Buscar

Necrose: Morte Celular e Tecidual

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 16 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Necrose 
Introdução 
 
• A célula normal pode sofrer uma 
adaptação celular (hipertrofia, atrofia, 
hiperplasia, metaplasia) ou uma lesão 
celular, dependendo do estímulo que 
chega nela; 
 Ex: 
 1: uma isquemia é resultante da menor 
chegada de sangue em uma região, sendo 
esse um stress. A célula pode tentar, no 
início, diminuir seu tamanho para sua 
maquinaria funcionar menos diante do 
suporte que ela tem; 
 2: no coração, em caso de defeito da 
valva aórtica, fazendo com que a pressão 
do VE fique maior, esse ventrículo vai 
hipertrofiar por ter que realizar uma maior 
força para bombear o sangue para o corpo, 
resultando em uma hipetrofia celular; 
 3: a metaplasia na traqueia resultante 
dos cigarros, em que o epitélio 
pseudoestratificado vira um pavimentoso 
estratificado; 
 4: no esôfago de Barret o epitélio 
pavimentoso vira epitélio colunar com 
células caliciformes pelo processo de 
metaplasia; 
• Apenas as células com capacidade de 
divisão podem sofrer hiperplasia e, por 
isso, os miocardiócitos sofrem apenas 
hipertrofia; 
• A célula quando sofre uma lesão celular, 
geralmente, tem como primeira resposta a 
degeneração hidrópica. Tem momentos 
que a célula é exposta a tanto stress que ela 
não consegue mais se adaptar, por ser uma 
lesão muito nociva, sendo perceptível a 
degeneração hidrópica com entrada de 
água no seu interior pela falência da bomba 
de sódio e potássio; 
• A lesão celular pode ser reversível, em 
que com a retirada do estímulo a célula 
volta ao seu estado normal, ou 
irreversível, resultando na morte celular 
(apoptose ou necrose); 
• A diferença básica entre a necrose e a 
apoptose é que: 
 - Na necrose ocorre o rompimento da 
membrana celular, fazendo com que haja o 
extravasamento do conteúdo celular 
desencadeando um processo inflamatório 
proeminente. Há uma falha dos 
componentes da integridade da membrana, 
resultando em seu rompimento; 
 - Enquanto isso, na apoptose, não tem 
essa perda de integridade e é uma morte 
programada, ocorrendo através da 
fragmentação da célula, formando os 
corpos apopóticos que são fagocitados 
pelos macrófagos, sendo resultado de vias 
com ação das caspases; 
• Embora não exista qualquer ponto de 
corte bem estabelecido no qual as 
adaptações celulares falhem e a lesão 
celular se torne irreversível, os 
mecanismos moleculares envolvidos na 
lesão celular e as alterações celulares 
histologicamente detectáveis associadas 
estão bem definidas; 
• Para acontecer a morte da célula, deve 
ocorrer a falha de uma das 4 vias 
principais, que estão todas interligadas e, 
se uma falha, todas também falham. As 
vias são: 
Marianne Barone (15A) Disciplina – Prof. Marianne Barone (15A) Anatomia Patológica I – Prof. Fernanda Giudice 
 - Respiração aeróbia, fosforilação 
oxidativa mitocondrial e produção de ATP; 
 - Síntese proteica; 
 - Manutenção da integridade da 
membrana celular; 
 - Manutenção da integridade do genoma 
(incluindo a replicação e o reparo do 
DNA). 
 Ex: um paciente sofreu um acidente que 
levou a um traumatismo e queda da 
pressão, com consequente queda na 
perfusão. A redução da perfusão dos 
túbulos renais leva a uma isquemia local, 
que dependem do metabolismo oxidativo e 
da síntese de ATP. 
 * A falta da síntese de ATP leva a uma 
falha da bomba de sódio e potássio, 
resultando em uma lesão celular que é 
representado pela degeneração hidrópica, 
em que ocorre um influxo de sódio e água 
para o interior das células epiteliais 
tubulares, causando um edema celular, que 
é reversível com a rápida restauração da 
perfusão e, assim, mantém o citoesqueleto 
intacto; 
 * A manutenção dessa isquemia resulta 
em uma lesão irreversível, sendo notado 
pela perda ou lesão do núcleo, que é o 
primeiro sinal de irreversibilidade. Há uma 
diminuição de número ou de tamanho dos 
núcleos. 
 
Definições 
• Necrose é a morte de parte de um 
organismo vivo; 
• Ela pode atingir células isoladas, áreas de 
um tecido ou órgãos inteiros; 
• O tecido necrótico é um tecido morto; 
• A necrose, portanto, é a morte celular e 
tecidual em um organismo viável, em 
consequência a uma lesão “acidental” à 
célula; 
 Ex: isquemia, agressões ambientais 
(calor, frio ou forças físicas) e destruição 
da membrana celular por agentes químicos 
ou biológicos 
• Essa lesão acidental é associada à perda 
da integridade da membrana e ao 
extravasamento dos conteúdos, levando a 
dissolução celular; 
• As células são dissolvidas pela ação 
degradativa das enzimas dessa célula que 
foi lesada de forma letal, sendo que, as 
enzimas são derivadas dos próprios 
lisossomos das células que estão morrendo 
(por haver, também, o rompimento das 
membranas lisossomais), mas também dos 
lisossomos de leucócitos que são 
recrutados como parte da reação 
inflamatória às células mortas; 
• A autólise é a degradação da célula pelas 
suas próprias enzimas. A heterólise é o 
resultado da atuação desses leucócitos que 
chegam à região; 
• O extravasamento de conteúdos celulares 
para o ambiente tecidual dispara múltiplos 
sistemas de detecção de padrão molecular 
associado ao perigo, também conhecido 
por DAMP; 
• As células vão ativar os receptores de 
reconhecimento de padrão (PRR), sendo 
que, assim que esses receptores são 
ativados o DAMP também é. Esse sistema 
está relacionado com o entendimento por 
parte do tecido de que há um perigo/ 
alteração, gerando uma inflamação; 
• Os conteúdos celulares que escapam 
sempre iniciam uma reação local e 
inflamatória no hospedeiro, com o intuito 
de eliminar as células mortas e iniciar o 
processo de reparo subsequente; 
• O processo de necrose é sempre 
patológico, gerando uma reação 
imunológica que sempre resulta em um 
processo inflamatório, que tem sempre 
início pelos neutrófilos polimorfo 
nucleares. 
 
Conceitos 
• Autólise: é a digestão de um tecido 
morto por suas próprias enzimas, conceito 
que vale tanto para um tecido necrótico 
num organismo vivo como para a 
decomposição do organismo após a morte; 
• Heterólise: é a digestão das células 
necróticas por enzimas derivadas dos 
leucócitos e a desnaturação proteica; 
• Necrose: é o evento da parada de 
funcionamento da célula como máquina 
organizada; 
• Necrofanerose: trata-se do aparecimento 
das características morfológicas da necrose 
no tecido (ou seja, picnose nuclear, 
eosinofilia do citoplasma). O tempo para 
necrofanerose varia com o tipo de tecido, 
temperatura, circunstâncias metabólicas e o 
método de observação empregado; 
 - Microscópio óptico: o tempo para 
necrofanerose é tipicamente de 6 horas; 
 - Microscópio eletrônico: as alterações 
irreversíveis (ruptura da membrana celular, 
degeneração das mitocôndrias), são 
demonstráveis já minutos após a necrose. 
 
Apoptose x 
Necrose 
• Apoptose: trata-se do processo de morte 
celular programada; 
 - Ele é iniciado por gatilhos moleculares 
específicos, tratando-se de receptores 
específicos na membrana da célula que, 
quando ativados, uma cascata relacionada 
a caspase é ativada, resultando na 
apoptose; 
 - O desencadeamento da apoptose resulta 
em um modo distinto de morte celular, 
sendo concebido com a intenção de 
minimizar a resposta do hospedeiro 
através da fragmentação da célula sem o 
rompimento da membrana; 
• Existem situações que podem ocorre a 
apoptose e a necrose ao mesmo tempo; 
• Piroptose: existem microrganismos que 
podem ativar a proteína relacionada a 
caspase 1, que quando ativada resulta na 
ativação da apoptose. Ao mesmo tempo 
em que isso ocorre, esses microrganismos 
podem levar a edema celular, lise e, com 
isso, reação inflamatória. Ocorre com o 
início da apoptose seguido pela necrose; 
• Necroptose: alguns microrganismos, 
como o vírus do HIV, podem ativar esse 
processo. Ocorre a ativação de receptor por 
citocinas liberadas pelo vírus e outras 
características que lembram a necrose. 
 
Mecanismos 
moleculares 
• Uma obstrução ou cessaçãodo fluxo 
sanguíneo como estímulo nocivo gera uma 
isquemia. A isquemia, primeiramente, leva 
a uma lesão aos componentes das 
mitocôndrias, na cadeia do transporte dos 
elétrons, fazendo com que haja uma 
diminuição na síntese de ATP, resultando 
na alteração de 3 principais vias; 
• A diminuição da quantidade de ATP 
afeta o funcionamento da bomba de sódio e 
potássio, diminuindo sua atividade. Com 
isso, ocorre o aumento da concentração de 
sódio intracelular e potássio extracelular, 
além do aumento da concentração, 
também, de cálcio no interior da célula; 
 - Como consequência, há um aumento da 
concentração de líquido no meio 
intracelular, levando a um edema celular 
agudo, ou seja, a degeneração hidrópica; 
 - A entrada de água não fica apenas no 
citoplasma, mas no interior das organelas. 
Ocorre a entrada do líquido no interior do 
retículo endoplasmático, que é dilatado e 
termina por separar seus ribossomos, 
causando uma diminuição na síntese 
proteica (está relacionada com as 4 vias 
principais da célula). A alteração nessa 
síntese altera a manutenção da integridade 
de membrana e do genoma; 
• A queda de ATP afeta, também, a bomba 
de cálcio, resultando o aumento da 
quantidade de cálcio intracelular pela 
diminuição da atividade dessa bomba; 
 - O aumento de cálcio dentro da célula há 
uma ativação da proteína chamada de 
calpaina, que está relacionada com a 
destruição das membranas dos lisossomos, 
liberando caltepsinas; 
 - A caltepsina é responsável por realizar a 
lise celular; 
 - A calpaina, por ativação de fosfolipase-
A2, faz com que ocorra a perda de 
fosfolipídios, afetando a estabilidade das 
membranas de organelas e celular; 
 - Então, é causada uma autólise por 
aumento da liberação de enzimas 
lisossomais (hidrolases); 
• Níveis excessivos de cálcio alteram as 
mitocôndrias, causando uma lesão pelo 
processo chamado de transição de 
permeabilidade mitocondrial. A 
membrana da mitocôndria passa a ter 
vários poros, que causam despolarização, 
desacoplamento de elétrons e falha na 
produção de ATP, além de edema e lise 
mitocondrial; 
• Por fim, a diminuição do ATP resulta 
num aumento da glicólise, que diminui a 
quantidade de glicogênio e aumenta a de 
lactato, resultando numa queda do pH, 
gerando espécies ativas de oxigênio que 
danificam a célula. O lactato está 
relacionado com o processo de glicólise; 
• As lesões reversíveis pela diminuição do 
ATP ocorrem por diminuição da bomba de 
sódio e potássio. As reações irreversíveis 
são aquelas com o aumento de glicólise e 
diminuição da bomba de cálcio; 
• O cálcio e a glicólise têm papel 
importante na formação de lesões 
irreversíveis. O aumento de cálcio dentro 
da célula causa: 
 - Calpainas ativadas: = lise celular. Ela 
tem afinidade por lisossomos, causando 
sua destruição e, assim, liberação das 
catepsinas. As catepsinas que geram a lise 
celular; 
 - Fosfolipases-A2 ativadas: enzimas que 
estão relacionadas com a alteração dos 
fosfolipídios (parte das membranas) = lise 
celular; 
 - Transição de permeabilidade 
mitocondrial ativado = lise celular. 
→ Lesão de reperfusão: 
• Ocorre com células que são relativamente 
resistentes à lesão isquêmica sofrem lesão 
adicional e necrose após o reinício da 
perfusão (lesão por reperfusão); 
• Sempre que ocorre a diminuição da 
síntese de ATP é ativada a glicólise para 
produzir ao menos uma quantidade 
mínima; 
• O ATP residual (produzido por glicólise) 
à permite que as mitocôndrias danificadas 
mantenham a polarização e retornem a seu 
funcionamento com o reinício da perfusão; 
• O baixo pH intracelular resultante da 
glicólise estabiliza as mitocôndrias e 
retarda o processo denominado transição 
de permeabilidade mitocondrial; 
• Durante a reperfusão, tais mitocôndrias 
continuam a acumular Ca2+ e 
liberam quantidades significativamente 
elevadas de espécies reativas de 
oxigênio (ROS) no citoplasma, que pode 
danificar a célula; 
• O acúmulo de cálcio resulta no 
mecanismo de transição de permeabilidade 
mitocondrial, que lesa a membrana da 
mitocôndria e, estas, sempre que 
danificadas durante o processo de 
eliminação do oxigênio molecular, há uma 
perda de equilíbrio da eliminação do ROS 
que é normalmente produzido e degradado. 
Quando não tem essa degradação correta 
pois a mitocôndria está lesada ocorre um 
aumento de ROS, levando ao estresse 
oxidativo; 
 Ex: uma placa de ateroma que causou 
isquemia no coração. Os miocárdiócitos 
são células resistentes a isquemia, porém, 
elas podem sofrer os processos de 
diminuição de ATP. O processo de 
glicólise tende a produzir o ATP e ele é 
aumentado quando há uma necessidade de 
produzir energia para permitir que as 
mitocôndrias mantenham o processo e sua 
despolarização e retornem seu 
funcionamento com o retorno da 
reperfusão. As células mais resistentes ao 
processo de isquemia tentam retardar ao 
máximo possível a morte, com essas 
reações de glicólise e diminuição do pH 
intracelular 
 
• As espécies reativas de O2 causam dano 
ao DNA, causando um processo de 
necrose; 
• As mitocôndrias normais liberam o 
oxigênio molecular na forma de radicais 
livres e superóxidos, que sofrem reações e 
é transformado em peróxido de hidrogênio, 
liberando água e radical livre; 
• O bloqueio da cadeia respiratória pelo 
dano das mitocôndrias resulta no aumento 
da produção de ROS. O desequilíbrio 
desses mecanismos leva a um estresse 
oxidativo maior das células, levando a 
necrose por causar um dano no DNA; 
• Normalmente ocorre a produção de ROS, 
mas nessas condições de reperfusão a sua 
produção é aumentada e, assim, causa a 
necrose na célula. 
 
Características 
morfológicas 
• Características da lesão necrótica: 
 - Autólise: digestão de um tecido morto 
por suas próprias enzimas; 
 - Necrofanerose: aparecimento das 
características morfológicas no tecido; 
 - Picnose nuclear, eosinofilia do 
citoplasma, ruptura da membrana celular e 
degeneração das mitocôndrias. 
 
→ Alterações na membrana 
celular: 
• Formação de bolhas na superfície: 
ocorre por destacamento da membrana do 
citoesqueleto; 
• Ruptura da membrana celular: 
 - Enfraquecimento decorrente da redução 
da síntese proteica e alteração nos ácidos 
graxos dos fosfolipídios; 
 - Com a liberação do material 
intracelular, é formada uma massa 
indistinta eosinofilica homogênea, vista 
principalmente nas necroses de 
cascificação; 
• Junções intercelulares frouxas ou 
desaparecem: são junções que unem as 
células e, essa alteração, causam alterações 
estruturais da membrana. 
 
→ Alterações nas mitocôndrias: 
• Ocorre a condensação da matriz 
mitocondrial, resultante de uma deficiência 
de O2; 
• Tumefação mitocondrial: é a expansão 
da câmara interna por entrada de líquido, 
que leva a redução no número de cristas 
que acabam por serem achatadas até 
desaparecerem completamente (= 
cristólise); 
• A tumefação mitocondrial com a 
conservação da arquitetura das cristas é 
uma lesão reversível; 
• A perda das cristas e aparecimento de 
estruturas amorfas, sem poder ver 
delimitações ou cristas são indicativos de 
lesão irreversível. 
 
→ Alterações citoplasmáticas: 
• O citoplasma normal possui uma 
característica mais basofílica, tendendo a 
ser mais roxo; 
• Ocorre um aumento da acidofilia 
citoplasmática quando a célula está 
morrendo, fazendo com que a célula 
adquira uma coloração bem rosada (= mais 
eosinofilico). Há um desacoplamento 
ribossômico (diminuição de RNA no 
citosol), aumento de ácido lático no citosol 
e desnaturação de cadeias peptídicas com 
incremento de cargas negativas, conferindo 
esse aumento da acidofilia; 
• Granulação citoplasmática: ocorre pela 
tumefação e posterior ruptura de organelas, 
principalmente mitocôndrias e retículo 
endoplasmático liso; 
• Homogeneização citoplasmática: com a 
lise das organelas e coagulação das 
proteínas, forma-se uma massa opaca e 
acidófila, vista principalmente nas necroses 
coagulativas. 
 
→ Alterações nucleares: 
• Picnose: é a retração e adensamentodo 
núcleo (= compactação), com perda da 
individualidade dos grânulos de cromatina; 
• Cariorrexe: a fragmentação do núcleo 
picnótico; 
• Cariolise: observa-se uma coloração 
nuclear pálida e fraca. 
 
Tipos de necrose 
→ Necrose coagulativa: 
• Trata-se do tipo mais comum de necrose, 
podendo também ser chamada de necrose 
isquêmica; 
• É a necrose clássica que ocorre em 
situações de infarto, em que ela se instala 
após a interrupção do fluxo sanguíneo; 
• Ocorre quando a digestão/liquefação 
enzimática do tecido por autólise é 
retardada e a coagulação (desnaturação 
proteica) predomina. Esse processo de 
autólise é mais demorado, podendo-se 
observar as chamadas células fantasmas 
(ainda consegue ver o contorno da célula, 
mas não os núcleos que indica que a célula 
está morta). 
 
Infarto branco/anêmico/isquêmico: 
• Tem uma oclusão arterial, podendo ser 
ocasionada por um trombo ou êmbulo, 
causando uma hipóxia no território por 
falta de circulação; 
• É normal observar esse ocorrido em 
órgãos como rins, baço e coração por 
possuírem circulação terminal; 
• Características morfológicas: são as 
alterações da necrofanerose; 
 - 0–6h: sem alterações visíveis, mesmo à 
microscopia óptica; 
 - 6–12h: área pálida, pouco definida, com 
ou sem estrias hemorrágicas (resto de 
sangue x paredes vasculares lesadas pela 
anóxia); 
 - 12–24h: área pálida delimitada por halo 
hiperêmico (hemorrágico, cuneiforme, com 
forma de triângulo (cunha) de base voltada 
para a cápsula do órgão e vértice para o 
vaso ocluído). Ocorre vasodilatação com 
aumento do fluxo sanguíneo; 
 - 24–48h: área cuneiforme ou em mapa 
geográfico (circulação dupla não consegue 
ver a área cuneiforme); 
 - 2º–5º dias: halo branco acinzentado 
leucocitário (onde chega as células 
inflamatórias) internamente ao hiperêmico 
(aumento da dilatação onde tem a 
circulação), com deposição de fibrina na 
serosa capsular; 
 - 5º dia em diante: proliferação fibro e 
angioblástica (avermelhamento leve 
centrípeto com posterior cicatrização e 
retração cicatricial). 
Infarto vermelho/hemorrágico: 
• A área de necrose é invadida por 
hemácias, assim, se tem uma hemorragia 
no local; 
• Ocorre em órgãos como pulmão e fígado, 
que apresentam circulação do tipo dupla, 
ou seja, órgãos frouxos ou com irrigação 
dupla ou com rica circulação colateral; 
• Trata-se de uma necrose de coagulação 
(ou seja, tem-se uma isquemia no local) na 
presença de circulação residual (a partir de 
uma fonte alternativa), suficiente para 
demonstrar hemorragia tecidual maciça; 
• Tanto a oclusão arterial como a venosa 
podem causar infartos vermelhos; 
• Pode-se observar as mesmas alterações 
morfológicas que no infarto branco com a 
invasão de hemácias. 
 
Conclusão: 
• Macroscopicamente, é possível ver a 
região necrótica com uma coloração de 
amarelo pálido, sem brilho e com limites 
mais ou menos precisos de forma irregular 
ou triangular, dependendo do órgão 
atingido e do tipo de circulação. A 
circulação do tipo terminal tem forma em 
cunha, com ângulo voltado para o centro 
do órgão (= para o vaso ocluído). A 
circulação do tipo dupla ou colateral tem 
forma irregular; 
 Ex: rim 
 
• Microscopicamente, pode-se observar a 
preservação do contorno básico da célula 
coagulada por pelo menos alguns dias, 
com aumento da acidofilia intracelular que 
desnatura as proteínas estruturais e 
enzimáticas e acelera a proteólise da 
célula. 
 Ex: 
 1: a maioria dos infartos resultam em 
necrose por isquemia. Geralmente à parada 
completa da circulação sanguínea nos 
capilares da área necrótica à impede a 
chegada de células fagocitárias – 
miocárdio, do rim, do baço - exceção é o 
cérebro; 
 2: em tumores de crescimento muito 
rápido, superando a capacidade de 
suprimento pelos vasos do próprio tumor; 
 3: lesões intensas por agentes físicos 
(ex: queimaduras graves) ou químicos 
(ácidos e bases fortes) 
 4: necrose caseosa; 
 5: gangrena; 
 6: esteatonecrose. 
• Na imagem é possível ver que, mesmo 
em menor aumento, há uma anormalidade 
na região do rim. Na área 1 (células 
fantasmas) a coloração está bem diferente 
e mais rosada, já que na necrose (não 
chega mais suprimento) a região fica mais 
eosinofílica (mais rosa), então, tem a morte 
celular. Na área 2 (mais basofílica), ela 
está mais escura pois há uma liberação dos 
conteúdos celulares (vasodilatação que 
causa uma congestão pela maior chegada 
de sangue, junto do infiltrado inflamatório) 
com a sua morte, instigando um processo 
inflamatório que escurece a região; 
 
• Célula fantasma: são células que não 
consegue visualizar o núcleo por estarem 
mortas, mas não foram totalmente 
ilimitadas. O infiltrado inflamatório está 
“chegando” para eliminar a célula, sendo 
seguido por macrófagos que realizam a 
fagocitose; 
• Tem-se na imagem seguinte o rim, 
podendo ser identificado pelos glomérulos. 
Nele, os túbulos estão com suas células 
que revestem a sua luz mortas (não tem 
núcleos), caracterizando a necrose 
coagulativa; 
 
• Diagnóstico do órgão (qual órgão que 
é?): rim; 
• Lesão celular: necrose do túbulo (o 
núcleo está em cariólise). As células 
viáveis tendem a se multiplicarem e 
causarem uma “descamação” das células 
mortas para o interior do túbulo renal; 
 
• Isquemia glomerular: os glomérulos 
não sofrem necrose por serem 
predominantemente estruturas conjuntivas 
e, portanto, de metabolismo mais baixo. 
Ele, caso não apresente hemácias em seu 
interior, nota-se que está passando por um 
processo de isquemia (chega menos 
sangue). O glomérulo tem uma capacidade 
de suportar uma maior exposição a falta de 
isquemia que o túbulo, então, demora um 
maior tempo para entrar em necrose; 
• Diagnóstico anatomopatológico: 
necrose tubular; 
 - O glomérulo ainda não está necrosado, 
mas está isquêmico por não ter hemácias 
em seu interior. O túbulo está com as 
células que o revestem vivas, podendo 
também apresentar outras áreas necróticas; 
 - Nesse processo, as células do túbulo 
começam a secretar substâncias que 
deixam com o aspecto de “cilindro 
pigmentado” em que sua cor fica bem 
rosada devido a liberação de proteínas 
pelas células; 
 
 - Características da lâmina: glomérulo 
isquêmico, áreas necrosadas, túbulos com 
cilindro pigmentado e acúmulo de cálcio 
nos túbulos (cristais de oxalacetato de 
cálcio); 
 
 
 
• Diagnóstico do órgão: adenohipófise. 
Ela possui 3 diferentes tipos celulares, 
sendo o basófilo (1), acidófilo (2) e 
cromófogo (3), que caracterizam essa 
glândula; 
 
• Lesão celular: necrose. As células 
possuem a mesma cor do citoplasma 
(eosinofílico) por estarem passando pelas 
mesmas alterações, impedindo uma 
diferenciação entre os tipos celulares. 
Alguns núcleos estão fragmentando 
(cariorrexe), outros em picnose (bem 
compacto e núcleo mais escuro) e uns em 
apagamento (cariólise); 
 
• Diagnóstico do órgão: baço; 
• Diagnóstico anatomopatológico: 
necrose coagulativa causada por isquemia 
(infarto) da região; 
 
• Diagnóstico do órgão: coração; 
• Diagnóstico anatomopatológico: 
necrose coagulativa causada por isquemia 
(infarto) da região. Pode ser identificado 
pela presença de neutrófilos na região 
através do filtrado inflamatório entre as 
fibras cardíacas anucleadas; 
 
• Diagnóstico do órgão: pulmão. Ele é 
identificado pelos septos interalveolares e 
pela visualização dos alvéolos; 
• Diagnóstico anatomopatológico: infarto 
pulmonar hemorrágico que resulta em 
necrose coagulativa. Os septos e conteúdo 
alveolar apresentam-se totalmente 
acelulares; 
 
 - Com o processo de necrose, como o 
pulmão possui dupla irrigação, há a entrada 
de sangue na região necrosada, então, há 
uma necrose coagulativa por um infarto 
hemorrágico. 
 
→ Necrose caseosa: 
• Trata-se de um tipo especial de necrose 
coagulativa; 
• Existem alguns microrganismos, como o 
causador da tuberculose, que provocam 
uma reação inflamatória que resulta na 
necrose caseosa; 
• É uma ação de degradação progressiva e 
irreversívelfeita por enzimas em tecidos 
lesionados; 
Macroscopicamente: 
• Possui uma estrutura semelhante a 
“caseum”, adquirindo um aspecto pastoso 
e amarelado (queijo branco e fresco); 
• Na região de resultado da necrose dos 
tecidos em lesões tuberculosas, são 
encontrados os bacilos tuberculosos; 
• São massas circunscritas, amarelas, secas 
e friáveis, podendo ter área de calcificação 
com a evolução da lesão. 
 
Microscopicamente: 
• São encontrados vários bacilos, 
adquirindo uma coloração arroxeada; 
• Formam granulomas e, em seu centro, 
são encontradas as áreas de necrose; 
• Pode ocorrer uma calcificação com a 
cronificação do granuloma; 
• Um microrganismo, no caso, o bacilo 
causador da tuberculose, provoca uma 
reação inflamatória chamada de “reação 
de hipersensibilidade do tipo IV”; 
 - Essa reação inflamatória tem a 
participação de linfócitos, estes que vão 
desencadear a resposta da 
hipersensibilidade tardia; 
 - Ocorre a participação dos linfócitos T e 
a ativação dos macrófagos; 
 - Os macrófagos começam a fagocitar o 
microrganismo, ocorrendo a transformação 
de alguns macrófagos nas chamadas 
células epitelioides; 
 - Assim, no granuloma, são encontrados 
os linfócitos na periferia e macrófagos, 
que podem estar diferenciados nas células 
epitelioides. Pode ocorrer a junção das 
células epitelioides, formando os 
chamados gigantócitos, que são células 
gigantes com diversos núcleos e potencial 
de fagocitose; 
• Com o crescimento e a cronificação da 
lesão, o centro do granuloma fica com 
menos nutrição, resultando em necrose 
(área rosa no centro), recebendo o nome de 
necrose caseosa; 
• Esse centro necrótico é desfavorável ao 
microrganismo, então ele tem sua atividade 
metabólica adormecida. Ele, porém, 
consegue ser reativado posteriormente; 
 
• A célula gigante é semelhante a uma 
ferradura por ter os seus núcleos 
concentrados na periferia. Seu nome é 
célula gigante de Langhans; 
• A necrose caseosa localizada no centro é 
uma massa amorfa, onde tem a coagulação 
de proteínas (a parede celular do 
microrganismo tem lipídio e proteína, 
causando em uma coagulação dessas 
proteínas e liquefação dos lipídios); 
• O granuloma com o tempo vai 
fibrozando, ao redor do processo 
inflamatório; 
• A célula epitelioide surge do macrófago. 
Ocorre a reação de hipersensibilidade do 
tipo IV, nela, são presentes os linfócitos, 
que liberam citocinas (a principal é o 
interferon gama pelo linfócito T) que 
ativam os macrófagos. Estes, estando 
ativados, podem fazer parte do granuloma, 
se transformando na célula epitelioide que 
se aglomera e forma a célula gigante; 
• Diagnóstico do órgão: pulmão; 
 
• Lesão celular: necrose caseosa. Em 
casos de evolução do granuloma, pode 
apresentar a calcificação (em roxo), ao 
redor dele. 
 
→ Gangrena: 
• É um tipo específico da necrose 
coagulativa; 
• O tecido necrótico sofre uma mutação 
por agentes externos, como ar ou bactérias; 
• As bactérias, geralmente, são anaeróbicas 
e levam a putrefação do tecido necrótico; 
 Ex: 
 1: no cordão umbilical após o 
nascimento, ficando negro e seco; 
 2: nas extremidades inferiores após 
obstrução vascular por aterosclerose 
(especialmente em diabéticos), 
traumatismos com lesão de vasos, moldes 
de gesso excessivamente justos, 
congelamento 
 3: em órgãos internos quando houver a 
combinação de necrose com infecção por 
agentes bacterianos. 
 
Gangrena seca: 
• A área necrótica perde água para o 
ambiente, apresentando-se com forma 
seca, retraída, com aspecto mumificado e 
coloração escurecida por alteração na 
hemoglobina; 
• Localização: em extremidades, como 
nariz, orelha e membros; 
• Características: 
 - Não apresenta o fator “dor”; 
 - Apresenta macroscopicamente, linha 
demarcatória entre a área normal e o tecido 
necrosado; 
 - Cor pode variar de amarelo esverdeado 
ao pardo enegrecido, em decorrência da 
decomposição da hemoglobina; 
• Etiologia: 
 - Causa isquêmica causada através do 
congelamento ou vasoconstrição ou por 
doenças obstrutivas dos vasos periféricos; 
 - Diabetes tipo I e II; 
 - Gesso e bandagens muito apertadas; 
 - Ocorre fisiologicamente no cordão 
umbilical. 
 
Gangrena úmida: 
• Tem uma correlação com a atuação das 
bactérias saprófitas amolecendo o tecido 
através da sua digestão; 
• Essas bactérias são, geralmente, 
anaeróbicas que produzem enzimas 
proteolíticas e fosfolipases; 
• Ocorre preferencialmente: 
 - Pulmões: em casos de pneumonias 
agudas por aspiração de corpos estranhos; 
 - Intestino: ocorre na evolução de 
apendicites e colecistites graves; 
 - Glândula mamária: mastite aguda por 
coliformes e/ou estafilococos; 
 - Pele: após contaminação de ferimentos, 
úlceras, queimaduras ou contaminação de 
tecidos profundos; 
• Etiologia: 
 - Isquemia e liquefação, com a 
proliferação de microrganismos; 
 - Pode se espalhar muito mais rápido do 
que a gangrena seca; 
 - Pode levar a complicações 
potencialmente fatais, como o choque 
séptico; 
 - Há bolhas pretas e pus fétido abaixo da 
pele diluída na área. 
 
Gangrena gasosa: 
• Ocorre quando as bactérias 
contaminantes da gangrena úmida 
pertencem ao gênero Clostridium; 
• Pode haver também produção de gases, 
daí a gangrena gasosa; 
 
• É também conhecida como “gangrena 
enfisematosa”, “gangrena crepitante” ou 
"gangrena bolhosa”; 
• Característica: ocorre a ação de 
bactérias anaeróbias gasógenas sobre o 
tecido necrosado; 
• Etiologia: é causada por bactérias 
anaeróbicas produtoras de gás (H2, CO2, 
CH4, NH3, SH2), ácido acético ou ácido 
butírico (odor característico de manteiga 
rançosa). 
 
→ Esteatonecrose: 
• Trata-se de um tipo especial de necrose 
coagulativa que ocorre no tecido adiposo; 
• Lesões traumáticas, isquêmicas ou 
químicas podem levar à ruptura de 
células adiposas; 
• A gordura é desdobrada pela ação de 
enzimas lipolíticas (lipases) pancreáticas; 
• Ocorre em maior frequência na pele 
(hipoderme), mama e retroperitônio; 
• O exemplo mais observado é na 
pancreatite aguda. A lesão faz com que 
os ácinos pancreáticos liberam de forma 
descontrolada as lipases, em que a sua ação 
ocorre nos adipócitos (cheios de 
triglicerídeos) e há a liberação dos ácidos 
graxos dos triglicérides, estes que reagem 
com íons Ca2+ dos líquidos intersticiais, 
formando sabões insolúveis de cálcio, que 
têm aspecto semelhante a cera de vela 
(reação de saponificação); 
• Ocorre: 
 - No tecido peripancreático (pancreatite 
aguda); 
 - No tecido gorduroso da glândula 
mamária; 
 - Em qualquer região onde houver tecido 
gorduroso em grande quantidade sujeito a 
trauma intenso; 
• Diagnóstico do órgão: pâncreas; 
• Círculo: “cera de vela”; 
• Lesão celular: esteatonecrose; 
 
• A região com os ** é a região em que os 
adipócitos sofreram a necrose, podendo ser 
identificado por poder ver apenas uma 
“sombra” pela perda do formato de 
adipócito, sem núcleo na periferia, sendo 
células fantasmas; 
 
• Por conta da reação de saponificação, as 
células adquirem uma coloração mais roxa 
(basofílico). 
 
→ Necrose liquefativa: 
• É causada pela interrupção vascular 
(podendo gerar isquemia ou morte) ou com 
participação de infecção bacteriana; 
• Ocorre nos tecidos ricos em lípideos e 
pobre em albuminas coaguláveis; 
 Ex: no SNC tem muita lipide (tem 
muita bainha de mielina), então, num 
tecido rico em lipídeos e pobre em 
proteínas coaguláveis ocorre esse tipo de 
necrose 
• Há uma liquefação enzimática do tecido 
necrótico. O tecido morto fica liquefeito 
por ação de enzimas hidrolíticas com 
dissolução enzimática rápida e total do 
tecido morto; 
• As células sofrem lise por ação de 
bactérias (liberam enzimas proteolíticas 
que irão liquefazer o tecido) ou por ação de 
proteases de leucócitos; 
• A zona de necrose adquire consistência 
mole, semifluida ou mesma liquefeita 
• Ocorre: 
 - Tecidos ricos em lipídios e pobres em 
albuminas coaguláveis (sistema nervoso 
central, suprarrenal e mucosa gástrica); 
 - Abscessos: são áreas de infecção 
bacterianapurulenta (com pus) que 
produzem uma nova cavidade no tecido, 
que não existia antes, e que é preenchida 
por pus. Resultam de uma necrose 
liquefativa, independente do órgão, por 
ação das enzimas proteolíticas das próprias 
bactérias, e dos neutrófilos atraídos para 
combatê-las; 
 Ex: 
 1: um pulmão com necrose causada por 
bactérias, essas que produzem enzimas 
proteolíticas e há a atração dos neutrófilos, 
que também produzem enzimas. Todos 
esses fatores liquefazem o tecido, 
formando uma nova cavidade (= abscesso), 
pela destruição dos septos. Não há a 
formação de granuloma. Por ter muitos 
neutrófilos, macroscopicamente, é 
observado o pus. Microscopicamente, 
pode-se ver um filtrado inflamatório pela 
chegada das bactérias, formando uma área 
grande que resulta no abscesso 
 
 * Infecção bacteriana focal à eventos 
quimiotáticos à infiltrado de leucócitos + 
degranulação de enzimas lisossômicas à 
digestão enzimática (autólise) e heterólise 
 2: observa-se um corpo do neurônio. 
Na célula necrótica, o citoplasma se 
apresenta rosado (eusinofílico) e o núcleo 
fica compacto (picnose), sem uma 
diferenciação entre núcleo e nucléolo; 
 
 * A célula normal pode-se observar 
uma diferenciação entre o núcleo e o 
nucléolo, com um citoplasma mais claro; 
 
 * A produção da bainha de mielina é 
feita pelo oligodendrócito e sua 
sustentação e nutrição é feita pelo 
astrócito; 
 * Existe, no sistema nervoso, uma 
célula específica tem como função realizar 
a fagocitose no tecido nervoso, sendo essa 
chamada de micróglia. Ela é uma célula 
pequena e quando é estimulada pela 
necrose, por exemplo, e, então, tendo sua 
atuação como uma diferenciação em 
macrófago. Por essa estimulação pela 
necrose, ela é modificada e, ao realizar a 
fagocitose, resulta na chamada célula 
grânulo-adiposa, com um citoplasma 
adiposo pela fagocitose da região que 
possui bastante lipídeos, tendo um 
citoplasma chamado de citoplasma 
espumoso. Ocorre uma fagocitose da área 
necrótica de forma muito rápida (por já ter 
células no local que precisam apenas se 
diferenciar), então, quase não se vê as 
células fantasmas por haver uma remoção 
muito rápida; 
• Diagnóstico do órgão: cérebro; 
 
• Lesão celular: necrose liquefativa do 
órgão cérebro. Ela é compatível com o 
infarto cerebral. Pode-se notar um 
amolecimento do tecido, que fica 
transformado em papa por ter sido 
liquefeito; 
• Quando ocorre a necrose liquefativa no 
cérebro, há uma proliferação das células 
endoteliais (envolvem os vasos) como uma 
tentativa de gerar uma neovascularização 
para a região que necrosou por isquemia; 
 
 Ex: na substância branca, pode-se 
observar a região de necrose e que vai 
gerar um edema tecidual como resultado 
do processo de inflamação (as células junto 
com as proteínas que estão na circulação 
têm o potencial de sair do vaso, causando o 
edema), chamado de exsudato; 
 
• Tipo celular: célula grânulo-adiposa 
(núcleo excêntrico e citoplasma 
espumoso). Ela tem origem a partir da 
micróglia, sendo uma das células da glia. 
Ocorre uma estimulação dessa célula para 
se diferenciar em macrófago e começar a 
fagocitar o material necrótico. Como no 
SN tem muito lipídio, o citoplasma fica 
com a aparência espumosa. Pode chegar o 
macrófago pela corrente sanguínea e, ao 
realizar a fagocitose, ele vai adquirir a 
mesma característica que os macrófagos 
advindos da micróglia; 
 
 
• Lesão celular: necrose de liquefação 
com hemorragia. Em casos de AVC 
hemorrágico é possível ver áreas de 
hemorragia em um tecido necrótico; 
 
 - Em um maior aumento, é possível 
observar as hemácias todas fora do vaso, 
indicando que houve rompimento do vaso; 
 - Algumas células estão permeando o 
vaso, sendo as células grânulo-adipócito, 
que possuem uma coloração mais 
amarronzada por ser produzido um 
pigmento chamado pigmento de 
hemossiderina em casos de hemorragias e 
ele é fagocitado pelo macrófago junto da 
hemácia, deixando o macrófago numa 
coloração mais escura; 
 
 - Descrição da lâmina: corte de 
parênquima cerebral que apresenta 
distúrbio circulatório caracterizado por 
necrose de liquefação associada da 
hemorragia secundária. Na periferia há 
acúmulo de macrófagos, alguns contendo 
no citoplasma pigmento castanho com 
caracteres de hemossiderina, indicando um 
infarto hemorrágico cerebral; 
• Diagnóstico do órgão: cérebro; 
• Lesão celular: necrose liquefativa 
causada por um infarto cerebral antigo 
resultante de obliteração da artéria cerebral 
média; 
 
• Na parte superior da imagem, pode-se 
observar uma vasodilatação que causa uma 
hiperemia ao redor da região de necrose. 
Não é uma hemorragia por ter uma maior 
quantidade de células sanguíneas no 
interior do vaso. Na parte inferior, tem-se 
a necrose de liquefação com um 
edemaciamento da região; 
 
• O infarto antigo já possui uma 
cicatrização e são observadas redes de 
fibras feitas pelos astrócitos 
gemistocíticos, sendo responsável pelo 
fechamento de feridas e pela cicatrização 
do sistema nervoso 
 
• O infarto recente ainda está passando 
pelo processo de cicatrização, ou seja, se 
consegue ver o macrófago fagocitando 
material necrótico (macrófago espumoso = 
célula grânulo-adiposa) ainda está em 
processo de eliminação da necrose, então, 
é um infarto recente; 
• Abscesso: é o acúmulo localizado de pus 
num tecido, formando uma cavidade 
delimitada por uma membrana de tecido 
inflamatório. O líquido purulento se forma 
em virtude da desintegração e morte 
(necrose) do tecido original, 
microrganismos e leucócitos (o primeiro 
que chega é o neutrófilo); 
 Ex: se tem uma necrose no pulmão, 
mas não há a presença de bactérias, a 
necrose é do tipo coagulativa. Se tem 
bactérias há a destruição de tecido e dos 
septos, é uma necrose liquefativa, tendo 
uma evolução para abscesso 
• Os piócitos são os núcleos mais 
segmentados e densos que os neutrófilos 
jovens, sendo muito observado no pus.

Continue navegando