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relatorio estagio hospitalar

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durante o último acompanhamento, o mesmo mostrou-se ativo e
alegre e extremamente grato a sua família por acompanhá-lo durante seu processo de
melhora.
Inicialmente no primeiro contato com este paciente era possível observar
alguns mecanismos de defesas tais como a intelectualização, onde buscava em meio ao
raciocínio justificar suas ações tornando-as compreensíveis, para bloquear um conflito
que lhes gerava estresse emocional, como forma de proteger-se mediante a um possível
julgamento por parte do profissional de psicologia e residente, de forma inconsciente o
paciente deixava lacunas em seus discursos quando se tratava dos períodos que segundo
o mesmo parava de beber e quando era questionado quando a quebra de contexto
mostrava-se ansioso e confuso, era possível também notar dentro do seu discurso uma
preocupação com a forma que o acompanhante (seu irmão) venha a reagir ao que é dito
por ele, buscando justificar-se quanto à sua dependência e o fato de se sentir culpado
por tratar mal sua mãe, em um dos episódios em que foi resgatados da rua por seus
irmãos. O álcool em associação com o contexto no qual é inserido, as expectativas e
atitudes do indivíduo, os valores sociais e os efeitos físicos e psicológicos decorrentes
do uso da bebida alcoólica contribuem para o aparecimento de violências entre os
relacionamentos interpessoais (Araújo et al. 2018).
O segundo paciente também internado por complicações advindas do uso do
álcool, relata fazer uso de álcool desde os 12 anos de idade, mas que o álcool nunca
havia atrapalhado sua vida, relata que atualmente aos 56 anos de idade estava afastado
da sua profissão (motorista de caminhão) devido ao seu vício, que segundo o mesmo
mudou o rumo da sua vida para pior, relata que o álcool tornou-se um problema após
uma separação, segundo o paciente devido sua profissão passava longos períodos
distante de sua esposa e que após um processo de adoecimento dela decidiu voltar a
morar com a mãe, o deixando sem que soubesse da decisão, após esse acontecimento
relata que faz uso diariamente de álcool e que mesmo com o apoio de sua família e
patrão não consegue voltar a ter uma vida normal, paciente durante o processo de
avaliação e contato inicial mostrou-se ciente do seu quadro clínico e mostrou-se
acolhedor ao serviço de psicologia, porém mediante a avaliação notamos que seus
exames e alta estavam próximos e aconselhamos ainda na primeira entrevista a
retomada do acompanhamento psicológico o qual o paciente relatou já fazer.
O atendimento deste paciente não se prolongou, o mesmo veio a ter alta três
dias após sua avaliação, os exames vieram a sair e o mesmo foi liberado.
O terceiro paciente possui um histórico de patologias as quais sempre o conduz
a um acompanhamento médico de urgência, o mesmo possui 76 anos e um histórico de
hipertensão arterial, mas foi conduzido a hospitalização devido a um quadro de vômito
com sangue, enquanto voltava do trabalho, vindo a ser internado sem nenhuma
documentação ou acompanhante, sendo necessário apoio da equipe de assistência social
para entrar em contato com seus familiares, o mesmo relata fazer uso de álcool “desde
sempre” enfatizou que não era o motivo o qual estava internado, e ao ser questionado
sobre seus exames mostrou-se sem conhecimento sobre seu quadro clínico, o mesmo foi
tranquilo e acolhedor quanto a profissional de psicologia e residente, mostrou-se
bastante comunicativo, ansioso e impaciente quanto sua alta, de forma que ameaçou
abandono caso os exames demoraram a sair, ainda sim demonstrou interesse em saber o
que ocasionou o adoecimento, o mesmo teve alta após os resultados e foi encaminhado
para tratamento hematológico devido ao diagnóstico de cirrose Hepática.
O paciente mostrou-se em negação com o que estava vindo a ser diagnosticado
pelos exames, a cirrose hepática, durante seu discurso sempre conduzia a motivação a
qual o levou ao adoecimento mediante sua condição hipertensiva, e mesmo com
perguntas diretas, a de como fazer uso de álcool diariamente, o paciente buscava em seu
repertório de fala uma sugestiva a qual não se validava. Segundo Nadvorny (2016), no
processo de dependência de álcool o indivíduo tende à negação, utilizando-se da recusa
a falar sobre o assunto.
Com a saída deste paciente seu leito foi cedido para um novo, o qual deu
entrada devido a um quadro de infecção após um procedimento cirúrgico, ao contrário
dos demais pacientes este relata não fazer uso de álcool apenas fumar, este possui 48
anos de idade, possui um histórico de internação devido a outros procedimentos
cirúrgicos devido a acidente de carro, em sua avaliação, o mesmo traz consigo uma
demanda de fala relacionada a sua família, mostrou-se extremamente ciente do seu
quadro clínico, detalhando os procedimentos e exames que esteve realizando, bem como
os resultados passados pelos médicos para indicação do tratamento, por meio dos
exames realizados verificou-se uma patologia hepática provocada devido a infecção por
parasitas, a esquistossomose, mais conhecida como doença do caramujo, paciente relata
já está realizando tratamento porém segue esperando outros resultados que são mais
demorados, o mesmo mostrou-se resiliente quanto ao seu processo de hospitalização e
segue internado realizando tratamento medicamentoso.
Além das avaliações e acompanhamentos aos pacientes também participamos
de palestras temáticas dentro da instituição, voltadas aos profissionais inseridos na
mesma, a primeira palestra foi voltada a doação de órgãos, campanha a qual destina-se a
conscientização da importância da doação de órgão e os procedimentos e profissionais
os quais estão envolvidos no processo, nesta palestra tivemos a honra de prestigiar
nossa supervisora Uquênia Lemos, em sua apresentação voltada aos procedimentos do
profissional de psicologia e o acompanhamento aos familiares mediante a morte
encefálica. Neste evento tive também a honra de conhecer a instituição doar-se, e um
dos seus projetos, que realiza junto aos escritores Viviane Fernandes e Francisco Prado
uma proposta de trabalhar temas sensíveis e pouco discutido nas escolas de educação
infantil, o processo de adoecimento e tratamento de crianças que possuem problemas de
saúde, levando aos pequenos uma conscientização através da delicada história “Quel e a
máquina” a qual retrata a história do personagem Quel o qual possui problemas nos rins
e faz hemodiálise, tive o prazer de ser a ganhadora do livro o qual retrata a linda e
inspiradora história de Quel, o projeto doar-se leva este material à escolas do interior
trabalhando por meio dos livros a conscientização das crianças para com o processo de
adoecimento e assim também integrando crianças que passam por algum processo de
adoecimento, através dos livros e contos.
Além desta palestra também foi disponibilizado aos estagiários de psicologia a
palestra voltada ao treinamento e elaboração de documentos psicológicos mediante a
normativa da nova resolução de CRP 06/2019 a qual direciona o profissional de
psicologia sobre a elaboração de documentos escritos, a qual foi ministrada pela
psicóloga e professora da Estácio Lizandra Menezes Soares. Contamos também com
uma aula expositiva com o coordenador e professor, Igor Soares Vieira, o qual ministrou
sobre a avaliação do estado mental, aula a qual fez toda diferença na prática do estágio,
trazendo assim a importância do olhar treinado e atento do profissional de psicologia ao
paciente mediante a simplicidade do diálogo, o qual pode ser rico na coleta de aspectos
relevantes para a psicologia e demais profissionais da equipe, mediante a evolução do
prontuário do paciente.
Foi realizada também, visita técnica a fim de possibilitar aos residentes de
psicologia um conhecimento detalhado sobre a instituição, com o intuito de
proporcionar aos mesmos uma noção desde a estrutura, até os setores e atendimentos
especializados, nesta foi possível compreender o funcionamento do hospital bem como
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