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1 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 ÁCIDO ❖ Ácido: molécula capaz de sofrer ionização em meio aquoso com dissociação de radical H+. ❖ O ácido dissocia alguns de seus átomos dentro da mistura de H2O. Esse fator acontece por conta da propriedade polar da molécula de água, que muda a carga elétrica, puxando um átomo para um lado e outro para o outro, o que acarreta a dissociação do ácido. ❖ O processo de dissociação não ocorre com todas as moléculas, aquelas que passam por esse fenômeno tem o que chamamos de constante de ionização ou dissociação. Essa constante varia com o tipo de soluto, a temperatura e a molécula. BASE ❖ Base: molécula capaz de sofrer ionização em meio aquoso com dissociação de radical OH-. ❖ A base se ioniza e emite o radical OH-, hidroxila. ❖ Acima temos o hidróxido de socio que se dissocia em um cátion e um radial OH. PH (POTENCIAL HIDROGENIÔNICO) ❖ pH (potencial hidrogeniônico): escala numérica utilizada para especificar a concentração de íons H+ em uma solução aquosa ❖ Cálculo: cologaritmo da concentração de íons H+ ❖ Basicamente a quantificação de quantos íons H+ são ionizados naquela solução. ❖ O ph é o inverso do logaritmo da concentração dos íons H+, ou seja, o seu cologaritmo, ❖ Quanto mais se eleva o pH se eleva a concentração de h+ na potência de 10. O que significa que pequenas variações de pH significa grandes variações na concentração de hidrogênio. • pH 4 = concentração de H+ de 0,0001 • pH 8 = concentração de H+ de 0,00000001 PH: ESCALA NUMÉRICA Equilíbrio ácido base Índice: 1. Equilíbrio ácido base 2. Equilíbrio iônico 3. Perda do equilíbrio ácido base Equilíbrio ácido base 2 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 ❖ Na escala acima temos uma tabela de Ph, na qual o 0 poderia ser o ácido clorídrico (estômago), por exemplo e o 14 seria um possível alvejante. O neutro poderia ser bebidas e comidas do dia a dia. ❖ Nosso corpo também trabalha dentro de uma faixa de pH, que acaba sendo curta. Muitas vezes não conseguimos colocar na tabela, pois nosso sangue so trabalha normalmente da faixa de 0,35 a 0,45, quando sai dessa faixa, ou temos um meio não vivo, ou temos uma doença com desequilíbrio grave de pH. ❖ Entre 7 e 7,35 nosso corpo está em acidose ❖ Entre 7,45 e 7,8 nosso corpo está em alcalose ❖ Acima de 7,8 e abaixo de 7 o indivíduo ou está morto ou está com pouca probabilidade de vida. Nesses extremos temos desnaturação de proteínas, queda dos processos metabólicos e com isso o corpo não consegue funcionar bem. ❖ Para manter o equilíbrio do pH temos o sistema tampão biológico ❖ 4 são os sistemas que responsáveis por manter o pH dentro de uma curta faixa de funcionamento adequado, sendo que os 2 primeiros são os mais importantes: • Sistema bicarbonato/gás carbônico (HCO3/CO2) = 64% • Sistema hemoglobina/oxi-hemoglobina (Hb/HbO2) = 28% • Sistema de proteínas intra e extracelulares – 7% • Sistema do fosfato monoácido/diácido – 1% ❖ Esses sistemas mantêm a homeostase do pH, se não fosse por ele ao tomarmos um suco de limão, por exemplo, nosso pH seria afetado. SISTEMA BICARBONATO/GÁS CARBÔNICO (HCO3/CO2) ❖ No nosso organismo ocorre uma reação reversível, na qual o CO2 (gás carbônico) reage com o H20 (água), dando origem a um H2CO3 (ácido carbônico). Por ser instável o H2CO3 acaba ionizando um H+ (próton), se transformando no HCO3- (bicarbonato). ❖ Sistema tampão: 𝐻2𝑂 + 𝐶𝑂2 ↔ 𝐻𝐶𝑂3 − +𝐻 + ❖ A reação pode ser chamada de tampão pois conseguimos controlar 2 dos seus fatores para manter o pH dentro da faixa adequada. • O CO2 pode ser controlado através do sistema respiratório. Então se queremos que essa reação produza mais H+, ou seja, que ela se desloque para a direita, precisamos ativar nosso sistema respiratório para que mais CO2 seja produzido. Nesse caso, se diminuímos a FR retemos mais CO2, deixamos nosso sangue mais ácido pois mais CO2 reage com a água, produzindo mais H+. Se aumentamos nossa frequência respiratória, trocamos mais CO2 e puxamos a reação para a esquerda, onde mais hidrogênio reage com bicarbonato e mais CO2 é formado. • O HCO3- pode ser controlado através do rim com sua excreção e reabsorção. Se o rim reabsorve muito bicarbonato, mais bicarbonato vai reagir com o hidrogênio e teremos maior produção de CO2 e água, deixando o meio menos ácido, uma vez que o H+ estará reagindo com o HCO3-. Se temos pouco bicarbonato por ser muito excretado na urina, a equação tende a se deslocar para a direita para que mais bicarbonato seja produzido, e com isso mais H+, deixando o organismo mais ácido. ❖ O sistema renal tem uma resposta mais retardada em relação ao sistema respiratório, que age em minutos, enquanto o renal so começa a atuar em horas ou dias para compensar o sistema tampão. SISTEMA HEMOGLOBINA/OXI- HEMOGLOBINA (HB/HBO2) ❖ Solução tampão: 𝑂2 + 𝐻 + ↔ 𝐻𝑏𝐻 + + 𝑂2 ❖ Cada molécula de hemoglobina pode carregar até 4 moléculas de O2 e nesse carregamento, a afinidade do O2 acaba modificando de acordo a situação em que se encontra o sangue. Equilíbrio iônico 3 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 ❖ A hemoglobina troca prótons, radicais H+, pelo oxigênio, em situações nas quais o corpo tenta controlar o Ph. ❖ Se queremos o Ph mais ácido, puxamos a reação para a esquerda, pois pH mais alcalinos tem menos H+, e a afinidade da molécula de hemoglobina ao oxigênio vai aumentar e a troca o próton pelo O2. ❖ Lembrando que o contrário também é verdadeiro, ou seja, se temos um tecido muito ácido, com alta concentração de H+, a hemoglobina troca o O2 (que é solto), pelo H+ (que passa a ficar preso). ❖ O gráfico acima mostra a curva de dissociação da hemoglobina. Ela mostra uma constante em que a hemoglobina solta o oxigênio baseado na pressão parcial de oxigênio no sangue, ou seja, quanto mais oxigênio existe naquele sangue, mais hemoglobina vai está saturada com o oxigênio. ❖ A tabela acima começa com uma curva muito íngreme, com pequenas variações iniciais de oxigênios que fazem uma ligação muito mais rápida e posteriormente essa curva começa a se horizontalizar pois por mais que se coloque oxigênio na circulação, não é proporcional a saturação de hemoglobina. ❖ Quando o pH é diminuído temos o Efeito Bohr ❖ Efeito Bohr: Meios mais ácidos (tecidos mal perfundidos), a curva de dissociação da Hb é desviada para direita. Isso significa que em baixos pH´s a hemoglobina tem menor afinidade para se ligar ao oxigênio. ❖ O contrário ao efeito Bohr também é verdadeiro, se o pH estiver mais alto a curva em vermelho no gráfico vai para a esquerda, e assim, a afinidade do oxigênio a hemoglobina aumenta. ❖ Ela acontece em situações de doença, e o seu diagnóstico é feito através da hemogasometria. ❖ Na hemogasometria precisamos avaliar o sangue em análise. ❖ Na imagem acima a esquerda vemos um clássico sangue arterial e a direita um clássico sangue venoso. Essa diferença de coloração acontece em indivíduos que não tem nenhuma hipoxemia severa. Quando há uma alteração severa de perda de oxigênio no sangue o sangue arterial fica com uma coloração muito próxima da coloração do sangue venoso. ❖ Poucos parâmetros na gasometria tem diferença notória de alteração do sangue arterial para o sangue venoso. O que de fato conseguimos notar é a diferença na concentração de oxigênio, como pode ser visto na 2 linha da tabela. ❖ Parâmetros como pH, Pco2, HCO3 tem leves alterações. COLETA E DIAGNÓSTICO DE GASOMETRIA ❖ A gasometria é coletada diretamente da artéria, visto que os dados do sangue venoso não são tão importantes. ❖ A coleta é feita poruma seringa heparinizada. ❖ A principal artéria é a radia, apesar de poder ser coletado em outras artérias. ❖ A amostra de sangue é levada ao hemogasometro e feita a análise Perda do equilíbrio ácido base 4 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 INTERPRETAÇÃO: VARIÁVEIS DE INTERESSE ❖ pH ❖ Pressão parcial de O2 (Po2) ❖ Saturação de O2 nas hemácias (SO2%) ❖ Pressão parcial de CO2 (Pco2) ❖ Bicarbonato (HCO3-) DIAGNÓSTICO HEMOGASOMETRIA INTERPRETAÇÃO: ALGORITMO AVALIAR OXIGENAÇÃO ❖ pO2 baixa (<60-80): hipoxemia/hipóxia ❖ pO2 alto (>100): hiperoxemia/hiperóxia ❖ SO2 é resultante do cálculo da pO2 através da curva de dissociação da hemoglobina. ❖ A saturação é quando colocamos a pressão parcial dentro do gráfico e é visto quantos % da hemoglobina está saturada. Então a máquina já calcula a saturação de forma automática. ❖ Gasometria venosa pode apresentar pO2 baixo sem necessariamente representar hipoxemia. AVALIAR PH ❖ pH ácido (<7,35) → acidemia ❖ pH normal (7,35 – 7,46) → normal ou distúrbio misto (contrabalanço de mecanismo que altera bicarbonato para um lado e CO2 para o outro, o que equilibra o pH, mas ainda assim mostra um distúrbio). Portanto, um pH normal não necessariamente afasta um distúrbio ácido base). ❖ pH básico (>7,45) → alcalemia AVALIAR BICARBONATO E PCO2: METABÓLICO X RESPIRATÓRIO ❖ O bicarbonato vai ser uma análise do sistema renal e o pCO2 é análise do sistema respiratório. ACIDOSE RESPIRATÓRIA ❖ Nesse caso o pCO2 alto vai reagir mais co2 com a água no sangue, produzindo mais bicarbonato e H+, jogando a equação para a direita. ❖ (𝐻2𝑂 + 𝐶𝑂2 ↔ 𝐻𝐶𝑂3 − +𝐻 +). ❖ O ph nesse caso acaba sendo uma resultante da concentração de Pco2 ALCALOSE RESPIRATÓRIA ❖ Nesse caso se o pco2 está baixo ele puxa a equação para a esquerda, então mais bicarbonato vai reagir com H+ e vai produzir mais CO2 e mais água, diminuindo a concentração de hidrogênio e aumento do ph. ❖ *O professor fala que vai DIMINUIR o ph, mas pela lógica, seria aumentar ACIDOSE METABÓLICA ❖ Como o bicarbonato está baixo, mais co2 vai reagir com água para formar mais bicarbonato e compensar a equação. ALCALOSE METABÓLICA ❖ Com o bicarbonato alto a equação é levada para a esquerda para transformar mais bicarbonato e h+ em água e CO2 e com isso o pH fica mais básico AVALIAR BICARBONATO E PCO2: DISTÚRBIO COMPENSADO? ❖ Quando temos um distúrbio temos 2 órgãos no sistema tampão que tentam controlar o pH (por compensação). Se há um distúrbio em um dos sistemas o outro tentará compensar, sendo eles o rim e o pulmão. ❖ Em um determinado ph, o nosso corpo não consegue mais compensar a mudança de ph e de fato ele aumenta no organismo. pH básico (>7,4) e HCO3 – alto (>26) pH ácido (<7,35) e HCO3- baixo (<22) pH básico (>7,4) e pCO2baixo (<35) pH ácido (<7,35) e Pco2 alto (>45) 5 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 ACIDOSE METABÓLICA COMPENSADA ❖ Isso acontece pela alteração grande do bicarbonato, que justifica o pH ácido. O Pco2 baixo daria alcalose, mas na verdade é so uma tentativa de equilíbrio pelo sistema respiratório, então a causa do distúrbio é o bicarbonato, no rim, configurando acidose metabólica. Por meio de uma tentativa de controlar a mudança de pH ocorre uma modificação do pco2 e esse indivíduo pode apresentar fadiga da musculatura respiratória e taquipneia. ❖ Sabe-se que até um limite a pco2 consegue compensar a distúrbio, que seria → Pco2esperado= 1,5 x HCO3 + 8 +- 2. Portanto, quando avaliamos se o distúrbio é compensado ou não precisamos pegar o valor do bicarbonato e ver o respectivo pCO2. • Caso o pCO2 esteja mais baixo temos um distúrbio associado . • Caso o pCO2 esteja mais alto ou normal significa que o corpo ainda está em compensação, tentando equilibrar o pH no sangue. ❖ O que diferencia a acidose metabólica da alcalose é porque o pCO2 baixo não leva a um pH ácido, então a causa do pH ácido é o bicarbonato. O pCO2 baixo só está tentando controlar esse distúrbio, aumentando o pH. ALCALOSE METABÓLICA COMPENSADA ❖ Nesse caso temos um pH básico por um CO2 muito alto. Isso acontece em indivíduos que hiperventilou, teve distúrbios na ventilação-perfusão. Com o passar do tempo o rim tenta reabsorver o bicarbonato nos túbulos renais, e por conta disso, esse bicarbonato sai alterado na gasometria. A formula pco2 esperado= HCO3 + 15 +- 2. Para essa equação substituímos o valor de co2 e vemos se bate com o esperado de bicarbonato. ACIDOSE RESPIRATÓRIA COMPENSADA ❖ Nesse caso o pCO2 alterou o pH e o rim tentou compensar, sendo de forma aguda ou crônica, ❖ Se essa situação ocorre de forma aguda, em questão de minutos temos um limite de compensação calculado por uma formula: Aguda: + 1 HCO3 para 10 pCO2 (acima de 40). Nesse caso estima-se que a cada elevação acima do normal de pCO2 (40), temos um acréscimo de 1 ponto de bicarbonato. • Exemplo: se o normal do pCO2 é 40, e elevarmos para 50, o bicarbonato estaria por volta de 7. ❖ Quando ocorre uma situação crônica, temos maiores alterações do bicarbonato. Podemos ter alterações de até 4 pontos de bicarbonato para 10 de pCO2, que pode ser calculado por uma fórmula: crônico: +4 HCO3 para 10 pCO2 (acima de 40). ❖ O bicarbonato ele tende a controlar o pH, não é ele que causa o distúrbio. O CO2 alto eleva o pH, mas o bicarbonato alto não vai elevar o pH, so vai controlar ALCALOSE RESPIRATÓRIA COMPENSADA ❖ Agudo: -2 HCO3 para 10 pCO2 (Abaixo de 40), ou seja, nos distúrbios agudos o bicarbonato cai dois pontos para cada 10 de redução no pCO2 abaixo de 40. Ocorre em questão de minutos. ❖ Crônico: - 5 HCO3 para 10 pCO2 (abaixo de 40), ocorre no decorrer de horas a dias. AVALIAR BICARBONATO E PCO2: DISTÚRBIOS MISTOS ACIDOSE MISTA ❖ Ocorre quando temos a soma de dois distúrbios dentro da mesma gasometria ❖ 𝑂2 + 𝐻 + ↔ 𝐻𝑏𝐻 + + 𝑂2 ❖ O bicarbonato baixo levaria o organismo a uma acidose metabólica; se o sistema tampão tentasse controlar o pH teríamos um pCO2 baixo, mas o pCO2 do organismo acima está alto. ❖ Distúrbio de acidose metabólica juntamente com um distúrbio de acidose respiratória. pH ácido (<7,35);HCO3- baixo (<22); pCO2 alto (>45) pH básico (>7,45), HCO3- alto (35) e pCO2 alto (50) pH ácido (<7,35), pCO2 alto (50) e HCO3- alto (28). pH básico (>7,45); pCO2 baixo (30); HCO3- baixo (19) pH ácido (<7,35); HCO3 – baixo (15); pCO2 baixo (30) 6 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 ❖ Exemplo: existe uma acidose metabólica, como problema renal e vai para a ventilação mecânica, ajusta o ventilador de forma que ele passa a reter CO2. Levando o indivíduo aos 2 distúrbios. ALCALOSE MISTA ❖ O pH básico e o bicarbonato alto justificaria o pH com o pCO2 baixo levaria o pH a sua forma básica. ❖ É como se dentro da gasometria houvesse um distúrbio de alcalose metabólica somado a um distúrbio de acidose metabólica. AVALIAR BICARBONATO E PCO2: DISTÚRBIOS MISTOS EM DIREÇÕES OPOSTAS ❖ Lembrar que nem sempre que o pH está normal a gasometria está normal. ❖ Podemos ter situações em que há um bicarbonato alterado, baixo, podendo causar acidose. Mas, por outro lado pode haver um distúrbio causado artificialmente levando a um pCO2 muito baixo, além do que se esperaria no limite do sistema tampão. ACIDOSE METABÓLICA + ALCALOSE RESPIRATÓRIA ❖ No pH de 10 deveríamos ter um pCO2 de 23, mas está muito mais baixo que o sistema tampão. Nessa situação podemos pensar em uma doença que cause uma alcalose respiratória que compensa o pH. ❖ pCO2 alterado = 1,5 x HCO3 + 8 +- 2❖ Crônica: -5 HCO3 para 10 Pco2 ACIDOSE RESPIRATÓRIA E ALCALOSE METABÓLICA ❖ Isso pode acontecer em episódios nos quais há um início com problema no sistema respiratório, O indivíduo começa a reter muito CO2, fez 70 de CO2. Esperava-se que o bicarbonato compensaria, entretanto há um outro distúrbio em outra direção que leva ao controle de pH, mas não se tratando se uma situação normal. ❖ Crônica: + 4 HCO3 para 10 pCO2 ❖ pCO2 esperado = HCO3 + 15 +-2 DIAGNÓSTICO HEMOGASOMETRIA INTERPRETAÇÃO: CLASSIFICAR DISTÚRBIO ❖ Acidose metabólica (mais comum e mais importante) ❖ Acidose respiratória ❖ Alcalose metabólica ❖ Alcalose respiratória ❖ Distúrbios mistos TREINAMENTO ❖ Anamnese: você é o interno do plantão cirúrgico e esta responsável pelo atendimento de um paciente de 23 anos que sofreu um grave ferimento acidental por motosserra no membro inferior direito. Acompanhantes relatam grande volume de sangue visto na cena. ❖ Exame físico: taquicardia, taquipneia, hipotensão, pulsos finos, palidez cutânea, confusão mental. ❖ Qual distúrbio? (𝐻2𝑂 + 𝐶𝑂2 ↔ 𝐻𝐶𝑂3 − +𝐻 +). ❖ O paciente tem acidose metabólica, pois ele tem um ph abaixo do esperado, com bicarbonato baixo, que causa acidose, e o pco2 está abaixo porque está tentando regular o hco3. O pco2 não justifica o ph ácido , pois para o ph ácido ele deve estar aumentando, não diminuído. Se o pco2 está diminuído ele apenas está tentando regular o hco3. ❖ Seguindo a fórmula de Pco2 esperado = 1,5 x HCO3 + 8 +-2 vemos que o paciente está compensado. ❖ Indivíduo chocado tende a ter um lactato elevado por fazer mecanismo anaeróbio, e o lactato, por ser um ácido eleva a acidose ânimo gap elevado por conta de um acúmulo de ácido novo. ❖ No caos de uma acidose metabólica nunca deve ser tratado o distúrbio, ele deve ser investigado e buscar a sua causa. Se tratarmos a causa conseguimos reverter o distúrbio. ❖ Exceto em situações muito extremas de risco a vida pela própria acidose quando o pH está a abaixo de 7,1 faz a reposição empírica de bicarbonato. pH básico (>7,45);HCO3- alto (>26); pCO2 baixo (<35) pH normal (7,35-7,45);HCO3- baixo (10); pCO2 baixo (15) pH normal (7,35-7,45); pCO2 alto (70); HCO3- alto (35); pH: 7,27 pO2: 87 pCO2:29 SO2: 95% HCO3: 14 Valores base: pH: 7,35-7,45 pCO2:35-45 HCO3: 22-26 7 Priscila Hipólito | T 16 Cirurgia | Teórica | Aula 08 ❖ Pode ser feita a reposição volêmica para que o individuo passe a transportar oxigênio, saia da via anaeróbia e consiga melhorar o distúrbio. SUBCLASSIFICAÇÃO DA ACIDOSE ❖ De um lado se colocarmos todos os íons em uma balança o principal íon positivo é o sódio na+ e o negativo o cl-. ❖ Em segundo lugar fica o bicarbonato, mas existem vários outros íons em pequenas concentrações no nosso sangue. Esses íons somados, podendo ser também chamados de não mensurados, sempre se equilibram. ❖ Todos os cátions não mensurados não são necessariamente iguais aos ânions não mensurados, por isso sempre existe uma diferença entre os cátions não mensurados e os ânions não mensurados. ❖ Esse intervalo chamamos de ânion gap representa a diferença no gráfico da direita. ❖ Com o ânion gap podemos usar uma fórmula, que, quando colocado na tabela o quadrado roxo se iguala ao vermelho no gráfico C (Na = AG + Cl + HCO3), levando a concentração de sódio a ser igual ao bicarbonato, ânion gap e cloro. ❖ O intervalo iônico tem um significado quando distúrbios eletrolíticos é estudado, ele pode variar de 8-12 mEq/L ACIDOSE METABÓLICA ❖ Temos 2 fatores que geram a acidose metabólica: a geração de ácidos e a perda de bicarbonato na urina. GERAÇÃO DE ÁCIDOS ❖ Se temos a geração e um ácido novo a acidose é classificada como ânion gap elevado. ❖ Produção endógena: lactato, cetoacidos e uremia. ❖ Intoxicações: AAS e metanol. PERDA DE BICARBONATO NA URINA ❖ É classificado com ânion gap normal ou hiperclorêmica, uma vez que há um aumento relativo do cloro para tentar compensar a equação. ❖ Pacientes com insuficiência renal e com perda digestiva de ácido. ❖ Portanto, através da gasometria e de exames laboratoriais muito simples conseguimos dar o diagnostico de acidose e classificá-la de forma muito simples.
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