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TRABALHO DIREITO COMERCIAL II - 2B

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DBL – D7NA
1 – SOCIEDADE SIMPLES PURA E A SOCIEDADE SIMPLES LIMITADA
A sociedade (de natureza) simples pode adotar alguns tipos empresários (limitada, em nome coletivo e comandita simples) e, não o fazendo, seguirá as normas que lhe são próprias (arts. 997 a 1038 do Código Civil), quando, então, será conhecida como SOCIEDADE SIMPLES PURA (ou sociedade simples ou sociedade simples propriamente dita). Em outras palavras, a sociedade simples pura é aquela que, tendo natureza simples, não adota nenhum dos tipos societários empresários possíveis, acima mencionados, regendo-se pelas regras do Código Civil.
Atualmente, de maneira diferente do antigo regime, o tipo societário das Limitadas aproximou-se de algumas regras das Sociedades Anônimas e, portanto, ficou destinado às sociedades de maior porte, tendo em vista que requer maiores cuidados, aumentam as obrigações legalmente impostas, as responsabilidades e provoca um acréscimo substancial das despesas. Como solução, nasceu no atual código um tipo societário denominado de Simples, que ao contrario da Limitada, atinge o interesse das sociedades que não querem ou não podem demandar maiores recursos para a sua criação e funcionamento. A sociedade de natureza Simples encontra-se prevista nos artigos 982 e 983 do Código Civil, e os tipos societários mais comumente usados por estas sociedades são: Sociedade Limitada (artigos 1.052 a 1.087 do Cc) ou sociedade Simples em sua forma típica (artigos 997 a 1.038 do CC).
Para evitar a fatal repetição, a sociedade de natureza Simples e de tipo Simples, ou seja, sociedade Simples Simples, passou a ser chamada mais comumente pelo nome de Simples Pura.
A Sociedade Simples Limitada, tem, como o próprio nome diz, a responsabilidade limitado dos sócios. Essa sociedade não é passível de falência e não tem a obrigatoriedade de se adequar às novas realidades contábeis, próprias das sociedades empresárias, e que terão repercussões fiscais, pois modificam conceitos como depreciação e controle de estoque, que irão afetar as escriturações e apuração de resultados.
Na Sociedade Limitada é obrigatório na denominação designar o objeto. Tem que ter no nome, obrigatoriamente, o objeto da expressão limitada ou ltda. Há o risco da responsabilidade solidária de todos os sócios, pelo período de 5 anos, se o capital de um deles for incorretamente estimado, o que torna aconselhável, seguindo o modelo do art. 8º da Lei 6.404/76, providenciar a avaliação dos bens por três peritos ou por sociedade especializada.
Na Sociedade Limitada, é possível apenas ter sócio de serviços, o qual, mesmo não tendo quotas, pode limitar sua responsabilidade. Somente pode ocorrer o aumento de capital se todas as quotas estiverem integralizadas e só pode ocorrer a redução do capital se ficar caracterizado que ele é excessivo em relação ao objeto, mesmo assim, sendo necessário deliberar diminuição em reunião ou assembleia, o que, dependendo do contrato, pode demandar uma convocação por, no mínimo, três vezes em Diário Oficial do Estado, jornal de grande circulação e cumprindo os prazos legais. Após a deliberação, publicar no diário oficial do estado e em jornal, aguardar 90 dias, reformular o contrato social e levar toda documentação para registro junto ao Registro Civil de Pessoas Jurídicas.
Os casos de perdas irreparáveis e saída de sócios, não são propriamente uma deliberação de redução, pois, no primeiro trata-se de adequação contábil diante de capital corroído por prejuízos da sociedade e no segundo, o sócio se retira levando o que lhe pertence.
A Sociedade Limitada deverá registrar todos os seus livros de administração, de reunião e do conselho fiscal (caso a sociedade tenha este órgão), uma vez que se tratam de livros obrigatórios. Outra requisito dessa sociedade é que nos quatro meses seguintes ao termino do exercício social a administração terá que apresentar em reunião (regularmente convocada), inventário, balanço patrimonial e demonstrações de resultados, o que deverá estar disponível até 30 dias antes da reunião, com prova escrita do recebimento dos sócios que não exerçam a administração.
As deliberações que venham a infringir o contrato ou lei, tornam ilimitada a responsabilidade de quem aprovar, devendo-se, portanto, ter cuidado com relação a grande quantidade de normas legais e contratuais próprias das Limitadas.
Em relação à dissolução da Sociedade Simples Limitada, ela ocorre com votos de no mínimo 75% do capital.
A Sociedade Simples assume na legislação brasileira um papel relevante, posto que as disposições que a regem funcionam, com relação aos demais tipos societários, como legislação subsidiária. Além disso, considerando que a Sociedade Limitada, com vigência do novo Código Civil, tornar-se-á mais complexa e menos flexível, a tendência, no que concerne aos pequenos negócios, será a adoção da forma típica da Sociedade Simples.
A Sociedade Simples (Pura) também não é passível de falência e não tem a obrigatoriedade de se adequar às novas realidades contábeis, presentes nos artigos 1.179 a 1.195, próprias das sociedades empresárias.
Em relação à constituição da Sociedade Pura, há uma maior simplicidade na elaboração do contrato, com menor possibilidade de erros, omissões ou colocação de clausulas e disposições impróprias e, até desnecessárias. Na sua denominação, é recomendável se designar o objeto, que compreenderá qualquer atividade que se enquadre no conceito de pequeno negócio, a ser definido em lei.
Nesse tipo de sociedade, a responsabilidade é limitada ao patrimônio social e não ao capital. Verifica-se no artigo 997, inciso VIII, disposição semelhante a que é aplicada as associações no artigo 46, inciso V do Código Civil. Os atos constitutivos, que terão natureza contratual, exigem instrumento escrito, que poderá revestir a forma pública ou particular, no qual serão declaradas as condições e características básicas da sociedade.
Na Sociedade Simples Pura, assim como ocorre nas associações, os sócios vão informar no contrato se eles respondem ou não subsidiariamente pelas dívidas sociais.[6] Cria-se com isto uma flexibilidade que vem a atender o interesse de sociedades que estão proibidas, pelo seu órgão fiscalizador, de terem responsabilidade limitada e dos sócios que, mesmo cansados pelo regime de comunhão universal, quiserem constituir uma sociedade.
Esse é o único tipo societário que aceita sócio de serviço, admitindo na mesma sociedade, sócios que sejam casados, entre si, ainda que pelo regime da comunhão universal de bens ou pelo regime de separação obrigatória.
Ela não está sujeita, para efeito de tomada de decisões sociais, à realização de reuniões e, muito menos, ao formalismo das assembleias, como ocorre, na Sociedade Limitada, particularmente quando essa for composta por mais de 10 (dez) sócios, com todas as suas regras de convocação e quoruns de instalação e deliberação. Por via de consequência, a Sociedade Simples Pura não esta obrigada a manter livros de atas de reuniões ou assembleias, indispensáveis para a sociedade limitada. Vide artigos 1062, 1067 e 1075 do CC)
Sua contabilidade é mais simplificada, não estando obrigada, como acontece com a Limitada, a um sistema de escrituração contábil contendo regras bastantes estritas, que, pelas repercussões fiscais que ensejam, representam individuosos ônus para seus destinatário.
No tocante à tomada de contas dos administradores, segue um rito menos formal do que aquele previsto para a sociedade limitada.
A responsabilidade dos sócios pode ser limitada ou ilimitada, dependendo do que declarem no contrato social. Se nos termos do inciso VIII do artigo 997 da lei nº 10.406/02, mencionarem que não respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais, a responsabilidade deles será limitada. Caso contrario, em indicando que respondem subsidiariamente pelas obrigações sociais, terão responsabilidade ilimitada, podendo-se afirmar que o regime da responsabilidade dos sócios, na Sociedade Simples Pura, é uma prerrogativa daqueles, a ser definida no contrato social, nãosendo obrigatória a adoção da responsabilidade subsidiária e, muito menos, em nenhuma situação, a menos que desejem, da responsabilidade solidária, diferentemente do que ocorre em relação à sociedade limitada. Vide artigo 1052 e o parágrafo 1º do artigo 1055CC.
O mesmo se observa para a redução do capital, já que o Código não impõe regras relativamente à Sociedade Simples Pura. Entretanto, a lei traça regras destinadas à Sociedade Limitada. Assim, a redução de capital nesta sociedade só poderá ser deliberada se ficar caracterizado ter havido perdas irreparáveis após a integralização do capital ou ser ele excessivo em relação ao objeto social.
O quórum necessário para a decisão de dissolução de uma Sociedade Simples Pura, de acordo com o artigo 1033 do CC, dá-se por consenso unânime dos sócios ou por maioria absoluta, com votos de 50% mais 1 do capital, caso a sociedade seja constituída por prazo indeterminado.
A Sociedade Simples Puta, por ter natureza simples, isto é, não empresaria, não ocorre risco, sob o ponto de vista tributário, de perder isenção fiscal, especialmente em relação à Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (COFINS) e ao Imposto sobre Serviço (ISS).
Diante de tantos benefícios, é de se concluir que a Sociedade Simples Pura é um novo tipo societário que merece ser descoberto e utilizado, pois, sobretudo, proporcionará vantagens aos sócios de uma economia de tempo e dinheiro e aos contadores e administradores, uma redução de responsabilidades.
2 – SOCIEDADES COOPERATIVAS
Todas as Sociedades Cooperativas são uma espécie de sociedade simples, mas mesmo o código civil dizendo que as Sociedade Simples não são sociedades empresariais, por possuírem em seu objeto social exercício de atividade intelectual de natureza, artística, cientifica e literária.
A Sociedade Simples embora não sejam sociedades empresárias devido ao dispositivo legal previsto no Código Civil elas possuem sim como objetivo o lucro. Já as Sociedade Cooperativas mesmo sendo classificadas como sociedades simples elas não devem objetivar o lucro, na verdade elas devem ter por alvo o proveito comum dos cooperados.
Alguns autores chegam a afirmar que as sociedades cooperativas são um tipo hibrido de sociedades que mistura conceitos da sociedade simples com alguns conceitos aplicados as associações. No entanto isso não é pacificado e, portanto, não é cobrado em concursos públicos.
Quando cada pessoa se torna cooperado de uma cooperativa o intuito é buscar bens e capital com a intenção de favorecer todos os outros cooperados e não somente um ou outro. Eles se reúnem nas cooperativas para eliminar atravessadores de serviços e produtos reduzindo assim custos para os cooperados.
O Cooperado é trabalhador da cooperativa e, simultaneamente, clientes da cooperativas. Há várias espécies de cooperativas como cooperativa de crédito, de consumo, de habitação, agropecuária, entre outras. É por meio dessas que os cooperados em conjunto ganham.
Assim as cooperativas possuem alguns objetivos peculiares, vejamos:
1. Solidariedade: As cooperativas trabalham visando o bem comum entre elas e entre os cooperados;
2. Democracia máxima: os cooperados empenham-se no desempenho da cooperativa e, portanto, o cálculo de votos é feito por “cabeça” dando direitos a todos é não pelo capital social que o cooperado aportou, como ocorre com as outras espécies de sociedades;
3. Cooperados participam das sobras adquiridas pela cooperativa na proporção do trabalho de cada um: não é  o capital social que define o percentual de lucro de cada um na cooperativa e essa nem mesmo necessariamente precisa de capital social.
O artigo 1.094 do Código Civil determina uma série de características que as cooperativas devem ter, vejamos:
Art. 1.094. São características da sociedade cooperativa:
I – variabilidade, ou dispensa do capital social;
II – concurso de sócios em número mínimo necessário a compor a administração da sociedade, sem limitação de número máximo;
III – limitação do valor da soma de quotas do capital socialque cada sócio poderá tomar;
IV – intransferibilidade das quotas do capital a terceirosestranhos à sociedade, ainda que por herança;
V – quorum, para a assembléia geral funcionar e deliberar, fundado no número de sócios presentes à reunião, e não no capital social representado;
VI – direito de cada sócio a um só voto nas deliberações, tenha ou não capital a sociedade, e qualquer que seja o valor de sua participação;
VII – distribuição dos resultados, proporcionalmente ao valor das operações efetuadas pelo sócio com a sociedade, podendo ser atribuído juro fixo ao capital realizado;
VIII – indivisibilidade do fundo de reserva entre os sócios, ainda que em caso de dissolução da sociedade.
A Sociedade Cooperativa é uma Sociedade de Pessoas e nunca será, por qualquer que seja seu objetivo social, uma Sociedade de Capital. Ressalta-se com explanação do inciso VIII do artigo acima destacado que quando a sociedade constitui uma reserva e tem que direcionar parte a alguns fundos obrigatórios. O restante será distribuído aos seus cooperados, sempre na proporção dos seus trabalhos.
As Cooperativas possuem ainda como disciplina legal a Lei 5.764 de 1971 e o artigo 3º desta caracteriza a cooperativa como:
Art. 3° Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo de lucro.
Veja que embora a Cooperativa almeje uma atividade econômica com finalidade de circular bens ou serviços no mercado e com objetivo final o fim comum, pois os cooperados possuem prioridade e os lucros sempre serão distribuídos entre eles.
Segunda a mesma lei sobre cooperativas são classificadas segundo seu objeto como cooperativa de consumo, de crédito ou de habitação ou até mista (caso tenha mais de um objeto). Há ainda a classificação dessas quanto  aos cooperados temos:
1. Cooperativa singular constituída por no mínimo 20 pessoas, sendo nela admitida excepcionalmente uma pessoa jurídica, que não visa lucro e tenha a mesma atividade das pessoas.
2. Cooperativas Centrais ou federações de cooperativas que tem, no mínimo, 3 cooperativas singulares e podem ter, excepcionalmente   associados individuais.
3. Confederação de Cooperativas  que é constituída de 3 federações centrais que tenham o mesmo ou diferentes objetos sociais.
Destaca-se que embora as Cooperativas sejam classificadas como Sociedades Simples pelo Código Civil ela é muito diferente desta última pois não pode ter fim lucrativo, possui como princípio a mutualidade e por isso todos os cooperados trabalham pelo bem dessas cooperativas.
Sendo a cooperativa uma espécie de Sociedade Simples, portanto com registro de seus atos constitutivo no Cartório de Registro Civil de Pessoas Jurídicas e não na Junta Comercial como ocorre com as sociedades empresariais.

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