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Lei 10826 de 2003 - Crimes e penas (com jurisprudência)

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Presidência da 
República 
Casa Civil 
Subchefia para Assuntos 
Jurídicos 
LEI No 10.826, DE 22 DE DEZEMBRO DE 
2003. 
Regulamento 
Regulamento 
Regulamento 
Regulamento 
Regulamento 
Regulamento 
Dispõe sobre registro, 
posse e comercialização 
de armas de fogo e 
munição, sobre o Sistema 
Nacional de Armas – 
Sinarm, define crimes e 
dá outras providências. 
 O PRESIDENTE DA REPÚBLICA Faço saber 
que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a 
seguinte Lei: 
CAPÍTULO IV 
DOS CRIMES E DAS PENAS 
É típica e antijurídica a conduta de policial civil que, 
mesmo autorizado a portar ou possuir arma de fogo, 
não observa as imposições legais previstas no Estatuto 
do Desarmamento, que impõem registro das armas no 
órgão competente. STJ. 6ª Turma. RHC 70141-RJ, Rel. 
Min. Rogério Schietti Cruz, julgado em 7/2/2017 (Info 
597). 
(ENTENDIMENTO DE SEÇÃO) A apreensão de ínfima 
quantidade de munição desacompanhada da arma de 
fogo não implica, por si só, a atipicidade da conduta. 
EREsp 1.856.980-SC, Rel. Min. Joel Ilan Paciornik, 
Terceira Seção, por unanimidade, julgado em 
22/09/2021. 
Para que haja condenação pelo crime de posse ou 
porte NÃO é necessário que a arma de fogo tenha sido 
apreendida e periciada. Assim, é irrelevante a 
realização de exame pericial para a comprovação da 
potencialidade lesiva do artefato. Isso porque os crimes 
previstos no arts. 12, 14 e 16 da Lei 10.826/2003 são 
de mera conduta ou de perigo abstrato, cujo objeto 
jurídico imediato é a segurança coletiva. No entanto, se 
a perícia for realizada na arma e o laudo constatar que 
a arma não tem nenhuma condição de efetuar disparos 
não haverá crime. Para o STJ, não está caracterizado 
o crime de porte ilegal de arma de fogo quando o 
instrumento apreendido sequer pode ser enquadrado 
no conceito técnico de arma de fogo, por estar 
quebrado e, de acordo com laudo pericial, totalmente 
inapto para realizar disparos. STJ. 5ª Turma. AgRg no 
AREsp 397473/DF, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, 
julgado em 19/08/2014 (Info 544). STJ. 6ª Turma. REsp 
1451397-MG, Rel. Min. Maria Thereza de Assis Moura, 
julgado em 15/9/2015 (Info 570). 
Posse irregular de arma de fogo de uso permitido 
Art. 12. Possuir ou manter sob sua guarda arma de 
fogo, acessório ou munição, de uso permitido, em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar, 
no interior de sua residência ou dependência desta, 
ou, ainda no seu local de trabalho, desde que seja o 
titular ou o responsável legal do estabelecimento ou 
empresa: 
 Pena – detenção, de 1 (um) a 3 (três) anos, e multa. 
Não configura o crime de posse ilegal de arma de fogo 
(art. 12 da Lei nº 10.826/2003) a conduta do agente que 
mantém sob guarda, no interior de sua residência, arma 
de fogo de uso permitido com registro vencido. Se o 
agente já procedeu ao registro da arma, a expiração do 
prazo é mera irregularidade administrativa que autoriza 
a apreensão do artefato e aplicação de multa. A 
conduta, no entanto, não caracteriza ilícito penal. STJ. 
Corte Especial. APn 686-AP, Rel. Min. João Otávio de 
Noronha, julgado em 21/10/2015 (Info 572). STJ. 5ª 
Turma. HC 294078/SP, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 26/08/2014. 
Uma vez realizado o registro da arma, se não realizada a 
renovação do certificado de registro de arma de fogo, o 
vencimento de tal registro caracteriza ilícito penal? 
Posse ilegal de arma 
de fogo 
de uso permitido 
(art. 12) 
Porte ilegal de 
arma de fogo de 
uso permitido 
(art. 14) 
Posse ou porte 
ilegal de arma 
de fogo de uso 
restrito 
(art. 16) 
NÃO. É mera 
irregularidade 
administrativa. 
SIM, caracteriza 
ilícito penal. 
SIM, caracteriza 
ilícito penal. 
Não configura o crime 
de posse ilegal de 
arma de fogo (art. 12 
da Lei nº 
10.826/2003) a 
conduta do agente 
que mantém sob 
guarda, no interior de 
sua residência arma 
de fogo de uso 
permitido com 
registro vencido. STJ. 
Corte Especial. APn 
686-AP, Rel. Min. João 
Otávio de Noronha, 
julgado em 
21/10/2015 (Info 
572). STJ. 5ª Turma. 
HC 294078/SP, Rel. 
Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 
26/08/2014. 
Caracteriza 
ilícito penal o 
porte ilegal de 
arma de fogo 
(art. 14 da Lei 
10.826/2003) ou 
de arma de fogo 
de uso restrito 
(art. 16 da Lei 
10.826/2003) 
com registro de 
cautela vencido. 
STJ. 6ª Turma. 
AgRg no AREsp 
885281-ES, Rel. 
Min. Antonio 
Saldanha 
Palheiro, julgado 
em 28/04/2020 
(Info 671). 
Caracteriza 
ilícito penal o 
porte ilegal de 
arma de fogo 
(art. 14 da Lei 
10.826/2003) ou 
de arma de fogo 
de uso restrito 
(art. 16 da Lei 
10.826/2003) 
com registro de 
cautela vencido. 
STJ. 6ª Turma. 
AgRg no AREsp 
885281-ES, Rel. 
Min. Antonio 
Saldanha 
Palheiro, julgado 
em 28/04/2020 
(Info 671). 
Fonte: Buscador DoD - Link 
Omissão de cautela 
Art. 13. Deixar de observar (crime omissivo) as 
cautelas necessárias para impedir que menor de 18 
(dezoito) anos ou pessoa portadora de deficiência 
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocument
http://legislacao.planalto.gov.br/legisla/legislacao.nsf/Viw_Identificacao/lei%2010.826-2003?OpenDocument
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2004-2006/2004/Decreto/D5123.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9785.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9844.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9845.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9846.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Decreto/D9847.htm
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/471c75ee6643a10934502bdafee198fb?categoria=11&subcategoria=121&assunto=418
mental se apodere de arma de fogo que esteja sob 
sua posse ou que seja de sua propriedade: 
 Pena – detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos, e multa. 
Parágrafo único. Nas mesmas penas incorrem o 
proprietário ou diretor responsável de empresa de 
segurança e transporte de valores que deixarem de 
registrar ocorrência policial e de comunicar à 
Polícia Federal perda, furto, roubo ou outras formas de 
extravio de arma de fogo, acessório ou munição que 
estejam sob sua guarda, nas primeiras 24 (vinte 
quatro) horas depois de ocorrido o fato. (crime a 
prazo) 
Porte ilegal de arma de fogo de uso permitido 
Art. 14. Portar, deter, adquirir, fornecer, receber, ter 
em depósito, transportar, ceder, ainda que 
gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, 
manter sob guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição, de USO PERMITIDO, sem 
autorização e em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é 
inafiançável, salvo quando a arma de fogo estiver 
registrada em nome do agente. (Vide Adin 3.112-
1) 
Se a arma de fogo é encontrada no interior do 
caminhão dirigido por motorista profissional, trata-se 
de crime de porte de arma de fogo (art. 14 do Estatuto 
do Desarmamento). O veículo utilizado 
profissionalmente NÃO pode ser considerado “local de 
trabalho” para tipificar a conduta como posse de arma 
de fogo de uso permitido (art. 12). STJ. 6ª Turma. REsp 
1219901-MG, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado 
em 24/4/2012. 
O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido 
ou restrito, na modalidade transportar, admite 
participação. REsp 1.887.992-PR, Rel. Min. Laurita 
Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
07/12/2021. (Info 721, STJ) 
Disparo de arma de fogo 
Art. 15. Disparar arma de fogo ou acionar munição 
em lugar habitado ou em suas adjacências, em via 
pública ou em direção a ela, desde que essa conduta 
não tenha como finalidade a prática de outro crime 
(crime subsidiário): 
Pena – reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e 
multa. 
 
1 Não é hediondo – vide AgRg no REsp 1907730/MG 
Parágrafo único. O crime previsto neste artigo é 
inafiançável. (Vide Adin 3.112-1) 
Posse ou porte ilegalde arma de fogo de uso 
restrito 
Art. 16. Possuir, deter, portar, adquirir, fornecer, 
receber, ter em depósito, transportar, ceder, ainda 
que gratuitamente, emprestar, remeter, empregar, 
manter sob sua guarda ou ocultar arma de fogo, 
acessório ou munição de USO RESTRITO, sem 
autorização e em desacordo com determinação legal 
ou regulamentar: (Redação dada pela Lei nº 13.964, 
de 2019) 
Pena – reclusão, de 3 (três) a 6 (seis) anos, e multa. 
O crime de porte de arma de fogo, seja de uso permitido 
ou restrito, na modalidade transportar, admite 
participação. REsp 1.887.992-PR, Rel. Min. Laurita 
Vaz, Sexta Turma, por unanimidade, julgado em 
07/12/2021. (Info 721, STJ) 
§ 1º Nas mesmas penas incorre quem: (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I – suprimir ou alterar marca, numeração ou qualquer 
sinal de identificação de arma de fogo ou artefato; 
II – modificar as características de arma de fogo, de 
forma a 
• torná-la equivalente a arma de fogo de uso 
proibido ou restrito ou 
• para fins de dificultar ou de qualquer modo 
induzir a erro autoridade policial, perito ou juiz; 
III – possuir, detiver, fabricar ou empregar artefato 
explosivo ou incendiário, sem autorização ou em 
desacordo com determinação legal ou regulamentar; 
A conduta de portar granada de gás lacrimogêneo ou 
granada de gás de pimenta não se subsome ao delito 
previsto no art. 16, parágrafo único, III, da Lei nº 
10.826/2003. Isso porque elas não se enquadram no 
conceito de artefatos explosivos. STJ. 6ª Turma. 
REsp 1627028/SP, Rel. Min. Maria Thereza de Assis 
Moura, julgado em 21/02/2017 (Info 599). 
IV – portar, possuir, adquirir, transportar ou 
fornecer arma de fogo com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, 
suprimido ou adulterado1; 
V – vender, entregar ou fornecer, ainda que 
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou 
explosivo a criança ou adolescente; e 
O art. 16 da Lei nº 10.826/03, no § 1º, inciso V, pune as 
condutas de vender, entregar ou fornecer, ainda que 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3112&processo=3112
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3112&processo=3112
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3112&processo=3112
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
gratuitamente, arma de fogo, acessório, munição ou 
explosivo a criança ou adolescente. Essa lei, por ser 
mais recente, prevalece sobre o art. 242 da Lei nº 
8.069/90 (ECA) quando se trata de entrega de arma de 
fogo a criança ou adolescente. Fonte: Meu site jurídico 
VI – produzir, recarregar ou reciclar, sem 
autorização legal, ou adulterar, de qualquer forma, 
munição ou explosivo. 
§ 2º Se as condutas descritas no caput e no § 1º 
deste artigo envolverem ARMA DE FOGO DE USO 
PROIBIDO, a pena é de reclusão, de 4 (quatro) a 12 
(doze) anos. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Antes da Lei 
13.497/2017 
Depois da Lei 
13.497/2017 
Depois da Lei 
13.964/2019 
O art. 16 do 
Estatuto do 
Desarmamento 
não era crime 
hediondo. 
5ª Turma do 
STJ: tanto 
o caput como 
o parágrafo 
único do art. 
16 são crimes 
hediondos. 
6ª Turma do 
STJ: somente 
o caput do art. 
16 é crime 
hediondo. 
Somente é crime 
hediondo o delito 
de posse ou 
porte ilegal de 
arma de fogo de 
uso PROIBIDO, 
previsto no § 2º 
do art. 16. 
Não abrange 
mais os crimes 
posse ou porte 
de arma de fogo 
de uso restrito. 
A 6ª Turma, todavia, passou a considerar que, a 
partir da edição da Lei 13.964/2019, não ostenta 
caráter hediondo o crime de porte ou posse de arma 
de fogo de uso permitido com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, 
suprimido ou adulterado (...). (Arma equiparada a 
uso proibido não é crime hediondo) (AgRg no 
REsp 1907730/MG, Rel. Ministro OLINDO 
MENEZES (DESEMBARGADOR CONVOCADO DO 
TRF 1ª REGIÃO), SEXTA TURMA, julgado em 
24/08/2021, DJe 31/08/2021) 
Ponto polêmico (aprofundando): O novo § 2º do art. 
16 menciona apenas em “arma de fogo” de uso 
proibido. Ela deveria falado em “arma de fogo, 
acessório ou munição”. Com isso, cria-se uma 
aparente atipicidade no caso de posse ou porte de 
acessório ou munição proibidas. Veja o paradoxo: 
• posse ou porte de acessório ou munição de uso 
restrito (menos grave): é crime com base no caput 
do art. 16. 
• posse ou porte de acessório ou munição de uso 
proibido (mais grave): não se enquadra como crime 
nem no caput nem no § 1º do art. 16. 
Fonte: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/deta
lhes/b16574c54c98b9512edbecb8fa4f47f2 
CONCURSO E CRIME ÚNICO 
 
2 STF. 1ª Turma. HC 120678/PR, rel. orig. Min. Luiz Fux, red. 
p/ o acórdão Min. Marco Aurélio, julgado em 24/2/2015 
(Info 775). 
Armas da mesma 
espécie = crime único 
Armas de espécies 
diferentes = concurso 
formal 
5) A apreensão de mais 
de uma arma de fogo, 
acessório ou munição, 
em um mesmo contexto 
fático, não caracteriza 
concurso formal ou 
material de crimes, mas 
delito único. 
(Jurisprudência em Teses 
– Edição 23) 
 
 2. Deve ser mantido o 
reconhecimento de crime 
único entre os delitos 
previstos nos arts. 16, 
caput, e 16, parágrafo 
único, IV (equiparada a 
uso restrito ou proibido), 
da Lei 10.826/2003, 
quando ocorrem no 
mesmo contexto fático. 
(STJ. 5ª Turma. AgRg no 
REsp 1624632/RS, Rel. 
Min. Jorge Mussi, julgado 
em 28/04/2020). 
Os tipos penais dos arts. 12 e 
16 da Lei nº 10.826/2003 
tutelam bens jurídicos 
diversos e, por essa razão, 
deve ser aplicado o concurso 
formal quando apreendidas 
armas ou munições de uso 
permitido e de uso restrito no 
mesmo contexto fático. 
O art. 16 do Estatuto do 
Desarmamento, além da paz 
e segurança públicas, 
também protege a seriedade 
dos cadastros do Sistema 
Nacional de Armas, sendo 
inviável o reconhecimento de 
crime único, pois há lesão a 
bens jurídicos diversos. 
STJ. 5ª Turma. AgRg nos 
EDcl no AREsp 1122758/MG, 
Rel. Min. Jorge Mussi, julgado 
em 24/04/2018. 
STJ. 5ª Turma. AgRg no REsp 
1619960/MG, Rel. Min. 
Reynaldo Soares da Fonseca, 
julgado em 27/06/2017. 
 
CONSUNÇÃO – CRIME DE HOMICÍDIO 
Se o agente, utilizando arma de fogo, atira e mata alguém, 
haverá homicídio e porte de arma de fogo ou apenas 
homicídio? Se uma pessoa pratica homicídio com arma de 
fogo, a acusação por porte deverá ser absorvida? Aplica-
se o princípio da consunção? Depende da situação2: 
Situação 1: NÃO. Situação 2: SIM. 
O crime de porte não será 
absorvido se ficar provado 
nos autos que o agente 
portava ilegalmente a arma 
de fogo em outras 
oportunidades antes ou 
depois do homicídio e que 
ele não se utilizou da arma 
tão somente para praticar o 
assassinato. Ex: a instrução 
demonstrou que João 
adquiriu a arma de fogo três 
meses antes de matar 
Pedro e não a comprou com 
a exclusiva finalidade de 
ceifar a vida da vítima. 
Se não houver provas de 
que o réu já portava a arma 
antes do homicídio ou se 
ficar provado que ele a 
utilizou somente para matar 
a vítima. Ex: o agente 
compra a arma de fogo e, 
em seguida, dirige-se até a 
casa da vítima, e contra ela 
desfere dois tiros, matando-
a. 
Fonte: 
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/deta
lhes/d961e9f236177d65d21100592edb0769?categoria=11&
subcategoria=121&assunto=418 
Comércio ilegal de arma de fogo 
Art. 17. Adquirir, alugar, receber, transportar, 
conduzir, ocultar, ter em depósito, desmontar, 
montar, remontar, adulterar, vender, expor à 
https://meusitejuridico.editorajuspodivm.com.br/2021/05/21/entrega-de-arma-de-fogo-crianca-ou-adolescente-caracteriza-crime-previsto-no-eca-especial-em-relacao-ao-estatuto-desarmamento/
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b16574c54c98b9512edbecb8fa4f47f2
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/b16574c54c98b9512edbecb8fa4f47f2
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d961e9f236177d65d21100592edb0769?categoria=11&subcategoria=121&assunto=418
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d961e9f236177d65d21100592edb0769?categoria=11&subcategoria=121&assunto=418
https://www.buscadordizerodireito.com.br/jurisprudencia/detalhes/d961e9f236177d65d21100592edb0769?categoria=11&subcategoria=121&assunto=418
venda, ou de qualquer forma utilizar, em proveito 
próprio ou alheio, no exercício de atividade 
comercial ou industrial, arma de fogo, acessório ou 
munição, sem autorização ou em desacordo com 
determinação legal ou regulamentar: 
Pena - reclusão, de 6 (seis) a 12 (doze) anos, e multa. 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º Equipara-se à atividade comercial ou industrial, 
para efeito deste artigo, qualquer forma de prestação 
de serviços, fabricação ou comércio irregular ou 
clandestino, inclusive o exercido em 
residência.(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
§ 2º (Agente policial disfarçado) Incorre na mesma 
pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, sem autorização ou em 
desacordo com a determinação legal ou regulamentar, 
a agente policial disfarçado, quando presentes 
elementos probatórios razoáveis de conduta criminal 
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Tráfico internacional de arma de fogo 
Art. 18. Importar, exportar, favorecer a entrada ou 
saída do território nacional, a qualquer título, de arma 
de fogo, acessório ou munição, sem autorização da 
autoridade competente: 
Pena - reclusão, de 8 (oito) a 16 (dezesseis) anos, e 
multa. (Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Parágrafo único. (Agente policial disfarçado) Incorre na 
mesma pena quem vende ou entrega arma de fogo, 
acessório ou munição, em operação de importação, 
sem autorização da autoridade competente, a agente 
policial disfarçado, quando presentes elementos 
probatórios razoáveis de conduta criminal 
preexistente. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 19. Nos crimes previstos nos arts. 17 (comércio 
ilegal) e 18 (tráfico internacional), a pena é aumentada 
da metade se a arma de fogo, acessório ou munição 
forem de uso proibido ou restrito. 
Art. 20. Nos crimes previstos nos arts. 14 (porte uso 
permitido), 15 (disparo), 16 (posse/porte uso proibido 
ou restrito), 17 (comércio ilegal) e 18 (tráfico 
internacional), a pena é aumentada da metade se: 
(Redação dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
I - forem praticados por integrante dos órgãos e 
empresas referidas nos arts. 6º, 7º e 8º desta Lei; 
ou (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
II - o agente for reincidente específico em crimes dessa 
natureza. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
Art. 21. Os crimes previstos nos arts. 16, 17 e 18 são 
insuscetíveis de liberdade provisória.(Vide Adin 3.112-
1) 
Art. 37. Esta Lei entra em vigor na data de sua 
publicação. 
Brasília, 22 de dezembro de 2003; 182o da 
Independência e 115o da República. 
LUIZ INÁCIO LULA DA SILVA 
Márcio Thomaz Bastos 
José Viegas Filho 
Marina Silva 
Este texto não substitui o publicado no DOU de 
23.12.2003 
Jurisprudência em Teses do STJ 
EDIÇÃO N. 102: ESTATUTO DO DESARMAMENTO - I 
 
1) O crime de posse irregular de arma de fogo, 
acessório ou munição de uso permitido (art. 12 da Lei 
n. 10.826/2003) é de perigo abstrato, prescindindo de 
demonstração de efetiva situação de perigo, 
porquanto o objeto jurídico tutelado não é a 
incolumidade física e sim a segurança pública e a paz 
social. 
 
2) O crime de porte ilegal de arma de fogo, acessório 
ou munição de uso permitido (art. 14 da Lei n. 
10.826/2003) é de perigo abstrato e de mera conduta, 
bastando para sua caracterização a prática de um dos 
núcleos do tipo penal, sendo desnecessária a 
realização de perícia. 
 
3) O art. 14 da Lei n. 10.826/2003 é norma penal em 
branco, que exige complementação por meio de ato 
regulador, com vistas a fornecer parâmetros e critérios 
legais para a penalização das condutas ali descritas. 
 
4) O crime de disparo de arma de fogo (art. 15 da Lei n. 
10.826/2003) é crime de perigo abstrato, que presume 
a ocorrência de dano à segurança pública e prescinde, 
para sua caracterização, de comprovação da lesividade 
ao bem jurídico tutelado. 
 
5) O crime de posse ou porte ilegal de arma de fogo, 
acessório ou munição de uso restrito (art. 16, caput, da 
Lei n. 10.826/2003) é crime de perigo abstrato, que 
presume a ocorrência de dano à segurança pública e 
prescinde, para sua caracterização, de resultado 
naturalístico à incolumidade física de outrem. 
 
6) A abolitio criminis temporária prevista na Lei n. 
10.826/2003 aplica-se ao crime de posse de arma de 
fogo de uso permitido com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, 
suprimido ou adulterado, praticado somente até 
23/10/2005. (Súmula n. 513/STJ) (Recurso Repetitivo – 
Tema 596) 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art9
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3112&processo=3112
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADIN&s1=3112&processo=3112
7) São atípicas as condutas descritas nos arts. 12 e 16 
da Lei n. 10.826/2003, praticadas entre 23/12/2003 e 
23/10/2005, mas, a partir desta data, até 31/12/2009, 
somente é atípica a conduta do art. 12, desde que a 
arma de fogo seja apta a ser registrada (numeração 
íntegra). 
 
8) A regra dos arts. 30 e 32 da Lei n. 10.826/2003 
alcança, também, os crimes de posse ilegal de arma de 
fogo praticados sob a vigência da Lei n. 9.437/1997, em 
respeito ao princípio da retroatividade da lei penal 
mais benéfica. 
 
9) A forma qualificada do art. 10, § 3º, IV, da Lei n. 
9.437/1997, que foi suprimida do ordenamento 
jurídico com o advento da Lei n. 10.826/03, não tem o 
condão de tornar atípica a conduta, mas apenas de 
desclassificar o delito para a forma simples, prevista no 
caput do dispositivo legal mencionado. 
 
10) Não se aplica o princípio da consunção quando os 
delitos de posse ilegal de arma de fogo e disparo de 
arma em via pública são praticados em momentos 
diversos e em contextos distintos. 
 
11) A simples conduta de possuir ou de portar arma, 
acessório ou munição é suficiente para a configuração 
dos delitos previstos nos arts. 12, 14 e 16 da Lei n. 
10.826/2003, sendo inaplicável o princípio da 
insignificância. Superada. Excepcionalmente, STF e STJ admitem 
a aplicação do princípio da insignificância. 
 
12) Independentemente da quantidade de arma de 
fogo, de acessórios ou de munição, não é possível a 
desclassificação do crime de tráfico internacional de 
arma de fogo (art. 18 da Lei de Armas) para o delito de 
contrabando (art. 334-A do Código Penal), em respeito 
ao princípio da especialidade. 
 
Jurisprudência em Teses do STJ 
EDIÇÃO N. 108: ESTATUTO DO DESARMAMENTO - II 
 
1) O simples fato de possuir ou portar munição 
caracteriza os delitos previstos nos arts. 12, 14 e 16 da 
Lei n. 10.826/2003, por se tratar de crime de perigo 
abstrato e de mera conduta, sendo prescindível a 
demonstração de lesão ou de perigo concreto ao bemjurídico tutelado, que é a incolumidade pública. 
 
2) A apreensão de ínfima quantidade de munição 
desacompanhada de arma de fogo, excepcionalmente, 
a depender da análise do caso concreto, pode levar ao 
reconhecimento de atipicidade da conduta, diante da 
ausência de exposição de risco ao bem jurídico 
tutelado pela norma. 
 
3) Demonstrada por laudo pericial a inaptidão da arma 
de fogo para o disparo, é atípica a conduta de portar 
ou de possuir arma de fogo, diante da ausência de 
afetação do bem jurídico incolumidade pública, 
tratando-se de crime impossível pela ineficácia 
absoluta do meio. 
 
4) A conduta de possuir, portar, adquirir, transportar 
ou fornecer arma de fogo, seja de uso permitido, 
restrito ou proibido, com numeração, marca ou 
qualquer outro sinal de identificação raspado, 
suprimido ou adulterado, implica a condenação pelo 
crime estabelecido no art. 16, parágrafo único, IV, do 
Estatuto do Desarmamento. 
 
5) O crime de comércio ilegal de arma de fogo, 
acessório ou munição (art. 17 da Lei n. 10.826/2003) é 
delito de tipo misto alternativo e de perigo abstrato, 
bastando para sua caracterização a prática de um dos 
núcleos do tipo penal, sendo prescindível a 
demonstração de lesão ou de perigo concreto ao bem 
jurídico tutelado, que é a incolumidade pública. 
 
6) O delito de comércio ilegal de arma de fogo, 
acessório ou munição, tipificado no art. 17, caput e 
parágrafo único, da Lei de Armas, nunca foi abrangido 
pela abolitio criminis temporária prevista nos arts. 5º, 
§ 3º, e 30 da Lei de Armas ou nos diplomas legais que 
prorrogaram os prazos previstos nos referidos 
dispositivos. 
 
7) Compete à Justiça Federal o julgamento do crime de 
tráfico internacional de arma de fogo, acessório ou 
munição, em razão do que dispõe o art. 109, inciso V, 
da Constituição Federal, haja vista que este crime está 
inserido em tratado internacional de que o Brasil é 
signatário. 
 
8) O crime de tráfico internacional de arma de fogo, 
acessório ou munição, tipificado no art. 18 da Lei n. 
10.826/03, é de perigo abstrato ou de mera conduta e 
visa a proteger a segurança pública e a paz social. 
 
9) Para a configuração do tráfico internacional de arma 
de fogo, acessório ou munição não basta apenas a 
procedência estrangeira do artefato, sendo necessário 
que se comprove a internacionalidade da ação. 
 
10) É típica a conduta de importar arma de fogo, 
acessório ou munição sem autorização da autoridade 
competente, nos termos do art. 18 da Lei n. 
10.826/2003, mesmo que o réu detenha o porte legal 
da arma, em razão do alto grau de reprovabilidade da 
conduta. 
 
Fonte: Planalto e Dizer o Direito

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