalângicas e (C) flexão de 
interfalângicas
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado) 
58
Goniometria das articulações de membros 
superiores 
Observe, no Quadro 2, os valores de referência para as medidas das 
articulações dos membros superiores.
Quadro 2 – Amplitude normal das articulações dos membros superiores
MOVIMENTO
GRAU DE 
MOVIMENTO
Ombro
Flexão 0 – 180
Extensão 0 – 45
Adução 0 – 40
Abdução 0 – 180
Rotação medial 0 – 90
Rotação lateral 0 – 90
Cotovelo
Flexão 0 – 145
Extensão 145 – 0
Radioulnar
Pronação 0 – 90
Supinação 0 – 90
Punho
Flexão 0 – 90
Extensão 0 – 70
Adução (desvio ulnar) 0 – 45
Abdução (desvio radial) 0 – 20
Carpometacarpal do 
polegar
Flexão 0 – 15
Abdução 0 – 70
Extensão 0 – 70
Metacarpofalângicas
Flexão 0 – 90
Extensão 0 – 30
Abdução 0 – 20
Adução 0 – 20
59
Interfalângicas
Flexão 0 – 110
Extensão 0 – 10
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado). 
Ombro 
Flexão do ombro: 0 a 180º 
Pedir para o paciente levar o braço para frente com a palma da 
mão voltada para dentro, paralela ao plano sagital. 
 • Posição ideal: sentado. Alternativamente, o paciente pode fi-
car em pé ou deitado em decúbito dorsal; 
 • Braço fixo: ao longo da linha axilar média do tronco, apon-
tando para o trocanter maior do fêmur; 
 • Braço móvel: sobre a superfície lateral do corpo do úmero, 
voltado para o epicôndilo lateral; 
 • Eixo: próximo ao acrômio. 
Extensão do ombro: (0 a 45º) 
Pedir para o paciente levar o braço para trás, com a palma da 
mão voltada para dentro, paralela ao plano sagital. 
 • Posição ideal: sentado ou empé. Alternativamente, o paciente 
pode ficar deitado em decúbito ventral, com os braços ao lon-
go do corpo; 
 • Braço fixo: ao longo da linha axilar média do tronco, apon-
tando para o trocanter maior do fêmur; 
 • Braço móvel: sobre a superfície lateral do corpo do úmero, 
voltado para o epicôndilo lateral; 
60
 • Eixo: sobre o eixo látero-lateral da articulação glenoumeral, 
próximo ao acrômio. 
Abdução do ombro: (0 a 180º) 
Pedir para que o paciente eleve o braço lateralmente em re-
lação ao tronco. A partir de 90º, o movimento da escápula ocorre 
simultaneamente. 
 • Posição ideal: sentado ou em pé, de costas para o fisiotera-
peuta. A palma da mão deve estar virada para frente, parale-
lamente ao plano frontal; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a linha axilar posterior do 
tronco; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície posterior do 
braço do indivíduo, voltado para a região dorsal da mão; 
 • Eixo: próximo ao acrômio.
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a linha axilar posterior do 
tronco; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície posterior do 
braço do indivíduo, voltado para a região dorsal da mão; 
 • Eixo: próximo ao acrômio. 
Adução do ombro: 0 a 40º 
O movimento a ser realizado é o de adução horizontal, ou 
seja, a adução à frente do corpo a partir de uma flexão de 90º. 
 • Posição ideal: sentado; 
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo à linha mediana anterior; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície lateral do 
úmero; 
61
 • Eixo: sobre o eixo anteroposterior da articulação glenoumeral. 
Rotação medial do ombro: 0 a 90º 
 • Posição ideal: deitado em decúbito dorsal com o ombro em 
abdução de 90º, o cotovelo fletido a 90º e o antebraço em 
supinação. A palma da mão deve estar voltada para dentro, 
paralela ao plano sagital, com o antebraço perpendicular à 
mesa. Manter o cotovelo para fora da mesa, mas com o úmero 
apoiado; 
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo ao solo; 
 • Braço móvel do goniômetro: quando o movimento estiver 
completo, ajustá-lo sobre a região posterior do antebraço, di-
rigido o terceiro dedo da mão; 
 • Eixo: no olecrano. 
Rotação lateral do ombro: 0 a 90º 
 • Posição ideal: deitado em decúbito dorsal com o ombro em 
abdução de 90º, o cotovelo fletido a 90º e o antebraço em supi-
nação. A palma da mão deve estar voltada para dentro, parale-
la ao plano sagital e o antebraço perpendicular à mesa. Manter 
o cotovelo para fora da mesa, mas com o úmero apoiado; 
 • Braço fixo do goniômetro: paralelo ao solo; 
 • Braço móvel do goniômetro: quando o movimento estiver 
completo, ajustá-lo sobre a região posterior do antebraço, di-
rigido para o terceiro dedo da mão; 
 • Eixo: no olecrano. 
A Figura 6 mostra as posições do goniômetro para realização 
das medidas articulares de ombro. 
62
Figura 6 – Posição do goniômetro para realização das medidas articulares de ombro. 
(A) Flexão, (B) extensão, (C) abdução, (D) adução, (E) rotação medial do braço e (F) 
rotação lateral do braço
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado) 
63
Cotovelo e antebraço 
Flexão e extensão do cotovelo: 0 a 145º 
A extensão é considerada a volta da flexão e seu arco de mo-
vimento é de 145 a 0º. Pedir para o paciente dobrar o cotovelo com a 
palma da mão virada para cima (posição anatômica). 
 • Posição ideal: sentado, em pé ou em decúbito dorsal; 
 • Braço fixo do goniômetro: ao longo da superfície lateral do 
úmero, orientada para o acrômio; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a face lateral do antebra-
ço, apontando para o processo estiloide do rádio; 
 • Eixo: próximo ao epicôndilo lateral do úmero. 
Pronação do antebraço: (0 a 90º) 
Esse movimento ocorre na articulação radioulnar proximal. O 
paciente deve virar o antebraço para baixo a partir da posição neutra. 
 • Posição ideal: preferencialmente sentado, mas o paciente 
pode ficar em pé ou em decúbito dorsal. O cotovelo deve estar 
fletido a 90º, mantendo o braço junto ao corpo e o antebraço 
em posição neutra, entre a pronação e a supinação. Pode-se 
segurar um lápis com a mão fechada e usá-lo como referência 
ou manter o polegar elevado; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a superfície dorsal do meta-
carpo, paralelo ao eixo longitudinal do úmero; 
 • Braço móvel do goniômetro: alinhá-lo paralelo ao eixo do 
lápis ou do polegar, devendo acompanhar o movimento de 
pronação; 
 • Eixo: sobre a articulação metacarpofalângica do dedo médio. 
64
Supinação do antebraço: (0 a 90º) 
Esse movimento ocorre na articulação radioulnar proximal. O 
paciente deve virar o antebraço para cima a partir da posição neutra. 
 • Posição ideal: preferencialmente sentado, mas o paciente 
pode ficar em pé ou em decúbito dorsal. O cotovelo deve estar 
fletido a 90º, mantendo o braço junto ao corpo e o antebraço 
em posição neutra entre a pronação e a supinação. Pode-se 
segurar um lápis com a mão fechada e usá-lo como referência 
ou manter o polegar elevado; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a superfície dorsal do meta-
carpo, paralelo ao eixo longitudinal do úmero; 
 • Braço móvel do goniômetro: alinhá-lo paralelo ao eixo do 
lápis ou do polegar, devendo acompanhar o movimento de 
supinação; 
 • Eixo: sobre a articulação metacarpofalângica do dedo médio. 
A Figura 7 mostra as posições do goniômetro para medidas 
articulares de cotovelo e antebraço. 
Figura 7 – Posição do goniômetro para medidas articulares de cotovelo e antebraço. 
(A) Flexão de cotovelo, (B) pronação de antebraço e (C) supinação do antebraço
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado) 
65
Punho 
Flexão do punho: (0 a 90º) 
 • Posição ideal: em pé ou sentado com o antebraço em prona-
ção. O cotovelo deve se manter fletido a 90º; 
 • Braço fixo do goniômetro: face medial da ulna; 
 • Braço móvel do goniômetro: face medial do quinto metacarpo; 
 • Eixo: superfície medial do úmero. 
Extensão do punho: (0 a 70º) 
 • Posição ideal: em pé ou sentado com o antebraço em prona-
ção. O cotovelo deve se manter fletido a 90º e os dedos devem 
permanecer estendidos durante o movimento; 
 • Braço fixo do goniômetro: face medial da ulna; 
 • Braço móvel do goniômetro: face medial do quinto metacarpo; 
 • Eixo: superfície medial do úmero. 
Abdução ou desvio radial do punho: (0 a 20º) 
A mão deve ser mantida em posição anatômica e o goniôme-
tro colocado na face dorsal da mão. 
 • Posição ideal: em pé ou sentado com o cotovelo fletido a 90º e 
o antebraço em posição neutra entre a pronação e a supinação. 
O punho deve estar em posição neutra entre a flexão e a exten-
são para realizar o movimento de abdução; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a região posterior do ante-
braço, apontando para o epicôndilo lateral; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície dorsal do ter-
ceiro metacarpo; 
66
 • Eixo: sobre a articulação radiocarpal. 
Adução ou desvio ulnar do punho: 0 a 45º 
A mão deve ser mantida em posição anatômica e o goniôme-
tro colocado na face dorsal da mão. 
 • Posição ideal: em pé ou sentado com o cotovelo fletido a 90º e 
o antebraço em posição neutra entre a pronação e a supinação. 
O punho deve estar em posição neutra entre a flexão e a exten-
são para realizar o movimento de abdução; 
 • Braço fixo do goniômetro: sobre a região posterior do ante-
braço, apontando para o epicôndilo lateral; 
 • Braço móvel do goniômetro: sobre a superfície dorsal do ter-
ceiro metacarpo; 
 • Eixo: sobre a articulação radiocarpal. 
A Figura 8 mostra as posições do goniômetro para medidas 
articulares de punho. 
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Figura 8 – Posição do goniômetro para medidas articulares de punho. (A) Flexão, (B) 
extensão, (C) abdução ou desvio radial e (D) adução ou desvio ulnar
Fonte: MARQUES, 2014 (Adaptado) 
Dedos 
Articulação carpometacarpal do polegar - Flexão: 0 a 15º 
 • Posição ideal: o paciente deve estar sentado com o ante-
braço em supinação e apoiado na mesa, com punho e dedos 
estendidos; 
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 • Braço fixo do goniômetro: superfície lateral do segundo 
metacarpo; 
 • Braço móvel do goniômetro: